Beginning
A Assíria invade Judá
36 No décimo quarto ano do reinado de Ezequias,[a] Senaqueribe, rei da Assíria, atacou as cidades fortificadas de Judá e as conquistou. 2 Então o rei da Assíria enviou, de Laquis, seu comandante em chefe,[b] junto com um grande exército, para confrontarem o rei Ezequias em Jerusalém. Os assírios se posicionaram ao lado do aqueduto que abastece o tanque superior, perto do caminho para o campo onde se lava[c] roupa.
3 Estes são os oficiais que saíram ao encontro deles: Eliaquim, filho de Hilquias, o administrador do palácio; Sebna, o secretário da corte; e Joá, filho de Asafe, o historiador do reino.
Senaqueribe ameaça Jerusalém
4 O porta-voz do rei assírio mandou que transmitissem esta mensagem a Ezequias:
“Assim diz o grande rei da Assíria: Em que você confia, que lhe dá tanta segurança? 5 Pensa[d] que meras palavras podem substituir experiência e força militar? Com quem você conta para se rebelar contra mim? 6 Com o Egito? Se você se apoiar no Egito, ele será como um junco que se quebra sob seu peso e perfura sua mão. O faraó, rei do Egito, não é digno de nenhuma confiança!
7 “Talvez vocês digam: ‘Confiamos no Senhor, nosso Deus!’. Mas não foi a ele que Ezequias insultou? Ezequias não destruiu os santuários e altares dele e obrigou todos em Judá e Jerusalém a adorarem somente no altar em Jerusalém?
8 “Vou lhes dizer uma coisa: Façam um acordo com meu senhor, o rei da Assíria. Eu lhes darei dois mil cavalos se forem capazes de encontrar homens em número suficiente para montá-los! 9 Com seu exército minúsculo, como podem pensar em desafiar até o contingente mais fraco do exército de meu senhor, mesmo com a ajuda dos carros e dos cavaleiros do Egito? 10 Além disso, imaginam que invadimos sua terra sem a direção do Senhor? Foi o próprio Senhor que nos disse: ‘Ataquem essa terra e destruam-na!’”.
11 Então Eliaquim, Sebna e Joá disseram ao porta-voz: “Por favor, fale conosco em aramaico, pois entendemos bem essa língua. Não fale em hebraico,[e] pois o povo sobre o muro o ouvirá”.
12 O porta-voz, no entanto, respondeu: “Vocês pensam que meu senhor enviou essa mensagem apenas para vocês e para seu senhor? Ele quer que todo o povo a ouça, pois, quando cercarmos esta cidade, eles sofrerão junto com vocês. Ficarão tão famintos e sedentos que comerão as próprias fezes e beberão a própria urina!”.
13 Então o porta-voz se levantou e gritou em hebraico: “Ouçam esta mensagem do grande rei da Assíria! 14 Assim diz o rei: Não deixem que Ezequias os engane. Ele jamais será capaz de livrá-los. 15 Não deixem que ele os convença a confiar no Senhor, dizendo: ‘Certamente o Senhor nos livrará; esta cidade jamais cairá nas mãos do rei da Assíria’.
16 “Não deem ouvidos a Ezequias! Estas são as condições que o rei da Assíria oferece: Façam as pazes comigo, abram as portas e saiam. Então, cada um de vocês continuará a comer de sua própria videira e de sua própria figueira e a beber de seu próprio poço. 17 Depois, providenciarei que sejam levados a outra terra como esta, uma terra com cereais e vinho novo, com pão e vinhedos.
18 “Não deixem Ezequias enganá-los, dizendo: ‘O Senhor nos livrará!’. Acaso os deuses de alguma outra nação livraram seu povo do rei da Assíria? 19 O que aconteceu aos deuses de Hamate e de Arpade? E quanto aos deuses de Sefarvaim? Acaso algum deus livrou Samaria de meu poder? 20 Qual dos deuses de qualquer nação foi capaz de livrar seu povo de meu poder? O que os faz pensar que o Senhor pode livrar Jerusalém de minhas mãos?”.
21 Mas o povo permaneceu em silêncio e não disse uma palavra sequer, pois Ezequias havia ordenado: “Não lhe respondam”.
22 Então Eliaquim, filho de Hilquias, administrador do palácio, Sebna, secretário da corte, e Joá, filho de Asafe, historiador do reino, voltaram a Ezequias. Rasgaram suas roupas e foram contar ao rei o que o porta-voz tinha dito.
Ezequias busca a ajuda do Senhor
37 Quando o rei Ezequias ouviu esse relato, rasgou as roupas, vestiu-se com panos de saco e entrou no templo do Senhor. 2 Enviou Eliaquim, o administrador do palácio, Sebna, o secretário da corte, e os principais sacerdotes, todos vestidos com panos de saco, ao profeta Isaías, filho de Amoz. 3 Eles lhe disseram: “Assim diz o rei Ezequias: ‘Hoje é um dia de angústia, insulto e humilhação. É como quando a criança está prestes a nascer, mas a mãe não tem forças para dar à luz. 4 Contudo, talvez o Senhor, seu Deus, tenha ouvido o porta-voz[f] que o rei da Assíria enviou para desafiar o Deus vivo e o castigue por suas palavras. Por favor, ore por nós que restamos!’”.
5 Depois que os oficiais do rei Ezequias transmitiram a mensagem ao profeta Isaías, 6 ele respondeu: “Digam ao rei que assim diz o Senhor: ‘Não se assuste com os insultos que os mensageiros do rei da Assíria lançaram contra mim. 7 Ouça! Eu mesmo agirei contra o rei da Assíria,[g] e ele receberá notícias que o farão voltar para sua terra. Ali eu providenciarei que ele seja morto à espada’”.
8 Enquanto isso, o porta-voz partiu de Jerusalém e foi consultar o rei da Assíria, pois tinha sido informado de que o rei havia deixado Laquis e estava atacando Libna.
9 Logo depois, o rei Senaqueribe recebeu a notícia de que Tiraca, rei da Etiópia,[h] havia saído com seu exército para lutar contra ele. Então enviou seus homens de volta a Ezequias em Jerusalém com a seguinte mensagem:
10 “Esta é uma mensagem para Ezequias, rei de Judá. Não deixe que seu Deus, em quem você confia, o engane com promessas de que Jerusalém não será conquistada pelo rei da Assíria. 11 Você sabe muito bem o que os reis da Assíria fizeram por onde passaram. Destruíram completamente todos que atravessaram seu caminho! Quem é você para escapar? 12 Acaso os deuses de outras nações, como Gozã, Harã, Rezefe, e o povo de Éden, que estava em Telassar, as livraram? Meus antecessores destruíram todos eles! 13 O que aconteceu ao rei de Hamate e ao rei de Arpade? O que aconteceu aos reis de Sefarvaim, de Hena e de Iva?”.
14 Depois que Ezequias recebeu a carta dos mensageiros e a leu, subiu ao templo do Senhor e a estendeu diante do Senhor. 15 Então Ezequias fez esta oração na presença do Senhor: 16 “Ó Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, que estás entronizado entre os querubins! Só tu és Deus de todos os reinos da terra. Sim, tu criaste os céus e a terra. 17 Inclina teus ouvidos, ó Senhor, e ouve! Abre teus olhos, ó Senhor, e vê! Ouve as palavras com as quais Senaqueribe desafia o Deus vivo!
18 “É verdade, Senhor, que os reis da Assíria destruíram todas essas nações. 19 Lançaram os deuses dessas nações no fogo e os queimaram. É claro que os assírios conseguiram destruí-los! Não eram deuses de verdade, mas apenas ídolos de madeira e pedra moldados por mãos humanas. 20 Agora, Senhor, nosso Deus, salva-nos do poder desse rei; então todos os reinos da terra saberão que somente tu, Senhor, és Deus”.[i]
Isaías prediz o livramento de Judá
21 Então Isaías, filho de Amoz, enviou esta mensagem a Ezequias: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Visto que você orou a mim a respeito de Senaqueribe, rei da Assíria, 22 o Senhor proferiu esta palavra contra ele:
“A filha virgem de Sião
o despreza e ri de você.
A filha de Jerusalém
balança a cabeça com desdém enquanto você foge.
23 “A quem você desafiou e de quem zombou?
Contra quem levantou a voz?
Para quem olhou com arrogância?
Para o Santo de Israel!
24 Por meio de seus mensageiros, desafiou o Senhor.
Disse: ‘Com meus numerosos carros de guerra,
conquistei os montes mais elevados,
sim, os picos mais remotos do Líbano.
Cortei seus cedros mais altos
e seus melhores ciprestes.
Cheguei a suas maiores alturas
e explorei suas florestas mais densas.
25 Cavei poços em muitas terras estrangeiras[j]
e me refresquei com sua água.
Com a sola de meu pé,
sequei todos os rios do Egito!’.
26 “Mas você não sabe?
Eu decidi tudo isso há muito tempo.
Planejei essas coisas no passado distante,
e agora as realizo.
Planejei que você transformaria cidades fortificadas
em montes de escombros.
27 Por isso, seus habitantes perdem as forças
e ficam assustados e envergonhados.
São frágeis como a relva,
indefesos como brotos verdes e tenros.
São como capim que surge no telhado,
queimado[k] antes de crescer.
28 “Mas eu o conheço bem;
sei onde está
e sei de suas idas e vindas;
sei como se enfureceu contra mim.
29 E, por causa de sua raiva contra mim
e de sua arrogância, que eu mesmo ouvi,
porei minha argola em seu nariz
e meu freio em sua boca.
Eu o farei voltar
pelo mesmo caminho por onde veio”.
30 Então Isaías disse a Ezequias: “Esta é a prova de que minhas palavras são verdadeiras:
“Neste ano vocês comerão somente o que crescer por si,
e no ano seguinte, o que brotar disso.
Mas, no terceiro ano, semeiem e colham,
cuidem de suas videiras e comam de seus frutos.
31 Vocês que restarem em Judá,
os que escaparem da destruição,
lançarão raízes em seu próprio solo,
crescerão e darão frutos.
32 Pois um remanescente de meu povo sairá
de Jerusalém,
um grupo de sobreviventes partirá
do monte Sião.
O zelo do Senhor dos Exércitos
fará que isso aconteça!
33 “E assim diz o Senhor a respeito do rei da Assíria:
“Seus exércitos não entrarão em Jerusalém,
nem dispararão contra ela uma só flecha.
Não marcharão com escudos fora de seus portões,
nem construirão rampas de terra contra seus muros.
34 O rei voltará à terra dele
pelo mesmo caminho por onde veio.
Não entrará na cidade
diz o Senhor.
35 Por minha própria honra e por causa de meu servo Davi,
defenderei esta cidade e a libertarei”.
36 Naquela noite, o anjo do Senhor foi ao acampamento assírio e matou 185 mil soldados assírios. Quando os sobreviventes[l] acordaram na manhã seguinte, encontraram cadáveres por toda parte. 37 Então Senaqueribe, rei da Assíria, levantou acampamento e partiu para sua terra. Voltou para Nínive e ali ficou.
38 Certo dia, enquanto ele adorava no templo de seu deus Nisroque, seus filhos Adrameleque e Sarezer o mataram à espada. Fugiram para a terra de Arate, e outro filho, Esar-Hadom, se tornou seu sucessor na Assíria.
A doença e a recuperação de Ezequias
38 Por esse tempo, Ezequias ficou doente e estava para morrer. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e transmitiu-lhe a seguinte mensagem: “Assim diz o Senhor: ‘Ponha suas coisas em ordem, pois você vai morrer. Não se recuperará dessa doença’”.
2 Quando Ezequias ouviu isso, virou o rosto para a parede e orou ao Senhor: 3 “Ó Senhor, lembra-te de como sempre te servi com fidelidade e devoção, e de como sempre fiz o que é certo aos teus olhos”. Depois, o rei chorou amargamente.
4 Então Isaías recebeu esta mensagem do Senhor: 5 “Volte a Ezequias e diga-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus de seu antepassado Davi: ‘Ouvi sua oração e vi suas lágrimas. Acrescentarei quinze anos à sua vida 6 e livrarei você e esta cidade do rei da Assíria. Sim, defenderei esta cidade.
7 “‘Este é o sinal do Senhor de que cumprirá o que prometeu. 8 Farei a sombra do sol recuar dez graus no relógio de sol[m] de Acaz’”. Então a sombra no relógio de sol de Acaz recuou dez graus.
Poema de louvor de Ezequias
9 Quando o rei Ezequias se recuperou, escreveu este poema:
10 Eu disse: “No pleno vigor de minha vida,
devo entrar no lugar dos mortos?[n]
Serei roubado do restante de meus anos?”.
11 Eu disse: “Nunca mais verei o Senhor Deus
na terra dos vivos.
Nunca mais verei pessoa alguma,
nem estarei com os que vivem neste mundo.
12 Minha vida foi levada embora,
como uma tenda de pastor na tempestade.
Foi cortada como o tecelão corta o tecido do tear;
de repente, minha vida se acabou.
13 Esperei a noite inteira com paciência,
mas era como se leões me despedaçassem;
de repente, minha vida se acabou.
14 Delirante, chilreava como a andorinha ou como o grou,
depois gemia como a pomba.
Meus olhos se cansaram de olhar para o céu à espera de socorro.
Estou aflito, Senhor; responde-me!”.
15 Mas o que posso dizer?
Ele mesmo enviou esta doença.
Agora, andarei humildemente toda a vida,
por causa da angústia que senti.[o]
16 Senhor, tua disciplina é boa,
pois conduz à vida e à saúde.
Tu restauras minha saúde
e permites que eu viva!
17 Sim, a angústia me fez bem,
pois tu me livraste da morte
e perdoaste todos os meus pecados.
18 Pois os mortos[p] não podem exaltar-te;
não podem entoar louvores.
Aqueles que descem à cova
já não podem esperar em tua fidelidade.
19 Somente os vivos te louvam como faço hoje;
cada geração fala de tua fidelidade à geração seguinte.
20 Sim, o Senhor está disposto a me curar!
Com instrumentos de cordas, entoarei louvores
todos os dias de minha vida,
no templo do Senhor.
21 Isaías tinha dito aos servos de Ezequias: “Preparem uma pasta de figos e coloquem-na sobre a ferida, e Ezequias se recuperará”.
22 Ezequias tinha perguntado: “Que sinal o Senhor dará como prova de que irei ao templo do Senhor?”.
Mensageiros da Babilônia
39 Pouco tempo depois, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente para Ezequias, pois soube que o rei tinha estado muito doente e havia se recuperado. 2 Ezequias recebeu com alegria os mensageiros babilônios e lhes mostrou tudo que havia na casa do tesouro: a prata, o ouro, as especiarias e os óleos aromáticos. Também os levou para conhecer seu arsenal e lhes mostrou tudo que havia nos tesouros do rei. Não houve nada em seu palácio nem em seu reino que Ezequias não lhes mostrasse.
3 Então o profeta Isaías foi ver o rei Ezequias e lhe perguntou: “O que esses homens queriam? De onde vieram?”.
Ezequias respondeu: “Vieram da Babilônia, uma terra distante”.
4 “O que viram em seu palácio?”, perguntou Isaías.
“Viram tudo”, Ezequias respondeu. “Eu lhes mostrei tudo que possuo, todos os meus tesouros.”
5 Então Isaías disse a Ezequias: “Ouça esta mensagem do Senhor dos Exércitos: 6 ‘Está chegando o dia em que tudo em seu palácio, todos os tesouros que seus antepassados acumularam até agora, será levado para a Babilônia. Não ficará coisa alguma’, diz o Senhor. 7 ‘Até mesmo alguns de seus descendentes serão levados para o exílio. Eles se tornarão eunucos e servirão no palácio do rei da Babilônia’”.
8 Ezequias disse a Isaías: “A mensagem do Senhor que você transmitiu é boa”. Pois o rei pensava: “Pelo menos haverá paz e segurança durante minha vida”.
Consolo para o povo de Deus
40 “Consolem, consolem meu povo”,
diz o seu Deus.
2 “Falem com carinho a Jerusalém;
digam-lhe que seus dias de luta acabaram
e que seus pecados foram perdoados.
Sim, o Senhor a castigou em dobro
por todos os seus pecados.”
3 Ouçam! Uma voz clama:
“Abram caminho no deserto para o Senhor![q]
Preparem para nosso Deus
uma estrada reta na terra desolada!
4 Aterrem os vales,
nivelem os montes e as colinas.
Endireitem as curvas,
tornem planos os trechos acidentados.
5 Então a glória do Senhor será revelada,
e todos a verão.
O Senhor falou!”.[r]
6 Uma voz disse: “Clame!”.
Eu perguntei: “O que devo clamar?”.
“Anuncie que os seres humanos são como capim;
sua beleza passa depressa,
como as flores do campo.
7 O capim seca e as flores murcham
quando o Senhor sopra sobre elas;
o mesmo acontece aos seres humanos.
8 O capim seca e as flores murcham,
mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre.”
9 Ó Sião, mensageiro de boas notícias,
grite do alto dos montes!
Grite mais forte, ó Jerusalém,[s]
grite sem medo!
Diga às cidades de Judá:
“Seu Deus está chegando!”.
10 Sim, o Senhor Soberano vem com poder;
com braço forte governará.
Vejam, ele traz consigo sua recompensa!
11 Como pastor, ele alimentará seu rebanho;
levará os cordeirinhos nos braços
e os carregará junto ao coração;
conduzirá ternamente as ovelhas com suas crias.
Não há outro como o Senhor
12 Quem mais segurou os oceanos nas mãos?
Quem mediu os céus com os dedos?
Quem mais sabe o peso da terra
ou pesou na balança os montes e as colinas?
13 Quem pode orientar o Espírito do Senhor?[t]
Quem sabe o suficiente para aconselhá-lo ou instruí-lo?
14 Acaso o Senhor já precisou do conselho de alguém?
Necessita que o instruam a respeito do que é bom?
Alguém lhe ensinou o que é certo
ou lhe mostrou o caminho da sabedoria?
15 Não, pois todas as nações do mundo
não passam de uma gota num balde.
Não são nada mais
que pó sobre a balança.
Ele levanta toda a terra
como se fosse um grão de areia.
16 Nem toda a madeira nos bosques do Líbano
nem todos os seus animais seriam suficientes
para um holocausto digno de nosso Deus.
17 As nações do mundo não têm valor para ele;
aos seus olhos, valem menos que nada,
são apenas vazio.
18 A quem vocês podem comparar Deus?
Que imagem usarão para representá-lo?
19 Acaso pode ser comparado a um ídolo feito num molde,
coberto de ouro e enfeitado com correntes de prata?
20 Quem é pobre demais para ter um ídolo desses
pode escolher madeira que não apodrece
e um artesão habilidoso
para entalhar uma imagem que não tombe!
21 Acaso não ouviram? Não entendem?
Estão surdos para as palavras de Deus,
palavras que ele falou antes que o mundo existisse?
Será que são tão ignorantes?
22 Deus se senta acima do círculo da terra;
para ele, as pessoas lá embaixo parecem gafanhotos.
Estende os céus como uma cortina
e faz com eles sua tenda.
23 Julga os poderosos do mundo
e reduz todos eles a nada.
24 Mal são plantados, mal chegam a criar raízes,
logo murcham, quando sopra sobre eles;
o vento os leva embora como palha.
25 “A quem vocês me compararão?
Quem é igual a mim?”, pergunta o Santo.
26 Olhem para os céus;
quem criou as estrelas?
Ele as faz sair como um exército, uma após a outra,
e chama cada uma pelo nome.
Por causa de seu grande poder e sua força incomparável,
nenhuma delas ousa se ausentar.
27 Ó Jacó, como pode dizer que o Senhor não vê o que se passa?
Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos?
28 Você não ouviu?
Não entendeu?
O Senhor é o Deus eterno,
o Criador de toda a terra.
Ele nunca perde as forças nem se cansa,
e ninguém pode medir a profundidade de sua sabedoria.
29 Dá forças aos cansados
e vigor aos fracos.
30 Até os jovens perdem as forças e se cansam,
e os rapazes tropeçam de tão exaustos.
31 Mas os que confiam no Senhor renovam suas forças;
voam alto, como águias.
Correm e não se cansam,
caminham e não desfalecem.
O auxílio de Deus para Israel
41 “Ouçam em silêncio diante de mim, povos do outro lado do mar;
preparem seus argumentos mais convincentes.
Venham agora e falem;
o tribunal está pronto para ouvir seu caso.
2 “Quem instigou esse rei que vem do leste
e o chamou para o justo serviço de Deus?
Quem lhe dá vitória sobre muitas nações
e permite que ele pisoteie seus reis?
Com sua espada, reduz exércitos a pó;
com seu arco, dispersa-os como palha ao vento.
3 Ele os persegue e segue adiante em segurança,
mesmo que caminhe em território desconhecido.
4 Quem realizou feitos tão poderosos
e chamou cada nova geração, desde o princípio dos tempos?
Eu, o Senhor, o Primeiro e o Último,
somente eu.”
5 Os povos do outro lado do mar observam com temor;
terras distantes estremecem e se aprontam para a guerra.
6 Cada um encoraja seu amigo,
dizendo: “Seja forte!”.
7 O escultor anima o ourives,
e o que faz moldes ajuda na bigorna.
“Muito bem”, dizem, “está ficando bom.”
Com todo o cuidado, juntam as partes
e fixam o ídolo com pregos, para que não tombe.
8 “Quanto a você, meu servo Israel,
Jacó, meu escolhido,
descendente de meu amigo Abraão,
9 eu o chamei de volta dos confins da terra
e disse: ‘Você é meu servo’.
Pois eu o escolhi
e não o lançarei fora.
10 Não tenha medo, pois estou com você;
não desanime, pois sou o seu Deus.
Eu o fortalecerei e o ajudarei;
com minha vitoriosa mão direita o sustentarei.
11 “Sim, todos os seus furiosos inimigos
ficarão confusos e humilhados.
Quem se opuser a você morrerá
e não dará em nada.
12 Você procurará e não encontrará
aqueles que tentaram conquistá-lo.
Quem o atacar
será reduzido a nada.
13 Pois eu o seguro pela mão direita,
eu, o Senhor, seu Deus,
e lhe digo:
‘Não tenha medo, estou aqui para ajudá-lo.
14 Embora você não passe de um verme, ó Jacó,
não tenha medo, pequenino Israel, pois eu o ajudarei.
Eu sou o Senhor, seu Redentor,
eu sou o Santo de Israel’.
15 Você será um novo instrumento de debulhar,
com muitos dentes afiados.
Despedaçará seus inimigos
e transformará os montes em palha.
16 Você os lançará para o alto,
e o vento os levará embora;
um redemoinho os espalhará.
Então você se alegrará no Senhor
e se gloriará no Santo de Israel.
17 “Quando os pobres e necessitados procurarem água e não a encontrarem,
e tiverem a língua ressequida de sede,
eu, o Senhor, os ouvirei;
eu, o Deus de Israel, jamais os abandonarei.
18 Abrirei rios para eles nos planaltos
e lhes darei fontes de água nos vales.
Encherei o deserto de açudes
e a terra seca, de mananciais.
19 Plantarei árvores no deserto:
cedro, acácia, murta, oliveira, cipreste, abeto e pinheiro.
20 Assim, todos que virem esse milagre
entenderão o que ele significa:
o Senhor fez isso,
o Santo de Israel o criou.
21 “Apresentem a causa de seus ídolos”,
diz o Senhor.
“Que eles mostrem o que são capazes de fazer”,
diz o Rei de Israel.[u]
22 “Que nos digam o que aconteceu há muito tempo,
para que analisemos as provas,
ou digam o que o futuro reserva,
para que saibamos o que acontecerá.
23 Sim, anunciem o que acontecerá nos dias por vir;
então saberemos que são deuses de fato.
Façam alguma coisa, boa ou má!
Façam algo que cause espanto e nos encha de medo.
24 Mas não! Vocês são menos que nada e nada podem fazer;
os que escolhem vocês contaminam a si mesmos.
25 “Eu, porém, levantei um líder que virá do norte;
desde o leste ele invocará meu nome.
Eu lhe darei vitória sobre os líderes dos povos;
ele os pisará como o oleiro pisa o barro.
26 “Quem lhes falou desde o começo
que isto aconteceria?
Quem previu estas coisas
e os fez admitir que tinha razão?
Ninguém disse coisa alguma, nem uma só palavra!
27 Eu fui o primeiro a dizer a Sião:
‘Veja! O socorro está a caminho!’.[v]
Enviarei a Jerusalém um mensageiro com boas notícias.
28 Nenhum de seus ídolos lhes disse isso,
nenhum deles respondeu quando perguntei.
29 São objetos tolos e sem valor;
todos os seus ídolos são vazios como o vento.”
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