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Read the Bible from start to finish, from Genesis to Revelation.
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Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)
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Jeremias 4-6

Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, para mim voltarás; e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, e jurarás: Vive o Senhor, na verdade, no juízo e na justiça; e nele se bendirão as nações e nele se gloriarão. Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Lavrai para vós o campo de lavoura e não semeeis entre espinhos.

Circuncidai-vos para o Senhor e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que a minha indignação não venha a sair como fogo e arda de modo que não haja quem a apague, por causa da malícia das vossas obras.

A invasão estrangeira anunciada e descrita

Anunciai em Judá, e fazei ouvir em Jerusalém, e dizei: Tocai a trombeta na terra! Gritai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortes! Arvorai a bandeira para Sião, fugi para salvação vossa, não pareis; porque eu trago um mal do Norte, uma grande destruição. um leão subiu da sua ramada, e um destruidor das nações; ele já partiu e saiu do seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém habite nelas. Por isso, cingi-vos de panos de saco, lamentai e uivai; porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós. E sucederá, naquele tempo, diz o Senhor, que se desfará o coração do rei e o coração dos príncipes; e os sacerdotes pasmarão, e os profetas se maravilharão. 10 Então, disse eu: Ah! Senhor Jeová! Verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até à alma.

11 Naquele tempo, se dirá a este povo e a Jerusalém: Um vento seco das alturas do deserto veio ao caminho da filha do meu povo, não para padejar, nem para alimpar. 12 Um vento virá a mim, de grande veemência; agora, também eu pronunciarei juízos contra eles. 13 Eis que virá subindo como nuvens, e os seus carros, como a tormenta; os seus cavalos serão mais ligeiros do que as águias. Ai de nós, que somos assolados! 14 Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos?

15 Porque uma voz anuncia desde Dã e faz ouvir a calamidade desde o monte de Efraim. 16 Proclamai isto às nações, fazei-o ouvir contra Jerusalém: Vigias vêm de uma terra remota e levantarão a sua voz contra as cidades de Judá. 17 Como os guardas de um campo, eles a rodeiam; porquanto ela se rebelou contra mim, diz o Senhor. 18 O teu caminho e as tuas obras te trouxeram estas coisas; esta é a tua iniquidade, que, de tão amargosa, te chega até ao coração.

19 Ah! Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração! O meu coração ruge; não me posso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra. 20 Quebranto sobre quebranto se apregoa, porque já toda a terra está destruída; de repente, foram destruídas as minhas tendas, e as minhas cortinas num momento. 21 Até quando verei a bandeira e ouvirei a voz da trombeta? 22 Deveras o meu povo está louco, já me não conhece; são filhos néscios e não inteligentes; sábios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem. 23 Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz. 24 Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. 25 Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. 26 Vi também que a terra fértil era um deserto e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira.

27 Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada; de todo, porém, a não consumirei. 28 Por isso, lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão; porquanto assim o disse, assim o propus e não me arrependi nem me desviarei disso. 29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros fugiram todas as cidades; entraram pelas nuvens e subiram pelos penhascos; todas as cidades ficaram desamparadas, e ninguém habita nelas.

30 Agora, pois, que farás, ó assolada? Ainda que te vistas de carmesim, ainda que te adornes com enfeites de ouro, ainda que te pintes em volta dos teus olhos com o antimônio, debalde te farias bela; os amantes te desprezam e procuram tirar-te a vida. 31 Porquanto ouço uma voz como de mulher que está de parto, uma angústia como da que está com dores do primeiro filho; a voz da filha de Sião, ofegante, que estende as mãos, dizendo: Oh! Ai de mim agora! Porque a minha alma desmaia diante dos assassinos.

Dai voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças, a ver se achais alguém ou se há um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei. E ainda que digam: Vive o Senhor, decerto falsamente juram. Ah! Senhor, não atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar. Eu, porém, disse: Deveras, estes são uns pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus. Irei aos grandes e falarei com eles, porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes, de comum acordo, quebraram o jugo e romperam as ataduras. Por isso, um leão do bosque os feriu, um lobo dos desertos os assolará, um leopardo vigia contra as suas cidades; qualquer que sair delas será despedaçado; porque as suas transgressões se multiplicaram, multiplicaram-se as suas apostasias.

Como, vendo isso, te perdoaria? Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses; depois de os eu ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos; como cavalos bem fartos, levantam-se pela manhã, rinchando cada um à mulher do seu companheiro. Deixaria eu de castigar estas coisas, diz o Senhor, ou não se vingaria a minha alma de uma nação como esta?

10 Subi aos seus muros e destruí-os (não façais, porém, uma destruição final); tirai as suas ameias, porque não são do Senhor. 11 Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor. 12 Negam ao Senhor e dizem: Não é ele; e: Nenhum mal nos sobrevirá; não veremos espada nem fome. 13 E até os profetas se farão como vento, porque a palavra não está com eles; assim lhes sucederá a eles mesmos. 14 Portanto, assim diz o Senhor, o Deus dos Exércitos: Porquanto disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em fogo, e a este povo, em lenha, e eles serão consumidos. 15 Eis que trarei sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor, uma nação robusta, uma nação antiquíssima, uma nação cuja língua ignorarás; e não entenderás o que ela falar.

16 A sua aljava é como uma sepultura aberta; todos eles são valentes. 17 E comerão a tua sega e o teu pão, que haviam de comer teus filhos e tuas filhas; comerão as tuas ovelhas e as tuas vacas; comerão a tua vide e a tua figueira; as tuas cidades fortes, em que confiavas, abatê-las-ão à espada. 18 Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição final. 19 E sucederá que, quando disserem: Por que nos fez o Senhor, nosso Deus, todas estas coisas? Então, lhes dirás: Como vós me deixastes e servistes a deuses estranhos na vossa terra, assim servireis a estrangeiros, em terra que não é vossa.

20 Anunciai isto na casa de Jacó e fazei-o ouvir em Judá, dizendo: 21 Ouvi, agora, isto, ó povo louco e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis. 22 Não me temereis a mim? — diz o Senhor; não temereis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não a traspassarão. 23 Mas este povo é de coração rebelde e pertinaz; rebelaram-se e foram-se. 24 E não dizem no seu coração: Temamos, agora, ao Senhor, nosso Deus, que dá chuva, a temporã e a tardia, a seu tempo; e as semanas determinadas da sega nos conserva. 25 As vossas iniquidades desviam estas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem.

26 Porque ímpios se acham entre o meu povo; cada um anda espiando, como se acaçapam os passarinheiros; armam laços perniciosos, com que prendem os homens. 27 Como uma gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de engano; por isso, se engrandeceram e enriqueceram. 28 Engordam-se, alisam-se e ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa dos órfãos, para que eles prosperem; nem julgam o direito dos necessitados. 29 Não castigaria eu estas coisas? — diz o Senhor; não se vingaria a minha alma de uma nação como esta?

30 Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: 31 os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; e que fareis no fim disso?

Fugi para salvação vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a buzina em Tecoa e levantai o facho sobre Bete-Haquerém; porque da banda do Norte espreita um mal e um grande quebrantamento. A formosa e delicada, a filha de Sião, eu deixarei desolada. A ela virão pastores com os seus rebanhos; levantarão contra ela tendas em redor, e cada um apascentará no seu lugar. Preparai a guerra contra ela, levantai-vos, e subamos ao pino do meio-dia; ai de nós, que já declina o dia, que se vão estendendo as sombras da tarde! Levantai-vos, e subamos de noite e destruamos os seus palácios. Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Cortai árvores e levantai tranqueiras contra Jerusalém; esta é a cidade que há de ser visitada; só opressão há no meio dela. Como a fonte produz as suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas diante de mim continuadamente. Corrige-te, ó Jerusalém, para que a minha alma não se aparte de ti, para que não te torne em assolação e terra não habitada.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: Diligentemente, respigarão os resíduos de Israel como uma vinha; torna a tua mão, como o vindimador, aos cestos. 10 A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela. 11 Pelo que estou cheio do furor do Senhor; estou cansado de o conter; derramá-lo-ei sobre os meninos pelas ruas e nas reuniões dos jovens juntamente; porque até o marido com a mulher serão presos, e o velho, com o que está cheio de dias. 12 E as suas casas passarão a outros, herdades e mulheres juntamente; porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o Senhor. 13 Porque, desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e, desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. 14 E curam a ferida da filha do meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. 15 Porventura, envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se; portanto, cairão entre os que caem; no tempo em que eu os visitar, tropeçarão, diz o Senhor.

16 Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. 17 Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos à voz da buzina; mas dizem: Não escutaremos. 18 Portanto, ouvi, vós, nações, e informa-te tu, ó congregação, do que se faz entre eles! 19 Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei. 20 Para que, pois, me virá o incenso de Sabá e a melhor cana aromática de terras remotas? Vossos holocaustos não me agradam, nem me são suaves os vossos sacrifícios. 21 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que armarei tropeços a este povo, e tropeçarão neles pais e filhos juntamente; o vizinho e o seu companheiro perecerão.

22 Assim diz o Senhor: Eis que um povo vem da terra do Norte, e uma grande nação se levantará das bandas da terra. 23 Arco e lança trarão; eles são cruéis e não usarão de misericórdia; a sua voz rugirá como o mar, e em cavalos irão montados, dispostos como homens de guerra contra ti, ó filha de Sião. 24 Ouvimos a sua fama, afrouxaram-se as nossas mãos; angústia nos tomou, e dores como de parturiente. 25 Não saiais ao campo, nem andeis pelo caminho; porque espada do inimigo e espanto em redor. 26 Ó filha do meu povo, cinge-te de cilício e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único, pranto de amarguras; porque presto virá o destruidor sobre nós.

27 Por torre de guarda te pus entre o meu povo, por fortaleza, para que soubesses e examinasses o seu caminho. 28 Todos eles são os mais rebeldes e andam murmurando; são duros como bronze e ferro, todos eles andam corruptamente. 29  o fole se queimou, o chumbo se consumiu com o fogo; em vão vai fundindo o fundidor tão diligentemente, pois os maus não são arrancados. 30 Prata rejeitada lhes chamarão, porque o Senhor os rejeitou.

Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)

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