Bible in 90 Days
O nascimento de Jesus
2 Por esse tempo, César Augusto, o imperador romano, mandou que se fizesse um registo geral dos habitantes de todo o império. 2 Este recenseamento foi feito sendo Cirénio governador da Síria. 3 Todos tinham de voltar à terra natal para registarem os seus nomes. 4 E como José era da descendência real, teve de ir a Belém, na Judeia, a terra natal do rei David, desde a cidade de Nazaré na Galileia. 5 Levou consigo Maria, a sua noiva, cuja gravidez nessa altura já estava avançada.
6 Enquanto ali se encontravam, chegou a hora de dar à luz. 7 E nasceu-lhe o seu primeiro filho, que envolveu em panos e deitou na manjedoura de um estábulo, onde se viram obrigados a recolher, por não haver lugar na hospedaria.
Os pastores e os anjos
8 Naquela noite, encontravam-se nos campos fora da vila alguns pastores que guardavam os seus rebanhos. 9 De súbito, apareceu-lhes um anjo; o campo ficou iluminado com a glória do Senhor e eles sentiram muito medo. 10 Mas o anjo sossegou-os: “Não tenham medo; trago-vos uma notícia muito feliz que se destina a toda a gente! 11 Esta noite, em Belém, na Cidade de David, nasceu o Salvador. Sim, o Cristo, o Senhor! 12 E este é o sinal pelo qual o reconhecerão: encontrarão a criança envolvida em panos, deitada numa manjedoura.”
13 E de repente, juntou-se outro grande grupo de anjos, louvando a Deus:
14 “Glória ao Senhor, nos mais altos céus!
Paz na Terra aos homens a quem Deus quer bem!”
15 Depois deste grande número de anjos ter voltado para os céus, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos falou.”
16 Correndo à aldeia, encontraram Maria e José, com a criança deitada na manjedoura de um estábulo. 17 Os pastores falavam a toda a gente no que tinha acontecido e no que o anjo dissera acerca daquele menino. 18 Todos os que ouviam a história dos pastores mostravam-se espantados. 19 Maria, porém, guardava estas coisas no seu coração, meditando cuidadosamente nelas. 20 Por fim, os pastores voltaram para os campos e rebanhos, glorificando Deus pela visita dos anjos e por terem visto o menino tal como o anjo dissera.
A circuncisão de Jesus
21 Passados oito dias, na cerimónia da sua circuncisão, puseram ao menino o nome de Jesus, o nome que o anjo dissera antes de ter sido gerado.
22 Quando chegou a altura de levar ao templo a oferta da cerimónia da purificação, como a Lei de Moisés exigia[a], seus pais levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor. 23 Porque nessa mesma Lei Deus tinha dito: “Se o primeiro filho de uma mulher for rapaz, será dedicado ao Senhor.”[b] 24 Nessa mesma ocasião, os pais de Jesus ofereceram também o sacrifício pela sua purificação: um par de rolas ou dois pombinhos, de acordo com a Lei.[c]
25 Naquele dia, estava justamente no templo um homem chamado Simeão, morador em Jerusalém, um crente dedicado ao Senhor, cheio do Espírito Santo e que vivia constantemente na esperança do breve aparecimento do Consolo de Israel. 26 O Espírito Santo tinha-lhe revelado que não morreria sem ver primeiro aquele que tinha sido designado por Deus. 27 O Espírito Santo inspirou-o a ir ao templo naquele dia. Assim, quando Maria e José chegaram para apresentar o menino Jesus ao Senhor, em obediência à Lei, Simeão estava lá. 28 E tomando a criança nos braços louvou a Deus:
29 “Senhor, agora posso morrer satisfeito,
pois vi aquele que tu me prometeste que veria!
30 Vi o Salvador que deste ao mundo.
31-32 Ele é a luz que brilhará sobre as nações,
e será a glória do teu povo Israel.”
33 José e Maria admiravam-se do que se dizia a respeito de Jesus. 34-35 Simeão abençoou-os, mas depois disse a Maria: “Uma espada atravessará a tua alma, porque esta criança será rejeitada por muitos em Israel, mas para sinal de desavença entre deles. Para muitos outros, porém, será uma grande alegria. E por ele serão revelados os pensamentos mais profundos de muitos corações.”
36 Naquele mesmo dia estava também no templo uma profetisa de Deus chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, de oitenta e quatro anos de idade. Era viúva, pois o seu marido tinha morrido após sete anos de casados. 37 Nunca saía do templo, antes permanecia ali dia e noite, adorando a Deus com jejuns e oração. 38 Nesse preciso momento, ela aproximou-se e começou também a dar graças a Deus e a anunciar publicamente, a todos quantos em Jerusalém esperavam a chegada do Salvador, que o Cristo tinha finalmente chegado.
39 Depois de terem cumprido todas as exigências da Lei de Deus, os pais de Jesus voltaram para Nazaré da Galileia. 40 Ali o menino ia crescendo, fortalecendo-se fisicamente e em sabedoria, e Deus derramava sobre ele a sua graça.
Jesus no templo
41 Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. 42 Quando ele atingiu a idade de doze anos, a família foi à festa, como era hábito. 43 Terminada a comemoração, tomaram o caminho de volta para Nazaré, mas Jesus ficou para trás em Jerusalém. 44 No primeiro dia os pais não deram pela sua falta, porque julgavam que estivesse com amigos ou entre os outros viajantes. Mas quando não apareceu naquela noite, começaram a procurá-lo entre os parentes e amigos. 45 Não o encontrando, voltaram a Jerusalém, continuando a procurá-lo.
46 Três dias depois, encontraram-no. Achava-se no templo, sentado entre os especialistas na Lei, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas, 47 deixando toda a gente admirada com a sua inteligência e respostas. 48 Os pais não sabiam o que pensar quando o viram ali sentado.
“Filho”, disse-lhe a mãe, “porque nos fizeste isto? Teu pai e eu estávamos desesperados, à tua procura!”
49 “Mas que necessidade tinham de procurar-me?”, disse-lhes. “Não calcularam que estaria aqui no templo, na casa do meu Pai, pois preciso tratar dos seus assuntos?” 50 Mas eles não entenderam o que lhes dizia.
51 Jesus voltou com os pais para Nazaré e era-lhes obediente. E a sua mãe guardava todas estas coisas no coração. 52 Assim Jesus crescia, tanto em tamanho como em sabedoria, achando graça aos olhos de Deus e dos homens.
João Batista prepara o caminho
(Mt 3.1-12; Mc 1.2-8; Jo 1.19-28)
3 Era agora o décimo quinto ano do reinado do imperador romano Tibério César. Pôncio Pilatos era o governador da Judeia e Herodes governava a Galileia. Filipe, seu irmão, governava a Itureia e Traconites. Lisânias governava a Abilínia. 2 Anás e Caifás eram os sumos sacerdotes judaicos. Nesse tempo veio uma mensagem de Deus a João, filho de Zacarias, enquanto vivia no deserto.
3 João andou de terra em terra, em ambas as margens do Jordão, a pregar que as pessoas deviam batizar-se, como sinal de se terem arrependido dos seus pecados, a fim de serem perdoadas.
4 João era, como tinha dito o profeta Isaías nas Escrituras:
“A voz gritando no deserto:
‘Façam um caminho para o Senhor.
Façam-lhe um caminho direito.
5 Todos os vales se encherão,
e todos os montes e colinas serão abaixados;
as veredas tortuosas serão endireitadas,
e os caminhos duros tornar-se-ão suaves.
6 E toda a raça humana verá a salvação de Deus.’ ”[d]
7 Era assim que João pregava às multidões que vinham para batizar-se: “Raça de víboras! Quem vos avisou para fugir do julgamento de Deus que há de vir? 8 Têm de provar que abandonaram o pecado, praticando obras que mostrem arrependimento. E não comecem a dizer que estão em segurança por descenderem de Abraão; isso não basta. Pois digo-vos que até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! 9 O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo.”
10 E a multidão perguntava: “Que devemos fazer?”
11 “Se alguém tiver dois casacos dê um aos pobres. Quem tiver comida de sobra dê a quem tem fome.”
12 E até os cobradores de impostos, conhecidos pela sua falta de escrúpulos, vinham para serem batizados e perguntavam: “O que devemos fazer?”
13 “Sejam honestos, não cobrando mais impostos do que o que é exigido.”
14 “E nós”, perguntavam uns soldados, “como faremos?” E João respondia: “Não devem tirar dinheiro com ameaças ou pela força, nem acusar ninguém que sabem estar inocente. Contentem-se com o vosso soldo!”
15 Todos aguardavam o aparecimento do enviado de Deus e andavam impacientes por saber se João seria ou não o Cristo. 16 A essa questão respondeu João: “Eu batizo apenas com água, mas em breve virá alguém muito maior do que eu e de quem não sou digno sequer de lhe descalçar as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17 Na sua mão tem a pá e limpará a eira. Arrecadará o grão no celeiro; mas queimará a palha com fogo que jamais se apaga.” 18 Ao anunciar estas boas novas ao povo, João fazia muitos avisos deste género.
19 Contudo, depois de ter censurado publicamente Herodes, governador da Galileia, por se ter casado com Herodíade, mulher do seu próprio irmão, e por muitas outras coisas más que tinha feito, 20 Herodes meteu João na cadeia, acrescentando mais este pecado a muitos outros.
O batismo e a genealogia de Jesus
(Mt 1.1-17; 3.13-17; Mc 1.9-11; Jo 1.32-34)
21 Um dia, o próprio Jesus juntou-se ao povo que ia ser batizado por João. E depois do seu batismo, estando a orar, os céus abriram-se. 22 O Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba e uma voz do céu disse: “Tu és o meu Filho amado, em ti tenho grande prazer.”
23 Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou a sua atividade pública.
Era conhecido como filho de José. E os pais deste, em linha direta, sucessivamente de filho para pai foram: Elí, 24 Matate, Levi, Melqui, Janai, José, 25 Matatias, Amós, Naum, Esli, Nagai, 26 Maate, Matatias, Semei, Joseque, Jodá, 27 Joanã, Resa, Zorobabel, Sealtiel, Neri, 28 Melqui, Adi, Cosão, Elmadã, Er, 29 Josué, Eliezer, Jorim, Matate, Levi, 30 Simeão, Judá, José, Jonã, Eliaquim, 31 Meleá, Mená, Matatá, Natã, David.
32 E os pais de David foram sucessivamente: Jessé, Obede, Boaz, Salmom, Nassom, 33 Aminadabe, Admin, Arni, Hezrom, Perez, Judá.
34 Os pais de Judá foram: Jacob, Isaque, Abraão. Os pais de Abraão foram: Tera, Naor, 35 Serugue, Reu, Pelegue, Eber, Sala, 36 Cainã, Arfaxade, Sem, Noé. E os pais de Noé foram: Lameque, 37 Matusalém, Enoque, Jarede, Mahalel, Quenã, 38 Enos, Sete e Adão. E Adão veio de Deus.
A tentação de Jesus
(Mt 4.1-11; Mc 1.12-13)
4 Então Jesus, cheio do Espírito Santo, deixou o rio Jordão e foi impelido pelo Espírito para as terras áridas e desertas da Judeia, 2 onde o Diabo o tentou durante quarenta dias. No decurso de todo este tempo, não comeu; por fim sentiu fome.
3 E o Diabo disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão.”
4 Mas Jesus respondeu-lhe: “Está escrito nas Escrituras:
‘Nem só de pão viverá o homem.’ ”[e]
5 Então o Diabo levou-o a um alto sítio e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo, 6 e disse-lhe: “Dar-te-ei toda a autoridade sobre eles e a sua glória, porque, como me pertencem, posso dá-los a quem eu quiser. 7 Será tudo teu se me adorares.”
8 Ao que Jesus retorquiu:
“ ‘Adorarás o Senhor teu Deus. Só a Ele servirás.’[f]
É assim que vem nas Escrituras.”
9 Então o Diabo levou-o até Jerusalém, ao telhado do templo e disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, salta! 10 Pois, segundo as Escrituras:
‘Deus dará ordens aos seus anjos para que te guardem a teu respeito.
11 Eles te susterão com as suas mãos,
para que não tropeces nas pedras do caminho.’ ”[g]
12 Jesus respondeu: “As Escrituras também dizem:
‘Não deves provocar o Senhor, teu Deus.’ ”[h]
13 Quando o Diabo pôs fim a todas estas tentações, deixou-o por algum tempo e foi embora.
Jesus rejeitado em Nazaré
(Mt 4.12-17; 13.54-58; Mc 1.14-15; 6.1-6)
14 Então Jesus voltou para a Galileia, cheio do poder do Espírito Santo, e em breve era conhecido em toda aquela região. 15 Ensinava nas sinagogas e todos o glorificavam.
16 Quando foi à aldeia de Nazaré, a terra da sua infância, dirigiu-se como de costume à sinagoga, no sábado, e levantou-se para ler as Escrituras. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías e abriu-o no lugar onde está escrito:
18 “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para levar boas novas aos pobres.
Enviou-me para anunciar a liberdade aos cativos
restituir a vista aos cegos,
pôr em liberdade os que estão oprimidos,
19 e para proclamar o tempo do favor de Deus.”[i]
20 Fechando o livro, tornou a dá-lo ao assistente e sentou-se, enquanto todos na sinagoga o miravam atentamente. 21 E começou por dizer: “Hoje se cumpriram estas Escrituras!”
22 Os que ali se achavam louvaram-no, admirados com as belas palavras que lhe saíam dos lábios. “Como pode ser isto?”, perguntavam. “Não é o filho de José?”
23 E ele disse mais: “Com certeza que me contarão aquele provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Como quem diz: ‘Porque não fazes aqui na tua própria cidade milagres iguais aos que fizeste em Cafarnaum?’ 24 É realmente como vos digo: nenhum profeta é aceite na sua própria terra. 25 Digo-vos com toda a verdade que havia muitas judias viúvas necessitadas em Israel, no tempo de Elias, porque havia três anos e meio que não chovia e a fome alastrava pela terra. 26 E Elias não foi enviado por Deus a socorrer nenhuma outra viúva, senão a Zarefate, na terra de Sídon. 27 E o profeta Eliseu apenas curou Naamã, o arameu, e não os muitos judeus leprosos que necessitavam de ajuda.”
28 Estas palavras provocaram a ira do auditório. 29 Levantando-se, atacaram Jesus, levando-o até à beira do monte, sobre o qual a cidade se erguia, a fim de o empurrarem para o precipício. 30 Ele, porém, atravessando pelo meio da multidão, deixou-os.
Jesus expulsa um espírito mau
(Mc 1.21-28)
31 Então Jesus foi para Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava na sinagoga local todos os sábados. 32 Também ali o povo se admirava do seu ensino, porque falava com autoridade.
33 Certa vez, estando a ensinar na sinagoga, estava ali presente um homem dominado pelo espírito de um demónio impuro, que começou a gritar: 34 “Vai-te embora! Porque nos vens inquietar, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Sei quem és: és o santo Filho de Deus!” 35 Jesus, porém, impediu-o de falar. “Cala-te!”, disse ao demónio. “Sai dele!” O demónio atirou o homem ao chão, à vista da multidão, e deixou o homem, sem lhe fazer mais nenhum mal.
36 Tomados todos de pasmo, debatiam o sucedido uns com os outros. “Que há nas suas palavras que lhe dá autoridade e poder para que até os espíritos impuros lhe obedeçam e vão embora?”, perguntavam. 37 A notícia do que ele tinha feito depressa se espalhou por toda a região.
Jesus cura muitos doentes
(Mt 8.14-16; Mc 1.29-34)
38 Levantou-se, deixou a sinagoga e dirigiu-se a casa de Simão. A sogra deste estava doente e com febre alta. E pediram-lhe que a curasse. 39 Chegando junto dela, Jesus mandou que a febre baixasse e esta logo desapareceu. Então ela levantou-se e foi servi-lo.
40 Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes com várias doenças trouxeram-nos a Jesus. Ele, tocando-os com as suas mãos, curava-os. 41 De muitos saíam demónios aos gritos, dizendo: “Tu és o Filho de Deus!” Ele repreendia os demónios e não os deixava falar, pois sabiam que era o Cristo.
Jesus ora e anuncia a boa nova
(Mc 1.35-38)
42 No dia seguinte, de manhã cedo, Jesus saiu para um lugar deserto e o povo procurou-o. Quando o encontraram, pediram-lhe muito que não os deixasse. 43 Porém, ele respondeu: “Tenho de pregar as boas novas do reino de Deus também noutros lugares, pois para isso fui enviado.”
44 E andava de terra em terra, pregando nas sinagogas de toda a Judeia.
A chamada dos primeiros discípulos
(Mt 4.18-22; Mc 1.16-20)
5 Em certa ocasião, estando a pregar na praia do mar da Galileia, rodearam-no grandes multidões para ouvir a palavra de Deus. 2 Notando que havia dois botes vazios à beira da água, enquanto os pescadores lavavam as redes, 3 Jesus entrou num deles e pediu a Simão, o dono, que o empurrasse um pouco para o largo, para que dali pudesse falar ao povo.
4 Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão: “Agora saiam para onde o lago é mais fundo e lancem as redes, pois apanharão muito peixe.”
5 “Senhor”, respondeu Simão, “fartámo-nos de trabalhar toda a noite sem conseguirmos apanhar nada. Mas, já que assim o dizes, vamos tentar de novo.”
6 E desta vez as redes ficaram tão cheias que começaram a rasgar-se! 7 Ao ouvirem-nos gritar pedindo ajuda, os companheiros vieram noutro bote, e em breve as duas embarcações estavam em risco de se afundarem com a carga de peixe.
8 Quando Simão Pedro percebeu o que tinha acontecido, caiu de joelhos diante de Jesus e disse: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou tão pecador!” 9 Pois estava pasmado com a abundância de peixe, 10 tal como os companheiros e também os seus sócios, Tiago e João, filhos de Zebedeu.
Jesus disse a Simão: “Não te preocupes, porque daqui em diante serás pescador de pessoas!” 11 Eles puxaram os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram-no.
Jesus cura um leproso
(Mt 8.2-4; Mc 1.40-44)
12 Sucedeu numa localidade, que Jesus estava a visitar, que um homem coberto de lepra, ao ver Jesus, prostou-se com o rosto no chão, rogando-lhe: “Senhor, se quiseres, podes curar-me!”
13 Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe e disse: “Sim, quero, sê curado!” E logo a lepra o deixou. 14 Jesus então ordenou-lhe com firmeza: “Não fales com ninguém e vai apresentar-te ao sacerdote. Leva contigo a oferta que Moisés estabeleceu para a cura, para que lhes sirva de testemunho.”
15 Apesar das recomendações de Jesus, a notícia do seu poder espalhava-se ainda mais. Enormes multidões vinham para o ouvir pregar e ser curadas das suas enfermidades. 16 Muitas vezes, porém, dirigia-se para um lugar isolado, a fim de orar.
Jesus cura um paralítico
(Mt 9.2-8; Mc 2.3-12)
17 Uma vez, estava a ensinar e encontravam-se ali sentados alguns fariseus e os professores da Lei. Estes homens vinham de todas as localidades da Galileia e da Judeia, bem como de Jerusalém. E o poder curador do Senhor estava sobre Jesus. 18 De repente, chegaram umas pessoas com um paralítico deitado numa esteira, as quais tentaram abrir passagem através da multidão até junto de Jesus; 19 mas, não descobrindo por onde pudessem introduzi-lo em casa por causa da multidão, subiram ao telhado e, retirando algumas telhas, desceram o doente colocando-o em frente a Jesus. 20 Vendo a fé de que davam provas, Jesus disse ao homem: “Amigo, os teus pecados estão perdoados!”
21 Os especialistas na Lei e os fariseus começaram a dizer para si mesmos: “Mas quem imagina ele que é para se pôr a blasfemar? Só Deus pode perdoar os pecados!”
22 Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou: “O que estão a pensar nos vossos corações? 23 É mais fácil dizer ‘os teus pecados são perdoados’ ou ‘levanta-te e anda?’ 24 Portanto, vou provar-vos que o Filho do Homem tem autoridade para perdoar os pecados.” E voltando-se para o paralítico disse-lhe: “A ti eu digo: Levanta-te, enrola a tua esteira e vai para casa!”
25 Logo, à vista do povo, o homem pôs-se em pé, agarrou na esteira e foi para casa, dando glória a Deus. 26 Toda a gente ali, admirada, dava glória a Deus, tomada de espanto: “Hoje, realmente, vimos coisas extraordinárias!”, diziam.
A chamada de Levi (Mateus)
(Mt 9.9-13; Mc 2.14-17)
27 Mais tarde, indo a sair da vila, Jesus viu um cobrador de impostos chamado Levi, sentado no balcão de cobranças. Jesus disse-lhe: “Segue-me!” 28 Levi, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o.
29 Passado pouco tempo, Levi deu uma festa em sua casa, sendo Jesus o convidado de honra. Foram também e sentaram-se à mesa um bom número de cobradores de impostos e outros convidados. 30 Os especialistas na Lei e os fariseus, que pertenciam ao seu grupo, queixavam-se porém, em voz baixa, aos discípulos de Jesus: “Porque comem e bebem com cobradores de impostos e outros pecadores?”
31 Em resposta, Jesus disse-lhes: “Quem precisa de médico são os doentes, não os que têm saúde! 32 Não vim chamar os justos, mas os pecadores a se arrependerem.”
A questão de jejum
(Mt 9.14-17; Mc 2.18-22)
33 Puseram ainda outra questão a Jesus: “Os discípulos de João Batista estão sempre a jejuar e a orar e os discípulos dos fariseus fazem o mesmo. Porque é que os teus comem e bebem?”
34 Jesus explicou: “Podem fazer com que os convidados do noivo jejuem, enquanto o noivo está com eles? 35 Virá o tempo em que lhes será tirado. Então, sim, jejuarão.”
36 Jesus serviu-se depois desta parábola: “Ninguém vai tirar um pedaço de tecido duma roupa nova para fazer um remendo numa peça velha; pois não só estragaria a nova, mas a velha também pareceria pior com o remendo novo. 37 E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo rebenta com eles, os odres estragam-se e o vinho perde-se. 38 O vinho novo deve ser posto em odres novos. 39 Depois de beber o vinho velho, ninguém parece querer o vinho fresco e novo, porque dizem: ‘O velho é melhor.’ ”
O Senhor do sábado
(Mt 12.1-8; Mc 2.23-28)
6 Certo sábado, atravessando Jesus e os seus discípulos umas searas, iam arrancando espigas de trigo, que esfregavam entre as mãos para comer os grãos. 2 Alguns fariseus, porém, disseram: “Porque estão a fazer o que não é permitido no dia de sábado?”
3 Ao que Jesus respondeu: “Vocês não leram o que o rei David fez quando ele e os companheiros estavam com fome, 4 como entrou na casa de Deus, comeu e deu a comer também aos seus companheiros os pães da Presença, que apenas aos sacerdotes era permitido comer?[j]” 5 Jesus acrescentou “Eu, o Filho do Homem, sou o Senhor do próprio sábado.”
Jesus cura um homem com mão paralisada
(Mt 12.9-14; Mc 3.1-6)
6 Num outro sábado, estando a ensinar na sinagoga, encontrava-se ali um homem que tinha a mão direita aleijada. 7 Os especialistas na Lei e os fariseus vigiavam-no atentamente, para ver se Jesus curaria o homem no dia de sábado, para encontrarem de que o acusar. 8 Jesus conhecia bem os seus pensamentos, por isso, disse ao aleijado: “Levanta-te e vem pôr-te aqui ao meio.” Ele assim fez. 9 Então disse aos fariseus e aos especialistas na Lei: “Tenho uma pergunta a fazer-vos: É legítimo praticar o bem num sábado ou praticar o mal? Salvar a vida ou destruí-la?” 10 E, olhando em volta, fitou-os um por um. Então disse ao homem: “Estende o braço!” Ele assim fez e imediatamente a sua mão ficou completamente normal. 11 Os inimigos de Jesus ficaram furiosos e começaram a tramar a sua morte.
Os doze apóstolos
(Mt 10.2-4; Mc 3.13-19; At 1.13)
12 Por aqueles dias, Jesus subiu a uma montanha para orar e passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, reuniu os seus discípulos e escolheu doze, a quem designou apóstolos. Eram estes os seus nomes: 14 Simão, a quem chamou também Pedro; André, irmão de Simão; Tiago; João; Filipe; Bartolomeu; 15 Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, também chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes que viria a traí-lo.
Bênçãos e avisos
(Mt 5.3-12)
17 Quando desceram a encosta, estando numa região plana, foram rodeados por uma grande multidão de discípulos e uma enorme massa de gente do povo, vinda de toda a Judeia, de Jerusalém e de lugares tão a norte como do litoral de Tiro e Sídon, 18 tinha vindo gente para o ouvir e ser curada. E os que eram atormentados por espíritos impuros eram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele poder e todos eram curados.
20 Então, voltando-se para os discípulos, Jesus disse:
“Felizes os que são pobres,
porque é deles o reino de Deus!
21 Felizes os que agora têm fome,
porque serão fartos!
Felizes os que agora choram,
porque chegará o tempo em que hão de rir de alegria!
22 Felizes os que são odiados, e rejeitados,
e insultados e enxovalhados no seu nome,
por serem meus discípulos!
23 Alegrem-se nesse dia! Sim, pulem de contentamento, porque vos espera no céu uma enorme recompensa. Pois também os profetas foram assim tratados pelos vossos antepassados.
24 Ai de vocês os ricos,
porque já tiveram o vosso consolo.
25 Ai de vocês os que são fartos e prósperos agora,
porque vos espera um tempo de fome horrível!
Ai de vocês os foliões,
porque o vosso riso transformar-se-á em tristeza e luto!
26 Ai de vocês os que são enaltecidos pelas multidões,
porque os vossos antepassados também elogiaram os falsos profetas!
Amar os inimigos
(Mt 5.39-42)
27 Ouçam todos. Amem os vossos inimigos. Façam o bem aos que vos odeiam. Orem pela felicidade dos que vos amaldiçoam. 28 Bendigam os que vos maldizem e orem a Deus a favor daqueles que vos maltratam. 29 Se te derem uma bofetada numa das faces, oferece também a outra! Se alguém te exigir o casaco, dá-lhe também a camisa. 30 Dá a todo aquele que te pedir, e se te tiraram o que te pertence não o reclames de volta. 31 Façam aos outros o que querem que vos façam.
32 Pensam que merecem elogios só por amarem os que vos amam? Isso até as pessoas más o fazem! 33 E se fizerem bem somente aos que vos fazem bem, o que tem isso de extraordinário? Até os pecadores procedem assim. 34 E se emprestarem dinheiro só a quem vos puder pagar, que bondade há nisso? Até os mais perversos emprestam aos da sua espécie para depois receberem tudo de volta.
35 Amem os vossos inimigos! Tratem-nos bem! Emprestem e não se preocupem se não vos pagarem, porque assim a recompensa que receberem do céu será grande e estarão a proceder verdadeiramente como filhos do Altíssimo. Porque é bondoso também com os ingratos e os perversos. 36 Sejam compassivos como o vosso Pai é compassivo.
Julgando os outros
(Mt 7.1-5)
37 Não julguem e não serão julgados. Não condenem e não serão condenados. Perdoem e serão perdoados. 38 Se derem, receberão! A vossa dádiva será devolvida em medida atestada e sacudida, para caber um pouco mais até deitar por fora. A medida que usarem será usada também para vos medir.”
39 Jesus usava frequentemente parábolas, como esta: “De que serve um cego guiar outro cego? Acabam ambos por cair numa vala. 40 O discípulo não é mais do que o mestre. Se souber, porém, transformar a sua vida de acordo com o ensino perfeito que lhe é dado, poderá ser como ele.
41 E porque te hás de preocupar com uma palha no olho do vizinho, quando tens uma tábua no teu próprio olho? 42 Como poderias dizer: ‘Irmão, deixa-me ajudar-te a tirar essa palha do teu olho’, quando afinal tu mesmo não estás a ver uma trave no teu? Isso é hipocrisia! Liberta-te primeiro do que tens na vista e depois então poderás ver para ajudar o teu irmão.
Uma árvore e o seu fruto
(Mt 7.17-20)
43 De facto, uma árvore de boa qualidade não pode dar fruto de má qualidade, nem uma árvore de má qualidade dar fruto de boa qualidade. 44 Com efeito, cada árvore conhece-se pela qualidade do fruto que dá. Pois nem dos espinheiros se colhem figos, nem dos cardos uvas. 45 Um homem bom produz o bem do bom tesouro do seu coração; e um homem mau produz, da sua maldade escondida, o que é mau. O que está em abundância no coração vem à superfície no falar.
Construtores sábios e tolos
(Mt 7.24-27)
46 Portanto, porque me chamam ‘Senhor! Senhor!’, se não me querem obedecer? 47 Todos aqueles, porém, que vêm ter comigo, me ouvem e me obedecem 48 são como o homem que constrói uma casa sobre alicerces sólidos em cima da rocha. Quando as cheias sobem e embatem na casa, esta fica firme por estar solidamente construída. 49 Aqueles, porém, que ouvem e não me obedecem são como o homem que constrói uma casa sem alicerces. Quando as cheias se lançam contra ela, a casa desmorona-se e fica em ruínas.”
A fé do oficial do exército
7 Terminando estas palavras, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum. 2 Havia um oficial romano que tinha um servo que estimava muito e se encontrava mal, quase à morte. 3 Quando o oficial ouviu falar de Jesus, mandou alguns anciãos do povo pedir-lhe que viesse curar o seu servo. 4 Começaram, pois, a rogar-lhe que fosse com eles e socorresse o homem: “Se alguém merece ajuda é ele”, diziam. 5 “Porque gosta da nossa gente e até pagou do seu próprio bolso a construção de uma sinagoga.”
6 Jesus foi com eles. Mas pouco antes de chegar à casa do oficial romano, este mandou uns amigos para lhe dizer: “Senhor, não mereço que entres na minha casa! 7 Nem me julgo digno de ir ao teu encontro! Mas se disseres somente: ‘Fica curado’, o meu servo ficará bom! 8 Eu sei, porque também recebo ordens dos meus superiores e mando nos meus soldados. Digo a este: ‘Vai’ e ele vai. E àquele: ‘Vem’ e ele vem. E ao meu servo: ‘Faz isto ou aquilo’ e ele faz.”
9 Ao ouvir estas palavras, Jesus ficou tão impressionado que disse para a multidão que o seguia: “Ainda não encontrei ninguém na terra de Israel com uma fé assim!” 10 Quando os amigos do oficial regressaram, encontraram o servo completamente curado!
Jesus ressuscita o filho de uma viúva
11 Passado pouco tempo, Jesus foi com os discípulos à aldeia de Naim, com grande multidão atrás de si. 12 Quando chegou perto da aldeia, vinha a sair um funeral. O morto era um rapaz, filho único de uma viúva, e havia muita gente da aldeia a acompanhá-la. 13 Ao vê-la, o coração do Senhor encheu-se de compaixão. “Não chores!”, disse-lhe. 14 E dirigindo-se para o caixão tocou nele, e os que o levavam pararam: “Filho, levanta-te!”, ordenou. 15 Então o rapaz sentou-se e começou a falar com os que estavam à sua volta. E Jesus entregou-o a sua mãe.
16 A multidão sentiu grande temor e todos, glorificando Deus, exclamavam: “Levantou-se entre nós um poderoso profeta. Hoje vimos atuar a mão de Deus!” 17 A notícia do que tinha feito naquele dia correu a Judeia de uma ponta à outra, e saiu até mesmo para lá das suas fronteiras.
Jesus e João Batista
(Mt 11.2-19)
18 Os discípulos de João contaram-lhe tudo. 19 Ele então chamou dois dos seus discípulos e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que havia de vir ou devemos aguardar outro?”
20 Ao chegarem junto de Jesus, disseram-lhe: “João Batista mandou-nos ter contigo para te perguntar: ‘És tu aquele que havia de vir ou devemos aguardar outro?’ ” 21 Naquele momento, Jesus curou muita gente que sofria de várias doenças e males, expulsou os espíritos maus e deu vista aos cegos. 22 Em resposta, Jesus disse-lhes:
“Voltem para João e contem-lhe o que viram e ouviram: ‘cegos veem e coxos andam, leprosos são curados, surdos voltam a ouvir, mortos regressam à vida e os pobres ouvem o evangelho. 23 Feliz é aquele que não se escandaliza em mim.’ ”
24 Depois de os enviados de João se terem ido embora, Jesus começou a falar à multidão acerca de João: “O que foram ver no deserto: um caniço ao sabor do vento? 25 Mas então o que foram lá ver? Um homem vestido de roupas caras? Reparem: quem se veste de roupa cara é nos palácios reais que se encontra. 26 Terá sido antes um profeta que foram encontrar? Sim, digo eu! E mais do que um profeta. 27 É a João que as Escrituras se referem ao dizerem:
‘Envio o meu mensageiro diante de ti,
para preparar o caminho à tua frente.’[k]
28 É como vos digo: de homens nascidos de um ventre materno, nenhum é maior do que João! E contudo até o menor no reino de Deus é maior do que ele!”
29 E todos os que ouviam João pregar, mesmo os corruptos cobradores de impostos, achavam certo o que Deus lhes exigia e deixavam-se batizar por ele; 30 menos os fariseus e os especialistas na Lei, que rejeitavam o plano de Deus e recusavam o batismo de João.
31 “Que posso dizer acerca das pessoas desta geração?”, perguntou Jesus. “Com quem as compararei? 32 São como as crianças que se queixam aos seus amigos:
‘Brincámos aos casamentos
e ninguém se quis alegrar;
então brincámos aos funerais,
e também ninguém quis ficar triste.’
33 Veio João Batista, e lá porque não bebe vinho e jejua vocês dizem: ‘Tem demónio!’ 34 Vim eu, o Filho do Homem, e porque aceito ir a uma festa e beber o vinho que me é oferecido, logo se queixam de que sou comilão e beberrão, e de que sou amigo de cobradores de impostos e pecadores! 35 Mas a sabedoria foi justificada por todos aqueles que a praticam.”
Jesus é ungido por uma mulher
(Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.1-8)
36 Um dos fariseus convidou Jesus para almoçar em sua casa. 37 Quando se sentaram para comer, uma mulher de má vida soube que ele se encontrava ali, pelo que trouxe um vaso de alabastro de muito valor, cheio de um perfume caro. 38 Esta ajoelhou-se por detrás dele, aos seus pés, e tanto chorou que os pés de Jesus ficaram molhados de lágrimas. Porém, enxugava-os com os cabelos e beijando-os deitava perfume sobre eles.
39 Quando o dono da casa, que convidara Jesus, viu o que se passava, e de que género de mulher se tratava, disse consigo próprio: “Aqui está a prova de que Jesus não é um profeta; porque se Deus o tivesse realmente enviado, saberia que espécie de mulher é esta.” 40 Então, Jesus respondeu aos pensamentos daquele homem observando: “Simão, queria dizer-te uma coisa.” Retorquiu ele: “Diz, Mestre.”
41 E Jesus contou-lhe o seguinte: “Certo homem emprestou dinheiro a duas pessoas; quinhentas moedas a uma e cinquenta a outra. 42 Como nenhuma das duas lhe pudesse pagar, ele, que era generoso, perdoou a ambas, cancelando a sua dívida. Qual destas pessoas achas que lhe ficou mais agradecida, depois disto?”
43 “Acho que terá sido quem mais lhe devia!” Jesus concordou: “Tens razão!” 44 E voltando-se para aquela mulher, disse a Simão: “Olha para esta mulher aqui de joelhos! Quando entrei na tua casa, não te preocupaste em trazer-me água para lavar a poeira dos pés, mas ela lavou-os com lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos! 45 Não me deste um beijo de saudação, mas desde que aqui entrei ela não deixou de me beijar os pés. 46 Não tiveste a delicadeza de trazer azeite para me ungir a cabeça, mas ela ungiu-me os pés com um perfume raro. 47 Os pecados dela, que são muitos, foram-lhe perdoados! Daí toda a sua gratidão e amor para comigo! Aquele, porém, a quem pouco é perdoado pouco amor mostra.” 48 E disse à mulher: “Os teus pecados estão perdoados!”
49 Os homens que estavam à mesa murmuraram entre si: “Quem imagina ele que é, para se pôr a perdoar pecados?”
50 Jesus disse à mulher: “A tua fé te salvou! Vai em paz!”
A parábola do semeador
8 Passado não muito tempo, Jesus começou a percorrer as cidades e vilas para anunciar as boas novas do reino de Deus. Fazia-se acompanhar dos doze discípulos. 2 Com ele iam algumas mulheres que ele tinha curado de espíritos maus e de doenças; entre elas contavam-se Maria Madalena, a quem tinha livrado de sete demónios; 3 Joana, mulher de Cuza (encarregado de negócios de Herodes); Susana e muitas outras que, com os seus próprios meios, contribuíam para o sustento de Jesus e dos discípulos.
A parábola do semeador
(Mt 13.1-10; Mc 4.1-9)
4 Uma imensa multidão, oriunda de todas as cidades, veio ter com ele. Ele falou-lhes por meio de uma parábola: 5 “Certo homem foi semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho e foram pisadas; vieram as aves do céu e comeram-nas. 6 Outras caíram em solo pedregoso e cresceram. Mas murcharam, por falta de humidade. 7 Outras caíram no meio de espinhos que em pouco tempo sufocaram os rebentos. 8 Mas outras caíram em solo fértil e quando cresceram deram uma colheita cem vezes maior.” Tendo dito isto, exclamou em alta voz: “Quem tem ouvidos, ouça!”
Razão das parábolas
(Mt 13.10-23; Mc 4.10-20)
9 Os discípulos perguntaram-lhe o que queria dizer aquela parábola. 10 Ele respondeu: “É-vos concedido conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros somente por parábolas, de modo que veem, mas ficam sem ver, ouvem, mas não entendem.
11 O que a parábola quer dizer é o seguinte: A semente é a mensagem de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são os que a ouviram, mas depois vem o Diabo e tira-lhes a palavra do coração, não deixando que as pessoas creiam e sejam salvas. 13 As semeadas em solo pedregoso são os que ouvem a palavra com alegria. Todavia, não deitam raízes; têm fé por algum momento, mas quando chega o momento da tentação desfalecem. 14 As semeadas entre os espinhos são aqueles que ouvem, mas que no meio das preocupações, da riqueza e dos prazeres da vida, deixam que seja abafada, pelo que fica sem fruto. 15 Mas o bom solo são aqueles que, com coração bom e honesto, ouvem a palavra e dão fruto com perseverança.”
A luz do candeeiro
(Mc 4.21-25)
16 “Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la num recipiente ou debaixo da cama, mas coloca-a num candeeiro, para que aqueles que entrarem em casa vejam a luz. 17 Pois nada há oculto que não venha a mostrar-se, nem há nada encoberto que não venha a ser conhecido e a manifestar-se. 18 Tomem cuidado como ouvem, pois quem tiver receberá; mas a quem não tem até o que tiver lhe será tirado.”
A mãe e os irmãos de Jesus
(Mt 12.46-50; Mc 3.31-35)
19 Uma vez, a mãe e os irmãos de Jesus foram ter com ele, mas por causa da multidão não conseguiram entrar na casa onde ele estava. 20 Alguém disse-lhe: “A tua mãe e irmãos estão lá fora e querem ver-te.” 21 Jesus respondeu-lhes: “A minha mãe e os meus irmãos são todos aqueles que ouvem a mensagem de Deus e lhe obedecem.”
Jesus acalma a tempestade
(Mt 8.23-27; Mc 4.36-41)
22 Certo dia, Jesus entrou num barco com os discípulos e disse-lhes: “Vamos atravessar para a outra margem do lago.” 23 Durante a travessia ele adormeceu. Entretanto, levantou-se uma tempestade e um vendaval no lago, o barco começou a meter água e corriam grande perigo.
24 Logo os discípulos foram acordá-lo, gritando: “Mestre, Mestre, estamos quase a morrer!”
Levantando-se, ele repreendeu o vento e as vagas e fez-se uma grande calma. 25 Depois perguntou-lhes: “Onde está a vossa fé?”
Eles, tomados de medo e admiração, perguntavam uns aos outros: “Mas quem é este que dá ordens aos próprios ventos e à água que lhe obedecem?”
Um homem dominado por demónios
(Mt 8.28-34; Mc 5.1-17)
26 Chegaram à terra dos Gerasenos que fica na outra banda do mar da Galileia. 27 Quando Jesus saía do barco, veio-lhe ao encontro um homem que havia muito tempo estava possuído por demónios. Não tendo casa, vivia, sem roupas, no cemitério entre as sepulturas. 28 Mal viu Jesus, deitando-se no chão à sua frente, soltou um grito forte: “Que queres tu de mim, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Peço-te que não me atormentes!” 29 Pois Jesus ordenava já ao espírito impuro que abandonasse o homem. Este, muitas vezes tinha-se apoderado daquele homem, de tal modo que, mesmo acorrentado, partia as correntes e fugia para o deserto, inteiramente sob o poder do demónio.
30 “Como te chamas?”, perguntou Jesus. “Exército”, foi a resposta. Porque tinha entrado dentro dele um grande número de demónios. 31 E pediam com insistência a Jesus que não os mandasse para o abismo. 32 Andava ali perto uma vara de porcos a pastar no monte e os demónios rogaram-lhe que os deixasse entrar nos animais. Jesus consentiu. 33 Deixaram o homem e entraram nos porcos. A vara precipitou-se, caindo por um despenhadeiro no lago, onde se afogou.
34 Os porqueiros, ao verem aquilo, fugiram para a cidade e campos, espalhando a notícia. 35 As pessoas vieram ver o que tinha sucedido dirigindo-se ao encontro de Jesus. E encontraram aquele homem, do qual tinham saído os demónios, agora vestido e em seu perfeito juízo, sentado aos pés de Jesus, e tiveram receio. 36 Os que tinham assistido contavam como o endemoninhado tinha sido curado. 37 A multidão chegou até a pedir a Jesus que fosse embora, porque se espalhara entre eles uma onda de medo. Assim, Jesus voltou para o barco e foi para a outra margem do lago.
38 O homem que tinha estado dominado por demónios pediu para ir também, mas Jesus não o deixou: 39 “Volta para a tua família e conta-lhes aquilo que de tão maravilhoso Deus fez contigo.” Então foi pela cidade anunciando as grandes coisas que Jesus tinha feito por ele.
Uma moça morta e uma doente
(Mt 9.18-26; Mc 5.22-43)
40 Do outro lado do lago, o povo recebeu Jesus de braços abertos, pois já o esperava.
41 Um homem chamado Jairo, líder da sinagoga, veio ter com Jesus e, prostrando-se aos seus pés, pediu-lhe que fosse a sua casa, 42 porque tinha uma filha única, uma menina de cerca de doze anos, que estava à morte. Jesus acompanhou-o, abrindo caminho através do povo.
43 Enquanto caminhavam, uma mulher veio por detrás e tocou-lhe, porque havia doze anos que tinha um mal que a fazia perder sangue, e não tinha conseguido encontrar cura, embora tivesse gasto tudo o que tinha com médicos. 44 Ela aproximou-se dele por trás e tocou-lhe na borda do manto, e num ápice a perda de sangue estancou.
45 “Quem me tocou?”, perguntou Jesus. Todos negaram, e Pedro até acrescentou:
“Mestre, são tantos os que te apertam de todos os lados.”
46 “Alguém me tocou de propósito, porque senti sair de mim poder.”
47 Sabedora de que não podia esconder-se, a tremer, a mulher aproximou-se, pôs-se de joelhos diante dele e contou à frente de todo o povo o motivo porque lhe tinha tocado, afirmando que num ápice ficara boa. 48 Jesus disse-lhe: “Filha, a tua fé te curou! Vai em paz.”
49 Enquanto falava ainda com a mulher, chegou um mensageiro da casa de Jairo, líder da sinagoga, com a notícia: “A tua filha já está morta. Não incomodes mais o Mestre.”
50 Quando Jesus soube o que tinha acontecido, disse a Jairo: “Não tenhas medo! Crê somente e ela ficará boa.”
51 Quando chegaram à casa, Jesus não consentiu que ninguém entrasse com ele, excetuando Pedro, Tiago, João e os pais da menina. 52 A casa estava cheia de pessoas que lamentavam o sucedido, mas ele ordenou: “Parem de chorar! Ela não está morta, apenas dorme!”
53 Esta frase provocou zombaria, porque todos sabiam que a jovem estava morta. 54 Então Jesus, tomando-a pela mão, exclamou: “Levanta-te, menina!” 55 E naquele instante o espírito dela voltou e ela levantou-se. “Deem-lhe de comer!”, disse. 56 Os pais ficaram maravilhados, mas Jesus insistiu com eles para que não contassem a ninguém o que tinha acontecido.
Jesus envia os doze
(Mt 10.5-14; Mc 6.7-12)
9 Reunindo os doze discípulos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curar as enfermidades. 2 Em seguida, enviou-os a pregar a toda a gente o reino de Deus e a curar os doentes. 3 “Não levem convosco nem sequer um bordão”, recomendou-lhes, “nem saco de viagem, nem comida, nem dinheiro de prata, nem mesmo uma muda de roupa. 4 Na casa em que entrarem, fiquem nela até à vossa partida. 5 Se o povo de qualquer povoação não vos receber, sacudam a poeira dos vossos pés quando saírem, como testemunho de que abandonaram essa terra à sua própria sorte.”
6 Começaram então essa digressão pelas povoações, pregando as boas novas e curando os doentes.
Herodes preocupado com Jesus
(Mt 14.1-2; Mc 6.14-16)
7 Quando soube dos milagres de Jesus, o governador Herodes ficou preocupado, pois já havia quem dissesse: “É João Batista que voltou à vida.” 8 E outros: “É Elias ou outro antigo profeta que ressuscitou dos mortos.”
9 “Degolei João”, dizia Herodes, “quem será este homem de quem me contam tais histórias?” E procurava ver Jesus.
Jesus alimenta 5000 homens
(Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Jo 6.1-15)
10 Quando os apóstolos voltaram para contar a Jesus o que tinham feito, este saiu com eles para um sítio isolado, para os lados da povoação de Betsaida. 11 O povo, porém, descobriu para onde se dirigia e seguiu-o. Ele acolheu-os, ensinando-os acerca do reino de Deus e curando os doentes.
12 No fim da tarde, os doze discípulos vieram recomendar-lhe: “Manda o povo retirar-se, para ir às aldeias e campos dos arredores arranjar abrigo para a noite e encontrar comida, porque o lugar em que estamos é deserto.”
13 Mas Jesus respondeu: “Deem-lhes vocês de comer.”
“Como, se temos apenas cinco pães e dois peixes?”, protestaram. “Onde é que iríamos agora arranjar alimento suficiente para toda esta multidão?” 14 É que estavam ali uns 5000 homens.
“Digam-lhes que se sentem no chão em grupos de cerca de cinquenta cada”, ordenou Jesus aos discípulos. 15 E assim fizeram. 16 Tomando os cinco pães e os dois peixes, Jesus ergueu os olhos para o céu e abençoou-os. Depois, partiu-os em pedaços e deu-os aos discípulos, para que os oferecessem à multidão.
17 Todos comeram até ficarem satisfeitos. E quando as sobras foram recolhidas enchiam doze cestos.
Pedro confessa que Jesus é o Cristo
(Mt 16.13-20; Mc 8.27-30)
18 Um dia, estando sozinho a orar e encontrando-se os discípulos ali perto, Jesus aproximou-se e perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”
19 Responderam-lhe: “João Batista, ou talvez Elias, ou outro dos antigos profetas que terá ressuscitado.”
20 Então perguntou-lhes: “E vocês, quem pensam que eu sou?” E Pedro respondeu: “Tu és o Cristo de Deus!”
Jesus prediz a sua morte
(Mt 16.20-23; Mc 8.30-33)
21 Jesus deu-lhes ordens rigorosas para não falarem nisso a ninguém.
22 Disse-lhes ele: “O Filho do Homem está destinado a passar por muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos especialistas na Lei e ser morto, mas três dias depois ressuscitará.”
Como ser um discípulo de Cristo
(Mt 16.24-28; Mc 8.34–9.1)
23 Então disse a todos: “Se alguém quiser ser meu seguidor, tem de esquecer-se de si próprio, tomar a sua cruz todos os dias e seguir-me. 24 Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á. E quem perder a sua vida por minha causa salvá-la-á. 25 Que lucro terá o homem em ganhar o mundo inteiro e causar dano a si mesmo? 26 Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, também eu, o Filho do Homem, me envergonharei desse, quando vier na minha glória e na do Pai e dos santos anjos. 27 Porém, a verdade é que alguns dos que estão aqui agora não morrerão sem ver o reino de Deus!”
Jesus transfigura-se
(Mt 17.1-13; Mc 9.2-13)
28 Aproximadamente oito dias depois de proferir estas palavras, levou consigo Pedro, Tiago e João e subiu ao monte para orar. 29 Enquanto orava, o seu rosto começou a brilhar e o seu vestuário ficou de uma brancura resplandecente. 30 De súbito, dois homens, Moisés e Elias, puseram-se a falar com ele. 31 O aspeto deles era glorioso e falavam da sua morte que iria ocorrer em Jerusalém.
32 Pedro e os outros, de tão cheios de sono que estavam, adormeceram. Ao acordarem, viram Jesus cheio de esplendor e glória, e os dois homens que estavam com ele. 33 Quando Moisés e Elias se iam retirar, Pedro, não sabendo o que dizer, exclamou: “Mestre, que bom é estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias!”
34 No momento em que dizia isto, uma nuvem formou-se por cima deles e encheram-se de terror, quando a nuvem os envolveu. 35 Uma voz que saía da nuvem disse: “Este é o meu Filho, a quem escolhi. Ouçam-no!” 36 Quando a voz se calou, ficou apenas Jesus. Os discípulos guardaram silêncio e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
A cura do rapaz com um espírito mau
(Mt 17.14-19; Mc 9.14-29)
37 No outro dia, quando desceram do monte, veio ao seu encontro uma grande multidão. 38 Um homem gritou-lhe: “Mestre, este menino que aqui está é o meu único filho. 39 E há um demónio que se apodera dele e o faz gritar, abanando-o com violência, a ponto de espumar pela boca. Esse demónio fá-lo ferir-se constantemente e não o deixa em paz. 40 Já roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas não foram capazes.”
41 Jesus respondeu: “Ó povo sem fé e obstinado! Até quando terei de andar convosco e de vos suportar? Traz-me cá o teu filho!” 42 Quando a criança se aproximava, o espírito impuro atirou-a ao chão numa violenta agitação. Mas Jesus, ordenando-lhe que saísse, curou o menino e entregou-o ao pai. 43 O espanto apoderou-se do povo ao ver esta manifestação do poder de Deus.
Jesus fala outra vez da sua morte e ressurreição
(Mt 17.22-23; Mc 9.30-32)
Entretanto, enquanto se admiravam das coisas maravilhosas que fazia, Jesus disse aos discípulos: 44 “Ouçam-me e lembrem-se do que vos vou dizer. O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.” 45 Eles, porém, não compreendiam o que ele dizia; tal estava-lhes velado, de modo a não o perceberem, e tinham medo de lhe fazer perguntas sobre isso.
Quem será o maior?
(Mt 18.1-5; Mc 9.33-37)
46 Surgiu então entre eles uma discussão sobre qual dos discípulos seria o mais importante. 47 Jesus, contudo, conhecendo-lhes os pensamentos, colocou uma criancinha ao seu lado 48 e disse-lhes: “Quem receber uma criancinha como esta, em meu nome, é a mim que recebe. E quem me receber recebe aquele que me enviou. O mais insignificante entre vós, esse é o maior.”
Quem não é contra nós é por nós
(Mc 9.38-40)
49 João disse-lhe: “Mestre, vimos alguém que se servia do teu nome para expulsar demónios, mas dissemos-lhe que não o fizesse, por não pertencer ao nosso grupo.”
50 Mas Jesus disse-lhe: “Não o proíbam! Porque quem não está contra vós está do vosso lado.”
Oposição de Samaria
51 À medida que se aproximava o momento de regressar ao céu, Jesus mostrava-se decidido a ir a Jerusalém. 52 Um dia, enviou mensageiros à sua frente, a fim de reservar hospedagem numa localidade samaritana. 53 Todavia, mandaram-nos embora. O povo daquele lugar não quis nada com eles, porque viram que se dirigiam para Jerusalém. 54 Quando chegou a notícia do que tinha acontecido, os discípulos Tiago e João perguntaram a Jesus: “Mestre, devíamos pedir que caia fogo do céu para os queimar?” 55 Mas Jesus voltou-se e repreendeu-os. 56 E prosseguiram até chegarem a outra aldeia.
O custo de seguir Jesus
(Mt 8.19-22)
57 Quando iam a passar, alguém disse a Jesus: “Seguir-te-ei aonde quer que fores.”
58 Mas Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e as aves têm ninhos; eu, porém, o Filho do Homem, não possuo lar próprio nem sítio onde repousar a cabeça.”
59 Ele disse a outro homem: “Segue-me.” Este disse-lhe: “Senhor, deixa-me primeiro enterrar o meu pai.”
60 Jesus respondeu: “Os mortos de espírito que cuidem dos seus mortos. Tu deves ir anunciar o reino de Deus.”
61 Outro disse-lhe: “Sim, Senhor, irei, mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família.”
62 “Aquele que lança mão do arado e depois olha para trás não está pronto para o reino de Deus!”, replicou-lhe Jesus.
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