M’Cheyne Bible Reading Plan
A divisão da terra ao ocidente do Jordão
14 1-2 Quanto às terras conquistadas em Canaã foram doadas às restantes nove tribos e meia de Israel. A decisão sobre a área que caberia a cada tribo foi tirada à sorte; cada uma ficou com a sua parte de acordo com a vontade do Senhor. Eleazar, o sacerdote, Josué e os líderes de cada tribo supervisionaram a distribuição. 3 Como já foi dito, Moisés dera anteriormente às outras duas tribos e meia território na margem leste do Jordão. 4 Aquela que deveria ter sido a tribo de José tornou-se duas tribos separadas: Manassés e Efraim. Aos levitas não foi dada nenhuma terra, exceto as cidades em que haveriam de viver, com os seus subúrbios com pastagens para o seu gado. 5 Esta distribuição foi feita de acordo com as diretivas dadas pelo Senhor a Moisés.
Hebrom é dada a Calebe
6 Uma delegação da tribo de Judá, chefiada por Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, veio ter com Josué a Gilgal. “Lembras-te do que o Senhor disse a Moisés, homem de Deus, acerca de ti e de mim, quando estávamos em Cades-Barneia?”, perguntou Calebe a Josué. 7 “Tinha eu nessa altura 40 anos e Moisés mandara-nos espiar a terra de Canaã. No regresso fiz o meu relato de acordo com aquilo que senti ser a verdade. 8 Mas os nossos irmãos, que tinham ido connosco, aterrorizaram o povo e desencorajaram-no a entrar na terra prometida. Mas eu mantive-me fiel ao Senhor, meu Deus. 9 Por isso mesmo naquele dia, Moisés disse-me: ‘Aquela área de Canaã, por onde andaste, pertencerá a ti e aos teus descendentes para sempre, porque foste fiel ao Senhor, meu Deus.’ 10 Como vês, o Senhor continuou a manter-me com vida e saúde, durante estes 45 anos, desde que atravessámos o deserto, e hoje estou com 85 anos. 11 Tenho agora tantas forças como tinha, quando Moisés nos mandou para aquela missão, e posso ainda ir, seja onde for, combater como nessa altura! 12 Por isso, peço-te que me dês a zona das colinas que o Senhor me prometeu. Certamente te recordas que, quando lá fomos como espias, encontrámos os anaquins a viver ali, em grandes cidades cercadas de altas muralhas; mas, se o Senhor for comigo, com certeza os expulsarei da terra.”
13 Então Josué o abençoou e lhe deu Hebrom como herança; 14 porque não se tinha desviado do Senhor, Deus de Israel.
15 Antes desse tempo Hebrom tinha-se chamado Quiriate-Arba, de acordo com o nome dum grande herói entre os anaquins.
Por fim, a terra descansou e não houve mais guerras.
O território dado a Judá
(Jz 1.11-15)
15 1-2 A terra dada à tribo de Judá, segundo o sorteio sagrado, foi esta.
O limite sul de Judá começava na fronteira norte de Edom, atravessava o deserto de Zim e acabava no limite norte do Negueve. Mais detalhadamente, este limite começava na baía sul do mar Salgado; 3 seguia ao longo da estrada que rodeia a sul pela subida de Acrabim, atravessava o deserto de Zim até Hezrom, a sul de Cades-Barneia, e depois subia por Adar, voltando depois para Carca, 4 e por Azmom, até alcançar finalmente o ribeiro do Egito, terminando no mar Mediterrâneo. Esta era a fronteira a sul.
5 O limite oriental estendia-se ao longo do mar Salgado até à foz do rio Jordão.
O limite norte começava na baía em que o rio Jordão desagua no mar Salgado; 6 seguia até Bete-Hogla, passava pelo norte de Bete-Arabá, até ao rochedo do Boã, filho de Rúben. 7 Dali atravessava o vale de Acor até Debir, onde infletia para noroeste, passando por Gilgal, em frente das vertentes de Adumim no lado sul do vale. O limite estendia-se até às fontes de En-Semes, e até En-Rogel. 8 Passava depois essa linha de demarcação através do vale de Ben-Hinom, pela banda do sul dos jebuseus que é onde se localiza Jerusalém, e voltava para oeste até ao cimo da montanha que domina o vale de Ben-Hinom, continuando até ao extremo norte do vale de Refaim. 9 Dali a linha estende-se do cimo da montanha até à fonte de Neftoa, e depois até às cidades do monte Efrom, antes de voltar para norte e rodear Baalá, que é outro nome dado a Quiriate-Jearim. 10 Depois de dar a volta a Baalá pelo oeste até ao monte Seir, passa pela cidade de Quesalom, na banda norte do monte Jearim, e desce até Bete-Semes. Inclinando-se novamente para norte, a linha de limite passava pelo sul de Timna, 11 até à banda da colina norte de Ecrom, altura em que declinava para a esquerda, passando a sul de Siquerom e do monte Baalá. Voltando de novo na direção do norte, passava por Jabneel e acabava no mar Mediterrâneo.
12 O limite ocidental era formado pela linha da costa do Mediterrâneo.
13 O Senhor deu instruções a Josué no sentido de conceder a Calebe, filho de Jefoné, parte do território de Judá. E assim foi-lhe doada a cidade de Quiriate-Arba, também chamada Hebrom, do nome do antepassado de Anaque. 14 Calebe expulsou de lá os descendentes dos três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai. 15 Depois lutou contra o povo da cidade de Debir, antigamente chamada Quiriate-Sefer.
16 “Quem vai comandar o ataque contra Quiriate-Sefer?”, desafiou Calebe. “Quem a conquistar terá a minha filha Acsa como mulher!” 17 E foi Otniel, filho de Quenaz, irmão do próprio Calebe, quem tomou a cidade, casando assim com Acsa.
18 Quando estavam para ir viver juntos para o seu novo lar, ele pediu-lhe insistentemente que pedisse ao pai mais terra. E foi ela própria que, vendo seu pai Calebe, desceu da montada em que ia para lhe falar no assunto. “Que pretendes?”, disse-lhe o pai ao vê-la aproximar-se.
19 “O que é que se passa?”, perguntou-lhe o pai. “Que pretendes?”
“Dá-me outra doação! Porque a terra que já me deste é um deserto. Dá-me também fontes para ter água!” Então deu-lhe as fontes superiores e as das terras mais baixas.
20 Foi esta a terra concedida à tribo de Judá.
21 As cidades que estavam situadas ao longo da fronteira com Edom, no Negueve: Cabzeel, Eder, Jagur, 22 Quiná, Dimona, Adada, 23 Quedes, Hazor, Itnã, 24 Zife, Telem, Bealote, 25 Hazor-Hadatá, Queriote-Hezrom (ou seja Hazor), 26 Amã, Sema, Molada, 27 Hazar-Gada, Hesmom, Bete-Palete, 28 Hazar-Sual, Berseba, Biziotiá, 29 Baalá, Iim, Ezem, 30 Eltolade, Quesil, Horma, 31 Ziclague, Madmana, Sansana, 32 Lebaote, Silim, Aim, Rimom. Ao todo eram vinte e nove cidades, mais as aldeias ao redor.
33 As seguintes cidades situadas nas planícies foram igualmente dadas a Judá:
Estaol, Zora, Asná, 34 Zanoa, En-Ganim, Tapua, Enam, 35 Jarmute, Adulão, Socó, Azeca, 36 Saaraim, Aditaim, Gedera e Gederotaim. Ao todo eram catorze cidades, mais as aldeias ao redor.
37 A tribo de Judá herdou ainda as seguintes vinte e cinco cidades, mais as aldeias dos arredores: Zenã, Hadasa, Migdal-Gad, 38 Dileã, Mizpá, Jocteel, 39 Laquis, Bozcate, Eglom, 40 Cabom, Laamás, Quitlis, 41 Gederote, Bete-Dagom, Naamá, Maqueda. Ao todo, dezasseis cidades com as suas aldeias.
42 Ainda Libna, Eter, Asã, 43 Jefté, Asná, Nezibe, 44 Queila, Aczibe, Maressa, ou seja, nove cidades com as suas aldeias.
45 O território da tribo de Judá incluía todas as cidades e povoações de Ecrom. 46 De Ecrom, a linha de demarcação estendia-se até ao Mediterrâneo, e incluía as cidades ao longo dos limites de Asdode com as suas aldeias circunvizinhas; 47 e ainda a própria cidade de Asdode com as suas aldeias, mais a de Gaza, igualmente com as aldeias dos arredores, até ao ribeiro do Egito; e ainda toda a costa do Mediterrâneo, desde a foz do ribeiro do Egito a sul, até Tiro a norte.
48 Judá recebeu também as seguintes quarenta e quatro cidades, na área das colinas, com as aldeias dos arredores:
Samir, Jatir e Socó, 49 Daná, Quiriate-Saná (ou seja Debir), 50 Anabe, Estemó, Anim, 51 Gosen, Holom, Gilo,
52 Arabe, Dumá, Esã, 53 Janim, Bete-Tapua, Afeca, 54 Humetá, Quiriate-Arba (ou seja Hebrom), Zior,
55 Maom, Carmelo, Zife, Jutá, 56 Jezreel, Jocdeão, Zanoa, 57 Caim, Gibeá, Timna,
58 Halul, Bete-Zur, Gedor, 59 Maarate, Bete-Anote, Eltecom,
60 Quiriate-Baal (também conhecida como Quiriate-Jearim) e Rabá, duas cidades com suas aldeias.
61 No deserto,
as cidades de Bete-Arabá, Midim, Secaca, 62 Nibsã, a Cidade do Sal e En-Gedi. Ao todo, seis cidades com as suas aldeias.
63 No entanto, a tribo de Judá não foi capaz de expelir os jebuseus que habitavam em Jerusalém; por isso, essa gente vive ainda atualmente no meio do povo de Judá.
146 Louvem o Senhor!
Ó minha alma, louva o Senhor!
2 Louvarei o Senhor enquanto viver!
Sim, durante todo o tempo da minha vida,
cantarei louvores ao meu Deus.
3 Não confiem nos grandes chefes,
nem em homem algum;
nenhum deles pode salvar seja quem for.
4 Se o seu coração para de bater,
o seu destino é irem para debaixo da terra;
com eles morre, num instante, tudo o que planearam.
5 Feliz aquele que é ajudado pelo Deus de Jacob,
cuja esperança está no Senhor, seu Deus.
6 Ele fez o céu e a Terra,
os mares e tudo o que neles existe,
e cumpre todas as suas promessas.
7 Deus faz justiça aos que vivem oprimidos,
alimenta os que têm fome e liberta os prisioneiros.
8 Abre os olhos aos cegos e levanta os abatidos;
o Senhor ama os que seguem a sua justiça.
9 Protege os que vivem desterrados das suas pátrias;
ampara os órfãos e as viúvas,
mas frustrará os planos de gente perversa.
10 O Senhor dominará para sempre!
O teu Deus, ó Sião, vive por toda a eternidade!
Louvem o Senhor!
147 Louvem o Senhor!
É bom cantar louvores ao nosso Deus!
É agradável e justo louvá-lo!
2 O Senhor restaura Jerusalém
e faz regressar os exilados de Israel.
3 Conforta os que têm o coração quebrantado;
ele cura as suas feridas.
4 Sabe o número exato das estrelas,
chamando todas pelos seus nomes.
5 Por isso, o nosso Senhor é grande!
O seu poder é absoluto!
A sua sabedoria não tem limite!
6 O Senhor dá força aos humildes,
mas abate até ao pó os que praticam o mal.
7 Cantem-lhe cânticos de gratidão!
Cantem louvores ao nosso Deus,
acompanhados de harpa!
8 É por ele que o céu se cobre de nuvens
que se destilam em chuva sobre a terra,
fazendo crescer a erva nos montes.
9 Os animais devem-lhe o seu sustento;
os filhotes dos corvos recebem dele a comida, quando chamam.
10 O Senhor não tem interesse especial
na força do cavalo nem nos músculos do ser humano.
11 Tem alegria, sim, naqueles que o temem
e naqueles que se apoiam na sua bondade.
12 Ó Jerusalém, louva o Senhor!
Louva o teu Deus, ó Sião!
13 Foi ele quem reforçou as trancas das tuas portas,
e deu paz e segurança aos teus habitantes.
14 Trouxe tranquilidade a toda a nação;
encheu os teus celeiros de trigo excelente.
15 Envia as suas ordens à Terra
e a sua palavra corre velozmente por toda a parte.
16 Faz cair a neve, branca como a lã,
e espalha a geada como um manto cristalino.
17 É por ele que o granizo cai sobre a terra
e o frio intenso a que ninguém consegue resistir.
18 Mas depois, pela sua palavra,
o calor vem derreter tudo: neve, gelo, geada.
Os ventos sopram e as águas retomam as torrentes.
19 Ensinou a Jacob as suas leis
e todos os seus regulamentos a Israel.
20 Isso ele não fez com nenhuma outra nação;
os outros povos desconhecem os seus estatutos.
Louvem o Senhor!
Religião falsa é inútil
7 Então o Senhor disse a Jeremias: 2 “Vai até à entrada do templo do Senhor e dá esta mensagem ao povo: Ó Judá, ouve a mensagem de Deus! Ouçam-na, todos vocês que aqui vêm para adorar! 3 O Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, diz: Apesar de tudo, se deixarem os vossos maus caminhos, deixar-vos-ei ficar na vossa terra. 4 Mas não se deixem enganar nem ser iludidos por aqueles que vos dizem: ‘Este é o templo do Senhor! É o templo do Senhor! É o templo do Senhor! Estamos em segurança!’ 5 Só sob estas condições é que poderão ficar: Se acabarem com os vossos maus pensamentos e com os vossos maus procedimentos, se forem honestos uns para com os outros. 6 Se pararem de explorar os órfãos, as viúvas e os estrangeiros, se pararem com os assassínios e o derramamento de sangue, e deixarem de adorar ídolos, como fazem agora, para o vosso próprio mal. 7 Então, e só então, vos deixarei ficar nesta terra que dei aos vossos antepassados para que a possuíssem para sempre.
8 Pensam vocês que, devido ao facto do templo estar aqui, nunca hão de sofrer? Não sejam loucos, enganando-se a vós mesmos! 9 Como é que podem pensar que continuando a roubar, a matar, a cometer adultérios, a mentir, a adorar a Baal e a todos esses novos deuses estranhos que arranjaram, podem continuar a vir aqui? 10 Como podem pôr-se diante de mim no meu templo e cantar: ‘Estamos salvos, somos livres!’, só para poderem voltar, de consciência descansada, a cometer as mesmas abominações? 11 Acaso consideram esta minha casa, este templo que tem o meu nome, uma caverna de salteadores? O que eu tenho visto é entrar aqui toda a espécie de maldades!
12 Vão até Silo, a povoação que logo no princípio honrei com o meu nome, e vejam o que lhe fiz, por causa de toda a maldade do meu povo de Israel. 13 E agora, diz o Senhor, farei a mesma coisa aqui, por causa de toda a maldade que têm praticado. Vezes sem conta vos falei sobre isto, chamando-vos sempre a atenção, mas recusaram ouvir-me ou sequer responder-me. 14 Sim, com certeza destruirei este templo tal como fiz em Silo! Este templo que tem o meu nome e no qual confiam para obter socorro, este lugar que vos dei e aos vossos antepassados. 15 Mandar-vos-ei para o exílio, como aconteceu com os vossos irmãos, o povo de Efraim.
16 Não ores mais por este povo, Jeremias! Não chores por ele, não faças oração a favor dele, rogando-me que o ajude, pois não te ouvirei! 17 Não vês o que estão a fazer nas ruas de Jerusalém e nas cidades de Judá? 18 Não admira que seja tão grande a minha ira! Vê como as crianças vão buscar lenha para os pais acenderem o fogo, a fim das mulheres poderem amassar a farinha e fazer bolos para oferecerem à Rainha dos Céus e a todos os outros seus ídolos a que chamam deuses! 19 Pergunta o Senhor: será só a mim que eles ferem? Não será também a eles próprios, aviltando-se dessa maneira com coisas tão vergonhosas?
20 Por isso, assim diz o Senhor Deus: Derramarei a minha cólera, sim, a minha fúria sobre este lugar! Gente, animais, árvores e demais vegetação serão consumidos pelo fogo inextinguível da minha severidade.
21 O Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, diz: Para longe com todos os vossos holocaustos e ofertas! 22 Não foi nem ofertas nem holocaustos que pedi aos vossos pais, quando os conduzi para fora do Egito. Não era esse o aspeto essencial daquilo que lhes ordenava. 23 O que eu lhes dizia era: Obedeçam-me e eu serei o vosso Deus e vocês serão o meu povo! Façam simplesmente o que eu vos disse e tudo vos correrá bem!
24 Mas não quiseram ouvir-me e continuaram a fazer tudo o que lhes apetecia, seguindo o curso dos seus próprios pensamentos rebeldes e perversos. Foi assim que recuaram, em vez de progredirem. 25 Desde o dia em que os vossos pais deixaram o Egito, até agora, continuei a enviar-lhes os meus profetas. 26 Mas não estiveram na disposição de os ouvir e nem sequer fizeram um esforço! São duros, obstinados e rebeldes! Piores ainda do que os seus pais!
27 Diz-lhes tudo o que lhes farei, mas não esperes que te ouçam. Grita bem alto os teus avisos, mas não contes que te respondam. 28 Diz-lhes: Esta é uma nação que recusa obedecer ao Senhor, seu Deus, que se recusa a ser ensinada, e assim continua a viver uma mentira.
29 Ó Jerusalém, rapa a tua cabeça de vergonha e chora sozinha sobre as montanhas, porque o Senhor rejeitou e esqueceu esta geração, por causa da sua ira!
O vale da Matança
30 O povo de Judá pecou perante os meus olhos, diz o Senhor. Puseram as suas abominações ali mesmo, no meu próprio templo, poluindo-o. 31 Construíram um altar chamado Tofete, no vale de Ben-Hinom[a], e ali queimaram no fogo os seus próprios filhos e filhas, em sacrifícios aos seus deuses, uma coisa tão terrível que nem sequer me passava pela mente, e que nunca teria permitido. 32 Vem o tempo, diz o Senhor, em que o nome do vale não será mais Tofete ou vale de Ben-Hinom, mas vale da Matança. Porque haverá ali tantos mortos a enterrar que nem se acharão sepulcros que cheguem para pôr todos os corpos. 33 Terão de amontoar os cadáveres no vale; os corpos deste povo servirão de pasto às aves de rapina e aos animais selvagens e não haverá ninguém para os enxotar. 34 Acabarei com as alegres canções e os risos que se ouvem nas ruas de Jerusalém e nas cidades de Judá, assim como com as vozes dos noivos e das noivas. Porque a terra ficará numa desolação.
A entrada de Jesus em Jerusalém
(Mc 11.1-10; Lc 19.28-38; Jo 12.12-15)
21 Quando se aproximavam de Jerusalém e chegavam perto de Betfagé, ao monte das Oliveiras, Jesus então enviou dois dos discípulos à frente. 2 Disse-lhes: “Vão até àquela aldeia além e logo à entrada encontrarão uma jumenta amarrada com a sua cria. Soltem-nas e tragam-mas. 3 Se alguém vos perguntar alguma coisa, respondam-lhe: ‘O Senhor precisa delas e em breve as devolverá.’ ” 4 Assim ia cumprir-se a antiga profecia:
5 “Digam à filha de Sião: ‘Vê, o teu Rei aproxima-se de ti!
Manso, montado numa cria de jumento,
num pequeno jumentinho.’ ”[a]
6 Os dois discípulos fizeram como Jesus lhes ordenou. 7 Trouxeram-lhe a jumenta e a cria. Puseram os mantos sobre o lombo dos animais e ele sentou-se em cima.
8 Muita gente estendeu os seus mantos no caminho, enquanto outros cortaram ramos das árvores e os espalharam no caminho. 9 As multidões iam tanto à frente como atrás, exclamando:
“Hossana ao Filho de David!
Bendito aquele que vem em nome do Senhor!
Hossana nas alturas!”
10 Entrou em Jerusalém e toda a cidade ficou em alvoroço. E perguntavam: “Quem é este?”
11 E o povo respondia: “É Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia!”
Jesus no templo
(Mc 11.15-19; Lc 19.45-47; Jo 2.13-16)
12 Jesus entrou no templo e expulsou todos os negociantes e compradores que ali havia; derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores de pombos. 13 E disse-lhes: “As Escrituras afirmam: ‘O meu templo será chamado casa de oração’, mas vocês transformaram-no num covil de ladrões!”[b]
14 Entretanto, os cegos e os aleijados vinham ter com ele e curava-os ali no templo. 15 Mas quando os principais sacerdotes e especialistas na Lei viram aqueles milagres espantosos, e ouviram as próprias crianças a gritar no templo, “Hossana ao Filho do rei David!”, ficaram inquietos e indignados. 16 E perguntaram-lhe: “Ouves o que dizem estas crianças?”[c]
“Ouço, sim. Nunca leram as Escrituras que dizem: ‘Da boca dos pequenos e das criancinhas de peito tirarei o louvor?’ ” 17 Depois disto, voltou para Betânia, onde passou a noite.
A figueira mirra
(Mc 11.12-14, 20-24)
18 De manhã, quando ia de novo para Jerusalém, sentiu fome. 19 Vendo uma figueira à beira da estrada, aproximou-se dela e nada achou nela, senão folhas. E disse à figueira: “Nunca mais nasça fruto de ti, para sempre!” E logo secou.
20 Os discípulos ficaram pasmados: “Como foi que a figueira secou tão depressa?”
21 Respondeu-lhes Jesus: “É realmente como vos digo: se tiverem fé e não duvidarem, farão não só o que se fez a esta figueira, como dirão a este monte: ‘Levanta-te e atira-te ao mar!’, e assim sucederá. 22 Podem pedir seja o que for em oração que, se crerem, recebê-lo-ão.”
A autoridade de Jesus contestada
(Mc 11.27-33; Lc 20.1-8)
23 Tendo ele entrado no templo, os principais sacerdotes e outros anciãos do povo foram ter com ele, enquanto estava a ensinar, e perguntaram-lhe: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu tal autoridade?”
24 Em resposta, retorquiu-lhes: “Di-lo-ei, se me responderem a uma pergunta: 25 O batismo de João é de inspiração celeste ou humana?”
Eles puseram-se a falar entre si: “Se dissermos que é de inspiração celeste, ele perguntará: ‘Então, porque não acreditaram nele?’ 26 Mas se dissermos que é de inspiração humana, temos receio da multidão, pois todos têm João na conta de um profeta.” 27 Por fim, responderam: “Não sabemos!”
E Jesus respondeu: “Então também não respondo à vossa pergunta!
A parábola dos dois filhos
28 Que acham disto? Um homem que tinha dois filhos disse ao mais velho: ‘Filho, vai trabalhar hoje na herdade.’ 29 ‘Não vou’, respondeu. Mas pensando melhor, acabou por ir. 30 Depois, disse ao mais novo: ‘Vai tu também!’ E ele respondeu: ‘Sim senhor, vou já’, acabando por não ir. 31 Qual dos dois obedeceu ao pai?” Responderam: “O primeiro, sem dúvida.”
Jesus disse-lhes: “É realmente como vos digo: os cobradores de impostos e as mulheres de má vida entrarão antes de vocês no reino de Deus. 32 Porque João Batista disse-vos para se arrependerem e se voltarem para Deus, e não quiseram; no entanto, muitos cobradores de impostos e mulheres mal afamadas arrependeram-se. Apesar de terem visto estas coisas, não se arrependeram e nunca chegaram a crer.
A parábola dos lavradores desonestos
(Mc 12.1-12; Lc 20.9-19)
33 Agora ouçam outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, erigiu um muro em volta e construiu um lagar. Construiu também uma torre, arrendou a vinha a uns lavradores e partiu em viagem. 34 Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos ir ter com os lavradores e receber a sua parte da colheita. 35 Mas os lavradores assaltaram-nos; espancaram um, mataram outro e apedrejaram um terceiro. 36 Então o dono enviou um grupo ainda maior do que o primeiro, mas trataram-nos do mesmo modo.
37 Por fim, mandou o filho. Dizia ele: ‘Hão de respeitar o meu filho.’ 38 Os lavradores, porém, ao verem o filho aproximar-se, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa!’ 39 Agarraram-no, mataram-no e arrastaram-no para fora da vinha.
40 Quando o dono voltar, que acham vocês que fará àqueles lavradores?”
41 Os anciãos responderam: “Dará uma morte severa a esses malvados e arrendará a vinha a outros lavradores que lhe paguem pontualmente a parte que lhe cabe dos frutos.”
42 Jesus perguntou-lhes: “Não se lembram de ler esta frase nas Escrituras?
‘A pedra que os construtores rejeitaram
veio a tornar-se a pedra fundamental do edifício!
Isto foi outra obra que o Senhor fez,
e é espantosa aos nossos olhos![d]’
43 Por isso, garanto que o reino de Deus vos será tirado e entregue a um povo que dê a sua parte da colheita. 44 Quem tropeçar nesta pedra será feito em pedaços e aqueles sobre quem ela cair serão esmagados.”
45 Quando os principais sacerdotes e os fariseus perceberam que a parábola que Jesus contara se referia a eles 46 procuraram prendê-lo, mas tiveram medo das multidões que tinham Jesus como profeta.
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