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Read the Bible from start to finish, from Genesis to Revelation.
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Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)
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Eclesiastes 5-8

Vários conselhos práticos

Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras. Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues. Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos? Porque, como na multidão dos sonhos vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus.

Se vires em alguma província opressão de pobres e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e mais altos do que eles. O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo.

10 O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade. 11 Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a verem com os seus olhos? 12 Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. 13 Há mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o próprio dano. 14 Porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má aventura; e, havendo algum filho, nada fica na sua mão. 15 Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão. 16 Também isto é um mal que causa enfermidades: que, infalivelmente, como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento, 17 e de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidades, e cruel furor? 18 Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. 19 E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus. 20 Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração.

É lícito gozar os bens que Deus deu, mas estes não podem satisfazer a alma

Há um mal que tenho visto debaixo do sol e que mui frequente é entre os homens: um homem a quem Deus deu riquezas, fazenda e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o estranho lho come; também isso é vaidade e má enfermidade. Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele, porquanto debalde veio e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. E, ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal. E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar?

Todo trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça. Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos? Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito.

10 Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. 11 Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor? 12 Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?

As vantagens do sofrimento, da paciência e da moderação

Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria. Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção do tolo. Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade. Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração. Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o longânimo do que o altivo de coração. Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos. 10 Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias. 11 Tão boa é a sabedoria como a herança, e dela tiram proveito os que veem o sol. 12 Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor. 13 Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto? 14 No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele.

15 Tudo isso vi nos dias da minha vaidade; há um justo que perece na sua justiça, e há um ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade. 16 Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? 17 Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo? 18 Bom é que retenhas isso e também disso não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso.

19 A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez governadores que haja na cidade. 20 Na verdade, não homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque. 21 Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. 22 Porque o teu coração também confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros.

23 Tudo isso inquiri com sabedoria e disse: Sabedoria adquirirei; mas ela ainda estava longe de mim. 24 Longe está o que foi e profundíssimo; quem o achará? 25 Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. 26 E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela. 27 Vedes aqui, isso achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa, 28 causa que a minha alma ainda busca, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei. 29 Vede, isto tão somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções.

A obediência devida ao rei

Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda. Eu digo: observa o mandamento do rei, e isso em consideração para com o juramento de Deus. Não te apresses a sair da presença dele, nem persistas em alguma coisa má, porque ele faz tudo o que quer. Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes? Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo. Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto o mal do homem é grande sobre ele.

Porque não sabe o que há de suceder; e, como haja de suceder, quem lho dará a entender? Nenhum homem que tenha domínio sobre o espírito, para reter o espírito; nem tem poder sobre o dia da morte; nem há armas nessa peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios. Tudo isso vi quando apliquei o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.

10 Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade.

O pecador não é logo castigado. O justo vê-se muitas vezes em adversidade

11 Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal. 12 Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dele. 13 Mas ao ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que ele não teme diante de Deus.

14 Aindaoutra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isso é vaidade. 15 Então, exaltei eu a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol.

16 Aplicando eu o meu coração a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho que há sobre a terra (pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos), 17 então, vi toda a obra de Deus, que o homem não pode alcançar a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a buscar, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá alcançar.

Almeida Revista e Corrigida 2009 (ARC)

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