M’Cheyne Bible Reading Plan
A vingança de Sansão
15 Depois de um tempo, na época da colheita de trigo, Sansão foi visitar sua esposa e levou um cabrito de presente. Sansão disse:
—Quero entrar na casa da minha esposa.
Mas o pai da mulher não o deixou entrar, 2 e disse:
—Pensei que a odiasse, por isso deixei que se casasse com um dos seus amigos. A irmã dela mais nova é mais bonita do que ela, case-se com a irmã mais nova em lugar da mais velha.
3 Sansão disse:
—Agora tenho uma boa razão para fazer mal a vocês, filisteus, já não podem me acusar de nada.
4 Sansão saiu e pegou trezentas raposas. Ele as amarrou pelo rabo de duas a duas e colocou uma tocha no meio de cada nó. 5 Sansão colocou fogo nas tochas e depois deixou que as raposas saíssem correndo pelos cultivos dos filisteus. Assim foram queimadas todas as plantas dos campos e todos os grãos que tinham colhido. Também foram queimadas as vinhas e as árvores de oliveiras.
6 Os filisteus perguntaram:
—Quem fez isto?
E eles responderam:
—Foi Sansão, porque seu sogro, o timnita, tirou a esposa dele e a casou com outro homem, um amigo de Sansão.
Então os filisteus foram e queimaram a esposa de Sansão e o pai dela. 7 Depois Sansão disse a eles:
—Vocês agiram mal comigo, mas garanto que terão que pagar pelo mal que fizeram. Não descansarei até me vingar de vocês.
8 Então Sansão atacou os filisteus, matando muitos homens. Depois foi a uma caverna e ali ficou. A caverna estava em um lugar chamado “Rocha de Etã”.
9 Os filisteus foram à terra de Judá e se alojaram em um lugar chamado Leí. Ali acamparam e começaram a se preparar para a batalha. 10 Os homens da tribo de Judá perguntaram:
—Filisteus, por que vieram a esta terra para combater contra nós?
Os filisteus responderam:
—Viemos aqui por causa de Sansão, queremos levá-lo como nosso prisioneiro e castigá-lo por tudo o que fez ao nosso povo.
11 Então 3.000 homens foram até a caverna na rocha de Etã para procurar Sansão e disseram:
—O que você fez conosco? Por acaso não sabe que os filisteus nos têm dominado?
E Sansão respondeu:
—Eu somente os castiguei pelo que fizeram comigo.
12 Eles disseram:
—Viemos para amarrá-lo e entregá-lo aos filisteus.
Sansão disse:
—Prometam que vocês não me farão mal.
13 Os homens da tribo de Judá disseram:
—Nós somente vamos amarrá-lo e entregá-lo aos filisteus. Não vamos matá-lo.
Então os homens amarraram Sansão com duas cordas novas e o tiraram da caverna.
14 Sansão chegou à cidade de Leí e os filisteus saíram a recebê-lo gritando de alegria. Nesse momento o Espírito do SENHOR veio sobre Sansão com muito poder, e então ele pôde quebrar as cordas como se fossem simples linhas queimadas. As cordas caíram dos seus braços como se tivessem se derretido. 15 Sansão encontrou um osso da queixada de um jumento, o usou como arma e assim matou mais de 1.000 filisteus. 16 Sansão disse:
“Com a queixada de um jumento,
matei os 1.000 homens;
com a queixada de um jumento,
os juntei[a]”.
17 Quando Sansão acabou de falar, soltou a queixada e chamou aquele lugar de Ramate-Leí[b].
18 Sansão tinha muita sede e disse ao SENHOR:
—Sou seu servo, o Senhor me fez ganhar esta grande vitória. Peço que não me deixe morrer de sede agora. Por favor, não deixe que homens que não foram circuncidados me capturem.
19 Havia um buraco em Leí e Deus fez com que do buraco brotasse água. Sansão bebeu daquela água e recuperou sua força. Esse lugar foi chamado En-Hacoré[c]. Essa fonte ainda existe hoje em Leí.
20 Assim Sansão foi chefe de Israel durante vinte anos, na época em que os filisteus governavam.
Paulo em Éfeso
19 Enquanto Apolo estava na cidade de Corinto, Paulo viajou pelo interior do continente e chegou até Éfeso. Lá encontrou alguns discípulos e 2 lhes perguntou:
—Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?
Eles lhe responderam:
—Nós nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo.
3 Paulo lhes perguntou:
—Então, que tipo de batismo vocês receberam?
Eles responderam:
—O batismo de João.
4 Paulo disse:
—João dizia ao povo de Israel que eles deviam ao mesmo tempo se propor em mudar o seu comportamento e ser batizados; ele também dizia que as pessoas deviam acreditar naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus.
5 Quando ouviram isto, eles foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, quando Paulo colocou suas mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre todos e eles começaram a falar em línguas e a profetizar. 7 Eram ao todo uns doze homens.
8 Durante três meses Paulo continuou indo à sinagoga, onde com muita coragem discutia e tentava convencer a todos a respeito do reino de Deus. 9 Alguns deles, porém, eram teimosos, se recusavam a acreditar e, ainda por cima, falavam coisas más a respeito do Caminho do Senhor na frente de todos. Por isso, Paulo os deixou e foi embora, levando consigo os discípulos. Depois começou a ensinar todos os dias na escola de um homem chamado Tirano. 10 E continuou a fazer isso durante dois anos, até que todas as pessoas que viviam na região da Ásia (tanto os judeus como os que não eram judeus) ouviram a mensagem do Senhor. 11 Deus fazia milagres tão grandes pelas mãos de Paulo 12 que até mesmo lenços e roupas do seu uso pessoal eram levados aos doentes e eles ficavam curados e os demônios se retiravam.
Os filhos de Ceva
13 Alguns dos judeus que viajavam de cidade em cidade expulsando demônios tentaram usar o nome do Senhor Jesus para libertar aqueles que estavam possuídos por demônios. Eles disseram:
—Eu lhes ordeno que saiam, em nome de Jesus, a quem Paulo proclama.
14 (Os sete filhos de um judeu chamado Ceva, que era sumo sacerdote, estavam fazendo isto.)
15 Mas o demônio lhes disse:
—Eu conheço a Jesus e sei quem é Paulo, mas quem são vocês?
16 E o homem que tinha esse demônio se lançou sobre eles e, dominando a todos, bateu neles até que fugiram daquela casa, nus e feridos. 17 Todos os moradores de Éfeso, tanto os judeus como os que não eram judeus, souberam dessas coisas e ficaram com muito medo. Isso fez com que o nome do Senhor Jesus fosse ainda mais respeitado.
18 Muitos dos que tinham acreditado vieram e confessaram publicamente os pecados que tinham cometido. 19 E muitos daqueles que costumavam praticar bruxarias trouxeram os seus livros e os queimaram na frente de todos. Depois de calcular os preços dos livros, o total chegou a cinquenta mil moedas de prata[a]. 20 Desta maneira poderosa a mensagem do Senhor se espalhava por toda parte e influenciava mais e mais pessoas. 21 Depois de todas estas coisas terem acontecido, Paulo decidiu ir até a cidade de Jerusalém,[b] após passar pelas regiões da Macedônia e Acaia. E ele também dizia:
—Depois de Jerusalém eu ainda tenho que visitar Roma.
Tumulto em Éfeso
22 Paulo, então, enviou para a região da Macedônia dois de seus ajudantes, Timóteo e Erasto, enquanto ele mesmo permanecia na Ásia por mais algum tempo. 23 Nessa ocasião houve um grande tumulto na cidade de Éfeso por causa do Caminho do Senhor. 24-25 Tudo começou quando Demétrio, um ourives, convocou uma reunião com todos os que estavam envolvidos em trabalhos desse tipo. (Essas pessoas faziam miniaturas de prata do templo da deusa Diana e esse negócio lhes dava muito lucro.) Demétrio disse a todos:
—Homens! Vocês sabem que este trabalho nos dá um bom lucro.
26 Como vocês podem ver e ouvir, esse tal de Paulo anda persuadindo e desencaminhando muita gente, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses. E isso vem acontecendo não só em Éfeso, mas também em quase toda a região da Ásia. 27 Isso é muito perigoso, pois pode trazer má fama para os nossos negócios. E também pode fazer com que o templo da grande deusa Diana perca todo o seu prestígio. Há ainda o perigo de que a majestade de Diana, deusa adorada não somente na Ásia como também em todo o mundo, seja destruída.
28 Ao ouvirem isto, todos ficaram furiosos e começaram a gritar:
—Diana dos Efésios é a maior!
29 E a confusão tomou conta da cidade! A multidão agarrou os macedônios Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo, e correram para o teatro. 30 Paulo queria se apresentar ao povo, mas os discípulos não o deixaram fazer isso. 31 Alguns amigos de Paulo, autoridades provinciais, lhe mandaram um recado pedindo que ele não fosse ao teatro. 32 Algumas pessoas gritavam uma coisa, outras gritavam outra e toda a assembleia estava numa total confusão. A maior parte deles não sabia nem a razão de estarem todos reunidos. 33 Então os judeus empurraram Alexandre para a frente e alguns que estavam entre a multidão lhe deram instruções sobre o que falar. Alexandre fez um sinal com a mão e tentou explicar ao povo o que estava acontecendo. 34 Quando as pessoas da multidão, porém, se deram conta de que ele também era judeu, se puseram a gritar todos juntos:
—Diana dos Efésios é a maior! E isto durou mais ou menos duas horas.
35 Então o secretário da cidade acalmou a multidão e disse:
—Povo de Éfeso! Há alguém no mundo que não saiba que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Diana e da pedra sagrada que caiu do céu[c]? 36 Desde que ninguém pode negar isso, então fiquem calmos e não façam nada precipitadamente. 37 Por que vocês trouxeram estes homens[d] até aqui? Eles não roubaram nenhum templo e tampouco disseram coisas más a respeito da nossa deusa! 38 Se Demétrio e seus companheiros têm alguma acusação contra alguém, os tribunais estão abertos e, além do mais, existem os governadores. Eles que se acusem uns aos outros lá. 39 Mas, se vocês querem saber mais alguma coisa, isso tem que ser resolvido em uma assembleia legal. 40 Do jeito que as coisas estão, há o perigo de sermos acusados de subversão pelo que aconteceu hoje. Pois não há motivo algum que possamos alegar para justificar este alvoroço.
41 E, depois de dizer isto, despediu a assembleia.
O falso profeta Hananias
28 Nesse mesmo ano[a], no início do reinado de Zedequias, rei de Judá, no quinto mês do quarto ano, Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeom, me falou no templo do SENHOR perante os sacerdotes e de todo o povo e disse:
2 —Assim diz o SENHOR Todo-Poderoso, o Deus de Israel: “Quebrei o jugo que o rei da Babilônia colocou sobre o povo de Judá. 3 Dentro de dois anos trarei de volta a este lugar todos os objetos do templo do SENHOR. Esses objetos são os que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levou deste lugar para a sua terra. 4 Eu também trarei de volta Joaquim, filho de Jeoaquim, rei de Judá. Eu também trarei de volta todos os habitantes de Judá que foram banidos para a Babilônia. Eu quebrarei o jugo que impôs o rei da Babilônia. Eu, o SENHOR, afirmo isso”.
5 Então o profeta Jeremias respondeu ao profeta Hananias. Eles estavam no templo do SENHOR. Os sacerdotes e todo o povo que estava ali também ouviram a resposta de Jeremias. 6 O profeta Jeremias disse:
—Assim seja! Que o SENHOR faça o que você disse. Que o SENHOR cumpra as palavras que você profetizou. Que traga de volta a este lugar os utensílios do templo do SENHOR e todos os que foram banidos para a Babilônia. 7 Mas ouça isto que digo a você e a todo o povo: 8 “Todos os profetas que viveram antes de você e de mim profetizaram guerra, fome e doença contra muitas nações e grandes reinos. 9 Mas quando um profeta profetizar paz, será conhecido que é um profeta enviado pelo SENHOR se acontecer o que ele falou”.
10 Então o profeta Hananias tomou o jugo que estava no pescoço do profeta Jeremias e o quebrou. 11 Então Hananias disse diante de todo o povo:
—Assim diz o SENHOR: “Do mesmo modo, dentro de dois anos eu quebrarei do pescoço de todas as nações o jugo que impôs Nabucodonosor, rei da Babilônia”.
Então o profeta Jeremias continuou seu caminho.
12 Algum tempo depois Jeremias recebeu uma mensagem do SENHOR. Isso aconteceu depois de Hananias quebrar o jugo do pescoço do profeta Jeremias. A mensagem dizia o seguinte:
13 —Vá dizer a Hananias que eu, o SENHOR, afirmo que embora ele tenha quebrado um jugo de madeira, eu o substituirei por um jugo de ferro. 14 Porque eu, o SENHOR Todo-Poderoso, o Deus de Israel, coloquei um jugo de ferro no pescoço dessas nações. Eu fiz isso para que elas se submetam a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e o sirvam. Também dei a ele poder sobre os animais selvagens.
15 Então o profeta Jeremias disse ao profeta Hananias:
—Escute-me, Hananias. O SENHOR não o enviou. Você deu a este povo falsas esperanças. 16 Por isso o SENHOR diz que o enviará para fora deste mundo. Você vai morrer este ano porque fomentou deslealdade contra o SENHOR.
17 E o profeta Hananias morreu no sétimo mês desse ano.
O plano para matar Jesus
(Mt 26.1-5; Lc 22.1-2; Jo 11.45-53)
14 Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a Festa dos Pães sem Fermento e tanto os líderes dos sacerdotes como os professores da lei procuravam um meio de prender Jesus à traição, e matá-lo. 2 Eles diziam:
—Não vamos fazer isso durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.
Uma mulher honra Jesus em Betânia
(Mt 26.6-13; Jo 12.1-8)
3 Jesus estava na cidade de Betânia, à mesa na casa de Simão, o leproso, quando chegou uma mulher. Ela entrou com um frasco de alabastro cheio de um perfume muito caro feito de nardo puro. Quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. 4 Algumas das pessoas que estavam presentes ficaram indignadas e diziam umas para as outras:
—Que desperdício! Por que ela fez isso? 5 Esse perfume poderia ter sido vendido por mais de 300 moedas de prata[a] e o dinheiro distribuído entre os pobres!
E começaram a criticá-la severamente. 6 Mas Jesus lhes disse:
—Deixem-na em paz! Por que vocês a estão incomodando? Ela me fez uma coisa boa! 7 Os pobres estarão sempre com vocês[b] e poderão ajudá-los quando quiserem. Eu, no entanto, não estarei sempre com vocês. 8 Ela fez o que pôde; derramou perfume sobre o meu corpo antes do tempo e assim o preparou para o enterro. 9 Digo a verdade a vocês: Em todos os lugares do mundo onde as Boas Novas forem proclamadas, o que ela acabou de fazer será contado em memória dela.
Judas concorda em ajudar os inimigos de Jesus
(Mt 26.14-16; Lc 22.3-6)
10 Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi falar com os líderes dos sacerdotes a fim de trair Jesus. 11 Quando ouviram isto, eles ficaram muito felizes e prometeram lhe dar dinheiro. Assim, Judas começou a procurar uma boa oportunidade para trair a Jesus.
Os preparativos para a Páscoa
(Mt 26.17-25; Lc 22.7-14,21-23; Jo 13.21-30)
12 No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, quando o cordeiro da Páscoa era sacrificado, os seus discípulos lhe perguntaram:
—Onde quer que nós preparemos o jantar da Páscoa? 13 Jesus, então, chamando dois de seus discípulos, disse-lhes:
—Vão até a cidade. Lá, um homem que estará carregando um jarro de água se encontrará com vocês. Sigam-no 14 e digam isto ao dono da casa onde ele entrar: “O Mestre pergunta: Onde fica a sala na qual eu e meus discípulos poderemos comer o jantar da Páscoa?” 15 Ele lhes mostrará uma sala grande, toda mobiliada e pronta, no andar de cima da casa; façam ali os preparativos para nós.
16 Os discípulos partiram e foram para a cidade e, encontrando tudo exatamente como Jesus lhes tinha dito, prepararam o jantar da Páscoa.
Jesus fala sobre o seu traidor
17 Quando anoiteceu, Jesus e os seus doze discípulos foram até lá e, 18 enquanto estavam à mesa jantando, lhes disse:
—Digo a verdade a vocês: Um de vocês, que come comigo, me trairá.
19 E eles começaram a ficar tristes e a dizer-lhe, um após o outro:
—Por acaso sou eu?
20 Mas Jesus lhes disse:
—É um dos doze; um que molha o pão no prato comigo. 21 O Filho do Homem vai partir, assim como está escrito a respeito dele. Mas ai daquele por quem o Filho do Homem será traído! Seria melhor que ele nunca tivesse nascido!
A Ceia do Senhor
(Mt 26.26-30; Lc 22.15-20; 1Co 11.23-25)
22 Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois, partindo-o, o deu a seus discípulos, dizendo:
—Tomem; isto é o meu corpo.
23 Em seguida, Jesus pegou o cálice, deu graças a Deus e o passou aos discípulos e todos beberam dele. 24 Então Jesus lhes disse:
—Isto é o meu sangue, o sangue que sela a aliança entre Deus e seu povo, derramado em favor de muitos. 25 Digo a verdade a vocês: Eu nunca mais beberei vinho até o dia em que beber do vinho novo no reino de Deus. 26 Em seguida cantaram um hino e foram todos para o monte das Oliveiras.
Jesus diz que os seus discípulos vão abandoná-lo
(Mt 26.31-35; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38)
27 Jesus disse a todos:
—Vocês pararão de crer em mim, pois as Escrituras dizem:
“Eu matarei o pastor
e as ovelhas fugirão”.(A)
28 Mas, depois que eu ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia.
29 Pedro, porém, lhe disse:
—Mesmo que todos abandonem a fé, eu nunca a abandonarei.
30 Então Jesus lhe disse:
—Digo-lhe a verdade: Hoje, nesta mesma noite, antes mesmo que o galo cante pela segunda vez, você negará três vezes que me conhece.
31 Pedro, entretanto, insistiu, dizendo:
—Eu nunca negarei que o conheço, nem mesmo que eu tenha que morrer com o senhor. E todos os outros disseram a mesma coisa.
Jesus ora sozinho
(Mt 26.36-46; Lc 22.39-46)
32 Depois, todos foram para um lugar chamado Getsêmani. Jesus disse aos seus discípulos:
—Sentem-se aqui enquanto eu oro.
33 E levou Pedro, Tiago e João com ele. Jesus começou a sentir-se angustiado e aflito 34 e então disse aos três:
—Como estou extremamente triste! Fiquem aqui e vigiem.
35 E, afastando-se um pouco, se ajoelhou e orou pedindo que, se fosse possível, Deus lhe poupasse aquela hora. 36 Ele dizia o seguinte:
—Querido Pai[c]! Todas as coisas são possíveis para o senhor. Eu lhe imploro que afaste de mim esse cálice de sofrimento,[d] mas que seja feita a sua vontade, e não a minha.
37 Depois, voltando até o lugar onde os três discípulos estavam, os encontrou dormindo. Então disse a Pedro:
—Você está dormindo, Simão? Será que não pôde vigiar nem mesmo por uma hora? 38 Vigiem e orem, para que vocês não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas o corpo é fraco.
39 Depois disso Jesus se afastou novamente e orou, pedindo a mesma coisa. 40 E, voltando pela segunda vez, Jesus os encontrou novamente dormindo, pois os olhos deles estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer. 41 E, voltando pela terceira vez, lhes disse:
—Vocês continuam dormindo e descansando? Basta! Chegou a hora. O Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantem-se e vamos embora! Olhem! Aí vem o homem que está me traindo.
Jesus é preso
(Mt 26.47-56; Lc 22.47-53; Jo 18.3-12)
43 E nesse mesmo instante, enquanto Jesus estava ainda falando, Judas, um dos doze, apareceu. Muitos homens, armados com espadas ou com pedaços de pau, o acompanhavam. Eles tinham sido enviados pelos líderes dos sacerdotes, pelos professores da lei e pelos líderes. 44 O traidor tinha combinado um sinal com eles, dizendo: “Aquele a quem eu beijar no rosto, é ele; prendam-no e levem-no com segurança”. 45 Assim que Judas chegou, se aproximou de Jesus e lhe disse:
—Mestre!—e o beijou no rosto.
46 Então os homens que estavam com Judas pegaram a Jesus e o prenderam. 47 Um dos homens que estava ali puxou a sua espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. 48 Jesus então disse a eles:
—Por que vocês vieram com espadas e pedaços de pau para me prender como se eu fosse algum bandido? 49 Eu estava com vocês todos os dias, ensinando no templo, e vocês não me prenderam. Mas isto está acontecendo porque as Escrituras têm que ser cumpridas.
50 Então, todos os discípulos o abandonaram e fugiram.
O jovem que seguia a Jesus
51 Um jovem que seguia a Jesus estava usando somente um lençol para cobrir seu corpo. Eles tentaram agarrá-lo pelo lençol, 52 mas ele, largando o lençol, fugiu completamente nu.
Jesus diante do Conselho Superior
(Mt 26.57-68; Lc 22.54-55,63-71; Jo 18.13-14,19-24)
53 Jesus foi levado ao sumo sacerdote e todos os líderes dos sacerdotes, líderes e professores da lei se reuniram. 54 Pedro o tinha seguido de longe até chegar ao pátio do palácio do sumo sacerdote, e estava sentado com os guardas perto do fogo, se aquecendo.
55 Os líderes dos sacerdotes e todo o Conselho Superior de judeus procuravam encontrar alguma prova contra Jesus para que assim pudessem condená-lo à morte, mas não conseguiam. 56 Muitas pessoas testemunhavam mentiras contra ele, mas os depoimentos não eram coerentes. 57 Então, alguns homens se levantaram e testemunharam mentiras contra ele, dizendo:
58 —Nós o ouvimos dizer o seguinte: Eu destruirei este templo feito por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, que não será feito por mãos humanas. 59 Nem assim o testemunho deles era coerente.
60 O sumo sacerdote se levantou então diante de todos e perguntou a Jesus:
—Você não vai responder nada? Não vai se defender das acusações que estão sendo feitas contra você?
61 Jesus, no entanto, permaneceu calado, não respondendo nada. O sumo sacerdote se dirigiu novamente a ele e perguntou:
—É verdade que você é o Cristo, Filho do Deus Bendito?
62 Jesus lhe respondeu:
—É verdade, e vocês verão o Filho do Homem sentado ao lado direito do Todo-Poderoso, vindo com as nuvens do céu.
63 O sumo sacerdote, então, rasgando as suas roupas, disse:
—Será que ainda precisamos de mais provas? 64 Vocês ouviram esse insulto contra Deus. O que vocês acham?
E todos o julgaram réu de morte. 65 Algumas pessoas começaram a cuspir nele, a cobrir o seu rosto, a dar-lhe murros e a dizer-lhe:
—Revele-nos quem lhe bateu! E os guardas o pegaram e bateram nele.
Pedro nega conhecer Jesus
(Mt 26.69-75; Lc 22.56-62; Jo 18.15-18,25-27)
66 Pedro ainda estava no pátio do palácio quando uma das mulheres que trabalhava para o sumo sacerdote chegou. 67 Quando ela viu Pedro se aquecendo, olhou bem para ele e disse:
—Você também estava com Jesus de Nazaré.
68 Mas ele negou, dizendo:
—Eu não o conheço. Não sei do que você está falando.
E saiu para o corredor. Logo depois disso o galo cantou.[e]
69 Mas quando aquela mulher o viu lá, começou a dizer aos que estavam perto:
—Este homem é um deles.
70 E novamente Pedro negou que conhecia Jesus. Pouco tempo depois as pessoas que estavam ali começaram a dizer a Pedro:
—Sem dúvida que você também é um deles, pois você também é da Galileia.
71 Pedro, então, começou a afirmar com juramento, e assegurando estar se colocando debaixo da maldição de Deus se estivesse mentindo, disse:
—Eu não conheço esse homem de quem vocês estão falando.
72 E nesse mesmo instante o galo cantou pela segunda vez, e Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito: “Você negará que me conhece por três vezes antes que o galo cante pela segunda vez”. E caindo em si, começou a chorar.
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