M’Cheyne Bible Reading Plan
A oração de dedicação
(1 Rs 8.22-53)
12 Seguidamente, sempre na presença de todo o povo, Salomão pôs-se diante do altar do Senhor com as mãos estendidas para os céus. 13 Salomão tinha feito uma plataforma de bronze, quadrada, com 2,5 metros de lado e 1,5 metros de altura. Depois, sob o olhar de todo o povo, ajoelhou-se e, com as mãos estendidas para os céus, formulou esta oração:
14 “Ó Senhor, Deus de Israel, não há outro Deus como tu no céu ou na Terra! Tu és misericordioso e bom, e guardas a aliança e o teu amor para com todos os que te obedecem de coração e estão desejosos de fazer a tua vontade. 15 Cumpriste as promessas que fizeste ao teu servo David, meu pai, como hoje se vê.
16 E agora, ó Senhor, Deus de Israel, cumpre igualmente o resto da promessa que lhe fizeste, que sempre haveria um herdeiro no trono de Israel, se os seus descendentes obedecessem à tua Lei, como ele fez. 17 Sim, ó Senhor, Deus de Israel, cumpre esta promessa feita ao teu servo David.
18 Será realmente possível que Deus viva na Terra com os homens? Os céus dos céus não podem conter-te! Como seria isso possível neste templo que acabo de construir? 19 Ainda assim, ó Senhor, meu Deus, ouve e responde ao meu pedido. 20 Peço-te que de noite e de dia veles sobre este templo, este lugar onde disseste que haverias de pôr o teu nome. Ouve e responde às orações que eu te fizer, quando me voltar para este lugar. 21 Ouve qualquer súplica que o povo de Israel te dirigir, sempre que se virar para este lugar para orar. Sim, ouve desde os céus onde vives e, quando ouvires, perdoa.
22 Se alguém for acusado de pecar contra alguém e se puser aqui diante do teu altar jurando que não o fez, 23 ouve desde os céus e exerce a tua justiça; condena o culpado, fazendo recair sobre ele o castigo pelo mal que praticou, e faz justiça ao inocente, recompensando-o devidamente.
24 Se o teu povo for derrotado pelos teus inimigos, por ter pecado contra ti, mas depois se arrepender e confessar que és o seu Deus, orando a ti neste templo, 25 ouve-o do céu, perdoa-lhe o seu pecado e trá-lo de novo a esta terra que deste aos seus antepassados.
26 Quando os céus se fecharem e não houver mais chuva, por causa dos nossos pecados, se orarmos neste lugar, confessando que és o nosso Deus, e nos arrependermos dos nossos pecados, depois de nos teres castigado, 27 então ouve do céu e perdoa os pecados do teu povo; ensina-lhe o que é reto e manda chuva sobre esta terra que deste ao teu povo como herança.
28 Se houver fome provocada por doenças nas plantas, por pragas de insetos ou outros bichos nocivos, se os inimigos de Israel atacarem as suas cidades, se o povo for ferido por alguma praga ou epidemia, ou por outra coisa qualquer, 29 ouve a oração e a súplica de cada um ou do teu povo de Israel que, arrependido, levanta as mãos em oração voltado para esta casa. 30 Ouve desde o céu, onde vives, e perdoa; trata cada um conforme as suas ações, pois conheces o coração de todos os homens. 31 Desta maneira, aprenderão a temer-te sempre e a andarem nos teus caminhos, enquanto viverem nesta terra que deste aos seus antepassados.
32 Quando estrangeiros ouvirem falar do teu grande nome e do teu forte braço, e vierem de terras distantes para prestar culto ao teu grande nome, se orarem voltados para este templo, 33 escuta-os, desde o céu onde estás, e responde ao que pedirem. Então todos os povos da Terra se darão conta da grandeza do nosso Deus e o adorarão, como faz o povo de Israel; também eles saberão que este templo que mandei construir é o teu templo.
34 Se o teu povo sair, para onde quer que tu os envies à guerra, para combater os seus inimigos e orar a ti voltando-se para esta cidade que tu escolheste e para este templo que edifiquei ao teu nome, 35 ouve as suas orações desde o céu e dá-lhe a vitória.
36 Se pecarem contra ti, e não há ser humano que não peque, e te indignares contra eles, se permitires que os seus inimigos os derrotem e os levem cativos para países estrangeiros, longe ou perto, 37 e se nessa terra de exílio se converterem a ti e se virarem para esta terra que deste aos seus antepassados, para esta cidade de Jerusalém e para este teu templo que mandei construir e disserem: ‘Pecámos, procedemos perversamente e praticámos o mal’, 38 e se ali orarem e te rogarem perdão com toda a sua alma, voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e a casa que edifiquei ao teu nome, 39 então perdoa-lhes, responde-lhes do céu, onde vives, e socorre-os, perdoando o teu povo que pecou contra ti.
40 Sim, ó meu Deus, pedimos-te que estejas sempre atento e pronto a responder a todas as orações que te forem feitas neste lugar.
41 Levanta-te, Senhor Deus, e entra no teu templo, lugar do teu repouso,
juntamente com a arca que é a expressão do teu poder.
Os sacerdotes hão de vestir-se de salvação
e todo o teu povo se encherá de alegria.
42 Senhor Deus, não me abandones!
Que o teu rosto se não volte contra mim, o teu ungido!
Lembra-te do amor que revelaste para com David, teu servo,
e das tuas misericórdias.”
Fé no Filho de Deus
5 Aquele que crê que Jesus é o Cristo tem a Deus por Pai. E todo aquele que ama o Pai ama também os que são igualmente filhos dele. 2 E é desta maneira que se prova que amamos os filhos de Deus: pelo nosso amor a Deus e pela obediência aos seus mandamentos. 3 Até porque o verdadeiro amor a Deus significa fazer o que ele nos diz e na realidade isso não é difícil. 4 Porque todo o filho de Deus vence neste mundo. É pela fé que ele tem essa vitória. 5 E quem na realidade ganha essa batalha contra o mundo? Somente aqueles que creem que Jesus é o Filho de Deus.
6 Jesus Cristo revelado Filho de Deus através da água e do derramamento do seu sangue, não apenas pela água, mas pela água e sangue. O Espírito Santo mesmo nos dá testemunho disso e o Espírito é a verdade. 7 É assim que temos três testemunhos: 8 o do Espírito Santo, o do batismo de Cristo nas águas e o da sua morte na cruz. E os três dizem a mesma coisa. 9 Se recebemos o testemunho de homens, muito mais devemos aceitar tudo o que Deus declara. E Deus declara-nos que Jesus é seu Filho. 10 Todos os que creem no Filho de Deus sabem, nos seus corações, que este testemunho é verdadeiro. E quem não crê em Deus, torna-o mentiroso, pois recusa-se a aceitar o próprio testemunho de Deus a favor de seu Filho.
11 E diz mais esse testemunho: que Deus nos dá a vida eterna. E esta vida está em seu Filho. 12 Por isso, quem tem o Filho de Deus tem a vida; mas quem não tem o Filho não tem a vida.
Observações finais
13 Escrevo estas coisas para que vocês, que creem no nome do Filho de Deus, saibam que têm a vida eterna. 14 E é esta a confiança que temos nele: se lhe pedirmos alguma coisa que esteja de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. 15 E se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, então podemos estar certos de o obter.
16 Se virem um cristão pecar, de uma maneira que não leve à morte, devem orar e Deus lhe dará vida. Mas se o seu pecado for fatal, não digo para intercederem por um caso desses. 17 Toda a injustiça é pecado. Mas nem todo o pecado traz necessariamente, como consequência, a morte.
18 Nós sabemos que aquele que é nascido de Deus não permanece no pecado, mas o Filho de Deus o guarda e o Maligno não lhe toca. 19 Nós sabemos que pertencemos a Deus, e que todo o mundo está sob o Maligno. 20 E sabemos também que o Filho de Deus veio abrir-nos os olhos para que conheçamos o verdadeiro Deus. Estamos assim em comunhão com o Deus verdadeiro, visto que vivemos em seu Filho Jesus Cristo, que é, ele próprio, o verdadeiro Deus e a vida eterna.
21 Meus queridos filhos, guardem-se de qualquer coisa que possa tomar o lugar de Deus nos vossos corações.
A queixa de Habacuque
1 Esta é a mensagem que foi dirigida ao profeta Habacuque numa visão da parte de Deus.
2 Ó Senhor, quanto tempo terei eu ainda de esperar até que me ouças? Até quando denunciarei diante de ti a violência, sem que nos venhas salvar? 3 Porque me fazes ver a iniquidade e a injustiça? Para onde quer que me volte, apenas vejo destruição e violência, gente que só está satisfeita em contender, em contestar o que é justo. 4 A lei não é acatada; não se respeita a justiça nos tribunais. Os maus prevalecem claramente sobre os retos. Predomina o suborno e a corrupção.
A resposta do Senhor
5 Responde o Senhor: “Olhem para as nações! Vejam e maravilhem-se com o que veem, pois vou mostrar nos vossos dias uma obra tal que nem acreditariam, ainda que vo-la contassem. 6 Suscitarei os caldeus, uma nação cruel, violenta, que atravessará o mundo, apoderando-se de tudo o que não é seu. 7 São um povo terrível e espantoso. Fazem o que imaginam, sem que ninguém os impeça. 8 Têm cavalos; são mais rápidos que leopardos, mais ferozes que lobos ao anoitecer. Avançam com a sua cavalaria vindo de terras afastadas. Como águias, em voo picado, caem sobre a presa. 9 Todos os que se lhes opõem, só com o terror, derretem-se diante deles. Amontoam cativos como se fosse areia. 10 Riem-se dos reis e dos governantes; troçam dos lugares fortificados. Amontoam simplesmente terra em rampas, junto às muralhas, e já estão capturadas! 11 Contudo, passarão rapidamente como o vento. A sua culpa é enorme, visto atribuírem o poder que têm aos seus falsos deuses.”
A segunda queixa de Habacuque
12 Ó Senhor, meu Deus, meu santo, tu que és eterno! Será que o teu plano a nosso respeito é dispersar-nos para longe? Com certeza que não! Ó Deus, nossa rocha, foste tu mesmo quem decretou o levantamento destes caldeus para nos ferirem e castigarem, por causa dos nossos terríveis pecados. 13 Nós somos maus, mas eles são muito mais! Será que tu, que não suportas o pecado sob nenhuma forma, vais ficar indiferente enquanto nos engolem vivos? Ficarás silencioso enquanto uns malvados destroem aqueles que são melhores do que eles?
14 Seremos nós como peixes, que servem para ser apanhados e comidos, que não têm quem os governe, ou como répteis que são apanhados e esmagados? 15 Prendem-nos no seu anzol; somos apanhados nos seus ardis e depois ficam a rir-se de nós. 16 Acabam por adorar as suas próprias redes e por lhes queimar incenso! “São estes os deuses que nos tornaram poderosos”, dizem eles.
17 Vais permitir que continuem assim para sempre? Irão prosperar nessa guerra cruel?
A autoridade de Jesus em questão
(Mt 21.23-27; Mc 11.27-33)
20 Num daqueles dias em que Jesus estava a ensinar o povo e a pregar o evangelho no templo, foi interrogado pelos principais sacerdotes, pelos especialistas na Lei e pelos anciãos. 2 Estes perguntavam-lhe: “Diz-nos com que autoridade fazes essas coisas. Quem te deu tal autoridade?”
3 Em resposta, Jesus retorquiu-lhes: “Também eu tenho uma pergunta para vos fazer. Ora digam-me: 4 O batismo de João é de inspiração celeste ou humana?”
5 Eles discutiram o caso entre si. “Se dissermos que é de inspiração celeste, ele perguntará: ‘Então porque não acreditaram nele?’ 6 Mas se dissermos que é de inspiração humana, todo o povo nos apedrejará, pois está convencido de que ele era um profeta.” 7 Por fim, responderam: “Não sabemos!”
8 Jesus disse: “Então também não respondo à vossa pergunta!”
A parábola dos rendeiros
(Mt 21.33-46; Mc 12.1-12)
9 E começou a contar ao povo a seguinte parábola: “Um homem plantou uma vinha, arrendou-a a uns lavradores e partiu em viagem por longo tempo. 10 Na época devida, enviou um dos seus servos ir receber a sua parte da colheita da vinha. Os rendeiros, porém, espancaram-no e mandaram-no embora de mãos vazias. 11 Então enviou outro, mas espancaram-no e trataram-no mal; espancado e insultado, viu-se expulso sem nada receber. 12 Enviou ainda um terceiro homem; eles feriram-no e escorraçaram-no.
13 Dizia o dono da vinha: ‘Que farei agora? Vou enviar o meu filho querido; certamente hão de respeitá-lo.’
14 Mas quando os lavradores viram o filho, disseram: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa!’ 15 Arrastaram-no para fora da vinha e mataram-no. Que fará o dono da vinha? 16 Digo-vos que virá e matará os lavradores e arrendará a vinha a outros.”
“Esses homens nunca fariam uma coisas dessas!”, protestaram os ouvintes.
17 Jesus olhou-os e respondeu: “Então que quererão dizer as Escrituras ao afirmarem o sequinte?
‘A pedra que os construtores rejeitaram
veio a tornar-se a pedra fundamental do edifício!’[a]
18 Quem tropeçar nessa pedra será feito em pedaços e aqueles sobre quem ela cair serão esmagados.”
19 Os especialistas na Lei e os principais sacerdotes procuraram prendê-lo nesse preciso momento, pois perceberam que aquela parábola se referia a eles. Mas tinham medo do povo.
O pagamento de impostos
(Mt 22.15-22; Mc 12.13-17)
20 Assim, mantinham-no sob vigilância. Acharam preferível levá-lo a dizer alguma coisa que servisse para se queixarem ao governador romano e fosse motivo para o prender. Enviaram pois delegados que se fingiam justos: 21 “Mestre, sabemos que ensinas com honestidade e que dizes a verdade sem temer o que os outros pensam, antes ensinas com fidelidade os caminhos de Deus. Ora explica-nos: 22 estará certo ou não pagarmos impostos a César?”
23 Vendo a sua astúcia, disse: 24 “Mostrem-me uma moeda. De quem é esta figura aqui? E a quem se refere a inscrição que está por baixo?” Responderam: “De César.”
25 Jesus disse-lhes: “Sendo assim, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” 26 Falhou assim aquela tentativa de o fazer tropeçar diante do povo. Maravilhados com a sua resposta, conservaram-se silenciosos.
A ressurreição e o casamento
(Mt 22.23-33; Mc 12.18-27)
27 Então alguns saduceus, um grupo de judeus que afirmavam não haver ressurreição, foram ter com Jesus e disseram-lhe: 28 “Mestre, Moisés deixou-nos uma Lei segundo a qual, quando um homem morre sem deixar filhos, o seu irmão deve casar com a viúva e gerar um filho, de modo a garantir descendência ao irmão defunto. 29 Ora, havia sete irmãos. O mais velho casou-se, morrendo sem deixar filhos. 30 O segundo irmão casou com a viúva, mas também ele morreu. Continuava a não haver descendência. 31 E assim por diante, um após outro, até que cada um dos sete tinha casado com ela e morrido sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Portanto, de quem será ela esposa, uma vez que foi casada com todos os sete?”
34 Jesus respondeu: “O casamento é para as pessoas enquanto estão aqui na Terra. 35 Quando os que forem considerados dignos de ressuscitarem dentre os mortos forem para o céu não se casarão 36 e não podem morrer. São como os anjos e também são filhos de Deus, por terem renascido de entre os mortos para uma nova vida. 37 Quanto à vossa verdadeira pergunta, se se torna a viver ou não, até os escritos do próprio Moisés provam que sim, porque quando Deus lhe apareceu na sarça ardente, refere-se a si próprio como sendo ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacob’.[b] 38 Dizer que o Senhor é o Deus de alguém significa que essa pessoa está viva e não morta! Assim, aos olhos de Deus, eles estão vivos.”
39 “Bem respondido!”, comentaram alguns dos especialistas na Lei judaica que se encontravam ali. 40 E isto pôs fim às suas tentativas, porque não se atreviam a perguntar-lhe mais nada.
De quem é Jesus filho?
(Mt 22.41-46; Mc 12.35-37)
41 Depois foi Jesus quem lhes fez uma pergunta. “Porque será que se diz que Cristo é descendente de David? 42 Pois o próprio David escreveu no Livro dos Salmos:
‘Disse o Senhor ao meu Senhor:
“Senta-te à minha direita,
43 até que ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.” ’[c]
44 Uma vez que David lhe chamou Senhor, como pode ser seu filho?”
Avisos contra a hipocrisia
(Mt 23.1-7; Mc 12.38-39)
45 Então com a multidão a escutar, voltou-se para os discípulos e disse: 46 “Ponham-se em guarda contra os especialistas na Lei, desejosos de pavonear-se em trajes dignos e gostando de receber as saudações nas praças, e de ter os assentos presidenciais nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes; 47 que roubam as casas das viúvas e se cobrem para fazer longas orações. Estes receberão um castigo ainda maior.”
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