M’Cheyne Bible Reading Plan
Abrão salva Lot
14 Naquela altura, havia guerra nessa terra; Amrafel rei de Sinar, Arioque rei de Elasar, Quedorlaomer rei de Elão e Tidal rei de Goim 2 estavam em guerra contra Bera rei de Sodoma, Birsa rei de Gomorra, Sinabe rei de Admá, Semeber rei de Zeboim, e contra o rei de Bela, que mais tarde passou a chamar-se Zoar.
3 Esta última coligação de reis, os de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela, mobilizou os seus exércitos no vale de Sidim, isto é, no vale do mar Salgado[a], 4 porque durante 12 anos tinham estado submetidos a Quedorlaomer, e durante o décimo terceiro ano de sujeição começaram a rebelar-se.
5 No ano seguinte aconteceu que Quedorlaomer e os seus aliados decidiram começar a castigar duramente várias tribos; os refaítas em Asterote-Carnaim, os zuzitas em Hã, os emitas em Savé-Quiriataim 6 e os horeus no monte Seir, alcançando até a planície de El-Parã no limite do deserto. 7 Depois continuaram a carnificina em En-Mispate, agora chamada Cades, destruindo os amalequitas e também os amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.
8 Foi então que a tal coligação de reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela ou Zoar se prepararam para a batalha, no vale de Sidim, contra os outros, 9 que eram Quedorlaomer rei de Elão e os seus aliados. Eram portanto quatro reis contra cinco. 10 Acontecia, aliás, que aquele vale estava cheio de poços de alcatrão. E assim, tendo sido derrotados os exércitos dos reis de Sodoma e de Gomorra, muita gente caiu nesses poços; o resto teve de fugir para as montanhas. 11 As tropas vitoriosas dos outros reis saquearam e pilharam totalmente Sodoma e Gomorra, levaram tudo o que lá havia e deixaram a região. 12 Lot que vivia lá foi também feito prisioneiro e levado com tudo o que tinha.
13 Um dos fugitivos, que conseguira escapar, veio contar tudo a Abrão, o hebreu, que vivia nos carvalhais que pertenciam a Mamre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, ambos aliados de Abrão. 14 Quando Abrão soube que Lot tinha sido capturado, juntou todos os homens que tinham nascido ao seu serviço, ao todo 318, e perseguiu as tropas vencedoras mesmo até Dan. 15 Durante a noite atacou-as e derrotou-as, obrigando-as a fugirem, e perseguiu-as até Hoba, a norte de Damasco, 16 recuperando tudo o que os outros tinham pilhado; as riquezas, e em particular Lot, seu parente, e os que viviam com ele, incluindo as mulheres e o povo.
17 Quando Abrão regressava desta vitória contra Quedorlaomer e os reis que eram seus associados, no vale de Savé, hoje chamado o vale do Rei, o rei de Sodoma veio encontrar-se com ele.
18 Melquisedeque, rei de Salém,[b] que era sacerdote do Deus altíssimo, ofereceu-lhe pão e vinho; 19 e abençoou Abrão dizendo assim:
“Que a bênção do Deus altíssimo,
Criador do céu e da Terra, te seja dada, Abrão!
20 E que seja honrado o Deus altíssimo
que te livrou dos teus inimigos!”
Então Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo o que trouxera.
21 O rei de Sodoma disse-lhe: “Dá-me o meu povo, que foi capturado, e fica tu com tudo o que eles me roubaram da cidade.”
22 Contudo, Abrão replicou-lhe: “Prometi solenemente ao Deus altíssimo, Criador do céu e da Terra, 23 que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: ‘Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei’, 24 exceto, evidentemente, o que estes jovens comeram, e ainda a parte que é devida aos soldados de Aner, Escol e Mamre, meus aliados, que combateram comigo.”
A parábola do semeador
(Mc 4.1-9; Lc 8.4-8)
13 Mais tarde, naquele mesmo dia, Jesus saiu de casa e desceu até ao mar. 2 Logo se juntou uma multidão imensa, pelo que entrou num barco e se sentou nele, enquanto a multidão ficava na praia. 3 E explicou-lhes muitas coisas por meio de parábolas como esta: “Certo homem foi semear. 4 Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, vieram as aves e comeram-nas. 5 Outras caíram em solo pedregoso e com pouca terra; como o solo não tinha profundidade cresceram logo. 6 Mas quando o sol rompeu, murcharam; e como não ganharam raízes, acabaram por secar. 7 Outras caíram entre espinhos que, em pouco tempo, sufocaram os rebentos. 8 Outras, porém, caíram em bom solo e deram uma colheita de cem, sessenta ou trinta vezes mais. 9 Quem tem ouvidos, ouça!” 10 Os discípulos foram ter com ele e perguntaram-lhe: “Porque falas às pessoas por parábolas?”
Razão das parábolas
(Mc 4.10-20; Lc 8.9-15; 10.23-24)
11 Ele respondeu-lhes: “É-vos concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas não a eles. 12 Quem tiver receberá e terá em abundância; mas, a quem não tem, até o que tiver lhe será tirado. 13 Por isso, lhes falo por parábolas, porque veem, mas ficam sem ver, ouvem e ficam sem ouvir nem entender.
14 Assim se cumpre a profecia de Isaías:
‘Ainda que ouçam com os vossos ouvidos, não entenderão.
Ainda que vejam e vejam, não perceberão.
15 Que o coração deste povo se embruteça,
e se lhes fechem os ouvidos e os olhos.
Não estou empenhado em que os seus olhos vejam,
os seus ouvidos ouçam e os seus corações compreendam,
nem em que se arrependam, para que os cure.’[a]
16 Felizes são os vossos olhos por verem, e os vossos ouvidos por ouvirem! 17 É realmente como vos digo: muitos profetas e muitos justos desejaram ver o que vocês veem e não o viram; ouvir o que vocês ouvem e não o ouviram!
18 Prestem atenção à parábola do homem que andava a semear. 19 A todo aquele que ouve a palavra do reino e não a percebe, vem o Maligno e arranca a semente que tinha sido semeada no seu coração. Esta é a semente que cai à beira do caminho. 20 A semeada em solo pedregoso é o que ouve a palavra e a recebe com alegria. 21 Todavia, não deita raízes, antes dura pouco; aparecem dificuldades ou perseguições por causa da palavra, e logo essa pessoa se escandaliza. 22 A semeada entre os espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações desta vida e a ambição da riqueza abafam a palavra, pelo que fica sem fruto. 23 A semente plantada em bom solo é aquele que ouve a palavra e a entende e produz fruto: cem, sessenta ou trinta vezes mais.”
A parábola do trigo e do joio
24 Jesus contou outra parábola: “O reino dos céus é como um lavrador que semeou boa semente no seu campo. 25 Mas uma noite, enquanto os servos dormiam, veio o seu inimigo que semeou joio entre o trigo. 26 Quando a seara começou a crescer, o joio cresceu também. 27 Os servos daquele lavrador vieram dizer-lhe: ‘Senhor, aquela semente não era de boa qualidade? Como é que o campo está cheio de joio?’
28 ‘Foi obra de algum inimigo’, explicou ele. ‘Queres que arranquemos o joio?’, perguntaram os servos. 29 ‘Não. Se fizerem isso, arrancam também o trigo. 30 Deixem ambos crescer juntos até à colheita e direi aos ceifeiros que tirem primeiro o joio e o queimem, mas guardem o trigo no celeiro.’ ”
A parábola da semente de mostarda e do fermento
(Mc 4.30-32; Lc 13.18-19)
31 Ainda outra parábola: “O reino dos céus é como uma semente de mostarda que um homem planta no seu campo; 32 embora seja a menor de todas as sementes, ao crescer é a maior das plantas e transforma-se num arbusto em cujos ramos as aves do céu vêm fazer os seus ninhos.”
A parábola do fermento
(Mc 4.33-34; Lc 13.20-21)
33 Jesus contou também esta parábola: “O reino dos céus pode ser comparado ao fermento que uma mulher misturou em três medidas de farinha, até toda ela levedar.”
34 Tudo isto Jesus anunciava às multidões por meio de parábolas. Aliás, nunca o fazia sem lhes contar uma parábola. 35 Assim se cumpriu o que tinha sido anunciado pelo profeta:
“Falarei por parábolas;
explicarei mistérios escondidos desde o princípio do mundo.”[b]
Explicação da parábola do joio
36 Então entrou em casa, depois de despedir o povo, e os discípulos pediram-lhe que explicasse a parábola do joio do campo. 37 “É assim: aquele que lança a semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo e a semente representa o povo do reino; o joio é o povo que pertence ao Maligno. 39 O inimigo que semeou o joio entre o trigo é o Diabo; a colheita é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos.
40 Assim como o joio é apartado e queimado, assim também será no fim do mundo. 41 Mandarei os meus anjos que apartarão do reino tudo o que provoca escândalos e todos os que praticam transgressões; 42 e os lançarão na fornalha que os queimará. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43 Então os justos brilharão como o Sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça!
A parábola do tesouro escondido e da pérola
44 O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo; um homem descobriu-o e voltou a escondê-lo. Todo entusiasmado, vendeu todos os seus bens para comprar aquele campo!
45 O reino dos céus é ainda como um negociante que procura pérolas de alta qualidade. 46 Ao descobrir um bom negócio, uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui para adquiri-la.
A parábola da rede
47 O reino dos céus também pode comparar-se a um pescador que lança a rede e apanha peixes de toda a espécie. 48 Quando a rede está cheia, arrasta-a para a praia, senta-se e seleciona os peixes que são bons para comer, deitando fora os de má qualidade. 49 Assim será também no fim do mundo; os anjos virão para separar os maus dos justos, 50 lançando os maus no fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. 51 E perguntou-lhes: Compreendem agora?” Responderam: “Sim, compreendemos.”
52 Então acrescentou: “Todo o especialista na Lei que for instruído acerca do reino dos céus é semelhante ao chefe de família que tira do seu tesouro coisas que pertencem à nova aliança e também à antiga!”
Um profeta sem honra
(Mc 6.1-6; Lc 4.16-30)
53 Quando Jesus acabou de contar estas parábolas, 54 voltou para a sua terra[c] e ensinava o povo na sinagoga, para espanto deles. E diziam: “Como é isto possível? De onde lhe veio toda esta sabedoria e tais milagres? 55 Não é ele o filho de um carpinteiro? E a sua mãe não se chama Maria? E os seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E as suas irmãs não moram todas aqui? Como é que arranjou esta capacidade?” 57 E estavam escandalizados com ele. Então, Jesus disse-lhes: “Um profeta é honrado em qualquer lugar menos na sua terra e na sua própria casa.” 58 Por isso, fez ali poucos milagres, por causa da falta de fé deles.
Os construtores das muralhas
3 Então Eliasibe, o sumo sacerdote, e os outros sacerdotes reconstruíram as muralhas, até à torre dos Cem e à torre de Hananel. Seguidamente, refizeram a porta das Ovelhas; aplicaram-lhe os batentes e consagraram-na. 2 Homens da cidade de Jericó trabalharam ao seu lado; tiveram também o apoio de uma equipa de trabalhadores chefiada por Zacur, filho de Imri.
3 A porta do Peixe foi reconstruída pelos filhos de Senaá, que fizeram tudo: prepararam a madeira, aplicaram as portas, fizeram as dobradiças e as fechaduras. 4 Meremote, filho de Urias, filho de Coz, ocupou-se da secção da muralha a seguir; mais à frente, trabalharam Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel e Zadoque, filho de Baaná. 5 Tiveram também a seu lado os homens de Tecoa; os seus chefes, porém, não estavam dispostos a empenhar-se neste trabalho.
6 A porta Velha foi reparada por Joiada, filho de Paseia, e por Mesulão, filho de Besodeias. Prepararam a madeira e colocaram as portas com os gonzos e as fechaduras. 7 Na secção a seguir estavam Melatias de Gibeão, Jadom de Meronote e homens de Gibeão e de Mizpá, cidadãos desta província. 8 Uziel, filho de Haraías, que era ourives, e Hananias, um fabricante de perfumes, também trabalharam nas muralhas, separadamente. Não foi preciso fazerem-se reparações no sector que ia dali até ao muro Largo. 9 Refaías, filho de Hur, administrador de metade do distrito de Jerusalém, também participou nos trabalhos na sua zona. 10 Jedaías, filho de Harumafe, reconstruiu a parte do muro que ficava junto à sua casa e mais ao lado trabalhou Hatus, filho de Hasabneias. 11 A seguir, estavam Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de Paate-Moabe, que se ocuparam da torre dos Fornos e de uma secção adjacente da muralha. 12 Salum, filho de Haloés, e as suas filhas repararam a parte seguinte; Salum era o administrador da outra metade do distrito de Jerusalém.
13 O povo de Zanoa, chefiado por Hanum, refez a porta do vale, levantou os batentes, colocou os ferrolhos e as dobradiças; além disso, trabalharam também na secção de 500 metros até à porta do Monturo.
14 Esta última foi reparada por Malquias, filho de Recabe, administrador do bairro de Bete-Haquerem; tal como com nas outras, ocuparam-se do madeiramento, das ferragens e sua aplicação.
15 A porta da Fonte ficou a cargo de Salum, filho de Col-Hoze, administrador do bairro de Mizpá; este refez todo o emadeiramento e recolocou as portas, com as respetivas ferragens. Depois aplicou-se na muralha que vai do tanque de Siloé até ao jardim do rei e nos degraus que descem da Cidade de David. 16 A seguir, estava Neemias, filho de Azbuque, administrador de metade do bairro de Bete-Zur; reconstruiu até diante do cemitério real, até ao reservatório de água e até à casa dos valentes guerreiros.
17 Vinha depois um grupo de levitas que trabalhavam sob o controlo de Reum, filho de Bani. Hasabias, administrador de metade do bairro de Queila, reedificou o muro da zona de território de que era responsável. 18 Seguiam-se os seus irmãos, atuando sob as ordens de Bavai, filho de Henadade, administrador da outra metade do bairro de Queila. 19 Os operários que vinham a seguir eram liderados por Ezer, filho de Jesua, administrador da outra parte de Mizpá; estes trabalharam igualmente na parte da muralha defronte da subida para a casa das armas, onde a parede faz uma esquina. 20 Logo após, aplicou-se com grande ardor na reconstrução Baruque, filho de Zacai, a partir da esquina da muralha e até à casa de Eliasibe, o sumo sacerdote. 21 Meremote, filho de Urias e neto de Coz, reparou uma secção da muralha que ia do ponto oposto à porta da casa de Eliasibe até junto da mesma casa.
22 A seguir, estavam os sacerdotes vindos das campinas fora da cidade. 23 Benjamim, Hassube e Azarias, filho de Maaseias e neto de Ananias, trabalharam nas partes que ficavam mesmo junto às suas próprias casas. 24 Vinha depois Binuí, filho de Henadade, que se encarregou da secção que ia da casa de Azarias até ao canto seguinte. 25 Palal, filho de Uzai, responsabilizou-se pela obra, desde o canto até à base da torre superior da casa real, junto ao pátio da prisão. A seguir vinha Pedaías, filho de Parós. 26 Os ajudantes que davam assistência em trabalhos no templo e que viviam em Ofel[a] reconstruíram a muralha até defronte da porta da Água, para o leste, e até à torre Alta. 27 Depois seguiam-se os tecoítas, que repararam a secção oposta à torre do Castelo e por cima do muro de Ofel.
28 Os sacerdotes encarregaram-se da parte após a porta dos Cavalos, cada um refazendo a parte imediatamente oposta à sua casa. 29 Zadoque, filho de Imer, também reconstruiu a parte junto à sua habitação; depois dele estava Semaías, filho de Secanias, o porteiro da porta Oriental. 30 Logo após, estavam Hananias, filho de Selemias, Hanum, o sexto filho de Zalafe, e Mesulão, filho de Berequias, que reconstruíram junto às casas que habitavam. 31 Malquias, um dos ourives, ocupou-se da secção que ia até à morada dos auxiliares do templo e dos comerciantes, defronte da porta da Inspeção, até à câmara superior, junto ao canto da muralha. 32 Os outros ourives e comerciantes completaram a muralha desde esse canto até à porta das Ovelhas.
Barnabé e Paulo enviados em missão
13 Entre os profetas e professores da igreja em Antioquia contavam-se Barnabé e Simeão (a quem também chamavam o Negro), Lúcio de Cirene, Manaem, irmão de leite do governador Herodes, e Saulo. 2 Um dia, estando eles a adorar e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: “Separem Barnabé e Saulo para uma missão especial que tenho para eles.” 3 Assim, depois de jejuarem e orarem de novo, colocaram as mãos sobre eles e enviaram-nos para a sua missão.
Em Chipre
4 Dirigidos pelo Espírito Santo, foram até Seleucia, onde embarcaram para Chipre. 5 Aí, na cidade de Salamina, foram às sinagogas pregar a palavra de Deus, acompanhados de João Marcos como colaborador.
6 Depois disto, pregaram de cidade em cidade, por toda a ilha, até finalmente chegarem a Pafos, onde encontraram um feiticeiro judeu, um falso profeta chamado Bar-Jesus. 7 Este andava sempre com o governador Sérgio Paulo, homem de muito bom senso. O governador convidou Barnabé e Saulo a fazer-lhe uma visita, pois queria ouvir a mensagem de Deus. 8 Mas o feiticeiro, Elimas, que era o seu nome em grego, meteu-se no meio e teimou com o governador para que não desse atenção às palavras de Saulo e Barnabé, procurando impedi-lo de confiar no Senhor.
9 Então Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou para o feiticeiro 10 e disse-lhe: “Filho do Diabo, cheio de toda a espécie de fingimentos e maldade, inimigo de tudo o que é justo, quando deixarás de perverter os caminhos direitos do Senhor? 11 Pois agora a mão de Deus veio sobre ti para te castigar e ficarás cego durante algum tempo.” Imediatamente desceu sobre aquele homem uma névoa de escuridão e começou a caminhar às apalpadelas, pedindo que alguém lhe pegasse na mão e o conduzisse. 12 Ao ver o que tinha acontecido, o governador creu, pasmado com o ensino do Senhor.
Em Antioquia da Pisídia
13 Paulo e os que o acompanhavam embarcaram de Pafos para Panfília, desembarcando na cidade marítima de Perge. Aí, João deixou-os e regressou a Jerusalém, 14 Mas Barnabé e Paulo seguiram para Antioquia, uma cidade na província da Pisídia.
No sábado, foram à sinagoga assistir ao culto e sentaram-se. 15 Depois das leituras dos livros de Moisés e dos profetas, os que dirigiam o culto mandaram-lhes este recado: “Irmãos, se têm algumas palavras de consolo a dirigir-nos, venham e digam-nas!”
16 Paulo, levantando-se e fazendo-lhes um gesto a pedir silêncio, começou a falar. “Homens de Israel, e todos os que aqui são tementes a Deus, ouçam!
17 O Deus do povo de Israel escolheu os nossos antepassados e honrou-os no Egito, retirando-os de lá por meio do seu imenso poder 18 e suportando-os durante os quarenta anos em que erraram pelo deserto. 19 Depois, destruiu sete nações em Canaã e deu a Israel a sua terra como herança. 20 Tudo isso levou 450 anos. Depois disso, o país foi governado por juízes, até ao profeta Samuel. 21 O povo começou então a pedir um rei e Deus deu-lhe Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou quarenta anos. 22 Mas Deus retirou-o e substituiu-o pelo rei David, acerca do qual disse: ‘David, filho de Jessé, é um homem como o meu coração deseja, pois obedecer-me-á.’
23 Ora o Salvador que Deus concedeu a Israel é justamente um dos descendentes do rei David conforme tinha prometido. Esse Salvador é Jesus! 24 Antes de ele vir, João Batista pregou acerca da necessidade que todos em Israel tinham de abandonarem o pecado e de se voltarem para Deus. 25 Quando João estava prestes a terminar a sua missão, perguntou: ‘Pensam que sou o Cristo? Não! Mas esse virá em breve e nem sou digno de lhe desatar as sandálias.’
26 Irmãos, vocês que são filhos de Abraão e também os gentios aqui presentes que temem a Deus: Esta salvação é para todos nós! 27 Os habitantes de Jerusalém e os seus líderes cumpriram afinal as profecias, condenando Jesus, pois não o reconheceram nem perceberam que foi acerca dele que os profetas escreveram, embora todos os sábados escutassem a leitura das palavras desses mesmos profetas. 28 Apesar de não encontrarem justa causa para o matar, pediram a Pilatos que o fizesse.
29 Depois de se terem cumprido assim todas as profecias acerca da sua morte, Jesus foi tirado da cruz e posto num túmulo.
30 Mas Deus ressuscitou-o da morte! 31 E foi visto muitas vezes, nos dias que se seguiram, pelos homens que o tinham acompanhado a Jerusalém desde a Galileia; homens que disso têm dado constante e público testemunho.
32 Nós, portanto, estamos aqui para vos anunciar a boa nova prometida por Deus aos nossos antepassados. 33 Deus cumpriu-a plenamente connosco, seus filhos, ao ressuscitar Jesus, tal como se referia no Salmo 2:
‘Tu és meu Filho; hoje tornei-me teu Pai.’[a]
34 Porque Deus prometeu ressuscitá-lo para nunca mais morrer. Isto é afirmado nas Escrituras que dizem: ‘Realizarei a vosso favor todas as promessas sagradas e maravilhosas que garanti a David.’[b] 35 E noutro Salmo explica mais pormenorizadamente, dizendo: ‘Não permitirás que o teu Santo conheça a corrupção.’[c]
36 Ora, isto não era uma referência a David, porque este, depois de ter servido a sua geração de acordo com a vontade de Deus, morreu e foi sepultado junto dos seus antepassados e o seu corpo conheceu a corrupção. 37 Tratava-se sim de alguém que Deus ressuscitou e cujo corpo não conheceu a corrupção.
38 Escutem, irmãos! Fiquem a saber que é graças a este Homem, Jesus, que vos anunciamos o perdão para os vossos pecados e a vossa justificação de tudo aquilo que a Lei de Moisés vos não podia justificar. 39 Todo aquele que nele crer será declarado como justo. 40 Tenham cuidado, não deixem que vos sejam aplicadas as palavras dos profetas, que disseram:
41 ‘Vocês que desprezam estas coisas,
pasmem e desapareçam.
Porque estou a realizar nos vossos dias uma obra tal
que nem acreditariam, ainda que vo-la contassem.’ ”[d]
42 Ao saírem da sinagoga naquele dia, as pessoas pediram-lhes que voltassem para lhes tornar a falar na semana seguinte. 43 Finda a reunião na sinagoga, muitos judeus e gentios piedosos, que adoravam na sinagoga, acompanharam Paulo e Barnabé pela cidade, enquanto estes os incitavam a perseverar na graça de Deus.
44 Na semana seguinte, quase toda a cidade foi ouvi-los pregar a palavra de Deus. 45 Mas quando os judeus viram tanta gente, encheram-se de inveja e puseram-se a dizer injúrias e a contradizer tudo o que Paulo afirmava.
46 Então, Paulo e Barnabé afirmaram corajosamente: “Era preciso que estas boas novas fossem primeiro anunciadas a vocês, judeus. Contudo, uma vez que as não querem receber e se mostram indignos da vida eterna, vamos anunciá-las aos gentios. 47 Foi isso que o Senhor nos ordenou, ao dizer:
‘Fiz de ti uma luz para as nações do mundo,
para levares a minha salvação
até aos recantos mais longínquos da Terra.’ ”[e]
48 Quando os gentios ouviram isto, ficaram felizes e deram glória à palavra do Senhor, e creram todos os que Deus destinou para a vida eterna. 49 Assim, a mensagem de Deus se espalhou por toda aquela região.
50 Então os judeus agitaram algumas mulheres religiosas, muito consideradas e autoridades da cidade, incitando o povo contra Paulo e Barnabé, acabando por expulsá-los da cidade. 51 Eles, porém, sacudiram a poeira dos seus pés, em protesto contra eles, e prosseguiram para Icónio. 52 Os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
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