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M’Cheyne Bible Reading Plan

The classic M'Cheyne plan--read the Old Testament, New Testament, and Psalms or Gospels every day.
Duration: 365 days
O Livro (OL)
Version
Juízes 9

Abimeleque é feito rei

Um dia, o filho de Jerubaal, Abimeleque, veio visitar os tios (os irmãos da sua mãe) em Siquem. “Vão falar com os líderes de Siquem”, pediu ele, “e perguntem-lhes o que preferem: ser governados por 70 reis, os filhos de Jerubaal, ou por um só homem, por mim que sou da vossa carne e do vosso sangue?”

Os tios assim fizeram; foram ter com os chefes da cidade e expuseram a proposta de Abimeleque. E decidiram que, sendo a mãe dele uma filha da cidade, iriam segui-lo. Deram-lhe o dinheiro das ofertas do templo do ídolo de Baal-Berite e com ele contratou uns quantos indivíduos, de baixa condição, que faziam tudo o que lhes mandava. Levou-os à casa do seu pai em Ofra e ali, sobre uma pedra, matou todos os seus 70 meio-irmãos, com exceção do mais novo, Jotão, que conseguiu escapar e esconder-se. Então os cidadãos de Siquem e os de Bete-Milo convocaram toda a gente para se reunir sob o carvalho, junto à guarnição militar de Siquem, e ali foi Abimeleque aclamado rei.

Quando Jotão teve conhecimento disto, subiu ao cimo do monte Gerizim e gritou para as gentes de Siquem: “Ouçam-me, para que Deus vos ouça também. Um dia, as árvores decidiram eleger um rei. Primeiro pediram à oliveira, mas ela recusou: ‘Haveria eu deixar de produzir azeite, que serve para honrar a Deus e abençoar o homem, só para me pôr aí a abanar de um lado para o outro, sobre as outras árvores?’, perguntou ela.

10 Seguidamente, foram ter com a figueira e fizeram a mesma proposta: ‘Queres governar-nos?’ 11 Mas também ela recusou: ‘Por que razão haveria de parar de produzir figos doces, apenas para ter a possibilidade de levantar a cabeça acima das outras árvores?’

12 Então foram ter com a videira: ‘Vem reger-nos!’ E a resposta desta foi também: 13 ‘Não vou parar de produzir vinho novo, que alegra tanto aos deuses como os homens, só para ter poder acima das outras!’

14 Então as árvores voltaram-se para o espinheiro: ‘Tu serás o nosso rei!’ 15 E o espinheiro respondeu: ‘Se realmente me querem, venham e submetam-se docilmente sob a minha sombra. Se recusarem, saia fogo de mim que reduza a cinzas os grandes cedros do Líbano!’

16 Portanto, vejam se agiram corretamente ao fazer de Abimeleque vosso rei e se estão a proceder honestamente para com Jerubaal e todos os seus descendentes. 17 Porque o meu pai lutou por vocês e arriscou a sua vida para vos livrar dos midianitas; 18 e apesar disso revoltaram-se contra ele e mataram-lhe os 70 filhos sobre uma rocha, acabando por escolher para rei o filho da sua escrava, Abimeleque, apenas porque é vosso parente. 19 Se têm a certeza de ter feito o que é justo e honesto com Jerubaal e os seus descendentes então, tanto vocês como Abimeleque, tenham uma longa e feliz vida todos juntos. 20 Caso contrário, se a vossa conduta não foi a que deveria ter sido para com Gedeão, então que saia fogo de Abimeleque e consuma os cidadãos de Siquem e de Bete-Milo. E que saia fogo destes cidadãos e consuma Abimeleque!”

21 Jotão fugiu e passou a viver em Beer, com receio do seu irmão Abimeleque.

22 Três anos mais tarde 23 Deus fez despertar um conflito entre o rei Abimeleque e os cidadãos de Siquem que se revoltaram. 24 Através dos acontecimentos que se seguiram, tanto Abimeleque como os homens de Siquem, que o ajudaram na sua carnificina contra os filhos de Jerubaal, foram castigados. 25 Os de Siquem armaram uma emboscada a Abimeleque, no cimo da montanha, no caminho que por lá passava. Enquanto o esperavam, iam assaltando e roubando qualquer pessoa que por ali passasse. No entanto, alguém foi avisar Abimeleque disso. 26 Por essa altura, Gaal, filho de Ebede, mudou-se para Siquem com os seus irmãos, e os cidadãos aliaram-se a ele. 27 Durante a festa das colheitas em Siquem, naquele ano, realizada no templo do deus local, o vinho abundou e toda a gente bebeu livremente, começando as pessoas a amaldiçoar Abimeleque.

28 “Quem é esse Abimeleque?”, gritou Gaal. “E porque haveria de ser nosso rei? Por que razão devemos ser seus servos? Ele é somente o filho de Jerubaal, e este Zebul não é apenas o seu representante. Sirvam a família de Hamor, pai de Siquem. 29 Façam-me vosso rei e verão o que em breve acontecerá a Abimeleque! Vou enviar-lhe um ultimato: ‘Junta um exército e vem combater comigo!’ ”

30 Quando Zebul, o governador de Siquem, ouviu o que Gaal estava a dizer, ficou furioso. 31 Mandou logo mensageiros a Abimeleque em Aruma: “Gaal, filho de Ebede, veio viver aqui para a cidade, acompanhado da família e agora está a fomentar a insurreição da população contra ti. 32 Vem de noite com um exército e esconde-te nos campos. 33 De manhã, logo que o dia desponte, ataca a cidade. Quando ele e os que o acompanham vierem ao teu encontro, poderás fazer o que melhor te parecer!”

34 E foi assim que Abimeleque e a sua gente chegaram de noite, repartiram-se em quatro grupos e rodearam a cidade. 35 Pela manhã, na altura em que Gaal se punha à porta da cidade, Abimeleque com os seus homens avançaram contra a cidade. 36 Quando Gaal os viu, exclamou para Zebul: “Olha ali para cima, para aquela elevação! Não te parece que é gente que vem a descer?” Zebul respondeu-lhe: “Não! O que estás a ver são sombras que te parecem pessoas.”

37 “Olha que não. Repara bem; estou certo que é gente que vem contra nós. Aliás, vêm ali mais, pelo caminho do carvalho dos Adivinhos!”

38 Nessa altura, Zebul voltou-se triunfantemente para ele e disse: “E agora, onde é que está aquela tua arrogância? Onde está aquele que perguntava quem era Abimeleque e por que razão seria nosso rei? As pessoas de quem escarnecias e que amaldiçoavas estão aí a chegar à cidade. Vai ao seu encontro e luta!”

39 Gaal assim fez. Levou os homens de Siquem e bateu-se contra Abimeleque. 40 Contudo, foi derrotado, tendo ficado no campo de batalha muitos feridos de Siquem, parte dos quais iam deixando ficar-se pelo caminho de regresso à cidade. 41 Abimeleque estava a viver nessa altura em Aruma. Zebul expulsou Gaal e os seus parentes de Siquem não permitindo mais que ficassem a viver ali.

42 No dia seguinte os habitantes de Siquem tentaram novamente travar combate. No entanto, alguém avisou previamente Abimeleque daquele plano. 43 Este dividiu os seus homens em três grupos e esconderam-se pelos campos. Quando os de Siquem saíram ao ataque, os outros saltaram dos seus esconderijos e caíram-lhe em cima, começando a matá-los. 44 Abimeleque e o seu grupo correram para a entrada de Siquem, para impedir que os adversários fossem refugiar-se. Os outros dois grupos liquidaram-nos ali no campo. 45 Mas a luta ainda se prolongou por todo o dia, antes que Abimeleque tomasse conta da cidade, matasse os habitantes e a deixasse em ruínas.

46 O povo da torre de Siquem viu o que acontecera e foi refugiar-se num forte que havia perto do templo de Baal-Berite. 47 Quando Abimeleque tomou conhecimento, 48 mandou a sua gente acompanhá-lo ao monte Zalmom, onde começou a cortar e a juntar lenha que depois transportou aos ombros. “Façam depressa como eu”, disse-lhes Abimeleque. 49 Cada homem trouxe assim um fardo de lenha que veio depositar junto da fortaleza, seguindo o exemplo do seu chefe, fazendo uma pilha encostada às muralhas e pegando-lhe fogo. Dessa maneira, todo o povo que estava no interior da torre de Siquem acabou por morrer; eram perto dum milhar de homens e mulheres.

50 De seguida, Abimeleque atacou a povoação de Tebez e capturou-a. 51 Havia dentro da povoação uma torre forte e a população fugiu para lá, barricando-se no interior e subindo ao terraço. 52 Abimeleque preparava-se para fazer o mesmo que aos outros e matá-los pelo fogo; 53 mas uma mulher lançou lá de cima uma mó que lhe esmagou o crânio. 54 Ainda com vida pôde gritar para o seu moço de armas: “Mata-me! Que não se venha a dizer que uma mulher matou Abimeleque!” Por isso, o moço trespassou-o com a espada e ele morreu. 55 Quando a sua gente o viu morto, resolveram voltar para as suas casas.

56 Assim, Deus castigou tanto Abimeleque como os habitantes de Siquem, por causa do assassínio dos seus 70 irmãos. 57 Dessa forma, se cumpriu a maldição de Jotão, filho de Jerubaal.

Atos 13

Barnabé e Paulo enviados em missão

13 Entre os profetas e professores da igreja em Antioquia contavam-se Barnabé e Simeão (a quem também chamavam o Negro), Lúcio de Cirene, Manaem, irmão de leite do governador Herodes, e Saulo. Um dia, estando eles a adorar e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: “Separem Barnabé e Saulo para uma missão especial que tenho para eles.” Assim, depois de jejuarem e orarem de novo, colocaram as mãos sobre eles e enviaram-nos para a sua missão.

Em Chipre

Dirigidos pelo Espírito Santo, foram até Seleucia, onde embarcaram para Chipre. Aí, na cidade de Salamina, foram às sinagogas pregar a palavra de Deus, acompanhados de João Marcos como colaborador.

Depois disto, pregaram de cidade em cidade, por toda a ilha, até finalmente chegarem a Pafos, onde encontraram um feiticeiro judeu, um falso profeta chamado Bar-Jesus. Este andava sempre com o governador Sérgio Paulo, homem de muito bom senso. O governador convidou Barnabé e Saulo a fazer-lhe uma visita, pois queria ouvir a mensagem de Deus. Mas o feiticeiro, Elimas, que era o seu nome em grego, meteu-se no meio e teimou com o governador para que não desse atenção às palavras de Saulo e Barnabé, procurando impedi-lo de confiar no Senhor.

Então Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou para o feiticeiro 10 e disse-lhe: “Filho do Diabo, cheio de toda a espécie de fingimentos e maldade, inimigo de tudo o que é justo, quando deixarás de perverter os caminhos direitos do Senhor? 11 Pois agora a mão de Deus veio sobre ti para te castigar e ficarás cego durante algum tempo.” Imediatamente desceu sobre aquele homem uma névoa de escuridão e começou a caminhar às apalpadelas, pedindo que alguém lhe pegasse na mão e o conduzisse. 12 Ao ver o que tinha acontecido, o governador creu, pasmado com o ensino do Senhor.

Em Antioquia da Pisídia

13 Paulo e os que o acompanhavam embarcaram de Pafos para Panfília, desembarcando na cidade marítima de Perge. Aí, João deixou-os e regressou a Jerusalém, 14 Mas Barnabé e Paulo seguiram para Antioquia, uma cidade na província da Pisídia.

No sábado, foram à sinagoga assistir ao culto e sentaram-se. 15 Depois das leituras dos livros de Moisés e dos profetas, os que dirigiam o culto mandaram-lhes este recado: “Irmãos, se têm algumas palavras de consolo a dirigir-nos, venham e digam-nas!”

16 Paulo, levantando-se e fazendo-lhes um gesto a pedir silêncio, começou a falar. “Homens de Israel, e todos os que aqui são tementes a Deus, ouçam!

17 O Deus do povo de Israel escolheu os nossos antepassados e honrou-os no Egito, retirando-os de lá por meio do seu imenso poder 18 e suportando-os durante os quarenta anos em que erraram pelo deserto. 19 Depois, destruiu sete nações em Canaã e deu a Israel a sua terra como herança. 20 Tudo isso levou 450 anos. Depois disso, o país foi governado por juízes, até ao profeta Samuel. 21 O povo começou então a pedir um rei e Deus deu-lhe Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou quarenta anos. 22 Mas Deus retirou-o e substituiu-o pelo rei David, acerca do qual disse: ‘David, filho de Jessé, é um homem como o meu coração deseja, pois obedecer-me-á.’

23 Ora o Salvador que Deus concedeu a Israel é justamente um dos descendentes do rei David conforme tinha prometido. Esse Salvador é Jesus! 24 Antes de ele vir, João Batista pregou acerca da necessidade que todos em Israel tinham de abandonarem o pecado e de se voltarem para Deus. 25 Quando João estava prestes a terminar a sua missão, perguntou: ‘Pensam que sou o Cristo? Não! Mas esse virá em breve e nem sou digno de lhe desatar as sandálias.’

26 Irmãos, vocês que são filhos de Abraão e também os gentios aqui presentes que temem a Deus: Esta salvação é para todos nós! 27 Os habitantes de Jerusalém e os seus líderes cumpriram afinal as profecias, condenando Jesus, pois não o reconheceram nem perceberam que foi acerca dele que os profetas escreveram, embora todos os sábados escutassem a leitura das palavras desses mesmos profetas. 28 Apesar de não encontrarem justa causa para o matar, pediram a Pilatos que o fizesse.

29 Depois de se terem cumprido assim todas as profecias acerca da sua morte, Jesus foi tirado da cruz e posto num túmulo.

30 Mas Deus ressuscitou-o da morte! 31 E foi visto muitas vezes, nos dias que se seguiram, pelos homens que o tinham acompanhado a Jerusalém desde a Galileia; homens que disso têm dado constante e público testemunho.

32 Nós, portanto, estamos aqui para vos anunciar a boa nova prometida por Deus aos nossos antepassados. 33 Deus cumpriu-a plenamente connosco, seus filhos, ao ressuscitar Jesus, tal como se referia no Salmo 2:

‘Tu és meu Filho; hoje tornei-me teu Pai.’[a]

34 Porque Deus prometeu ressuscitá-lo para nunca mais morrer. Isto é afirmado nas Escrituras que dizem: ‘Realizarei a vosso favor todas as promessas sagradas e maravilhosas que garanti a David.’[b] 35 E noutro Salmo explica mais pormenorizadamente, dizendo: ‘Não permitirás que o teu Santo conheça a corrupção.’[c]

36 Ora, isto não era uma referência a David, porque este, depois de ter servido a sua geração de acordo com a vontade de Deus, morreu e foi sepultado junto dos seus antepassados e o seu corpo conheceu a corrupção. 37 Tratava-se sim de alguém que Deus ressuscitou e cujo corpo não conheceu a corrupção.

38 Escutem, irmãos! Fiquem a saber que é graças a este Homem, Jesus, que vos anunciamos o perdão para os vossos pecados e a vossa justificação de tudo aquilo que a Lei de Moisés vos não podia justificar. 39 Todo aquele que nele crer será declarado como justo. 40 Tenham cuidado, não deixem que vos sejam aplicadas as palavras dos profetas, que disseram:

41 ‘Vocês que desprezam estas coisas,
pasmem e desapareçam.
Porque estou a realizar nos vossos dias uma obra tal
que nem acreditariam, ainda que vo-la contassem.’ ”[d]

42 Ao saírem da sinagoga naquele dia, as pessoas pediram-lhes que voltassem para lhes tornar a falar na semana seguinte. 43 Finda a reunião na sinagoga, muitos judeus e gentios piedosos, que adoravam na sinagoga, acompanharam Paulo e Barnabé pela cidade, enquanto estes os incitavam a perseverar na graça de Deus.

44 Na semana seguinte, quase toda a cidade foi ouvi-los pregar a palavra de Deus. 45 Mas quando os judeus viram tanta gente, encheram-se de inveja e puseram-se a dizer injúrias e a contradizer tudo o que Paulo afirmava.

46 Então, Paulo e Barnabé afirmaram corajosamente: “Era preciso que estas boas novas fossem primeiro anunciadas a vocês, judeus. Contudo, uma vez que as não querem receber e se mostram indignos da vida eterna, vamos anunciá-las aos gentios. 47 Foi isso que o Senhor nos ordenou, ao dizer:

‘Fiz de ti uma luz para as nações do mundo,
para levares a minha salvação
até aos recantos mais longínquos da Terra.’ ”[e]

48 Quando os gentios ouviram isto, ficaram felizes e deram glória à palavra do Senhor, e creram todos os que Deus destinou para a vida eterna. 49 Assim, a mensagem de Deus se espalhou por toda aquela região.

50 Então os judeus agitaram algumas mulheres religiosas, muito consideradas e autoridades da cidade, incitando o povo contra Paulo e Barnabé, acabando por expulsá-los da cidade. 51 Eles, porém, sacudiram a poeira dos seus pés, em protesto contra eles, e prosseguiram para Icónio. 52 Os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Jeremias 22

Juízo contra reis malvados

22 Então o Senhor disse-me: “Vai falar diretamente ao rei de Judá e diz-lhe: Ouve esta mensagem do Senhor, ó rei de Judá, que te sentas no trono de David; deixa os teus servos e o povo ouvir também.

Diz o Senhor: sê puro de intenções e faz o que for justo! Apoia os que precisam de justiça! Deixa de vez as tuas más ações! Protege os direitos dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas e para de matar inocentes! Se puseres um fim a todos estes terríveis atos que estás a praticar, então livrarei esta nação. Mais uma vez darei reis para se sentarem no trono de David e haverá prosperidade para todos. Mas se recusarem dar atenção a este aviso, garanto-vos, pelo meu próprio nome, diz o Senhor, que este palácio se tornará num verdadeiro açougue.”

Esta é a mensagem do Senhor quanto a este palácio: “És-me tão querido como o frutífero Gileade e as verdes florestas do Líbano. Contudo, destruir-te-ei e deixar-te-ei deserto, inabitado. Mandarei vir destruidores para que te desmantelem com as suas armas. Deitarão abaixo todas as tuas grossas vigas de madeira de cedro, para as lançar no fogo. Homens de muitas nações passarão pelas ruínas desta cidade e dirão uns para os outros: ‘Porque foi que o Senhor fez isto? Porque destruiu ele esta grande cidade?’ E a resposta que se lhes dará será esta: ‘Porque o povo que aqui vivia desprezou o Senhor, o seu Deus, e violou a aliança feita com ele, tendo-se voltado para ídolos, para os adorarem.’ ”

10 Povo de Judá, não chorem pelo rei Josias! Não lamentem a sua morte! Chorem antes amargamente pelo seu filho que será levado e nunca mais voltará para ver de novo a terra natal. 11 Pois o Senhor diz a respeito de Salum[a], que sucedeu ao seu pai, o rei Josias de Judá, que também foi levado cativo: “Ele não mais voltará. 12 Morrerá numa terra distante e nunca mais verá a sua própria terra.”

13 “E ai de ti, rei Joaquim, que estás a construir o teu grande palácio com trabalhadores forçados, com a injustiça. É à força de não pagares os salários que constróis; é na base da opressão e do desprezo dos direitos de quem trabalha que fazes todos os seus belos acabamentos. 14 Dizes: ‘Construirei um palácio magnífico, com salas imensas e inúmeras janelas, todo forrado de madeira de cedro bem aromática e pintada com belos tons de vermelho.’

15 Mas não é um belo palácio que faz um grande rei! Porque foi que teu pai Josias reinou tanto tempo? Porque era justo e honesto em todos os seus atos. Foi por isso que ele foi abençoado em tudo o que fez. 16 Procurou que fosse feita justiça aos pobres e que se prestasse assistência a quem dela precisava verdadeiramente. É isso que é conhecer-me, diz o Senhor. 17 Mas tu estás cheio de ambição pessoal e és profundamente desonesto! Assassinas os inocentes, oprimes os pobres e governas com violência.”

18 Por isso, este é o castigo que o Senhor decreta contra o rei Joaquim, que sucedeu a seu pai Josias no trono: “A sua família não chorará por ele quando morrer. Os seus súbditos nem sequer se preocuparão em saber se está ou não morto. 19 Será enterrado como o cadáver dum jumento, posto numa cova fora de Jerusalém e lançado como entulho em qualquer parte fora das muralhas!

20 Chora, porque os vossos aliados já se foram. Procura-os no Líbano, grita por eles em Basã, clama desde Abarim e vê se os encontra nos vaus do Jordão. Hás de reparar que estão todos aniquilados. Ninguém ficou para te ajudar! 21 Quando ainda eras próspero, bem te avisei, mas tu respondias: ‘Não me incomodem!’ Desde a tua meninice que és assim, que te recusas escutar! 22 Agora o vento espalhará os teus governantes para longe; os teus aliados serão levados para o exílio. Certamente reconhecerás, por fim, a tua maldade e terás profunda vergonha. 23 Sem dúvida que é muito bonito viver num belíssimo palácio, no meio de madeira de cedros do Líbano! Mas a verdade é que em breve chorarás e gemerás de angústia como se fosse uma mulher com dores de parto.

24 E quanto a ti, Conias[b], filho de Joaquim, rei de Judá, ainda que tivesses sido como o sinete em forma de anel que uso no dedo da mão direita, lançar-te-ei para longe. 25 Entregar-te-ei simplesmente àqueles que procuram matar-te, de quem tens um medo tremendo, a Nabucodonozor, o rei da Babilónia, e aos seus poderosos caldeus. 26 Jogar-te-ei, a ti e à tua mãe, fora desta terra; morrerão ambos numa terra estrangeira. 27 Nunca mais voltarão a esta terra da qual se encherão de saudades.”

28 Esse homem, Conias, é como um prato vulgar, já rachado. Tanto ele como os seus filhos serão atirados para longe, serão exilados para terras distantes.

29 Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor! 30 Diz o Senhor: “Registem esse indivíduo, Conias, como não tendo filhos, porque nenhum dos seus filhos jamais se sentará no trono de David, nem governará em Judá. A sua vida pouco vale.”

Marcos 8

Jesus alimenta 4000 homens

(Mt 15.32-39)

Naquele tempo, estando outra grande multidão reunida, o povo ficou novamente sem provisões. Jesus chamou os discípulos para perto de si e disse: “Sinto compaixão desta gente, porque estão comigo há três dias e não têm com que se alimentar. Se os mandar embora com fome, desfalecem pelo caminho, pois alguns vêm de muito longe.” Os discípulos responderam-lhe: “E onde se poderá aqui num deserto arranjar pão para alimentá-los?” “Quantos pães têm?”, inquiriu. “Sete”, responderam.

Mandou então que todos se sentassem no chão. E tomando os sete pães, deu graças a Deus, partiu-os em pedaços e entregou-os aos discípulos, para os levarem à multidão; e estes assim fizeram. Encontraram também alguns peixinhos que Jesus igualmente abençoou e mandou os discípulos servir.

E a multidão comeu até ficar satisfeita. Recolhidas as sobras, ainda sobejaram sete cestos. Havia cerca de 4000 homens. Então mandou-os embora.

Os religiosos pedem um sinal

(Mt 16.1-4)

10 Logo a seguir entrou num barco com os discípulos e foi para a região de Dalmanuta. 11 Quando os fariseus daquela terra souberam da sua chegada, vieram e começaram a discutir com ele, pedindo-lhe que fizesse um sinal do céu, para o porem à prova. 12 Ao ouvir estas palavras, sentiu-se profundamente triste no seu espírito e disse: “Porque pede esta geração um sinal? É realmente como vos digo: não receberá nenhum sinal!” 13 Então deixou-os e voltou para o barco, atravessando para a outra margem do lago.

O fermento dos fariseus e de Herodes

(Mt 16.5-12)

14 Os discípulos, contudo, tinham-se esquecido de fazer provisão de comida antes de partirem, pelo que só tinham um pão a bordo. 15 Durante a travessia, Jesus disse-lhes muito solenemente: “Prestem atenção, tenham cuidado com o fermento do rei Herodes e dos fariseus.”

16 “Que quererá dizer?”, perguntavam os discípulos uns aos outros. E chegaram à conclusão de que devia referir-se ao facto de se terem esquecido de levar pão.

17 Jesus percebeu o que discutiam entre si: “Porque se preocupam tanto por não terem pão? Nunca chegaram a compreender? Será porventura o vosso coração demasiado duro para entender isto? 18 Se têm olhos, porque não veem? Se têm ouvidos, porque não ouvem? Já não se lembram? 19 E os 5000 homens que alimentei só com cinco pães? Quantos cestos cheios de sobras recolheram depois?” Disseram: “Doze.” 20 “E quando alimentei os 4000 com sete pães, quanto sobejou?” Responderam: “Sete cestos cheios.” 21 Jesus disse-lhes: “Não perceberam ainda?”

A cura do cego de Betsaida

22 Quando chegaram a Betsaida, algumas pessoas trouxeram-lhe um cego, pedindo-lhe que tocasse nele e o curasse. 23 Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Aí, cuspiu-lhe nos olhos e pôs as mãos em cima deles. “Já vês alguma coisa?”, perguntou a seguir.

24 O homem olhou em volta: “Sim! Vejo homens mas não os distingo bem; parecem troncos de árvore a andar de um lado para o outro.”

25 Então pôs outra vez as mãos em cima dos olhos do homem e, quando olhou bem, tinha recuperado completamente a visão e via claramente o que se passava à sua volta. 26 Jesus mandou-o para casa, para junto da família. “Não passes sequer pela aldeia”, recomendou-lhe.

A confissão de Pedro sobre Jesus

(Mt 16.13-16, 20; Lc 9.18-21)

27 Jesus e os discípulos saíram da Galileia e foram para as vilas de Cesareia de Filipe. Enquanto caminhavam, perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”

28 “Há quem diga que és João Batista. Outros afirmam que és Elias ou um dos outros profetas.”

29 Então perguntou-lhes: “E vocês, quem pensam que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo!” 30 Jesus recomendou-lhes que não o dissessem a ninguém.

Jesus fala da sua morte

(Mt 16.21-23; Lc 9.22)

31 E começou a ensiná-los: “O Filho do Homem está destinado a passar por muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos especialistas na Lei e ser morto, mas três dias depois ressuscitará.” 32 Falando com eles abertamente, Pedro chamou-o à parte e começou a repreendê-lo.

33 Jesus voltou-se, e depois de olhar para os discípulos, disse severamente a Pedro: “Vai para trás de mim, Satanás! Vês as coisas do ponto de vista humano e não do ponto de vista de Deus.”

Como ser discípulo de Cristo

(Mt 16.24-28; Lc 9.23-27)

34 Chamando os discípulos e o povo para o ouvirem, falou-lhes assim: “Se alguém quiser ser meu seguidor, tem de esquecer-se de si próprio, tomar a sua cruz e seguir-me. 35 Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á. E quem perder a sua vida por minha causa e por causa do evangelho salvá-la-á. 36 Que lucro terá o homem em ganhar o mundo inteiro e causar dano à própria vida? 37 Haverá alguma coisa mais valiosa do que a própria vida da pessoa? 38 Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, no meio desta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará desse, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.”

O Livro (OL)

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