Bible in 90 Days
38 Depois mandou fazer dez tinas de bronze e colocou-as sobre as bases. Eram quadradas, com 2 metros de lado, e tinham a capacidade para 900 litros de água. 39 Cinco destas tinas foram postas num dos lados do templo e as outras cinco no outro. O tanque ficava no canto sul, no lado direito. 40 Hurão fez também o resto dos utensílios necessários: bacias, pás e tinas. Por fim, Hurão terminou toda a obra para o templo do Senhor, que Salomão lhe encomendara.
Esta é a lista dos trabalhos feitos:
41 dois pilares;
um capitel para o cimo de cada pilar;
rosáceas para cobrir as bases dos capitéis de cada pilar;
42 quatrocentas romãs, em duas filas, no trabalho das rosáceas, para cobrir as bases dos dois capitéis;
43 dez bases para dez pias;
44 um grande tanque e doze bois para o suportar;
45 recipientes; pás; bacias.
Todos estes utensílios foram feitos por este hábil artífice, Hurão, para o rei Salomão, usando bronze polido. 46 Tudo foi feito em bronze fundido e preparado nas planícies do Jordão, num sítio entre Sucote e Zaretã. 47 Foram usadas grandes quantidades de bronze, cujo peso era tal, que Salomão nem sequer registou o seu valor.
48 No entanto, Salomão recomendou que todos os utensílios e o mobiliário da casa do Senhor fossem feitos de ouro puro. Isto incluía o altar, a mesa onde se encontrava exposto o pão da Presença de Deus; 49 o candelabro, com cinco luzes à direita e cinco à esquerda, em frente do lugar santíssimo, as decorações florais, as lâmpadas e os espevitadores; 50 as taças, os apagadores, as bacias, os perfumadores, os braseiros; tudo foi feito em ouro puro; também as dobradiças das portas do lugar santíssimo e as da entrada principal do templo. Todos estes objetos eram feitos de ouro puro.
51 Quando o templo acabou de ser construído, Salomão colocou no tesouro do templo a prata, o ouro e todos os recipientes consagrados por seu pai, David.
A transferência da arca para o templo
(2 Cr 5.2–6.2)
8 Então Salomão convocou uma grande assembleia, em Jerusalém, de todos os anciãos de Israel, os cabeças de tribos e de clãs, a fim fazerem subir a arca da aliança do Senhor da Cidade de David, que é Sião. 2 Esta celebração ocorreu por ocasião da festa dos tabernáculos, no mês de Etanim[a], que é o sétimo mês.
3-4 Durante estas festividades, os sacerdotes levitas transportaram a arca, juntamente com a tenda do encontro, assim como os recipientes sagrados que ali tinham estado. 5 O rei Salomão e todo o povo juntaram-se em frente da arca e ofereceram um número incontável de cordeiros e bois em sacrifício.
6 Os sacerdotes pegaram na arca da aliança do Senhor e levaram-na para o interior do templo, para o lugar santíssimo, colocando-a sob as asas dos querubins. 7 Estes tinham sido construídos de forma que as asas se abriam sobre o lugar em que a arca se encontrava; assim, as asas faziam sombra sobre a arca e sobre as varas para a transportar. 8 Estas eram tão compridas que ultrapassavam os querubins e podiam ser vistas da sala anterior, embora não se vissem do pátio exterior; ali ficaram até ao dia de hoje. 9 Na arca estavam somente as duas placas de pedra que Moisés ali colocara, recebidas no monte Horebe, quando o Senhor fez uma aliança com o povo de Israel, no tempo em que deixaram o Egito.
10 Quando os sacerdotes saíram do santuário interior uma nuvem encheu o templo. 11 Os sacerdotes não puderam cumprir o seu serviço, porque a glória do Senhor enchia o santuário.
Discurso de Salomão na consagração do templo
(2 Cr 6.3-11)
12 Salomão dirigiu a Deus, nessa ocasião, a seguinte oração:
“O Senhor disse que habitaria na densa escuridão; 13 mas eu fiz um templo, ó Senhor, para aí manteres para sempre a tua presença!”
14 O rei virou-se seguidamente para o povo, que se levantou para receber a sua bênção:
15 “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, o Deus que falou pessoalmente ao meu pai, David, e cumpriu as promessas que lhe fez. Disse-lhe com efeito: 16 ‘Nunca antes, desde que tirei o meu povo Israel do Egito, tinha escolhido um local em Israel para aí construir o meu templo, um lugar onde o meu nome fosse glorificado. No entanto, nomeei um homem para que fosse o líder do meu povo. Este foi o meu pai David.’
17 Ele quis construir um templo para o nome do Senhor, o Deus de Israel. 18 Contudo, o Senhor disse-lhe: ‘Tiveste a feliz ideia de me construir um templo, para a habitação do meu nome. 19 Mas não serás tu a construí-lo; será o filho que te há de nascer quem edificará um templo ao meu nome!’
20 O Senhor fez como prometera; eu tornei-me rei, sucedendo a meu pai, e construí este templo, tal como o Senhor disse, para o nome do Senhor, o Deus de Israel. 21 Preparei um lugar no templo para a arca que contém o documento da aliança que o Senhor fez com os nossos antepassados, quando os tirou da terra do Egito.”
A oração de Salomão
(2 Cr 6.12-42)
22 Seguidamente, sempre na presença de todo o povo, Salomão pôs-se diante do altar do Senhor com as mãos estendidas para os céus. 23 E disse:
“Ó Senhor, Deus de Israel, não há outro Deus como tu no céu ou na Terra! Tu és misericordioso e bom, e guardas a aliança e o teu amor para com todos os que te obedecem de coração e estão desejosos de fazer a tua vontade. 24 Cumpriste as promessas que fizeste ao teu servo David, meu pai, como hoje se vê.
25 E agora, ó Senhor, Deus de Israel, cumpre igualmente o resto da promessa que lhe fizeste, que sempre haveria um herdeiro no trono de Israel, se os seus descendentes andassem com fidelidade diante da tua face, como ele fez. 26 Sim, ó Deus de Israel, cumpre esta promessa feita ao teu servo David, meu pai.
27 Será realmente possível que Deus viva na Terra? Os céus dos céus não podem conter-te! Como seria isso possível neste templo que acabo de construir? 28 Ainda assim, ó Senhor, meu Deus, ouve e responde ao meu pedido neste dia. 29 Peço-te que de noite e de dia veles sobre este templo, este lugar onde disseste que haverias de pôr o teu nome. Ouve e responde às orações que eu te fizer, quando me voltar para este lugar. 30 Ouve qualquer súplica que o povo de Israel te dirigir, sempre que se virar para este lugar para orar. Sim, ouve desde os céus onde vives e, quando ouvires, perdoa.
31 Se alguém for acusado de pecar contra alguém, e se puser aqui diante do teu altar jurando que não o fez, 32 ouve desde os céus e exerce a tua justiça; condena o culpado, fazendo recair sobre ele o castigo pelo mal que praticou, e faz justiça ao inocente, recompensando-o devidamente.
33 Se o teu povo for derrotado pelos teus inimigos, por ter pecado contra ti, mas depois se arrepender e confessar que és o seu Deus, orando a ti neste templo, 34 ouve-o do céu, perdoa-lhe o seu pecado e trá-lo de novo a esta terra que lhe deste e aos seus antepassados.
35 Quando os céus se fecharem e não houver mais chuva, por causa dos nossos pecados, se orarmos neste lugar, confessando que és o nosso Deus, e nos arrependermos dos nossos pecados, depois de nos teres castigado, 36 então ouve do céu e perdoa os pecados do teu povo; ensina-lhe o que é reto e manda chuva sobre esta terra que deste ao teu povo como herança.
37 Se houver fome provocada por doenças nas plantas, por pragas de insetos ou outros bichos nocivos, se os inimigos de Israel atacarem as suas cidades, se o povo for ferido por alguma praga ou epidemia, ou por outra coisa qualquer, 38 ouve a oração e a súplica de cada um, ou do teu povo de Israel, que arrependido levanta as mãos em oração voltado para esta casa. 39 Ouve desde o céu, onde vives, e perdoa; trata cada um conforme as suas ações, pois conheces o coração de todos os homens. 40 Desta maneira, aprenderão a temer-te sempre, enquanto viverem nesta terra que deste aos seus antepassados.
41 Quando estrangeiros ouvirem falar do teu grande nome e vierem de terras distantes para te adorar, 42 atraídos pelo prestígio glorioso do teu nome e pela grandeza do teu forte braço, se orarem voltados para este templo, 43 escuta-os, desde o céu onde estás, e responde ao que pedirem. Então todos os povos da Terra se darão conta da grandeza do nosso Deus e o adorarão, como faz o povo de Israel; também eles saberão que este templo que mandei construir é o teu templo.
44 Se o teu povo sair, para onde quer que tu os envies à guerra, para combater os seus inimigos, e orar ao Senhor voltando-se para esta cidade que tu escolheste e para este templo que edifiquei ao teu nome, 45 ouve as suas orações desde o céu e dá-lhe a vitória.
46 Se pecarem contra ti, e não há ser humano que não peque, e te indignares contra eles, se permitires que os seus inimigos os derrotem e os levem cativos para países estrangeiros, longe ou perto, 47 e se nessa terra de exílio se converterem a ti e se virarem para esta terra que deste aos seus antepassados, para esta cidade de Jerusalém e para este teu templo que mandei construir e disserem: ‘Pecámos, procedemos perversamente e praticámos o mal’, 48 e se ali orarem e te rogarem perdão com toda a sua alma, voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para a casa que edifiquei ao teu nome, 49 ouve as suas orações e rogos desde os céus em que vives e vem em seu auxílio. 50 Perdoa ao teu povo todas as suas maldades e torna os seus opressores misericordiosos para com eles. 51 Pois são o teu povo, são a tua possessão que resgataste da fornalha de ferro do Egito.
52 Que os teus olhos estejam atentos e os teus ouvidos abertos aos seus clamores. Escuta e responde quando te invocarem, 53 pois quando tiraste os nossos antepassados do Egito, ó Senhor Deus, disseste ao teu servo Moisés que escolheras Israel, de entre todas as nações da Terra, para ser o teu povo eleito.”
54 Salomão tinha-se mantido de joelhos e com as mãos estendidas para o céu. Ao terminar esta oração, levantou-se de diante do altar do Senhor 55 e, em voz bem alta, proferiu esta bênção sobre o povo de Israel:
56 “Bendito seja o Senhor que cumpriu a sua promessa de dar repouso ao povo de Israel. Não falhou nem uma palavra de todas as maravilhosas promessas transmitidas através do seu servo Moisés. 57 Que o Senhor, nosso Deus, seja connosco tal como foi com os nossos antepassados! Que nunca nos desampare! 58 Que nos dê vontade de cumprir toda a sua vontade e obedecer a todos os seus mandamentos e a todas as instruções que deu aos nossos antepassados! 59 Que as palavras da minha oração estejam presentes diante do Senhor, nosso Deus, dia e noite, para que possa amparar-me, assim como a todo o Israel, de acordo com as nossas necessidades diárias! 60 Que toda a gente em todo o mundo fique sabendo que o Senhor é Deus e que não há outro! 61 Ó meu povo, que possas viver com um coração reto diante do Senhor, nosso Deus, e obedecer às suas leis e mandamentos, tal como hoje está a acontecer!”
A consagração do templo
(2 Cr 7.4-10)
62-63 Então o rei e todo o povo consagraram o templo, sacrificando ofertas de paz ao Senhor. A contribuição de Salomão para o Senhor foi de 22 000 bois e de 120 000 ovelhas.
64 Salomão consagrou o pátio interior do templo, para uso naquele dia, como local de sacrifício para os holocaustos das ofertas de cereais e da porção de gordura das ofertas de paz, porque estes eram tantos que se tornava incomportável sacrificar no altar de bronze.
65 Naquele momento, Salomão celebrou com todo o Israel a festa dos tabernáculos, durante 14 dias; mais 7 dias para além dos primeiros 7. E reuniu-se ali uma grande multidão, perante o Senhor, nosso Deus. Vinham desde Hamate, numa das extremidades do país, até ao ribeiro do Egito, no lado oposto. 66 No oitavo dia Salomão despediu o povo que regressou a casa feliz por toda a bondade que o Senhor tinha demonstrado para com o seu servo David e com o seu povo de Israel. E a população abençoou o rei.
O Senhor fala de novo a Salomão
(2 Cr 7.11-22)
9 Quando Salomão terminou a construção do templo do Senhor, do palácio real e de tudo quanto se propusera fazer, 2 o Senhor apareceu-lhe uma segunda vez, a primeira tinha sido em Gibeão, 3 e disse-lhe:
“Ouvi a tua oração. Santifiquei este templo que construíste e nele coloquei o meu nome para sempre. Vigiarei sobre ele e o meu coração ali estará constantemente. 4 Quanto a ti mesmo, se andares perante mim como o teu pai David, em honestidade e integridade de coração, se respeitares os meus mandamentos e guardares a minha palavra como te ordenei, 5 farei com que os teus descendentes sejam reis de Israel para sempre, tal como prometi a David, teu pai, quando lhe disse: ‘Não te faltará descendente para reinar sobre o trono de Israel.’
6 Contudo, se tu ou os teus filhos se afastarem de mim, se deixarem de seguir as leis e mandamentos que vos dei, para servirem e adorarem outros deuses, 7 então arrancarei o povo de Israel da sua terra, da terra que lhes dei. Tirá-lo-ei deste templo, que santifiquei por causa do meu nome, e afastá-lo-ei da minha vista. Israel tornar-se-á motivo de desprezo e de escárnio para todas as nações, uma desgraça que toda a gente receia que venha a acontecer-lhes. 8 Este templo ficará num montão de ruínas e qualquer pessoa que por aqui passar ficará espantada e abanará a cabeça dizendo: ‘Porque é que o Senhor fez tais coisas a esta terra e a este templo?’ 9 E a resposta será: ‘Porque este povo abandonou o Senhor, seu Deus, que tirou da terra do Egito os seus antepassados, e agora adora outros deuses. Foi por essa razão que o Senhor trouxe sobre ele este grande mal.’ ”
Outros feitos de Salomão
(2 Cr 8.1-18)
10 Tinham-se passado 20 anos desde que Salomão se tornara rei e os seus grandes projetos de construção, como o templo e o palácio real, estavam concretizados. 11 O soberano deu vinte cidades da Galileia ao rei Hirão de Tiro em pagamento de toda a madeira de cedro e de faia e de todo o ouro que este lhe tinha fornecido para as referidas construções. 12 Hirão deslocou-se desde Tiro para visitar as cidades e não ficou nada contente com elas. 13 “Que negócio é este, meu irmão?”, perguntou ele. “Estas povoações não passam de montes de areia seca!” Por isso, ainda hoje são conhecidas por Terra de Cabul (sem valor). 14 É que Hirão tinha enviado a Salomão 4000 quilos de ouro.
15 Salomão tinha imposto o trabalho obrigatório para construir o templo, o seu palácio, a fortaleza de Milo, a muralha de Jerusalém e as cidades de Hazor, Megido e Gezer. 16 Esta última, a cidade de Gezer, tinha sido conquistada e incendiada pelo rei do Egito que matou toda a sua população de cananeus; mais tarde deu-a em dote à sua filha, quando ela se casou com Salomão. 17 Assim, Salomão reconstruiu Gezer, ao mesmo tempo que povoações como Bete-Horom de Baixo, 18 Baalate e Tadmor, a cidade do deserto. 19 Construiu igualmente povoações para depósito de abastecimentos e outras onde os seus carros de combate e os cavalos eram guardados. Construiu tudo quanto desejou em Jerusalém, no Líbano e por todo o seu reino.
20 O povo recrutado para tributo de trabalho obrigatório foi o que sobreviveu dos países conquistados: amorreus, hititas, perizeus, heveus e jebuseus, gente que não era do povo de Israel. 21 Porque o povo de Israel não tinha sido capaz de os expulsar completamente, quando da conquista da terra de Israel, e por isso se mantem ainda hoje a prática de obrigar o tributo de trabalho obrigatório. 22 Salomão não recrutou nenhum israelita para esta obra; estes foram chamados como soldados, oficiais do exército, comandantes de companhias de carros de combate e de cavalaria. 23 Além disso, havia 550 homens de Israel com a função de fiscais dos trabalhos.
24 O soberano fez a filha do Faraó mudar os seus aposentos da Cidade de David, o sector antigo de Jerusalém, para o novo palácio que lhe construíra. Depois mandou construir a fortaleza de Milo.
25 Após a conclusão do templo, Salomão oferecia holocaustos e ofertas de paz três vezes por ano no altar que construíra. Também queimava incenso sobre ele.
26 O soberano tinha também um estaleiro naval em Eziom-Geber, perto de Elote, no mar Vermelho na terra de Edom, onde mandou construir uma armada de navios. 27 O rei Hirão forneceu marinheiros experimentados para acompanharem as tripulações de Salomão. 28 Estas fizeram viagens a Ofir, trazendo 14 toneladas de ouro para o rei Salomão.
A visita da rainha de Sabá
(2 Cr 9.1-12)
10 Ouvindo a rainha de Sabá toda a fama de Salomão e como o Senhor lhe tinha dado tantas qualidades, resolveu vir apresentar-lhe pessoalmente algumas questões bastante complexas para ver a resposta que daria. 2 Chegou a Jerusalém com uma grande comitiva e muitos camelos carregados de especiarias, ouro e joias, e colocou-lhe as questões que entendeu. 3 Salomão a tudo respondeu; nada se revelou demasiado difícil para ele; deu-lhe sempre a resposta exata. 4 Ela depressa se deu conta de que tudo o que lhe tinham dito, quanto à sua grande sabedoria, era verdadeiro. Pôde igualmente constatar a beleza do seu palácio. 5 Quando viu os ricos pratos que vinham à mesa, o grande número de criados a servir nos seus belos uniformes, os copeiros e os inúmeros holocaustos que oferecia pelo fogo ao Senhor, ficou como que fora de si, de espanto!
6 A rainha disse a Salomão: “O que ouvi no meu país, acerca da tua sabedoria e das belíssimas coisas que aqui há, é tudo verdade. 7 Antes de chegar não podia acreditar, mas agora, eu própria pude verificar tudo isso com os meus próprios olhos. O que me tinham contado não correspondia sequer a metade da realidade! A tua sabedoria e a tua riqueza são, de longe, maiores do que aquilo que tinha ouvido! 8 O teu povo é feliz, o pessoal do teu palácio está satisfeito, e não podia ser de outra forma, se vivem constantemente a ouvir a tua sabedoria! 9 Bendito seja o Senhor, o teu Deus, que te escolheu e te colocou sobre o trono de Israel. O amor do Senhor por Israel é eterno, por isso, lhe deu um rei como tu! E tu ofereces ao teu povo uma governação justa e boa!”
10 Depois deu ao rei um presente de 4000 quilos de ouro e uma enorme quantidade de especiarias e de pedras preciosas. Nunca se viu em Israel tantas e tais especiarias como as que ofereceu a rainha de Sabá a Salomão.
11 Quando os navios do rei Hirão trouxeram a Salomão ouro de Ofir, também carregaram um grande fornecimento de pedras preciosas e madeira de sândalo. 12 A madeira, usou-a o rei para a casa do Senhor e para o palácio real, e para fabricar instrumentos, como harpas e liras para acompanharem os cantores. Nunca antes nem depois se viu tanta quantidade desta bela madeira.
13 Em troca dos presentes recebidos, o rei Salomão ofereceu à rainha de Sabá tudo o que ela lhe pediu, além dos presentes que já tinha planeado ofertar-lhe. Depois disso, regressou à sua terra com o seu séquito e aqueles que a serviam.
O esplendor de Salomão
(2 Cr 1.14-17; 9.13-28)
14 Todos os anos Salomão recebia 23 toneladas de ouro. 15 Além disso, recebia as taxas e os benefícios dos negócios que fazia com reis da Arábia e com outros territórios daquela região.
16 Salomão mandou fazer, com parte desse ouro, 200 peças de armadura, pesando cada uma 7 quilos. 17 E ainda 300 escudos, tendo mandado pesar para cada um aproximadamente 3,5 quilos de ouro. Conservou-os no Salão da Floresta do Líbano.
18 Também mandou construir um enorme trono de marfim e revesti-lo de ouro puro. 19 Tinha seis degraus e um espaldar com descansos para os braços e um leão de cada lado. 20 Nos degraus havia igualmente dois leões, de cada lado, ao todo doze. Não havia no mundo outro trono tão deslumbrante como aquele.
21 Todas as taças que o rei Salomão usava eram de ouro puro e no Salão da Floresta do Líbano todo o serviço de jantar era feito em ouro. Não se usava prata, porque nesse tempo não tinha muito valor.
22 A frota comercial do rei Salomão e do rei Hirão trazia, de três em três anos, um grande fornecimento de ouro, prata e marfim, e também de macacos e pavões, que chegava aos portos de Israel.
23 Desta forma, o rei Salomão era o mais rico e o mais sábio de todos os reis da Terra. 24 Pessoas de várias terras vinham visitá-lo e ouvir da sua boca a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. 25 Traziam-lhe igualmente, todos os anos, presentes em prata e ouro, armas, rico vestuário, especiarias, cavalos e mulas.
26 Organizou uma enorme força militar com 1400 carros de combate e recrutou 12 000 cavaleiros, para formarem uma guarda de proteção às cidades onde ficaram depositados os carros, ainda que alguns tivessem ficado em Jerusalém, sob o controlo direto do rei. 27 Naqueles dias, o rei tornou a prata tão abundante como as pedras em Jerusalém; o cedro também não tinha muito mais valor do que a madeira de uma simples figueira brava de planície. 28 Salomão enviou ao Egito especialistas no comércio de cavalos para comprarem manadas inteiras a preços especiais. 29 Por esse tempo, os carros egípcios eram vendidos por 7 quilos de prata e os cavalos por cerca de 1,7 quilos de prata, e entregues em Jerusalém. Muitos eram posteriormente vendidos a reis hititas e arameus.
As mulheres de Salomão
11 O rei Salomão casou com muitas mulheres estrangeiras, além da princesa egípcia. Muitas delas vieram de nações onde se adoravam ídolos: Moabe, Amon, Edom, Sídon e dos hititas. 2 O Senhor tinha dado instruções expressas ao seu povo para que não casasse com pessoas dessas nações, porque as mulheres com quem casassem haveriam de levá-los adorar os seus deuses. Apesar disso, Salomão deixou-se levar pelo amor a essas mulheres. 3 Teve setecentas mulheres de sangue real e trezentas concubinas. Elas foram, sem dúvida, responsáveis por ter desviado o seu coração do Senhor. 4 Especialmente já no tempo da sua velhice, levando-o a adorar os seus deuses em vez de confiar inteiramente no Senhor, seu Deus, como fizera o seu pai David. 5 Salomão prestou culto a Astarote, deusa dos sidónios, e a Milcom, o abominável deus dos amonitas.
6 Dessa forma, Salomão fez o que era mau aos olhos do Senhor, recusando-se a seguir o Senhor, ao contrário do seu pai David. 7 Chegou mesmo a construir um santuário pagão no monte das Oliveiras, do outro lado do vale em frente a Jerusalém, dedicado a Quemós, o abominável deus de Moabe, e um outro a Moloque, o igualmente abominável deus dos amonitas. 8 Salomão construiu templos para que as suas mulheres estrangeiras oferecessem incenso e sacrifícios aos seus deuses.
9 O Senhor irou-se muito contra Salomão, pois o rei deixou de se interessar pelo Senhor, Deus de Israel. Tinha-lhe aparecido duas vezes 10 para o avisar especificamente contra o perigo de prestar culto a outros deuses e ele fechou os seus ouvidos. 11 Por isso, o Senhor lhe disse: “Visto que não guardaste a minha aliança e não obedeceste às minhas leis, tirarei de ti o reino e da tua família e dá-lo-ei ao teu servo. 12 Contudo, por amor do teu pai David não o farei enquanto viveres. O reino será tirado ao teu filho. 13 Mesmo assim permitirei que seja rei de uma tribo, por amor de David e de Jerusalém, a minha cidade escolhida.”
Os adversários de Salomão
14 Foi assim que o Senhor permitiu a ascensão de Hadade, o edomita. Salomão tornou-se apreensivo, porque Hadade era membro da família real de Edom. 15 Anos antes, quando David tinha estado em Edom com Joabe, para tratarem do enterro de alguns soldados israelitas mortos em combate, o exército israelita matou quase todos os homens do país. 16 Levou seis meses, mas finalmente conseguiu matá-los a todos. 17 A única exceção foi Hadade e alguns membros da corte que o levaram para o Egito, pois era uma criança nessa altura. 18 Conseguiram escapar-se de Midiã e foram a Parã, onde outros se juntaram e os acompanharam até ao Egito, onde o Faraó lhes deu casa e alimentação.
19 Hadade tornou-se um dos amigos mais íntimos do Faraó e este deu-lhe por mulher a irmã da rainha Tafnes. 20 Teve dela um filho, Genubate, que cresceu no palácio do Faraó com os seus próprios filhos.
21 Quando Hadade, estando no Egito, ouviu que David e Joabe tinham ambos morrido, pediu ao Faraó licença para voltar para Edom. 22 “Porquê?”, perguntou-lhe o Faraó. “O que é que te falta aqui? Em que é que te desapontámos?” Ao que lhe respondeu: “Tudo me tem corrido maravilhosamente, mas mesmo assim preferia voltar para a minha terra.”
23 Outro dos inimigos de Salomão, que Deus permitiu que crescesse em poderio, foi Rezom, filho de Eliada, um dos membros da corte do rei Hadadezer de Zobá. 24 Depois de David ter derrotado o exército de Zobá, Rezom reuniu alguns homens e tornou-se chefe um bando de revoltosos. Rezom e os seus homens foram viver para Damasco e ali o proclamaram rei. 25 Rezom tornou-se rei de Aram e foi adversário de Israel, durante toda a vida de Salomão. Tal como Hadade, causou-lhes muitos danos, pois odiavam a Israel intensamente.
Jeroboão rebela-se contra Salomão
26 Outro chefe rebelde foi Jeroboão, o filho de Nebate, servo de Salomão, que veio da cidade de Zereda em Efraim; a sua mãe era Zeruá, uma viúva.
27 Esta é a história da sua rebelião. Salomão estava a reconstruir a fortaleza de Milo, a fazer reparações na muralha desta cidade que o seu pai tinha mandado edificar. 28 Jeroboão era muito hábil; quando Salomão constatou as suas aptidões, colocou-o como supervisor de todas as equipas de trabalho das tribos de José.
29 Um dia em que Jeroboão saía de Jerusalém, o profeta Aías de Silo, que tinha vestido uma roupa nova para essa ocasião, veio ao seu encontro e chamou-o à parte para conversar com ele. 30 Quando os dois se afastaram, já no campo, Aías rasgou o seu fato novo em doze partes. 31 E disse a Jeroboão: “Pega em dez destes bocados, pois assim diz o Senhor, Deus de Israel: ‘Rasgarei o reino, tirando-o da mão de Salomão e dar-te-ei dez tribos! 32 Contudo, deixar-lhe-ei uma tribo, por amor do meu servo David e de Jerusalém, que escolhi de entre todas as povoações de Israel. 33 Porque Salomão me virou as costas e presta culto a Astarote, a deusa dos sidónios, a Quemós, o deus de Moabe, e a Milcom, o deus dos amonitas. Não seguiu os meus caminhos nem exerceu a justiça; não guardou as minhas leis e instruções como David seu pai.
34 No entanto, não lhe tirarei agora o reino, por amor do meu servo David, meu escolhido, que obedeceu aos meus mandamentos; deixarei que Salomão reine durante o resto da sua vida. 35 Será das mãos do seu filho que tirarei o reino e a ti darei dez tribos. 36 Ele ficará com a restante, para que os descendentes de David continuem a reinar em Jerusalém, a cidade que escolhi para que o meu nome seja honrado. 37 Colocar-te-ei sobre o trono de Israel e dar-te-ei poder absoluto. 38 Se prestares ouvidos às minhas palavras, andares nos meus caminhos e fizeres o que eu considero justo, obedecendo aos meus mandamentos, como fez o meu servo David, então abençoar-te-ei, e os teus descendentes terão um reinado firme para sempre. Fiz esta mesma promessa a David. 39 Por causa do pecado de Salomão castigarei os descendentes de David, embora não para sempre.’ ”
40 Salomão ainda tentou matar Jeroboão, mas este fugiu para junto do rei Sisaque do Egito e ali ficou até à morte do soberano.
A morte de Salomão
(2 Cr 9.29-31)
41 Quanto ao resto dos feitos de Salomão, o que fez e o que disse, está escrito no Livro das Crónicas de Salomão. 42 Salomão reinou em Jerusalém, sobre todo o Israel, durante 40 anos. 43 Depois morreu e foi enterrado na Cidade de David. O seu filho Roboão reinou em seu lugar.
Israel revolta-se contra Roboão
(2 Cr 10.1-19)
12 Todos os chefes de Israel vieram à coroação de Roboão a Siquem. 2 Entretanto, uns amigos de Jeroboão, filho de Nebate, mandaram dizer-lhe que Salomão morrera. Ele encontrava-se no Egito por essa altura; tinha ido para lá para fugir ao rei Salomão. 3 Por isso, regressou e esteve presente na coroação. Apresentou então, em nome do povo, uma petição a Roboão: 4 “O teu pai foi um duro governante. Se te tornares mais brando, servir-te-emos!”
5 “Deem-me três dias para pensar nesse assunto”, respondeu Roboão. “Voltem depois para saber a resposta.” E o povo foi-se embora.
6 Roboão foi discutir o assunto com os velhos conselheiros do seu pai Salomão: “O que pensam que devo fazer? O que é que lhes digo?”
7 “Se lhes deres uma resposta favorável e concordares em ser bom e servi-los com bondade, poderás vir a ser o seu rei para sempre.”
8 Roboão recusou o conselho desses anciãos e mandou chamar os moços que tinham crescido com ele: 9 “Amigos, que acham que devo fazer? Serei mais bondoso com eles do que foi o meu pai?”
10 “Não!” responderam. “Diz-lhes assim: ‘Se pensam que o meu pai foi duro convosco, esperem um pouco e verão como eu serei! O meu dedo mindinho será mais grosso do que a cintura do meu pai! 11 O meu jugo será mais duro e não mais brando! O meu pai castigou-vos com açoites; eu usarei um chicote de pontas de ferro!’ ”
12 Jeroboão e o povo que estava com ele voltaram ao fim dos três dias para conhecer a decisão do rei Roboão. 13 O rei falou-lhes duramente, pois recusara o conselho dos anciãos. 14 Seguiu o conselho dos mais novos: “O meu pai deu-vos pesados fardos, dizem vocês; pois o meu será ainda mais pesado! O meu pai castigou-vos com açoites; eu castigar-vos-ei com chicote de pontas de ferro!” 15 Desta forma, o rei recusou o pedido do povo. O Senhor fez com que assim fosse, para que se cumprissem as predições feitas por Aías, o silonita, a Jeroboão.
16 O povo deu-se conta de que o rei não tinha a intenção de ouvir o seu pedido. “Que temos nós a ver com David e a sua dinastia?”, gritaram furiosamente. “Arranjaremos outra pessoa para ser o nosso rei. Que Roboão governe a sua própria tribo de Judá! Nós vamos para a nossa terra!” E todos foram embora. 17 Quanto aos israelitas que moravam nas cidades de Judá, Roboão continuou como seu rei.
18 Quando o rei enviou Adonirão, que era administrador do serviço obrigatório, para fazer o alistamento dos homens das outras tribos, levantou-se um grande motim e apedrejaram-no até à morte. O rei Roboão conseguiu escapar num carro e fugiu para Jerusalém. 19 Israel tem estado em rebelião contra a dinastia de David desde esse tempo.
Jeroboão I rei de Israel
(2 Cr 11.1-4)
20 Quando o povo de Israel soube do regresso de Jeroboão do Egito, pediram-lhe que se apresentasse perante o povo numa grande reunião e declararam-no rei de Israel. Apenas a tribo de Judá se manteve sob a liderança dum descendente da família de David.
21 Ao chegar a Jerusalém, Roboão convocou o exército; todos os homens aptos para a guerra de Judá e Benjamim: 180 000 tropas especiais para obrigar o resto de Israel a reconhecê-lo como rei. 22 Contudo, Deus enviou a seguinte mensagem ao profeta Semaías, homem de Deus: 23 “Diz a Roboão, o filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o povo de Judá e Benjamim, e ao restante povo, que não devem combater contra os seus irmãos israelitas. 24 Diz-lhes que se desmobilizem e voltem para suas casas, porque o que aconteceu a Roboão correspondeu à minha vontade.” Então o exército desfez-se, tal como o Senhor mandara.
Os bezerros de ouro em Betel e Dan
25 Jeroboão construiu depois a cidade de Siquem, na região das colinas de Efraim, que ficou a ser a sua capital. Mais tarde, construiu Penuel. 26 Jeroboão pensou o seguinte: “Se não tiver cuidado, o povo pode requerer um descendente de David como rei. 27 Quando forem a Jerusalém oferecer sacrifícios no templo do Senhor, deixar-se-ão aliciar pelo rei Roboão; depois matar-me-ão e pedirão que ele se torne seu rei.”
28 Seguindo a opinião dos seus conselheiros, o rei fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: “Não precisam mais de se darem ao trabalho de irem a Jerusalém para adorar. Ó Israel, aqui tens os teus deuses que te fizeram sair do Egito!” 29 Um desses bezerros foi colocado em Betel e o outro em Dan. 30 Este foi um grande pecado, porque o povo começou efetivamente a adorá-los.
31 Mandou igualmente construir santuários pagãos sobre colinas e ordenou sacerdotes de gente menos qualificada do povo, sem ter o cuidado de que fossem da tribo sacerdotal de Levi. 32 Jeroboão anunciou também que a festa anual dos tabernáculos se realizaria em Betel, no dia 15 do oitavo mês[b], uma data inteiramente da sua escolha, semelhante à que se realizava em Judá. Ele próprio ofereceu sacrifícios aos bezerros e colocou ali em Betel os sacerdotes que serviam nos santuários pagãos que ele também construíra. 33 Naquele dia, Jeroboão foi a Betel celebrar a festa que tinha instituído para o povo de Israel e ofereceu um sacrifício no altar, queimando insenso.
O profeta de Deus de Judá
13 Quando Jeroboão se aproximava do santuário pagão em Betel para queimar incenso ao bezerro, o ídolo em ouro, um servo de Deus veio de Judá, por ordem do Senhor. 2 Dirigiu-se para este e, à ordem do Senhor, clamou em alta voz: “Ó altar, o Senhor manda dizer que uma criança chamada Josias nascerá da linhagem de David, o qual há de sacrificar sobre ti os sacerdotes dos santuários pagãos que aqui vêm queimar incenso! Ossos de seres humanos serão queimados sobre ti!” 3 Seguidamente, deu a seguinte prova de como a sua mensagem fora ditada pelo Senhor: “Este altar partir-se-á em dois e a cinza que nele está espalhar-se-á pelo chão.”
4 O rei ficou furioso por o homem de Deus ter dito semelhantes coisas e gritou para os guardas: “Prendam esse homem!”, dirigindo o punho fechado contra ele. Imediatamente o seu braço ficou paralisado, sem o poder recolher. 5 Ao mesmo tempo, apareceu uma larga fenda no altar e as cinzas derramaram-se, tal como o homem de Deus tinha dito que haveria de acontecer. Esta foi a prova de que o Senhor falara pela boca do profeta.
6 “Ó, peço-te que rogues ao Senhor, teu Deus”, gritou o rei para o homem de Deus, “que me faça recuperar o meu braço!” Então ele orou ao Senhor e o braço ficou normal.
7 O rei disse ao homem de Deus: “Vem comigo descansar e comer alguma coisa. Quero recompensar-te.”
8 No entanto, o homem de Deus respondeu-lhe: “Ainda que me desses metade do teu palácio, não entraria nele, nem sequer comeria ou beberia água nessa casa! 9 O Senhor deu-me ordens estritas para não comer nem beber o que quer que fosse, enquanto aqui me encontrar, e para não regressar a Judá pelo mesmo caminho.” 10 E assim foi embora por outra estrada.
11 Vivia em Betel um velho profeta e o seu filho foi contar-lhe o que o homem de Deus, de Judá fizera e o que dissera ao rei. 12 “Por que caminho foi ele?” E informaram-no.
13-14 “Depressa, selem o meu jumento.” E logo correu atrás do homem de Deus, tendo-o encontrado sentado debaixo dum carvalho: “És tu o servo de Deus que veio de Judá?” Respondeu-lhe: “Sim, sou eu.” E pediu-lhe: 15 “Vem a minha casa e come comigo.” 16 “Não posso. Não me é permitido comer nem beber seja o que for em Betel, nem sequer água. 17 Foram as ordens estritas que o Senhor me deu; mandou-me também que não regressasse pelo mesmo caminho.”
18 Contudo, o ancião insistiu: “Eu também sou profeta como tu e um anjo deu-me uma mensagem da parte do Senhor. Devo levar-te para minha casa e dar-te de comer e beber.” No entanto, o velho profeta estava a mentir. 19 Assim, os dois voltaram para trás e o profeta comeu algum alimento e bebeu água em casa do ancião.
20 Estavam eles à mesa, quando veio uma mensagem do Senhor ao profeta idoso. 21 Este exclamou para o homem de Deus de Judá: “O Senhor manda dizer que por teres desobedecido às ordens claras que te tinham sido dadas, 22 tendo vindo até aqui para comer e beber água, num lugar que te tinha sido proibido, o teu corpo morto não será enterrado no túmulo dos teus pais.”
23 Terminada a refeição, o ancião selou o jumento do profeta. 24 Este partiu, mas durante a viagem apareceu um leão que o matou. O seu corpo ficou ali estendido no caminho com o jumento e o leão ao lado. 25 Alguns homem que passaram por ali viram o corpo no meio da estrada com o leão ao lado e foram contá-lo em Betel, onde vivia o velho profeta.
26 Quando este ouviu o que acontecera, exclamou: “É o homem de Deus que desobedeceu à ordens do Senhor! O Senhor cumpriu a sua palavra, fazendo com que o leão o matasse.”
27 Depois disse aos seus filhos: “Selem o meu jumento!” Assim fizeram. 28 Ele foi e achou o corpo do profeta estendido no caminho com o leão ainda ali ao lado, sem que tivesse comido o corpo ou atacado o jumento. 29 O profeta colocou o corpo sobre o jumento e levou-o para a cidade para lhe fazer o funeral e enterrá-lo. 30 Colocou o corpo no seu próprio sepulcro e chorando dizia: “Ah! Meu irmão!”
31 Depois disse ao filho: “Quando morrer, enterrem-me no sepulcro em que está o homem de Deus. Ponham os meus ossos ao lado dos seus. 32 Pois o Senhor mandou que ele clamasse contra o altar de Betel e as suas maldições contra os santuários pagãos das cidades de Samaria certamente se cumprirão.”
33 Apesar dos avisos do profeta, Jeroboão não se converteu dos seus maus caminhos. Em vez disso, ordenou ainda mais sacerdotes, de entre o povo, para oferecerem sacrifícios aos ídolos nos santuários pagãos. Quem quisesse podia ser sacerdote. 34 Este foi um grande pecado e foi a causa da destruição do reino de Jeroboão e da morte de toda a sua família.
A profecia de Abias contra Jeroboão
14 Abias, filho de Jeroboão, ficou por essa altura muito doente. 2 Então o rei disse à sua mulher: “Disfarça-te, de forma a que ninguém te possa reconhecer como sendo a rainha, e vai ter com Aías, o profeta que está em Silo, o homem que me anunciou que me tornaria rei. 3 Leva-lhe um presente de dez pães e uma botija de mel e pergunta-lhe se o rapaz se restabelecerá.”
4 A sua mulher assim fez e foi até à casa de Aías em Silo. Este era agora um homem muito idoso e já não podia ver bem. 5 Mas o Senhor avisou-o de que a rainha viria, fazendo-se passar por outra pessoa, para lhe perguntar acerca da saúde do filho que estava muito doente. E o Senhor comunicou-lhe o que deveria dizer-lhe.
6 Quando Aías a ouviu chegar à porta, gritou de dentro: “Podes entrar, mulher de Jeroboão! Porque pretendes fazer-te passar por outra pessoa?” Depois disse-lhe: “Tenho más notícias para te dar. 7 Leva ao teu marido esta mensagem da parte do Senhor, o Deus de Israel: ‘Fiz-te ascender de entre gente comum ao lugar de rei de Israel. 8 Arranquei o reino à família de David e entreguei-o a ti; contudo não obedeceste aos meus mandamentos como fez o meu servo David. Os desejos do seu coração foram sempre obedecer-me e cumprir a minha vontade. 9 Mas tu, sozinho, fizeste mais mal do que todos os outros reis antes de ti; arranjaste ídolos e acendeste a minha ira com os teus bezerros de ouro. Visto que me viraste as costas, 10 trarei consternação sobre o teu lar e sobre todos em Israel. Varrerei a tua família como se varre o esterco. 11 Garanto-te que aqueles da tua família que morrerem na cidade serão comidos pelos cães; os que morrerem no campo serão comidos pelas aves.’ ”
12 Depois Aías disse à mulher de Jeroboão: “Vai para casa; quando tiveres entrado na cidade o menino morrerá. 13 Todo o Israel o lamentará e o sepultará, mas ele será o único membro da tua família que terá um fim sossegado. Porque este menino é a única coisa boa que o Senhor, Deus de Israel, vê em toda a família de Jeroboão.
14 O Senhor vai designar um novo rei de Israel, que acabará com a dinastia de Jeroboão. E há de ser já! 15 O Senhor sacudirá Israel como uma cana à beira duma torrente, que é abanada pela força das águas; arrancará o povo de Israel da boa terra dos seus pais e os espalhará para além do rio Eufrates, pois suscitaram a ira do Senhor adorando os seus postes ídolos de Achera. 16 Ele abandonará Israel porque Jeroboão pecou e fez pecar todo o Israel com ele.”
17 A mulher de Jeroboão regressou a Tirza e o menino faleceu no momento em que ela entrava na sua residência. 18 Sepultaram-no e houve lamentos por toda a terra, tal como o Senhor predissera através do profeta Aías.
19 O resto dos feitos de Jeroboão, as guerras que fez e outros acontecimentos do seu reino, está relatado no Livro das Crónicas dos Reis de Israel. 20 Jeroboão reinou 22 anos. Quando morreu, o seu filho Nadabe ocupou o trono.
Roboão rei de Judá
(2 Cr 12.9-16)
21 Entretanto, Roboão, o filho de Salomão, continuava a reinar em Judá. Tinha 41 anos de idade quando começou a reinar e esteve 17 anos no trono em Jerusalém, a cidade entre todas as cidades de Israel que o Senhor escolhera para habitar. A mãe de Roboão chamava-se Naamá e era amonita.
22 Durante o seu reinado o povo de Judá, à semelhança de Israel, fez o que era mau e acendeu a ira do Senhor por causa do seu pecado, pois foi pior do que os seus antepassados. 23 Construíram santuários pagãos e obeliscos, assim como estátuas e postes ídolos de Achera, sobre todas as colinas e debaixo de árvores verdes. 24 Espalhou-se a prostituição masculina pela terra e o povo de Judá tornou-se tão depravado como as nações pagãs que o Senhor tinha expulsado da terra para dar lugar ao seu povo.
25 No quinto ano do reinado de Roboão o rei Sisaque do Egito atacou Jerusalém. 26 Levou os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, assim como todos os escudos de ouro que Salomão mandara fazer. 27 O rei Roboão mandou fazer escudos de bronze para substituir os outros, e os guardas do palácio passaram a usá-los. 28 Sempre que o rei ia ao templo, os guardas formavam em parada, com os escudos, e depois punham-nos novamente na casa da guarda.
29 Os outros acontecimentos respeitantes ao reinado de Roboão estão escritos no Livro das Crónicas dos Reis de Judá. 30 Houve constantemente guerra entre Roboão e Jeroboão. 31 Quando Roboão faleceu foi enterrado junto dos seus antepassados em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Naamá e era amonita. O seu filho Abias tomou o seu lugar no trono.
Abias rei de Judá
(2 Cr 13.1-2; 13.22–14.1)
15 1-2 Abias começou o seu reinado de apenas 3 anos, como rei de Judá, em Jerusalém, 18 anos após o início do reinado de Jeroboão, filho de Nebate, rei de Israel. A mãe de Abias chamava-se Maacá e era filha de Absalão.
3 Pecou ainda mais do que o seu pai; o seu coração não foi reto para com o Senhor, seu Deus, como tinha sido o do rei David. 4 Apesar do pecado de Abias, o Senhor lembrou-se do amor que tinha por David e não fez terminar a sua linhagem real. 5 Porque David obedecera ao Senhor durante todo o tempo da sua vida, exceto naquele assunto de Urias, o hitita.
6 Durante o reinado de Roboão continuou a haver guerra entre ele e Jeroboão. 7 O resto da história deste reinado está relatado no Livro das Crónicas dos Reis de Judá. Abias e Jeroboão guerrearam entre si. 8 Quando morreu, Abias foi enterrado em Jerusalém e o seu filho Asa sucedeu-lhe no trono.
Asa rei de Judá
(2 Cr 14.2-3; 15.16–16.6, 11-14)
9 Asa tornou-se rei de Judá, em Jerusalém, 20 anos depois de Jeroboão ter começado a reinar sobre Israel. 10 Reinou 41 anos. A sua avó era Maacá, filha de Absalão.
11 Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, à semelhança do seu antepassado David. 12 Expulsou do país os que praticavam a prostituição e mandou retirar todos os ídolos que os seus antepassados mandaram fazer. 13 O rei Asa retirou à sua avó Maacá a distinção de rainha-mãe, por ter sido ela quem fizera o abominável ídolo de Achera; destruiu esse ídolo desprezível, despedaçou-o e queimou-o, deitando as cinzas no ribeiro de Cedron. 14 Contudo, não foram removidos os santuários pagãos sobre as colinas, apesar do coração de Asa se manter fiel ao Senhor todo o tempo da sua vida. 15 Tornou a trazer para o templo as taças e as bacias de prata e de ouro que o seu pai tinha consagrado ao Senhor.
16 Houve guerra permanente entre o rei Asa de Judá e o rei Bacha de Israel. 17 O rei Bacha de Israel declarou-lhe guerra e construiu a fortaleza de Ramá, a fim de poder controlar a estrada de acesso a Judá.
18 Asa juntou toda a prata e ouro que ficara no templo do Senhor e no palácio real e entregou tudo aos líderes do seu reino, para levarem a Damasco como presente ao rei de Aram, Ben-Hadade, filho de Tabrimom e neto de Hezion, com esta mensagem: 19 “Vamos renovar a aliança que existia entre o teu pai e o meu. Mando-te prata e ouro para te convencer a quebrares a aliança com Bacha, rei de Israel, para que me deixe tranquilo.”
20 Ben-Hadade aceitou a proposta de Asa e mobilizou o seu exército com o fim de atacar Israel. Destruiu Ijom, Dan, Abel-Bete-Maacá, toda a Quinerete e todas as povoações de Naftali. 21 Ouvindo o que acontecera, Bacha suspendeu os trabalhos que estava a fazer na fortaleza de Ramá e voltou para Tirza. 22 O rei Asa fez circular em Judá uma proclamação pedindo a todos os homens, sem exceção, que viessem ajudar a deitar abaixo as construções de pedra e madeira. Essas pedras e madeiras foram usadas para construir Geba, em Benjamim, e a cidade de Mizpá.
23 O resto dos feitos de Asa, as suas conquistas e feitos e os nomes das povoações que mandou construir, estão escritos no Livro das Crónicas dos Reis de Judá. Na sua velhice o rei começou a padecer dos pés. 24 Quando morreu foi sepultado no cemitério real na Cidade de David. O seu filho Jeosafá tornou-se o novo rei de Judá.
Nadabe rei de Israel
25 Entretanto, em Israel, Nadabe, filho de Jeroboão, tornara-se rei. Reinou durante 2 anos, começando a reinar no segundo ano do reinado de Asa, rei de Judá. 26 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor. À semelhança do seu pai, adorou muito ídolos e levou Israel a pecar.
27 Foi então que Bacha, filho de Aías da tribo de Issacar, conspirou contra Nadabe e o assassinou, quando com o exército de Israel estava a sitiar a cidade filisteia de Gibetom.
Bacha rei de Israel
28 Assim, Bacha substituiu Nadabe como rei de Israel, em Tirza, durante o terceiro ano do reinado de Asa, rei de Judá. 29 Imediatamente mandou matar todos os descendentes do rei Jeroboão, não tendo ninguém da família real ficado com vida, tal como o Senhor dissera que haveria de acontecer, quando falou por intermédio de Aías, o profeta de Silo. 30 Isto aconteceu porque Jeroboão acendeu a ira do Senhor, o Deus de Israel, pecando e levando o resto de Israel a pecar. 31 Outros acontecimentos do reinado de Nadabe estão registados no Livro das Crónicas dos Reis de Israel. 32 Houve sempre guerra entre o rei Asa de Judá e o rei Bacha de Israel.
33 No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Bacha, filho de Aías, tornou-se rei sobre Israel em Tirza, e reinou durante 24 anos. 34 Mas todo esse tempo fez o que era mau aos olhos do Senhor. Seguiu os maus caminhos de Jeroboão, levando Israel a pecar.
16 O profeta Jeú, filho de Hanani, entregou ao rei Bacha uma mensagem de condenação da parte do Senhor. 2 “Tirei-te do pó do chão”, dizia a mensagem, “para te constituir rei sobre o povo de Israel; mas tu preferiste andar nos maus caminhos de Jeroboão. Fizeste pecar o meu povo e acendeste a minha ira! 3 Por isso, destruir-te-ei e à tua família como fiz com os descendentes de Jeroboão, filho de Nebat. 4 Os teus familiares que morrerem na cidade serão comidos por cães, os que morrerem nos campos serão comidos pelas aves.”
5 O resto da biografia de Bacha, os seus atos e conquistas, está no Livro das Crónicas dos Reis de Israel. 6 Bacha morreu e foi sepultado na cidade de Tirza. Sucedeu-lhe no trono o seu filho Elá. 7 Quando o Senhor enviou a sua mensagem a Bacha e aos seus, por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani, fê-lo por duas razões: primeiro, por Bacha e os seus familiares terem feito o que desagradava ao Senhor e provocado a sua ira, como fizeram Jeroboão e a sua família; segundo, por Bacha ter massacrado toda a família de Jeroboão.
Elá rei de Israel
8 Elá, filho de Bacha, começou a reinar no vigésimo sexto ano do reinado do rei Asa de Judá, mas reinou em Tirza durante 2 anos.
9 O general Zimri, que tinha a seu cargo o comando de metade dos carros reais de combate, conspirou contra ele. Um dia, o rei Elá encontrava-se na casa de Arza, o superintendente do palácio em Tirza. 10 O rei estava já embriagado quando Zimri simplesmente entrou, o feriu e matou. Isto ocorreu no vigésimo sétimo ano do reinado de Asa, rei de Judá. Zimri proclamou-se a si mesmo o novo rei de Israel.
11 Imediatamente mandou matar toda a família real anterior, sem deixar com vida um só elemento masculino. 12 Eliminou mesmo os familiares mais afastados e os amigos do rei. Esta destruição dos descendentes de Bacha correspondia ao que o Senhor tinha predito por intermédio do profeta Jeú. 13 A tragédia ocorreu por causa dos pecados de Bacha e do seu filho Elá; porque foram eles que levaram Israel à idolatria e o Senhor, Deus de Israel, ficou muito irado com isso.
14 O resto da história do reinado de Elá está escrito no Livro das Crónicas dos Reis de Israel.
Zimri rei de Israel
15 No entanto, Zimri ficou no poder apenas sete dias. Quando as tropas de Israel, que estavam a atacar a cidade filisteia de Gibetom, 16 souberam que Zimri tinha assassinado o rei, decidiram eleger como rei o general Omri, comandante das forças militares. 17 Omri levou o exército, desde Gibetom, a atacar Tirza, a capital de Israel. 18 Ao ver a cidade tomada, Zimri foi para a fortaleza do palácio, incendiou-o e morreu entre as chamas. 19 Porque também ele tinha pecado, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, à semelhança de Jeroboão, prestando culto a ídolos e levando o povo a pecar.
20 O resto dos acontecimentos da vida de Zimri e a sua traição estão narrados no Livro das Crónicas dos Reis de Israel.
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