Old/New Testament
A vitória de Mordecai
6 Naquela mesma noite, o rei não conseguiu pegar no sono; então mandou buscar o livro em que se escrevia o que acontecia no reino e ordenou que os seus funcionários lessem para ele. 2 A parte que leram contava como Mordecai tinha descoberto o plano para matar o rei, plano este preparado por Bigtã e Teres, os dois eunucos que eram guardas do palácio. 3 Aí o rei perguntou:
— Que homenagens foram prestadas e que prêmios foram dados a Mordecai por ter feito isso?
— Nada se fez a esse respeito! — responderam os funcionários.
4 Justamente nesse instante, Hamã entrou no pátio que ficava ao lado dos quartos do rei para lhe pedir que mandasse enforcar Mordecai na forca que ele, Hamã, havia mandado construir. O rei perguntou:
— Quem está no pátio?
5 — É Hamã! — responderam os servidores.
— Mandem que entre! — ordenou o rei.
6 Hamã entrou, e o rei lhe disse:
— Eu quero ter o prazer de prestar homenagens a um certo homem. Diga-me o que devo fazer por ele.
Hamã pensou assim: “Quem será esse homem a quem o rei tanto quer honrar? É claro que sou eu!” 7 E Hamã disse ao rei:
8 — Mande trazer as roupas que o senhor usa e também o cavalo que o senhor monta e mande colocar uma coroa real na cabeça do cavalo. 9 Então entregue as roupas e o cavalo a um dos mais altos funcionários do reino e ordene que ele vista as roupas no homem que o senhor deseja honrar. Depois, que ele leve o homem, montado a cavalo, pela praça principal da cidade e que diga em voz alta o seguinte: “É isto o que o rei faz pelo homem a quem ele quer honrar!”
10 Então o rei disse a Hamã:
— Vá depressa, e pegue as roupas e o cavalo, e faça com o judeu Mordecai tudo o que você acaba de dizer. Ele costuma ficar sentado na entrada do palácio. Não deixe de fazer nenhuma das coisas que você disse.
11 Hamã foi, pegou as roupas e o cavalo e vestiu as roupas em Mordecai. Depois levou Mordecai, montado a cavalo, pela praça principal da cidade e disse em voz alta: “É isto o que o rei faz pelo homem a quem ele quer honrar!”
12 Depois disso, Mordecai voltou para a entrada do palácio, enquanto que Hamã, envergonhado e triste, correu para casa, escondendo o rosto. 13 Contou à esposa e aos amigos tudo o que tinha acontecido com ele. Então ela e os seus amigos, que eram tão sabidos, disseram:
— Você já começou a perder a luta com Mordecai. Ele é judeu, e você não vai ganhar de jeito nenhum. Você vai perder na certa.
14 Eles ainda estavam falando quando os eunucos que estavam ao serviço do rei chegaram e levaram Hamã imediatamente ao banquete que Ester tinha preparado.
Hamã é morto
7 Portanto, o rei e Hamã foram de novo ao banquete da rainha Ester, 2 e novamente, enquanto bebiam vinho, o rei perguntou a Ester:
— Qual é o seu pedido? Peça o que quiser, que eu lhe darei, mesmo que seja a metade do meu reino.
3 Ela respondeu:
— Se eu puder me valer da bondade do rei, e se for do seu agrado, a única coisa que quero é que o senhor salve a minha vida e a vida do meu povo. 4 Pois o meu povo e eu fomos vendidos para sermos destruídos e mortos. Se fosse somente o caso de sermos todos vendidos como escravos, eu não diria nada, pois não seria justo incomodar o senhor por causa de uma desgraça tão sem importância como esta.
5 O rei Xerxes perguntou à rainha Ester:
— Quem é o homem que está pensando em fazer isso e onde está ele?
6 — O nosso inimigo e perseguidor é Hamã, este homem perverso! — respondeu Ester.
Cheio de medo, Hamã ficou olhando para o rei e para a rainha. 7 O rei saiu furioso do salão de banquetes e foi para o jardim. Hamã percebeu que o rei havia resolvido castigá-lo e por isso ficou no salão para pedir à rainha que salvasse a sua vida. 8 Ele se jogou no sofá onde Ester estava, para pedir misericórdia, e nesse instante o rei voltou do jardim. Quando viu Hamã, o rei disse:
— Será que ele pretende desonrar a rainha aqui no meu palácio e na minha frente?
Assim que o rei acabou de falar, os seus servidores particulares cobriram a cabeça de Hamã. 9 Um deles, chamado Harbona, disse:
— Perto da casa de Hamã há uma forca de uns vinte metros de altura que ele mandou construir para enforcar Mordecai, o homem que salvou a vida do senhor.
— Enforquem Hamã nela! — ordenou o rei.
10 Então enforcaram Hamã na forca que ele tinha construído para enforcar Mordecai.
E assim a raiva do rei se acalmou.
O decreto em favor dos judeus
8 Naquele mesmo dia o rei Xerxes deu à rainha Ester a casa e os bens de Hamã, o inimigo dos judeus. E Mordecai foi apresentado ao rei porque Ester contou que Mordecai era seu parente. 2 Então o rei tirou o seu anel-sinete, que ele tinha tomado de Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester nomeou Mordecai como administrador de todos os bens de Hamã.
3 Depois Ester se jogou aos pés do rei e, chorando, pediu que anulasse a ordem de Hamã, o descendente de Agague, e que não deixasse que o terrível plano de Hamã contra os judeus fosse executado. 4 O rei estendeu o cetro de ouro para Ester; ela se levantou e ficou de pé diante dele. 5 Então disse:
— Se for do agrado do rei, e se eu puder contar com a sua bondade, e se o senhor achar que o que eu peço está certo, então assine um decreto anulando a ordem de Hamã, a ordem que o filho de Hamedata e descendente de Agague deu para que no reino inteiro todos os judeus sejam mortos. 6 Pois eu não poderei suportar a destruição do meu povo e a morte dos meus parentes!
7 E o rei Xerxes disse à rainha Ester e ao judeu Mordecai:
— Eu mandei enforcar Hamã por causa do plano que ele havia feito para matar os judeus e dei todos os seus bens a Ester. 8 Mas uma ordem dada em nome do rei e carimbada com o anel real não pode ser anulada. Porém escrevam o que quiserem aos judeus, assinem em meu nome e selem as cartas com o meu anel.
9 Isso aconteceu no dia vinte e três do terceiro mês, o mês de sivã. Mordecai mandou chamar os secretários do rei e ditou um decreto aos judeus, aos representantes do rei, aos governadores das províncias e aos chefes dos vários povos em todas as províncias do reino, que eram cento e vinte e sete ao todo e iam desde a Índia até a Etiópia. O decreto foi traduzido para todas as línguas faladas no reino, e cada tradução seguia a escrita usada em cada província; o decreto foi copiado também na língua e na escrita dos judeus. 10 As cartas foram escritas em nome do rei, carimbadas com o anel real e levadas por mensageiros montados em cavalos criados nas estrebarias do rei. 11 Nas cartas, o rei dava autorização aos judeus de todas as cidades do reino para se organizarem e se defenderem contra qualquer ataque. Se homens armados de qualquer povo ou qualquer província do reino atacassem os judeus, estes podiam combatê-los e matá-los. Podiam acabar com todos os seus inimigos, até mesmo as mulheres e as crianças, e ficar com os seus bens. 12 Em todas as províncias, os judeus tinham ordem para fazer isso no dia marcado para a matança, isto é, o dia treze do décimo segundo mês, o mês de adar. 13 Uma cópia da ordem do rei devia ser publicada como lei e ser lida em público em todas as províncias, para que no dia marcado os judeus estivessem prontos para se vingar dos seus inimigos. 14 O rei deu a ordem, os mensageiros montaram cavalos ligeiros da estrebaria real e saíram depressa. O decreto foi lido em público também em Susã, a capital.
15 Mordecai saiu do palácio usando uma roupa real azul e branca, com uma grande coroa de ouro na cabeça, e uma capa vermelha de linho fino. Todos os moradores da cidade de Susã ficaram muito contentes e soltaram gritos de alegria. 16 E para os judeus brilhou a luz da felicidade, da alegria e da vitória. 17 Em todas as cidades do reino onde foi lida a ordem do rei, os judeus ficaram felizes, e se alegraram, e comemoraram com festas e banquetes. Além disso, entre os vários povos do reino muitos se tornaram judeus, pois agora estavam com medo deles.
Sete auxiliares para os apóstolos
6 Algum tempo depois, o número de judeus que se tornaram seguidores de Jesus aumentou muito, e os que tinham sido criados fora da terra de Israel começaram a se queixar dos que tinham sido criados em Israel. A queixa deles era que as viúvas do seu grupo estavam sendo esquecidas na distribuição diária de dinheiro. 2 Então os doze apóstolos reuniram todo o grupo de seguidores e disseram:
— Não está certo nós deixarmos de anunciar a palavra de Deus para tratarmos de dinheiro. 3 Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de confiança, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e nós entregaremos esse serviço a eles. 4 Assim nós poderemos continuar usando todo o nosso tempo na oração e no trabalho de anunciar a palavra de Deus.
5 Todos concordaram com a proposta dos apóstolos. Então escolheram Estêvão, um homem cheio de fé e do Espírito Santo, e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um não judeu que antes tinha se convertido ao Judaísmo. 6 Esses homens foram levados aos apóstolos, que oraram e puseram as mãos sobre a cabeça deles.
7 A palavra de Deus continuava a se espalhar. Em Jerusalém o número dos seguidores de Jesus crescia cada vez mais, e era grande o número de sacerdotes judeus que aceitavam a fé cristã.
A prisão de Estêvão
8 Estêvão, um homem muito abençoado por Deus e cheio de poder, fazia grandes maravilhas e milagres entre o povo. 9 Mas ficaram contra ele alguns membros da “Sinagoga dos Homens Livres”, que era a sinagoga dos judeus que tinham vindo das cidades de Cirene e Alexandria. Estes e outros judeus da região da Cilícia e da província da Ásia começaram a discutir com Estêvão. 10 Mas o Espírito de Deus dava tanta sabedoria a Estêvão, que ele ganhava todas as discussões. 11 Então eles pagaram algumas pessoas para dizerem:
— Nós ouvimos este homem dizer blasfêmias contra Moisés e contra Deus!
12 Dessa maneira eles atiçaram o povo, os líderes e os mestres da Lei. Depois foram, agarraram Estêvão e o levaram ao Conselho Superior. 13 Então arranjaram alguns homens para dizerem mentiras a respeito dele. Essas pessoas afirmaram o seguinte:
— Este homem não para de falar contra o nosso santo Templo e contra a Lei de Moisés. 14 Nós o ouvimos quando ele dizia que esse Jesus de Nazaré vai destruir o Templo e mudar todos os costumes que Moisés nos deu.
15 Todos os que estavam sentados na sala do Conselho Superior olhavam firmemente para Estêvão e viram que o rosto dele parecia o rosto de um anjo.
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