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Bible in 90 Days

An intensive Bible reading plan that walks through the entire Bible in 90 days.
Duration: 88 days
O Livro (OL)
Version
2 Samuel 22:19 - 1 Reis 7:37

19 Saltaram sobre mim no dia da calamidade,
mas o Senhor foi a minha proteção.
20 Fez-me reaver a liberdade;
resgatou-me, porque me amava.

21 O Senhor recompensou-me,
conforme a minha retidão,
porque tinha as mãos limpas.
22 Guardei os caminhos do Senhor;
não me afastei impiamente do meu Deus.
23 Tive sempre presentes as suas leis;
não me desviei dos seus estatutos.
24 Fui sempre reto perante ele
e fugi do pecado.
25 Por isso, o Senhor atendeu à minha justiça,
pois viu que eu estava limpo.

26 Tu és misericordioso para com os misericordiosos;
revelas a tua retidão para com os que são retos.
27 Com os puros, mostras-te puro,
mas astuto com os perversos.
28 Tu salvas os que estão aflitos,
mas abates os orgulhosos,
pois tens os olhos sempre postos neles.
29 Senhor, tu és a minha luz!
Transformas em luz a minha escuridão.
30 Pelo teu poder posso esmagar um exército;
pela tua força saltarei muralhas.

31 O caminho de Deus é reto.
A palavra do Senhor é verdade;
é um escudo para os que procuram a sua proteção.
32 Só o Senhor é Deus.
Quem é como um rochedo senão o nosso Deus?
33 Deus é a minha poderosa fortaleza;
faz-me andar em perfeita segurança.
34 Faz com que caminhe com passo bem firme,
como as gazelas sobre os cumes.
35 Torna-me hábil nos combates,
dá-me força capaz de dobrar um arco de bronze;
36 Deste-me o escudo da tua salvação;
pela tua bondade me engrandeceste.
37 Fizeste-me andar sobre caminhos planos,
onde os meus pés não vacilaram.

38 Persegui os meus inimigos e os destruí;
não desisti sem os derrotar.
39 Consumi-os e destrocei-os
de tal forma que mais nenhum deles se poderá levantar.
Caíram debaixo dos meus pés.
40 Pois deste-me força para a batalha.
Fizeste com que subjugasse
todos os que se levantaram contra mim.
41 Obrigaste os meus inimigos a retroceder e fugir;
destruí todos os que me odiavam.
42 Pediram ajuda, mas ninguém os auxiliou;
clamaram ao Senhor, mas recusou ouvi-los.
43 Pisei-os como o pó do chão,
esmaguei-os e dispersei-os,
como pó pelas ruas.

44 Guardaste-me da rebelião do meu povo;
livraste-me para que seja cabeça das nações.
Estrangeiros me servirão.
45 Em breve me serão sujeitos,
quando ouvirem falar do meu poder.
46 Perderão a altivez
e virão a tremer, lá dos seus esconderijos.

47 O Senhor vive!
Bendito seja aquele que é o meu rochedo.
Que Deus seja louvado,
aquele que é a rocha da minha salvação!
48 Ele é o Deus que por mim faz vingança,
que destrói os que se levantam contra mim.
49 Resgataste-me dos meus adversários.
Sim, tu levantaste-me em segurança,
acima das suas cabeças.
Livraste-me da violência.
50 Por isso, Senhor, dar-te-ei graças entre as nações,
e cantarei louvores ao teu nome.

51 Ele deu uma maravilhosa salvação ao seu rei;
manifestou misericórdia ao seu ungido,
        a David e à sua família, para sempre.”

As últimas palavras de David

23 Estas foram as últimas palavras de David:

“Diz assim David, o filho de Jessé,
o homem a quem Deus deu tanto sucesso,
o ungido do Deus de Jacob,
o suave salmista de Israel.

O Espírito do Senhor falou por mim,
a sua palavra estava na minha boca.
Disse-me assim a rocha de Israel:
‘Aquele que governa com toda a justiça,
que administra no temor de Deus,
é como a luz da manhã,
como uma esplêndida alvorada,
quando a tenra erva brota do solo,
sob o calor do Sol, depois da chuva.’

Foi igualmente a minha família que ele escolheu!
Sim, Deus estabeleceu uma aliança eterna comigo;
está selada com o seu acordo eterno.
Zelará constantemente pela minha segurança
e pelo meu sucesso.
Os ímpios são como espinhos
que se lançam para longe;
rasgam a mão de quem lhes pega.
Tem de se estar protegido para os apanhar,
e para serem lançados no fogo.”

Os grandes chefes militares de David

(1 Cr 11.10-41)

São os seguintes os nomes dos três homens mais valentes que David teve, os mais heróicos soldados do seu exército: O primeiro foi Josebe-Bassebete, de Taquemoni, também conhecido por Adino, o eznita; certa vez matou 800 homens numa só batalha.

Depois é Eleazar, o filho de Dodo e neto de Aoí. Foi um dos três homens que, com David, enfrentaram os filisteus daquela vez que o exército de Israel fugiu. 10 Matou filisteus, até que a sua mão, de cansada, já lhe doía ao segurar a espada; o Senhor deu-lhe uma grande vitória. O resto do exército só voltou na altura de recolher o despojo.

11-12 A seguir, vem Samá, filho de Agé, de Harar. Uma vez, no decorrer dum ataque filisteu, quando todos os seus homens o tinham deixado só e fugido, ficou sozinho no meio dum campo de lentilhas e conseguiu pôr em debandada os filisteus. Também a este o Senhor deu uma grande vitória.

13 Um dia, quando David vivia na caverna de Adulão e os invasores filisteus estavam no vale de Refaim, três dos trinta oficiais comandantes do exército israelita desceram no tempo da sega para o visitar. 14 No momento do acontecimento David encontrava-se numa fortaleza. Uns guerreiros filisteus tinham ocupado Belém. 15 A certa altura, David expressou o seguinte desejo: “Quem me dera poder beber da água daquele poço de Belém que está junto à porta!” 16 Então esses três homens romperam através desse posto avançado dos filisteus, tiraram água do poço e trouxeram-na a David! Contudo, David recusou; em vez de a beber, derramou-a como oferta perante o Senhor. 17 E disse: “Nunca faria tal coisa, Senhor! Nunca beberia uma água que afinal representa o sangue destes homens que arriscaram as suas vidas para a ir buscar!”

18 Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruía, foi comandante dos trinta. Certa vez, só com a sua lança, matou 300 soldados inimigos. 19 Foi por tais feitos que ele ganhou uma reputação semelhante à daqueles três homens, ainda que não fosse igual a eles. Entre o corpo dos trinta comandantes, ele era o chefe.

20 Havia também Benaia, filho de Jeoiada, um valente soldado de Cabzeel. Benaia matou os dois filhos de Ariel de Moabe. Noutra altura, entrou numa gruta e a despeito do chão estar muito escorregadio, por causa da neve gelada, pegou num leão que ali se tinha abrigado e matou-o. 21 Noutra ocasião ainda, tendo na mão unicamente uma vara, matou um soldado egípcio armado com uma lança; conseguiu arrancar-lha e com ela matou o egípcio. 22 Estes foram alguns dos feitos que deram a Benaia, filho de Jeoiada, quase tanta fama como a dos três primeiros. 23 Era muito famoso entre os trinta, mas não pode rivalizar com o grupo dos três. David fê-lo capitão da sua guarda pessoal.

24 Asael, irmão de Joabe, era também um dos trinta comandantes. Os outros eram:

El-Hanã, filho de Dodo, de Belém;

25 Samá de Harode;

Elica também de Harode;

26 Helez de Palti;

Ira, filho de Iques, de Tecoa;

27 Abiezer de Anatote;

Mebunai de Husate;

28 Zalmom o aoíta;

Maarai de Netofá;

29 Helebe, filho de Baaná, de Netofá;

Itai, filho de Ribai, de Gibeá, da tribo de Benjamim;

30 Benaia de Piraton;

Hidai do ribeiro de Gaás;

31 Abi-Albom de Arbate;

Azmavete de Baurim;

32 Eliaba de Saalbom;

Os filhos de Jasen;

Jónatas, filho de Sage, de Harar;

33 Samá de Harar;

Aião, filho de Sarar, de Harar;

34 Elifelete, filho se Aasbai, de Maacá;

Eliam, filho de Aitofel, de Gilo;

35 Hezro do Carmelo;

Paarai de Arba;

36 Igal, filho de Natã, de Zobá;

Bani de Gad;

37 Zeleque de Amon;

Naarai de Beerote, o que levava as armas de Joabe, o filho de Zeruía;

38 Ira de Itra;

Garebe de Itra;

39 Urias, o hitita.

Trinta e sete ao todo.

David manda fazer um recenseamento

(1 Cr 21.1-17)

24 A ira do Senhor tornou a acender-se contra Israel e David foi levado a tomar uma decisão que trouxe uma desgraça para o povo: fazer um recenseamento de Israel e Judá.

O rei disse a Joabe, comandante do seu exército: “Faz o recenseamento geral de toda a população, desde Dan até Berseba, para que se saiba quantos são ao todo.”

Joabe replicou: “Que o Senhor, teu Deus, permita que vivas o bastante para veres este povo multiplicado cem vezes neste reino! Que interesse tens tu nesse recenseamento?”

A vontade do rei prevaleceu contra a argumentação de Joabe. Este, acompanhado de outros oficiais do exército, começou a tarefa da contagem do povo de Israel.

Primeiramente atravessaram o Jordão e instalaram-se em Aroer, a sul da cidade que fica no meio do vale de Gad, junto de Jazer. Depois foram para Gileade, na terra de Tatim-Hodchi, para Dan-Jaã e para os arredores de Sídon. Seguidamente, deslocaram-se para a fortaleza de Tiro e para todas as cidades dos heveus e dos cananeus e depois para o sul de Judá até Berseba. Passaram pela terra toda, tendo completado a sua missão em nove meses e vinte dias. Joabe trouxe o número total do povo ao rei: eram 800 000 homens em idade de serviço militar em Israel e 500 000 em Judá.

10 Após ter mandado fazer o recenseamento, a consciência de David começou a acusá-lo e disse ao Senhor: “Pequei gravemente ao fazer tal coisa. Peço-te que me perdoes, porque reconheço que agi loucamente.”

11 Na manhã seguinte, quando David se levantou, veio a palavra do Senhor ao profeta Gad, vidente de David. O Senhor disse a Gad: 12 “Vai dizer a David: O Senhor propõe-te três coisas; escolhe a que preferes.”

13 Gad veio ter com David e perguntou-lhe: “Preferes sete anos de fome em toda a terra, ou fugir diante dos teus inimigos durante três meses, ou que haja três dias de praga na tua terra? Pensa nisto e depois dá-me uma resposta, para que a transmita a quem me enviou.”

14 “É uma decisão muito difícil”, respondeu David. “É melhor cair nas mãos do Senhor, porque grande é a sua misericórdia, do que nas mãos dos homens.”

15 Então o Senhor enviou uma praga sobre Israel naquela manhã, que durou três dias, e morreram 70 000 pessoas desde Dan, no norte, até Berseba, no sul. 16 Quando o anjo do Senhor se preparava para estender a sua mão sobre Jerusalém para a destruir, por causa da grande compaixão que sentiu, o Senhor ordenou ao anjo destruidor: “Para! Já basta!” O anjo do Senhor estava sobre a eira de Arauna, o jebuseu.

17 Quando David viu o anjo, disse ao Senhor: “Senhor, eu sou o único culpado deste pecado! Estas ovelhas nada fizeram! Destrói-me a mim e à minha família.”

David constrói um altar

(1 Cr 21.18-27)

18 Nesse dia, Gad foi ter com David e disse-lhe: “Sobe à eira de Arauna, o jebuseu, e constrói ali um altar ao Senhor.”

19 David pôs-se logo a caminho, como o Senhor lhe tinha ordenado por intermédio de Gad. 20 Quando Arauna viu o rei e os seus homens virem na sua direção, foi e inclinou-se com o rosto no chão perante o rei. 21 “Porque vieste aqui?”, perguntou Arauna. David respondeu: “Para te comprar a eira e construir ali um altar ao Senhor, a fim de que cesse esta praga.”

22 Arauna disse-lhe: “Fica já com ela, meu senhor, e usa-a como bem entenderes. Estão aqui bois para o holocausto e podes usar o carro e os jugos dos bois como madeira para o fogo do altar. 23 Tudo te dou. Assim, o Senhor Deus aceite o teu sacrifício.”

24 “Não”, disse David. “Quero comprar-ta pelo seu preço, pois não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que nada me custem.” David pagou-lhe então 50 peças de prata pela eira e pelos bois; 25 Construiu ali um altar ao Senhor e sacrificou holocaustos e ofertas de paz sobre ele.

O Senhor respondeu à sua oração e a praga cessou.

Adonias pretende ser rei

Sendo o rei David já muito idoso, tinha enorme dificuldade em se aquecer. Por mais mantas com que o cobrissem, tinha sempre frio. “O remédio para isso”, disseram-lhe os criados, “é procurar-se uma rapariga virgem que cuide do rei e se recline nos seus braços, mantendo-o quente.”

Então procuraram em todo o país uma rapariga que fosse formosa e selecionaram Abisague, sunamita. Trouxeram-na para junto do rei e ela cuidava dele, mas não tiveram relações sexuais.

Por essa altura, o príncipe Adonias, cuja mãe era Hagite, decidiu ocupar o trono em lugar do seu pai. Reuniu carros e cavaleiros e recrutou cinquenta homens de marcha. O pai nunca o tinha sabido disciplinar; nunca fora contrariado nem repreendido. Era um homem extremamente bem parecido e Absalão era o seu irmão mais velho.

Este procurou ganhar a confiança do general Joabe e de Abiatar, o sacerdote, os quais concordaram em colaborar nos seus intentos. Mas houve alguns que permaneceram fiéis ao rei David e que recusaram a apoiar Adonias, como foi o caso do sacerdote Zadoque, e Benaia, filho de Jeoiada, o profeta Natã e ainda Simei, Reé e os outros valentes do rei.

Adonias foi até En-Rogel e sacrificou ovelhas, bois e bezerros cevados, junto à pedra de Zoelete. Convidou todos os irmãos, os outros filhos do rei David, assim como figuras de relevo de Judá pertencentes à casa real, pedindo-lhes que assistissem à sua coroação. 10 Contudo, não convidou nem o profeta Natã, nem Benaia, nem os valentes guerreiros que tinham permanecido leais, nem o seu irmão Salomão.

11 O profeta Natã foi ter com Bate-Seba, mãe de Salomão, e perguntou-lhe: “Estás a dar-te conta do que anda a suceder? Adonias, o filho de Hagite, vai tornar-se rei sem que David, o nosso senhor, o saiba! 12 Se queres conservar a tua vida e a do teu filho Salomão, faz exatamente o que te vou dizer: 13 Vai já ter com David e coloca-lhe esta questão: ‘Meu senhor, não me prometeste tu que o meu filho Salomão te sucederia no trono? Por que razão está então Adonias a reinar?’ 14 Enquanto estiveres a falar, eu chegarei e confirmarei o que tiveres dito.”

15 Bate-Seba assim fez e entrou nos aposentos do rei. Este estava mesmo muito velho e Abisague tratava dele. 16 Bate-Seba inclinou-se perante ele. “Que pretendes?”, perguntou-lhe o soberano.

17 “Meu senhor, tu prometeste-me, na presença do Senhor, teu Deus, que o meu filho Salomão seria rei depois de ti e que se sentaria no trono. 18 No entanto, é Adonias que está a reinar e nem sequer estás informado disso. 19 Até já celebrou a sua coroação sacrificando bois, bezerros cevados e muitas ovelhas. Convidou também todos os seus irmãos, o sacerdote Abiatar e o general Joabe, à exceção de Salomão. 20 Todo o Israel está à espera da tua decisão, quanto a saber se Adonias é mesmo aquele que escolheste para te suceder. 21 Se não fizeres alguma coisa, o meu filho Salomão e eu própria seremos presos e executados como qualquer criminoso, logo que venhas a falecer.”

22-23 Enquanto ela falava, os criados do rei vieram dizer-lhe: “Está ali o profeta Natã que te quer falar.” Natã entrou e fez uma profunda vénia diante do soberano, perguntando-lhe: 24 “Meu senhor, designaste Adonias para ser rei em teu lugar? É ele o príncipe que designaste para se sentar no teu trono? 25 Hoje mesmo celebrou a sua coroação, sacrificando bois, bezerros cevados e um sem número de ovelhas; além disso convidou o general Joabe e o sacerdote Abiatar a assistir a essas celebrações. Eles estão a festejar, a beber e a aclamar: ‘Viva o rei Adonias!’ 26 Contudo, é bom saberes que nem Zadoque, o sacerdote, nem Benaia, filho de Jeoiada, nem Salomão, nem eu próprio fomos convidados. 27 Terá isto sido feito com o teu conhecimento? Ainda não disseste uma palavra quanto a qual dos teus filhos escolheste para te suceder no trono.”

Salomão é proclamado rei

28 “Tornem a chamar Bate-Seba”, disse David. Ela tornou a entrar nos aposentos e ali ficou diante do rei. 29 Este prometeu-lhe: “Tão certo como vive o Senhor que me salvou de todos os perigos! 30 Segundo o meu decreto o teu filho Salomão será o rei que me sucederá no trono, como antes tinha garantido na presença do Senhor, Deus de Israel.”

31 Bate-Seba tornou a curvar-se perante ele e exclamou: “Estou-te muito grata, senhor! Que o rei, meu senhor, viva para sempre!”

32 “Agora chamem o sacerdote Zadoque e Benaia”, ordenou o rei. “Que o profeta Natã torne também a vir.” Quando eles chegaram, 33 disse-lhes: “Levem Salomão e a minha guarda real a Giom. Salomão deverá ir montado na minha mula. 34 Ali, Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, deverão ungi-lo rei sobre Israel. Tocarão a trombeta e gritarão: ‘Viva o rei Salomão!’ 35 Quando regressarem, ele deverá sentar-se no meu trono como novo rei, porque foi a ele que eu ungi rei de Israel e Judá.”

36-37 “Assim seja! E que o Senhor, o Deus do rei, meu senhor, confirme isso!”, respondeu Benaia, filho de Jeoiada. E acrescentou: “Que o Senhor seja com Salomão como foi contigo e que o seu reinado seja ainda maior que o teu!”

38 O sacerdote Zadoque, o profeta Natã, Benaia, filho de Jeoiada, e os cretenses e peleteus da guarda pessoal do rei levaram Salomão a Giom, montado na mula do soberano. 39 Ali, Zadoque pegou num recipiente contendo o óleo sagrado do tabernáculo e derramou-o sobre Salomão. As trombetas tocaram e todo o povo gritou: “Viva o rei Salomão!” 40 Seguidamente, regressaram todos a Jerusalém, desfilando no meio de muita alegria e de muita música que fazia estremecer o chão.

41 Adonias e os seus hóspedes começaram a ouvir toda aquela euforia e aquele barulho, na altura em que finalizavam o banquete. “Que é que se está a passar?”, perguntou Joabe. “Que alvoroço é este?”

42 Estava ele ainda a pronunciar estas palavras quando Jónatas, o filho do sacerdote Abiatar, apareceu de rompante. “Podes entrar”, disse-lhe Adonias, “porque és um homem valente e deves ter boas notícias.”

43 “O rei David constituiu Salomão sobre o trono!”, exclamou Jónatas. 44 “O rei enviou-o a Giom na companhia de Zadoque, o sacerdote, do profeta Natã e de Benaia, filho de Jeoiada, protegido pela guarda real. Ia montado na própria mula do rei. 45 Zadoque e Natã ungiram-no rei em Giom! Neste momento já regressaram e toda a cidade está em festa, celebrando o acontecimento. Por isso, é que se ouve este barulho. 46 Salomão está já sentado no trono. 47 O povo felicita o rei David dizendo: ‘Que Deus te abençoe ainda mais através de Salomão do que te abençoou pessoalmente e torne o seu reinado ainda maior do que o teu!’ O rei está deitado nos seus aposentos e aí recebe as felicitações, dizendo: 48 ‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que escolheu um dos meus filhos para se sentar no meu trono, mantendo-me em vida para ver isso.’ ”

49 Então Adonias e os seus hóspedes deixaram o banquete e fugiram com medo, pois receavam pela segurança das suas vida. 50 Adonias correu para o tabernáculo e pegou nas pontas do altar sagrado. 51 Quando chegou aos ouvidos de Salomão que Adonias estava no tabernáculo pedindo clemência, 52 respondeu: “Se se conduzir retamente, não tem nada a temer; caso contrário morrerá.”

53 O rei Salomão mandou-o vir à sua presença e fizeram-no descer do altar. Ele veio e prostou-se perante o soberano que apenas lhe disse: “Vai para casa!”

David aconselha Salomão

O rei David sentiu que se aproximava do fim dos seus dias e deu a Salomão as seguintes recomendações: “Em breve irei para onde toda a gente acaba por ir. Espero que sejas um homem forte e ativo. Obedece às leis do Senhor, teu Deus, e segue os seus caminhos. Guarda cada um dos seus mandamentos, leis, preceitos e decretos, escritos na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo o que fizeres e por onde quer que vás. Se assim fizeres, o Senhor cumprirá a promessa que me deu, que se os meus filhos e os seus descendentes caminharem com lealdade e se mantiverem fiéis a Deus de todo o coração e alma, haverá sempre um deles que reinará em Israel; a minha dinastia não terá fim.

Portanto, ouve as minhas instruções. Sabes que Joabe assassinou os meus dois generais, Abner e Amasa. Alegou que se tratou de um ato de guerra, mas o certo é que o fez em tempo de paz. És um homem sensato e saberás o que hás de fazer; não o deixes morrer em paz.

Contudo, sê bondoso para com os filhos de Barzilai de Gileade. Que sejam hóspedes permanentes da casa real, pois cuidaram de mim, quando tive de fugir do teu irmão Absalão.

Lembras-te certamente de Simei, o filho de Gera, benjamita de Baurim. Lançou-me tremendas maldições, quando eu ia para Maanaim, mas posteriormente, quando foi ter comigo ao rio Jordão, prometi-lhe que não o mataria. No entanto, essa promessa não te compromete. És suficientemente sábio para não o deixares morrer sem castigo.”

A morte de David

(1 Cr 29.26-28)

10 David faleceu e foi sepultado na Cidade de David. 11 Reinou em Israel durante 40 anos; 7 anos em Hebrom e 33 anos em Jerusalém. 12 Salomão tornou-se o novo rei, substituindo o pai, e o seu reinado foi próspero.

O trono de Salomão é estabelecido

13 Por esses dias, Adonias, o filho de Hagite, veio falar com Bate-Seba, mãe de Salomão. “Vens com intenções pacíficas?”, perguntou-lhe ela. “Sim, as minhas intenções são de paz. 14 Tenho um favor a pedir-te”, disse-lhe. “Diz então.”

15 Adonias respondeu: “Sabes bem que o reino estava para ser meu e tudo me corria favoravelmente; toda a gente esperava que eu sucedesse ao meu pai. Mas as coisas alteraram-se e o trono acabou por ser do meu irmão, porque era assim que o Senhor tinha planeado. 16 Agora queria fazer-te um pedido e peço-te que não mo recuses.” Bate-Seba perguntou: “O que é?”

17 “Intercede junto do rei Salomão a meu favor, pois sei que nada te recusa, e pede-lhe que me dê Abisague, a sunamita, como mulher.”

18 Ela respondeu: “Está bem; irei pedir-lhe.”

19 Efetivamente ela foi ter com o rei para lhe apresentar esse pedido. Quando se apresentou, o rei levantou-se do trono e inclinou-se perante ela. Ordenou em seguida que fosse colocado outro trono ao lado do seu para a sua mãe e ela sentou-se do seu lado direito.

20 “Tenho um pequeno pedido a apresentar-te. Espero que não o recuses”, disse ela. Salomão perguntou-lhe: “Do que se trata, minha mãe? Sabes que nada te recusarei.”

21 “Deixa que teu irmão Adonias case com Abisague.”

22 “Sabes o que estás a pedir-me? Se lhe desse Abisague, dar-lhe-ia também o reino, porque ele é meu irmão mais velho! Tanto ele como o sacerdote Abiatar e o general Joabe tomariam conta do poder!”

23-24 O rei Salomão fez então um juramento solene: “Que Deus me mate, se Adonias não morrer hoje mesmo, por causa dessa conspiração contra mim! Tão certo como vive o Senhor, que me deu o trono de meu pai David e também este reino que me tinha prometido.” 25 Então o rei Salomão ordenou que Benaia o matasse e este executou-o com uma espada.

26 O soberano disse ao sacerdote Abiatar: “Regressa à tua terra, a Anatote, e vai para casa, porque deverias também morrer. Contudo, não o quero fazer por agora, por teres transportado a arca do Senhor Deus durante o reinado do meu pai e teres sofrido ao lado dele nas suas angústias.” 27 Assim, Salomão forçou Abiatar a ceder a sua posição de sacerdote do Senhor, cumprindo-se a palavra do Senhor, a qual anunciara em Silo, respeitante aos descendentes de Eli.

28 Quando Joabe soube da notícia da morte de Adonias, foi a correr para o santuário, o tabernáculo do Senhor, e pegou nas pontas do altar. Joabe tinha apoiado a revolta de Adonias, mas não a de Absalão. 29-30 Salomão, ao ter conhecimento disto, ordenou também a Benaia que o executasse. Este foi ao tabernáculo e disse para Joabe: “O rei manda-te que desças daí!” Joabe respondeu: “Não. Aqui morrerei.” Benaia regressou junto do rei para saber o que haveria de fazer.

31 “Faz como ele disse”, respondeu-lhe o rei. “Mata-o ali mesmo e depois sepulta-o, para que tires de sobre mim e da minha família a culpa dos seus crimes. 32 O Senhor o tornará pessoalmente culpado do assassínio de dois homens que eram melhores do que ele. Porque o meu pai não teve a menor participação na morte do general Abner, comandante do exército de Israel, nem do general Amasa, comandante do exército de Judá. 33 Que Joabe e os seus descendentes se tornem culpados para sempre destes assassínios e que o Senhor declare David e os seus descendentes inocentes dessas mesmas mortes!”

34 Benaia voltou ao santuário e matou Joabe, mandando sepultá-lo junto à sua casa no deserto. 35 O rei substituiu Joab por Benaia, no comando do exército, e Zadoque sacerdote em lugar de Abiatar.

36 Mandou também buscar Simei e disse-lhe: “Terás de vir para Jerusalém e ficar com residência fixa. 37 Se saíres daqui, já sabes que é o castigo da morte que te espera. No momento em que ultrapassares o ribeiro do Cedron, considera-te um homem liquidado e unicamente por tua própria culpa!”

38 Simei respondeu: “Aceito o que me dizes.” E passou a viver em Jerusalém bastante tempo.

39 Três anos mais tarde, fugiram-lhe dois escravos, que se escaparam para Gate, para junto do rei Aquis, filho de Maacá. Quando Simei soube onde estavam, 40 mandou selar a sua montada e foi ter com o rei Aquis. Encontrou ali os servos e trouxe-os de novo para Jerusalém.

41 Salomão teve conhecimento de que Simei deixara Jerusalém, que fora a Gate e regressara. 42 Mandou-o chamar: “Não te ordenei, em nome do Senhor, que não deixasses Jerusalém sob pena de morte? Até respondeste que concordavas com essa decisão. 43 Porque é que não respeitaste o juramento que fizeste ao Senhor, nem obedeceste à minha ordem?

44 Sabes bem todo o mal que fizeste ao meu pai David, pelo que o Senhor fez recair sobre ti toda a culpa. 45 Quanto a mim, certamente receberei as ricas bênçãos de Deus e sempre haverá um descendente de David no trono, diante do Senhor.”

46 A mando do soberano, Benaia trouxe Simei para fora e matou-o.

Desta forma, se confirmou a autoridade de Salomão como rei.

Salomão pede sabedoria

(2 Cr 1.1-12)

Salomão fez aliança com o Faraó, o rei do Egito, e casou com uma das suas filhas, trazendo-a para Jerusalém para viver na Cidade de David até que acabasse de construir o seu palácio, o templo e a muralha em volta da cidade. Naquele tempo o povo de Israel ainda apresentava sacrifícios em altares sobre as colinas, porque o templo para adorar o nome do Senhor ainda não fora construído. Salomão amava o Senhor e seguia todas as instruções do seu pai David. No entanto, continuava a sacrificar sobre as colinas e a oferecer incenso nesses lugares.

A colina mais importante onde havia um altar ficava em Gibeão. Salomão sacrificou ali um milhar de holocaustos. Nessa noite, o Senhor apareceu a Salomão num sonho e disse-lhe: “Pede-me o que quiseres e dar-te-ei!” Salomão respondeu: “Foste extremamente bondoso para com o teu servo David, meu pai, visto que ele foi honesto e fiel para contigo e obedeceu aos teus mandamentos. Confirmaste-lhe a tua bondade, dando-lhe um sucessor no trono.

Ó Senhor, meu Deus, fizeste-me rei em seu lugar, mas eu sou como uma criança que nada sabe da vida. Aqui estou, no meio do teu povo escolhido, uma nação tão grande cuja população quase nem se pode contar! Dá-me sabedoria para que possa conduzir bem o teu povo e saiba a diferença entre o que é justo e o que é errado. Pois quem seria capaz de governar uma tão grande nação como esta?”

10 A resposta de Salomão agradou muito ao Senhor, porque lhe pediu sabedoria. 11 Então replicou-lhe: “Visto teres pedido sabedoria para governar o meu povo e não uma longa vida, nem riquezas pessoais, nem sequer a derrota dos teus inimigos, 12 dar-te-ei o que me pediste! Terás uma mente mais sábia do que alguém antes ou depois de ti! 13 Dar-te-ei igualmente aquilo que não pediste: fortuna e honra. Ninguém no mundo será tão rico nem tão famoso como tu, durante toda a tua vida! 14 Terás uma longa vida se me seguires e obedeceres à minha palavra tal como fez o teu pai David.” 15 Salomão despertou e deu-se conta de que tinha tido um sonho.

Regressou a Jerusalém, apresentou-se diante da arca da aliança do Senhor e sacrificou holocaustos e ofertas de paz. Depois convidou toda a sua corte para um grande banquete.

A sabedoria de Salomão

16 Um dia, pediram-lhe uma audiência duas prostitutas que lhe apresentaram o seguinte caso: 17 “Senhor”, começou uma delas, “nós vivemos na mesma casa, só eu e ela e recentemente tive um bebé. 18 Três dias depois também ela deu à luz um filho, 19 mas o menino dela morreu durante a noite. Enquanto dormia, ao virar-se, deitou-se sobre ele e abafou-o. 20 A meio da noite ela levantou-se, pegou no meu bebé, porque eu estava a dormir, e pôs o outro ao meu lado, indo deitar-se com o meu. 21 De manhã, quando ia para dar de mamar ao meu filho, estava morto! No entanto, à medida que se fazia dia, certifiquei-me de que aquele não era o meu!”

22 A outra interrompeu-a: “Era sim, o teu filho. O vivo é que é o meu.” A outra retorquiu: “Não, o morto era o teu. O outro é o meu.”

E assim continuaram a discutir diante do rei. 23 Este disse por fim: “Vamos lá resumir a questão: ambas reclamam a criança viva e cada uma diz que o menino morto pertence à outra.

24 Sendo assim, tragam-me uma espada.” E trouxeram-lha. 25 Depois acrescentou: “Dividam o menino vivo em dois e deem uma parte a cada uma das mulheres!”

26 A mulher que era realmente a mãe do bebé disse logo ao rei: “Oh não, senhor! Dá-lhe a criança, mas não a mates!”, porque lhe tinha muito amor. A outra contudo limitou-se a responder: “Está bem, que não seja nem teu nem meu; dividam-no entre nós as duas!”

27 Perante isto o rei decidiu imediatamente: “Deem o bebé à mulher que quer que ele viva. Essa é sua verdadeira a mãe!”

28 Esta decisão do soberano depressa se espalhou por toda a nação e o respeito pelo rei aumentou imenso, porque toda a gente se deu conta da grande sabedoria que Deus lhe dera.

Os oficiais e governadores de Salomão

Salomão foi rei de todo o povo de Israel.

Esta é a lista dos homens que colaboravam com o rei na administração dos assuntos de Israel:

Azarias, filho de Zadoque, era o sumo sacerdote;

Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, exerciam as funções de secretários;

Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;

Benaia, filho de Jeoiada, era o comandante do exército;

Zadoque e Abiatar eram sacerdotes;

Azarias, filho de Natã, tinha as funções de administrador-geral;

Zabude, filho de Natã, era sacerdote e o seu conselheiro especial;

Aisar chefiava a casa real;

Adonirão, filho de Abda, superintendia sobre os trabalhos obrigatórios.

Havia ainda na corte de Salomão doze administradores, um por cada tribo, responsáveis pela tributação daquilo que a população devia fornecer para a casa real. Cada um administrava esse aprovisionamento durante um mês do ano.

São estes os seus nomes:

Bene-Hur cuja área de tributação era a região das colinas de Efraim;

Bene-Dequer que tinha a área de Macaz, Saalabim, Bete-Semes, Elom-Bete-Hanã;

10 Bene-Hesede com a área de Arubote, incluindo Socó e toda a terra de Hefer;

11 Ben-Abinadabe, que casou com a filha de Salomão, a princesa Tafate, era responsável pela área das serranias de Dor;

12 Baaná, filho de Ailude, era responsável por Taanaque, Megido, toda a Bete-Seã perto de Zaretã, abaixo de Jezreel e todo o território desde Bete-Seã até Abel-Meolá e até Jocmeão;

13 Bene-Geber cuja área era Ramote-Gileade, incluindo as povoações de Jair, filho de Manassés, que estão em Gileade; mais a região de Argobe em Basã, incluindo também sessenta cidades muradas com portões de bronze;

14 Ainadabe, filho de Ido, cuja área era Maanaim;

15 Aimaaz, que casou com a princesa Basemate, outra filha de Salomão, que tinha a área de Naftali;

16 Baaná, filho de Husai, cujas áreas eram Aser e Bealote;

17 Jeosafá, filho de Paruá, que tinha a área de Issacar;

18 Simei, filho de Ela, com a área de Benjamim;

19 Geber, filho de Uri, cuja área era Gileade, incluindo os territórios do rei Siom dos amorreus e do rei Ogue de Basã.

Havia depois um administrador que supervisionava todo este trabalho.

20 Israel e Judá nesse tempo eram uma nação tão numerosa como a areia da praia junto ao mar; todos comiam, bebiam e viviam felizes. 21 O rei Salomão governava um extenso território que ia desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, descendo até à fronteira com o Egito. Os povos destas áreas, que tinham sido conquistados, pagavam impostos a Salomão e estiveram-lhe sujeitos durante toda a sua vida.

22 A provisão alimentar para o palácio real era diariamente de 6600 litros de farinha e de 13 200 litros de cereais; 23 dez vacas cevadas e outras vinte trazidas dos pastos, cem ovelhas, além dos veados, gazelas, búfalos e aves de capoeira.

24 O seu domínio alargava-se a todos os reinos do oeste do rio Eufrates, desde Tifsa até Gaza. E havia paz em toda a terra. 25 Durante o tempo do reinado de Salomão, Israel e Judá, desde Dan até Berseba, viveram em paz e segurança; cada família possuía a sua própria casa com a sua videira e a sua figueira.

26 Salomão possuía ainda 40 000 cavalos, para os seus carros de combate e 12 000 cavaleiros. 27 Em cada mês, como se viu, os administradores forneciam a casa real de alimentos; 28 além de cevada e palha para as estrebarias reais.

A sabedoria de Salomão

29 Deus deu a Salomão grande sabedoria e inteligência, assim como conhecimento tão profundo como as areias nas praias do mar. 30 De facto, a sua sabedoria excedia a de qualquer sábio do Oriente, incluindo os do Egito. 31 Era mais sábio do que Etã, o ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, os filhos de Maol. A sua fama estendeu-se a todas as nações vizinhas. 32 Foi o autor de 3000 provérbios e escreveu 1005 cânticos. 33 Interessou-se muito pela natureza, pela vida dos animais quadrúpedes, das aves, dos répteis, dos peixes, assim como das plantas, desde os grandes cedros do Líbano até ao mais insignificante hissopo que cresce nas fendas dos muros. 34 De todos os países vinham pessoas para ouvir a sabedoria de Salomão. Todos os reis da terra mandaram-lhe embaixadores.

Aliança com o rei de Tiro

(2 Cr 2.1-18)

O rei Hirão de Tiro tinha sido sempre um grande admirador de David. Por isso, quando soube que Salomão, o filho de David, era o novo rei de Israel, enviou embaixadores para lhe apresentarem as suas felicitações e bons votos. Salomão respondeu-lhe com uma proposta sobre o templo que tinha a intenção de construir.

“O meu pai David não pôde construí-lo por causa das inúmeras guerras que se sucederam, até que por fim o Senhor, seu Deus, trouxe paz ao seu reinado. No entanto, o Senhor, meu Deus, deu-me agora descanso de todos os lados; não tenho inimigos externos nem rebeliões internas. Por isso, estou a planear construir um templo ao Senhor, meu Deus, de acordo com as instruções que deu ao meu pai quanto ao que eu deveria fazer. O Senhor disse-lhe: ‘Teu filho, que colocarei no teu trono, construir-me-á um templo.’

Portanto, peço-te que me dês apoio neste projeto. Envia os teus lenhadores às montanhas do Líbano para que cortem cedros para me mandares. Da minha parte, os meus homens trabalharão com os teus e pagarei o salário que exigires. Como sabes, ninguém em Israel sabe cortar tão bem madeira como vocês os sidónios!”

O material para o templo

Hirão ficou muito contente com a mensagem de Salomão: “Louvado seja o Senhor por ter dado a David um filho tão sábio para ser rei da grande nação de Israel!”

Depois mandou a resposta a Salomão:

“Recebi a tua mensagem e farei como me pediste quanto à madeira. Posso fornecer-te tanto cedro como cipreste. Os meus homens farão transportar os toros de madeira das montanhas do Líbano até ao Mediterrâneo, amarrando-os em jangadas. Estas serão conduzidas ao longo da costa até ao local que designares. Aí os toros serão descarregados e entregues aos teus cuidados. Pagar-me-ás com alimentos para a minha casa.”

10 Assim, Hirão forneceu a Salomão toda a madeira de cedro e de cipreste de que ele precisou. 11 Em retorno Salomão enviou-lhe um pagamento anual de 3250 toneladas de trigo para a sua casa e ainda 440 000 litros de azeite puro. 12 Desta forma, o Senhor deu a Salomão a sabedoria de que ele necessitava como lhe prometeu. Hirão e Salomão fizeram uma aliança formal de paz.

13 O rei recrutou 30 000 operários de todo o Israel. 14 Mandou-os para o Líbano, 10 000 por mês, de maneira que cada homem estava um mês no Líbano e dois em casa. Adonirão superintendeu a esse trabalho de exterior. 15 O rei tinha também 70 000 homens que trabalhavam como carregadores e 80 000 outros que trabalhavam nas montanhas, cortando pedra. 16 Além destes, tinha ainda 3300 capatazes. 17 Os canteiros na montanha prepararam e talharam grandes blocos de pedra, um trabalho que custou muito caro, para os alicerces do templo. 18 Homens de Gebal ajudaram os operários de Salomão e os de Hirão a cortar os toros de madeira e a preparar as pranchas, assim como a talhar as pedras para o templo.

Salomão edifica o templo

(2 Cr 3.1-4)

Foi na primavera do quarto ano do reinado de Salomão que ele começou a construção do templo; 480 anos depois do povo de Israel ter deixado a escravidão do Egito.

O templo, que o rei Salomão construiu para o Senhor, tinha 30 metros de comprimento, 10 metros de largura e 15 metros de altura. A fachada principal tinha um pórtico com 10 metros de largura e 5 metros de fundo. Tinha janelas com grades.

Fez também edificar compartimentos em todo o comprimento de ambos os lados do templo, contra as paredes exteriores. Estas salas tinham a altura de três andares, tendo o primeiro piso de 2,5 metros de largura, o segundo piso 3 metros e o de cima 3,5 metros. Os compartimentos estavam ligados à parede do templo por vigas presas em blocos no exterior da parede; as vigas não estavam mesmo inseridas na parede.

As pedras usadas na construção do templo foram assentadas sem o ruído de martelo nem de qualquer instrumento semelhante.

Para o andar inferior dos compartimentos laterais entrava-se pelo lado direito do templo e havia umas escadas em caracol até ao segundo andar; um outro lanço de escadas levava até ao último piso, o terceiro. Acabada a edificação, Salomão mandou revesti-la completamente de cedro, incluindo as traves e os pilares. 10 Como se disse, havia de cada lado da construção, encostado às paredes laterais, um anexo ligado ao edifício por vigas de cedro. Cada andar desse anexo media 2,5 metros de altura.

11 Então o Senhor deu a Salomão a seguinte mensagem 12 respeitante ao templo que estava a construir: “Se andares de acordo com a minha palavra e seguires os meus mandamentos e instruções, farei o que disse ao teu pai David: 13 Viverei no meio do povo de Israel e nunca o desampararei.”

O interior do templo

(2 Cr 3.5-14)

14 Por fim, o templo ficou acabado. 15 Todo o seu interior foi revestido de cedro, do chão ao teto. 16 O sobrado foi feito com pranchas de cipreste. Igual revestimento recebeu a câmara interior ao fundo do templo, o lugar santíssimo, também do chão ao teto, com tábuas de cedro; estas tiveram de ser cortadas à medida do compartimento, tábuas com 10 metros. 17 Para o resto do templo empregaram-se tábuas com 20 metros. 18 Por todo o edifício, o revestimento de cedro que cobria a pedra das paredes tinha incrustados botões de flores e flores abertas.

19 O compartimento interior era onde estava a arca da aliança do Senhor. 20 Este santuário interior tinha 10 metros de comprimento, 10 metros de largura e 10 metros de altura. As paredes e o teto estavam cobertas de ouro puro. Salomão fez um altar de cedro para esta sala. 21-22 Depois mandou revestir o resto do interior do templo com ouro puro, incluindo o altar de cedro. Fez também cadeias de ouro para proteger a entrada do lugar santíssimo.

23 Para o interior deste, fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um com 5 metros de altura. 24-28 Foram postos lado a lado, de forma a que as asas abertas, do lado exterior, tocassem as paredes laterais e as do interior se tocassem no centro da peça. Cada asa media 2,5 metros e cada querubim, com as asas abertas, atingia o dobro dessa medida. Os dois querubins tinham a mesma medida e estavam revestidos de ouro.

29 Havia figuras de querubins, palmeiras e flores abertas gravadas nas paredes do templo e do santuário interior. 30 O chão de ambos os lugares também estava revestido de ouro.

31-32 A entrada para o lugar santíssimo era uma porta com cinco lados feita de madeira de oliveira; também tinha querubins entalhados, palmeiras e flores abertas, e tudo era revestido a ouro.

33 Mandou fazer igualmente ombreiras de madeira de oliveira para a entrada do templo. 34 Colocaram-se duas portas duplas feitas de madeira de cipreste e cada porta dobrava-se sobre si mesma. 35 Estas portas também tinham os mesmos entalhes: querubins, palmeiras e flores abertas, e eram todas revestidas a ouro.

36 As paredes do átrio interior tinham três fiadas de pedras lavradas intercaladas com uma viga de cedro.

37 Os alicerces do templo foram colocados no mês de Ziv[a] do quarto ano do reinado de Salomão. 38 O edifício ficou inteiramente pronto, com todos os seus acabamentos, no mês de Bul[b] do décimo primeiro ano do seu reinado. Levou 7 anos a ser construído.

O palácio de Salomão

Depois Salomão mandou edificar o seu próprio palácio que levou 13 anos a construir.

Uma das salas do palácio chamava-se Salão da Floresta do Líbano. Era uma sala enorme que media 50 metros de comprimento por 25 metros de largura e 15 metros de altura. Enormes vigas de cedro saíam do teto e repousavam sobre quarenta e cinco colunas também de cedro, distribuídas em três séries de quinze cada uma. Tinha três ordens de janelas que ficavam umas em frente das outras. As portas da sala estavam emolduradas em retângulos, ficando umas em frente das outras, em três filas.

O Salão dos Pilares media 25 metros de comprimento e 15 metros de largura, com um pórtico à entrada e uma abóbada suportada por pilares.

Havia também a Sala do Trono ou Sala de Julgamento, onde o rei se sentava para ouvir os processos jurídicos, que era revestida de cedro do chão até ao teto. Os seus aposentos pessoais eram igualmente em cedro e dispunham-se em volta de um pátio, na retaguarda desta última sala. Reservou, aliás, apartamentos idênticos, com as mesmas medidas, no palácio que mandou construir para a filha do Faraó, uma das suas mulheres.

Todas estas construções foram feitas com enormes blocos de pedra cortados à medida. O custo de cada um desses blocos ficou, por isso, muito elevado. 10 As pedras para os alicerces tinham 5 e 4 metros de largura. 11 Os grandes blocos das paredes, cortados à medida exata da largura, juntavam-se no alto com as vigas de cedro. 12 O Grande Pátio tinha três correntezas de pedras lavradas, intercaladas com vigas de cedro, como acontecia no templo e no pórtico do palácio.

Mobiliário do templo

(2 Cr 3.15-17; 2 Cr 4.2-5; 4.11–5.1)

13 O rei Salomão pediu a um homem de Tiro, chamado Hurão, 14 que viesse fazer aquelas obras, porque era um artista inteligente e hábil a trabalhar em bronze. Ele era meio judeu, sendo filho de uma viúva de Naftali, e o seu pai fora operário de fundição em Tiro. Esse homem veio trabalhar para o rei Salomão.

15 Fez então duas grandes colunas de bronze, cada uma com 9 metros de altura e 6 metros de perímetro. 16 No topo desses pilares fez dois capitéis em forma de lírios, em bronze fundido, cada um com 2,5 metros de altura. 17 Cada capitel era decorado com sete conjuntos de rosáceas. 18-22 Cada capitel tinha também duas filas com duzentas romãs em bronze, esculpidas em cadeia. Hurão mandou colocar esses pilares à entrada do templo. Ao do lado sul deu o nome de Jaquim, ao outro, a norte, deu o nome de Boaz.[c]

23 Depois mandou forjar um enorme tanque redondo, também chamado mar de fundição, com um diâmetro de 5 metros. A borda dessa grande bacia ficava 2,5 metros do chão; a sua circunferência media 15 metros. 24 Por baixo da borda, do lado de fora, havia duas filas de ornamentos, separadas por alguns centímetros e fundidos juntamente com o tanque.

25 Este assentava sobre doze bois de metal com as partes traseiras viradas para o interior; três voltados para o norte, três para o sul, três para o este e três para o oeste. 26 As paredes do tanque mediam 8 centímetros de espessura. O seu rebordo era como o de uma taça em forma de lírio. Tinha capacidade para 44 000 litros.

27 Depois fez dez bases de bronze, com quatro rodas. Cada base era quadrada com 2 metros de lado e 1,5 metros de altura. 28 Estavam montadas sobre um suporte rodado feito de peças cruzadas. 29 Tinham como decoração leões incrustados, bois e querubins; acima e abaixo dos leões e dos bois pendiam grinaldas. 30 Cada uma destas bases tinha quatro rodas de bronze e eixos também em bronze; em cada canto das bases havia postes de bronze decorados com figuras em espiral nos lados. 31 A parte de cima destas bases consistia numa peça redonda de 50 centímetros de altura. O seu centro era côncavo, com 75 centímetros de fundo, decorado no exterior com espirais. As paredes do revestimento eram quadradas, não redondas. 32 Estas bases andavam sobre quatro rodas ligadas a eixos fundidos com as próprias bases. As rodas tinham 75 centímetros de altura. 33 Eram semelhantes às rodas de um carro. Todas as partes das bases eram feitas de bronze fundido, incluindo os eixos, os raios, os arcos e o centro.

34 Havia suportes em cada um dos quatro cantos das bases, também eles fundidos com as bases. 35 Estas tinham uma cercadura com 25 centímetros, na parte superior, de que saíam umas pegas; tudo fundido numa só peça com a base. 36 Nos espaços que podiam ser decorados, viam-se querubins, leões e palmeiras rodeadas por figuras em espiral. 37 As dez bases eram todas do mesmo tamanho e tinham as mesmas decorações, visto terem sido feitas no mesmo molde.

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