M’Cheyne Bible Reading Plan
Isaque abençoa Jacó
27 Isaque já estava bem velho e havia ficado cego. Um dia ele chamou Esaú, o seu filho mais velho, e disse:
— Meu filho!
— Estou aqui, pai — respondeu ele.
2 O pai lhe disse:
— Você está vendo que estou velho e um dia desses vou morrer. 3 Pegue o seu arco e as suas flechas, vá até o campo e cace um animal. 4 Prepare uma comida saborosa, como eu gosto, e traga aqui para mim. Depois de comer, eu lhe darei a minha bênção, antes de morrer.
5 Acontece que Rebeca escutou o que Isaque disse a Esaú. Por isso, quando ele saiu para caçar, 6 ela disse a Jacó:
— Escutei agora mesmo uma conversa do seu pai com o seu irmão Esaú. O seu pai disse assim: 7 “Vá caçar um animal e prepare uma comida saborosa para mim. Depois de comer, eu lhe darei a minha bênção na presença de Deus, o Senhor, antes de morrer.” 8 Agora, meu filho — continuou Rebeca — escute bem e faça o que eu vou dizer. 9 Vá ao lugar onde estão os nossos animais e traga dois cabritos dos melhores. Eu vou preparar uma comida saborosa, como o seu pai gosta, 10 e você vai levá-la para ele comer. Depois o seu pai vai abençoar você, antes que ele morra.
11 Aí Jacó disse à mãe:
— O meu irmão é muito peludo, e eu não. 12 Se o meu pai me apalpar e descobrir que sou eu, ele vai saber que eu estou tentando enganá-lo. Então ele vai me amaldiçoar em vez de me abençoar.
13 Mas a mãe respondeu:
— Nesse caso, que a maldição caia sobre mim, meu filho. Faça exatamente o que eu disse: vá e traga os cabritos para mim.
14 Jacó foi, pegou os cabritos e os levou à mãe, e ela preparou uma comida saborosa, como Isaque gostava. 15 Depois ela pegou a melhor roupa de Esaú, que estava guardada em casa, e com ela vestiu Jacó. 16 Com a pele dos cabritos ela cobriu as mãos e o pescoço de Jacó, que não tinha pelos. 17 Depois entregou a Jacó a comida gostosa e o pão que ela havia feito.
18 Então Jacó foi até onde o pai estava e disse:
— Pai!
— Aqui estou — respondeu ele. — Quem é você, meu filho?
19 — Eu sou Esaú, o seu filho mais velho — disse Jacó. — Já fiz o que o senhor mandou. Levante-se, por favor; sente-se, coma da carne do animal que cacei e depois me abençoe.
20 Aí Isaque perguntou:
— Mas como foi que você achou a caça tão depressa, meu filho?
Jacó respondeu:
— O Senhor, seu Deus, me ajudou.
21 Então Isaque disse a Jacó:
— Chegue mais perto para que eu possa apalpar você. Assim vou saber se você é Esaú mesmo ou não.
22 Jacó chegou perto de Isaque, e ele o apalpou e disse:
— A sua voz é a voz de Jacó, mas as mãos parecem as mãos de Esaú.
23 Assim, Isaque não reconheceu que era Jacó, pois as suas mãos estavam peludas como as de Esaú, e por isso ele o abençoou. 24 Mas, antes de abençoá-lo, perguntou mais uma vez:
— Você é mesmo o meu filho Esaú?
— Sou, sim — respondeu Jacó.
25 Então o pai disse:
— Traga a carne da caça para que eu coma. Depois eu o abençoarei.
Jacó serviu a comida ao seu pai e também trouxe vinho. Isaque comeu, e bebeu, 26 e depois disse:
— Venha cá, meu filho, e me dê um beijo.
27 Jacó chegou perto e beijou o pai. Quando sentiu o cheiro da roupa que Jacó estava usando, Isaque o abençoou e disse assim:
“Ah! O cheiro do meu filho
é como o cheiro de um campo
que o Senhor Deus abençoou.
28 Meu filho, que Deus lhe dê
o orvalho do céu;
que os seus campos produzam
boas colheitas
e fartura de trigo e vinho.
29 Que nações sejam dominadas por você,
e que você seja respeitado pelos povos.
Que você mande nos seus parentes,
e que os descendentes da sua mãe
o tratem com respeito.
Malditos sejam aqueles
que o amaldiçoarem,
e que sejam abençoados
os que o abençoarem!”
Esaú pede a bênção do pai
30 Isaque acabou de dar a bênção, e Jacó ia saindo, quando Esaú chegou, vindo da caçada. 31 Ele também fez uma comida gostosa e levou para o pai. Aí disse:
— Levante-se, por favor, coma da caça que eu matei e depois me abençoe.
32 Então Isaque perguntou:
— Quem é você?
— Eu sou Esaú, o seu filho mais velho.
33 Isaque ficou agitado e começou a tremer muito. E disse:
— Então quem foi que caçou um animal e trouxe para mim? Eu comi antes que você chegasse e dei àquele homem a minha bênção. Ele é quem será abençoado.
34 Quando Esaú ouviu isso, deu um grito cheio de amargura e disse:
— Meu pai, dê a sua bênção para mim também!
35 Porém Isaque respondeu:
— O seu irmão veio, me enganou e ficou com a bênção que era sua.
36 Esaú disse:
— Esta é a segunda vez que ele me engana. Foi com razão que puseram nele o nome de Jacó. Primeiro ele me tirou os direitos de filho mais velho e agora tirou a bênção que era minha. Pai, será que o senhor não guardou nenhuma bênção para mim?
37 Isaque respondeu:
— Eu já dei a Jacó autoridade sobre você e fiz com que todos os parentes de Jacó sejam escravos dele. Também disse que ele terá muito trigo e muito vinho. Agora não posso fazer nada por você, meu filho.
38 Porém Esaú insistiu:
— Será que o senhor tem só uma bênção? Abençoe também a mim, meu pai.
E começou a chorar alto.
39 Então Isaque disse:
“Você viverá longe de terras boas
e longe do orvalho que cai do céu.
40 Você viverá pela sua espada
e será empregado do seu irmão.
Porém, quando você se revoltar,
se livrará dele.”
Jacó vai para a Mesopotâmia
41 Esaú ficou com ódio de Jacó porque o seu pai tinha dado a ele a bênção. Então pensou assim: “O meu pai vai morrer logo. Quando acabarem os dias de luto, vou matar o meu irmão.”
42 Rebeca ficou sabendo do plano de Esaú e mandou chamar Jacó. Ela disse:
— Escute aqui! O seu irmão Esaú está planejando se vingar de você; ele quer matá-lo. 43 Por isso, meu filho, preste atenção. Vá agora mesmo para a casa de Labão, o meu irmão, que mora em Harã. 44 Fique algum tempo lá com ele, até que passe o ódio do seu irmão, 45 e ele esqueça aquilo que você lhe fez. Nessa ocasião eu mandarei alguém para trazer você de volta. Não quero perder os meus dois filhos num dia só!
46 Depois Rebeca foi falar com Isaque e disse:
— Estou aborrecida da vida por causa dessas mulheres heteias com quem Esaú casou. Se Jacó também casar com uma dessas heteias, será melhor que eu morra.
O plano para matar Jesus(A)
26 Quando Jesus acabou de ensinar essas coisas, disse aos discípulos:
2 — Vocês sabem que daqui a dois dias vai ser comemorada a Festa da Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.
3 Os chefes dos sacerdotes e os líderes judeus se reuniram no palácio de Caifás, o Grande Sacerdote, 4 e fizeram um plano para prender Jesus em segredo e matá-lo. 5 Eles diziam:
— Não vamos fazer isso durante a festa, para não haver uma revolta no meio do povo.
Jesus em Betânia(B)
6-7 Jesus estava no povoado de Betânia, sentado à mesa na casa de Simão, o Leproso. Então uma mulher chegou perto de Jesus com um frasco feito de alabastro, cheio de um perfume muito caro, e derramou o perfume na cabeça dele. 8 Ao verem aquilo, os discípulos ficaram zangados e disseram:
— Que desperdício! 9 Esse perfume poderia ter sido vendido por uma fortuna, e o dinheiro, dado aos pobres.
10 Mas Jesus, sabendo o que eles diziam, disse:
— Por que vocês estão aborrecendo esta mulher? Ela fez para mim uma coisa muito boa. 11 Pois os pobres estarão sempre com vocês, mas eu não. 12 O que ela fez foi perfumar o meu corpo para o meu sepultamento. 13 Eu afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada.
Judas trai Jesus(C)
14 Então um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi falar com os chefes dos sacerdotes. 15 Ele disse:
— Quanto vocês me pagam para eu lhes entregar Jesus?
E eles lhe pagaram trinta moedas de prata.
16 E daí em diante Judas ficou procurando uma oportunidade para entregar Jesus.
Jesus comemora a Páscoa(D)
17 No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram:
— Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor?
18 Ele respondeu:
— Vão até a cidade, procurem certo homem e digam: “O Mestre manda dizer: A minha hora chegou. Os meus discípulos e eu vamos comemorar a Páscoa na sua casa.”
19 Os discípulos fizeram como Jesus havia mandado e prepararam o jantar da Páscoa.
20 Quando anoiteceu, Jesus e os doze discípulos sentaram para comer. 21 Durante o jantar Jesus disse:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair.
22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar:
— O senhor não está achando que sou eu; está?
23 Jesus respondeu:
— Quem vai me trair é aquele que come no mesmo prato que eu. 24 Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido!
25 Então Judas, o traidor, perguntou:
— Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está?
Jesus respondeu:
— Quem está dizendo isso é você mesmo.
A Ceia do Senhor(E)
26 Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:
— Peguem e comam; isto é o meu corpo.
27 Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, dizendo:
— Bebam todos vocês 28 porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. 29 Eu afirmo a vocês que nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino do meu Pai.
30 Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.
Jesus avisa Pedro(F)
31 E Jesus disse aos discípulos:
— Esta noite todos vocês vão fugir e me abandonar, pois as Escrituras Sagradas dizem: “Matarei o pastor, e as ovelhas serão espalhadas.” 32 Mas, depois que eu ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia.
33 Então Pedro disse a Jesus:
— Eu nunca abandonarei o senhor, mesmo que todos o abandonem.
34 Mas Jesus lhe disse:
— Eu afirmo a você que isto é verdade: nesta mesma noite, antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.
35 Pedro respondeu:
— Eu nunca vou dizer que não o conheço, mesmo que eu tenha de morrer com o senhor!
E todos os outros discípulos disseram a mesma coisa.
Jesus no jardim do Getsêmani(G)
36 Jesus foi com os discípulos para um lugar chamado Getsêmani e lhes disse:
— Sentem-se aqui, enquanto eu vou ali orar.
37 Então Jesus foi, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu. Aí ele começou a sentir uma grande tristeza e aflição 38 e disse a eles:
— A tristeza que estou sentindo é tão grande, que é capaz de me matar. Fiquem aqui vigiando comigo.
39 Ele foi um pouco mais adiante, ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e orou:
— Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres.
40 Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo. Então disse a Pedro:
— Será que vocês não podem vigiar comigo nem uma hora? 41 Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir.
42 Pela segunda vez Jesus foi e orou, dizendo:
— Meu Pai, se este cálice de sofrimento não pode ser afastado de mim sem que eu o beba, então que seja feita a tua vontade.
43 Ele voltou de novo e encontrou os discípulos dormindo. Eles estavam com sono e não conseguiam ficar com os olhos abertos.
44 Jesus tornou a sair de perto deles e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45 Então voltou até onde os discípulos estavam e perguntou:
— Vocês ainda estão dormindo e descansando? Olhem! Chegou a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos maus. 46 Levantem-se, e vamos embora. Vejam! Aí vem chegando o homem que está me traindo!
Jesus é preso(H)
47 Jesus ainda estava falando, quando chegou Judas, um dos doze discípulos. Vinha com ele uma grande multidão armada com espadas e porretes, que tinha sido mandada pelos chefes dos sacerdotes e pelos líderes judeus. 48 O traidor tinha combinado com eles um sinal. Ele tinha dito: “Prendam o homem que eu beijar, pois é ele.” 49 Judas foi até perto de Jesus e disse:
— Mestre, que a paz esteja com o senhor!
E o beijou. 50 Jesus respondeu:
— Amigo, o que você vai fazer faça agora.
Então eles chegaram, prenderam Jesus e o amarraram. 51 Mas um dos que estavam ali com Jesus tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele. 52 Aí Jesus disse:
— Guarde a sua espada, pois quem usa uma espada será morto por uma espada. 53 Você não sabe que, se eu pedisse ajuda ao meu Pai, ele me mandaria agora mesmo doze exércitos de anjos? 54 Mas, nesse caso, como poderia se cumprir aquilo que as Escrituras Sagradas dizem que é preciso acontecer?
55 Depois Jesus disse para aquela gente:
— Vocês vêm com espadas e porretes para me prender como se eu fosse um bandido? Eu estava todos os dias ensinando no pátio do Templo, e vocês não me prenderam. 56 Mas tudo isso está acontecendo para se cumprir o que os profetas escreveram nas Escrituras Sagradas.
Então todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram.
Jesus diante do Conselho Superior(I)
57 Os homens que prenderam Jesus o levaram até a casa do Grande Sacerdote Caifás, onde estavam reunidos alguns mestres da Lei e alguns líderes judeus. 58 Pedro seguiu Jesus de longe até o pátio da casa do Grande Sacerdote. Entrou e sentou-se com os guardas para ver como aquilo ia terminar.
59 Os chefes dos sacerdotes e todo o Conselho Superior estavam procurando alguma acusação falsa contra Jesus a fim de o condenar à morte. 60 Mas não puderam encontrar nada contra ele, embora muitos se levantassem para dizer mentiras a respeito dele. Afinal dois homens se apresentaram 61 e disseram:
— Este homem afirmou: “Eu posso destruir o Templo de Deus e construí-lo de novo em três dias.”
62 Aí o Grande Sacerdote se levantou e perguntou a Jesus:
— Você não vai se defender desta acusação?
63 Mas Jesus ficou calado. Então o Grande Sacerdote tornou a perguntar:
— Em nome do Deus vivo, eu exijo que você diga para nós: você é o Messias, o Filho de Deus?
64 Jesus respondeu:
— Quem está dizendo isso é o senhor. Mas eu afirmo a vocês que de agora em diante vocês verão o Filho do Homem sentado do lado direito do Deus Todo-Poderoso e descendo nas nuvens do céu!
65 Aí o Grande Sacerdote rasgou as suas próprias roupas e disse:
— Ele blasfemou! Não precisamos mais de testemunhas! Vocês ouviram agora mesmo esta blasfêmia contra Deus! 66 Então, o que resolvem?
Eles responderam:
— Ele é culpado e deve morrer!
67 Em seguida cuspiram no rosto de Jesus e deram bofetadas nele. E os que batiam nele 68 diziam:
— Ei, Messias, adivinhe para nós quem foi que bateu em você!
Pedro nega Jesus(J)
69 Pedro estava sentado lá fora no pátio, quando uma das empregadas chegou perto dele e disse:
— Você também estava com Jesus da Galileia.
70 Mas ele negou diante de todos, dizendo:
— Eu não sei do que é que você está falando.
71 Depois foi para a entrada do pátio. Outra empregada o viu e disse às pessoas que estavam ali:
— Ele estava com Jesus de Nazaré.
72 Pedro negou outra vez, respondendo:
— Juro que não conheço esse homem!
73 Pouco depois, os que estavam ali chegaram perto de Pedro e disseram:
— O seu modo de falar mostra que, de fato, você também é um deles.
74 Então Pedro disse:
— Juro que não conheço esse homem! Que Deus me castigue se não estou dizendo a verdade!
Naquele instante o galo cantou, 75 e Pedro lembrou que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.” Então Pedro saiu dali e chorou amargamente.
Hamã faz planos para acabar com os judeus
3 Depois disso, o rei Xerxes colocou um homem chamado Hamã no cargo de primeiro-ministro. Hamã era filho de Hamedata e descendente de Agague. 2 O rei ordenou que todos os funcionários do palácio se curvassem e se ajoelhassem diante de Hamã em sinal de respeito. E todos os funcionários começaram a fazer isso, menos Mordecai; ele não se curvava, nem se ajoelhava. 3 Aí os outros funcionários perguntaram a Mordecai por que ele não obedecia à ordem do rei. 4 Todos os dias eles insistiam com ele para que obedecesse, mas não adiantava. Ele explicava que não obedecia porque era judeu. Então eles foram contar isso a Hamã, para ver se Mordecai continuaria a desobedecer à ordem do rei. 5 Hamã ficou furioso quando viu que Mordecai não se ajoelhava em honra dele. 6 E, quando lhe disseram que Mordecai era judeu, Hamã achou que não bastava matar somente Mordecai; ele fez planos para matar também todos os judeus que havia no reino de Xerxes.
7 No ano doze do reinado de Xerxes, no primeiro mês, o mês de nisã, Hamã ordenou que tirassem a sorte (chamava-se isso de “purim”), para decidir o dia e o mês em que os judeus seriam mortos. Foi sorteado o dia treze do décimo segundo mês, o mês de adar. 8 Hamã foi e disse ao rei:
— Por todas as províncias do reino, está espalhado um povo que segue leis diferentes das leis dos outros povos. O pior, ó rei, é que eles não obedecem às suas ordens, e por isso não convém que o senhor tolere que eles continuem agindo assim. 9 Se o senhor quiser, assine um decreto ordenando que eles sejam mortos. E eu prometo depositar nos cofres reais trezentos e quarenta e dois mil quilos de prata para pagar as despesas do governo.
10 O rei tirou o seu anel-sinete, que servia para carimbar as suas ordens, e o deu a Hamã, filho de Hamedata e descendente de Agague, o inimigo dos judeus. 11 E o rei lhe disse:
— Fique com o seu dinheiro, e essa gente eu entrego nas suas mãos. Faça com eles o que quiser.
12 No dia treze do primeiro mês, Hamã mandou chamar os secretários do palácio e ditou a ordem. Ele ordenou que fosse traduzida para todas as línguas faladas no reino e que cada tradução seguisse a escrita usada em cada província. A ordem devia ser enviada a todos os representantes do rei, aos governadores das províncias e aos chefes dos vários povos. Ela foi escrita em nome do rei, carimbada com o seu anel-sinete 13 e levada por mensageiros a todas as províncias do reino. A ordem era matar todos os judeus num dia só, o dia treze do décimo segundo mês, o mês de adar. Que todos os judeus fossem mortos, sem dó nem piedade: os moços e os velhos, as mulheres e as crianças. E a ordem mandava também que todos os bens dos judeus ficassem para o governo. 14 Em cada província deveria ser feita uma leitura em público dessa ordem, a fim de que, quando chegasse o dia marcado, todos estivessem prontos.
15 O rei deu a ordem, e os mensageiros foram depressa a todas as províncias; e em Susã, a capital, a ordem foi lida em público. O rei e Hamã se assentaram para beber, enquanto a confusão se espalhava pela cidade.
Paulo se defende diante de Agripa
26 Agripa disse a Paulo:
— Você pode apresentar a sua defesa.
Então Paulo estendeu a mão e fez a sua defesa, dizendo o seguinte:
2 — Rei Agripa, eu me sinto muito feliz em poder estar hoje diante do senhor para me defender de tudo o que os judeus me acusam. 3 E especialmente feliz porque o senhor conhece muito bem todos os costumes e questões dos judeus. Portanto, peço que o senhor me escute com paciência.
4 — Todos os judeus sabem como tenho vivido no meio do meu povo e também em Jerusalém, desde a minha juventude até hoje. 5 Eles sempre souberam — e podem confirmar isso se quiserem — que desde o começo fui membro do partido dos fariseus, o mais rigoroso da nossa religião. 6 E agora estou aqui sendo julgado porque tenho esperança na promessa que Deus fez aos nossos antepassados. 7 Todas as tribos do nosso povo, que adoram a Deus dia e noite, também esperam ver o cumprimento dessa promessa. É por causa dessa esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus. 8 Por que é que vocês, judeus, acham impossível crer que Deus ressuscita os mortos?
9 E Paulo disse ainda:
— Eu mesmo pensava que devia fazer tudo o que pudesse contra a causa de Jesus de Nazaré. 10 E foi o que fiz em Jerusalém. Recebi autorização dos chefes dos sacerdotes e prendi muitos seguidores de Jesus. Quando eram condenados à morte, eu também votava contra eles. 11 Durante muito tempo eu os castiguei em todas as sinagogas e os forcei a negar a sua fé. Tinha tanto ódio deles, que até fui a outras cidades para persegui-los.
Paulo conta a sua conversão(A)
12 E Paulo continuou:
— Foi por isso que viajei para a cidade de Damasco, levando autorização e ordens dos chefes dos sacerdotes. 13 Mas aconteceu, ó rei, que na estrada, ao meio-dia, veio do céu uma luz mais brilhante do que o sol, a qual brilhou em volta de mim e dos homens que estavam viajando comigo. 14 Todos nós caímos no chão, e eu ouvi uma voz me dizer em hebraico: “Saulo, Saulo! Por que você me persegue? Não adianta você se revoltar contra mim.”
15 — Então eu perguntei: “Quem é o senhor?”
— E o Senhor respondeu: “Eu sou Jesus, aquele que você persegue. 16 Mas levante-se e fique de pé. Eu apareci a você para o escolher como meu servo, a fim de que você conte aos outros o que viu hoje e anuncie o que lhe vou mostrar depois. 17 Vou livrar você dos judeus e também dos não judeus, a quem vou enviá-lo. 18 Você vai abrir os olhos deles a fim de que eles saiam da escuridão para a luz e do poder de Satanás para Deus. Então, por meio da fé em mim, eles serão perdoados dos seus pecados e passarão a ser parte do povo escolhido de Deus.”
Paulo fala sobre o seu trabalho
19 E Paulo terminou, dizendo:
— Portanto, ó rei Agripa, eu não desobedeci à visão que veio do céu. 20 Anunciei a mensagem primeiro em Damasco e depois em Jerusalém, em toda a região da Judeia e entre os não judeus. Eu dizia a todos que eles precisavam abandonar os seus pecados, voltar para Deus e fazer coisas que mostrassem que estavam, de fato, arrependidos. 21 Foi por isso que alguns judeus me agarraram quando eu estava no pátio do Templo e quiseram me matar. 22 Mas até hoje Deus tem me ajudado, e por isso estou aqui trazendo a sua mensagem a todos, tanto aos humildes como aos importantes. Pois eu digo a mesma coisa que os profetas e Moisés disseram que ia acontecer. 23 Eles afirmaram que o Messias precisava sofrer e ser o primeiro a ressuscitar, para anunciar a luz da salvação tanto aos judeus como aos não judeus.
24 Quando Paulo estava se defendendo assim, Festo gritou:
— Paulo, você está louco! Estudou tanto, que acabou perdendo o juízo!
25 Paulo respondeu:
— Eu não estou louco, Excelência; estou em perfeito juízo e digo a verdade. 26 Eu posso falar diante do rei Agripa com toda a coragem porque tenho a certeza de que ele conhece todas essas coisas muito bem, pois não aconteceram em nenhum lugar escondido.
27 Então Paulo disse ao rei:
— Rei Agripa, o senhor crê nos profetas? Eu sei que crê!
28 Agripa respondeu:
— Você pensa que assim, em tão pouco tempo, vai me tornar cristão?
29 Paulo disse:
— Pois eu pediria a Deus que, em pouco ou muito tempo, não somente o senhor, mas todos os que estão me ouvindo hoje chegassem a ser como eu, mas sem estas correntes.
30 Aí o rei Agripa, o Governador, Berenice e todos os que estavam com eles se levantaram 31 e saíram, comentando:
— Este homem não fez nada para merecer a morte, nem para estar preso.
32 Então Agripa disse a Festo:
— Ele já podia estar solto se não tivesse pedido para ser julgado pelo Imperador.
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