Print Page Options
Previous Prev Day Next DayNext

Chronological

Read the Bible in the chronological order in which its stories and events occurred.
Duration: 365 days
Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)
Version
Jó 21-23

Jó mostra que os ímpios, muitas vezes, gozam prosperidade nesta vida

21 Respondeu, porém, Jó e disse: Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação. Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai. Porventura, eu me queixo a algum homem? Mas, ainda que assim fosse, por que se não angustiaria o meu espírito? Olhai para mim e pasmai; e ponde a mão sobre a boca, Porque, quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne é sobressaltada de horror.

Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder? A sua semente se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos, perante os seus olhos. As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles. 10 O seu touro gera e não falha; pare a sua vaca e não aborta. 11 Fazem sair as suas crianças como a um rebanho, e seus filhos andam saltando. 12 Levantam a voz ao som do tamboril e da harpa e alegram-se ao som das flautas. 13 Na prosperidade gastam os seus dias e num momento descem à sepultura. 14 E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. 15 Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações? 16 Vede, porém, que o seu bem não está na mão deles; esteja longe de mim o conselho dos ímpios!

17 Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus, na sua ira, lhes reparte dores! 18 Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho. 19 Deus guarda a sua violência para os filhos deles, e aos ímpios dá o pago, para que o conheçam. 20 Seus olhos veem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-Poderoso. 21 Porque, que prazer teria na sua casa depois de si, cortando-se-lhe o número dos seus meses? 22 Porventura, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos? 23 Um morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e sossegado. 24 Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados de tutanos. 25 E outro morre, ao contrário, na amargura do seu coração, não havendo provado do bem. 26 Juntamente jazem no pó, e os bichos os cobrem.

27 Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência. 28 Porque direis: Onde está a casa do príncipe e onde a tenda em que morava o ímpio? 29 Porventura, o não perguntastes aos que passam pelo caminho e não conheceis os seus sinais? 30 Que o mau é preservado para o dia da destruição e arrebatado no dia do furor? 31 Quem acusará diante dele o seu caminho? E quem lhe dará o pago do que faz? 32 Finalmente, é levado à sepultura e vigia no túmulo. 33 Os torrões do vale lhe são doces, e ele arrasta após si a todos os homens; e antes dele havia inumeráveis. 34 Como, pois, me consolais em vão? Pois nas vossas respostas só há falsidade.

Elifaz acusa Jó de diversos pecados e o exorta ao arrependimento

22 Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse: Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso. Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro algum em que tu faças perfeitos os teus caminhos? Ou te repreende pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo? Porventura, não é grande a tua malícia; e sem termo, as tuas iniquidades? Porque penhoraste a teus irmãos sem causa alguma e aos nus despojaste das vestes. Não deste água a beber ao cansado e ao faminto retiveste o pão. Mas para o violento era a terra, e o homem tido em respeito habitava nela. As viúvas despediste vazias, e os braços dos órfãos foram quebrantados. 10 Por isso, é que estás cercado de laços, e te perturbou um pavor repentino, 11 ou trevas, em que nada vês; e a abundância de águas te cobre.

12 Porventura, Deus não está na altura dos céus? Olha para a altura das estrelas; quão elevadas estão! 13 E dizes: Que sabe Deus disto? Porventura, julgará por entre a escuridão? 14 As nuvens são o escondedouro dele, para que não veja; e ele passeia pelo circuito dos céus. 15 Porventura, consideraste a vereda do século passado, que pisaram os homens iníquos? 16 Eles foram arrebatados antes do seu tempo; sobre o seu fundamento um dilúvio se derramou. 17 Diziam a Deus: Retira-te de nós. E: Que foi que o Todo-Poderoso nos fez? 18 Ora, ele enchera de bens as suas casas; pelo que, longe de mim o conselho dos ímpios! 19 Os justos o viram e se alegraram, e o inocente escarneceu deles, 20 dizendo: Na verdade, os ímpios foram destruídos, e o fogo consumiu o resto deles.

21 Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem. 22 Aceita, peço-te, a lei da sua boca e põe as suas palavras no teu coração. 23 Se te converteres ao Todo-Poderoso, serás edificado; afasta a iniquidade da tua tenda. 24 Então, amontoarás ouro como pó e o ouro de Ofir, como pedras dos ribeiros. 25 E até o Todo-Poderoso te será por ouro e por prata amontoada. 26 Porque, então, te deleitarás no Todo-Poderoso e levantarás o teu rosto para Deus. 27 Tu orarás a ele, e ele te ouvirá; e pagarás os teus votos. 28 Determinando tu algum negócio, ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. 29 Quando te abaterem, então, tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde 30 e livrará até ao que não é inocente; sim, ele será libertado pela pureza de tuas mãos.

Jó deseja apresentar-se perante Deus e confia na sua misericórdia

23 Respondeu, porém, Jó e disse: Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a violência da minha praga mais se agrava do que o meu gemido. Ah! Se eu soubesse que o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. Com boa ordem exporia ante ele a minha causa e a minha boca encheria de argumentos. Saberia as palavras com que ele me responderia e entenderia o que me dissesse. Porventura, segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não; antes, cuidaria de mim. Ali, o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu juiz.

Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. Se opera à mão esquerda, não o vejo; encobre-se à mão direita, e não o diviso. 10 Mas ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como o ouro. 11 Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele. 12 Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento. 13 Mas, se ele está contra alguém, quem, então, o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. 14 Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo. 15 Por isso, me perturbo perante ele; e quando isto considero, temo-me dele. 16 Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. 17 Porquanto não fui desarraigado antes das trevas, nem encobriu a escuridão o meu rosto.

Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)

Copyright 2009 Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reservados / All rights reserved.