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Nova Versão Internacional (NVI-PT)
Version
Lamentações de Jeremias 1:1-3:36

[a]Como está deserta a cidade,
    antes tão cheia de gente!
Como se parece com uma viúva,
    a que antes era grandiosa entre as nações!
A que era a princesa das províncias
    agora tornou-se uma escrava.
Chora amargamente à noite,
    as lágrimas rolam por seu rosto.
De todos os seus amantes
    nenhum a consola.
Todos os seus amigos a traíram;
    tornaram-se seus inimigos.
Em aflição e sob trabalhos forçados,
    Judá foi levado ao exílio.
Vive entre as nações
    sem encontrar repouso.
Todos os que a perseguiram a capturaram
    em meio ao seu desespero.
Os caminhos para Sião pranteiam,
    porque ninguém comparece
    às suas festas fixas.
Todas as suas portas estão desertas,
seus sacerdotes gemem,
    suas moças se entristecem,
e ela se encontra em angústia profunda.
Seus adversários são os seus chefes;
    seus inimigos estão tranqüilos.
O Senhor lhe trouxe tristeza
    por causa dos seus muitos pecados.
Seus filhos foram levados ao exílio,
    prisioneiros dos adversários.
Todo o esplendor fugiu da cidade[b] de Sião.
Seus líderes são como corças
    que não encontram pastagem;
sem forças fugiram diante do perseguidor.
Nos dias da sua aflição e do seu desnorteio
    Jerusalém se lembra de todos os tesouros
que lhe pertenciam nos tempos passados.
Quando o seu povo caiu nas mãos do inimigo,
    ninguém veio ajudá-la.
Seus inimigos olharam para ela
    e zombaram da sua queda.
Jerusalém cometeu graves pecados;
    por isso tornou-se impura.
Todos os que a honravam agora a desprezam,
    porque viram a sua nudez;
ela mesma geme e se desvia deles.
Sua impureza prende-se às suas saias;
    ela não esperava que chegaria o seu fim.
Sua queda foi surpreendente;
    ninguém veio consolá-la.
“Olha, Senhor, para a minha aflição,
    pois o inimigo triunfou.”
10 O adversário saqueia todos os seus tesouros;
ela viu nações pagãs entrarem
    em seu santuário,
sendo que tu as tinhas proibido
    de participar das tuas assembléias.
11 Todo o seu povo se lamenta
    enquanto vai em busca de pão;
e, para sobreviverem,
    trocam tesouros por comida.
“Olha, Senhor, e considera,
    pois tenho sido desprezada.
12 Vocês não se comovem,
    todos vocês que passam por aqui?
Olhem ao redor e vejam
    se há sofrimento maior do que
    o que me foi imposto,
    e que o Senhor trouxe sobre mim
no dia em que se acendeu a sua ira.
13 Do alto ele fez cair fogo
    sobre os meus ossos.
Armou uma rede para os meus pés
    e me derrubou de costas.
Deixou-me desolada,
    e desfalecida o dia todo.
14 Os meus pecados foram
    amarrados num jugo;
suas mãos os ataram todos juntos,
    e os colocaram em meu pescoço;
o Senhor abateu a minha força.
Ele me entregou àqueles
    que não consigo vencer.
15 O Senhor dispersou todos os guerreiros
    que me apoiavam;
convocou um exército contra mim
    para destruir os meus jovens.
O Senhor pisou no seu lagar
    a virgem, a cidade de Judá.
16 É por isso que eu choro;
    as lágrimas inundam os meus olhos.
Ninguém está por perto para consolar-me,
    não há ninguém que restaure o meu espírito.
Meus filhos estão desamparados
    porque o inimigo prevaleceu.”
17 Suplicante, Sião estende as mãos,
    mas não há quem a console.
O Senhor decretou que os vizinhos de Jacó
    se tornem seus adversários;
Jerusalém tornou-se coisa imunda entre eles.
18 “O Senhor é justo,
    mas eu me rebelei contra a sua ordem.
Ouçam, todos os povos;
    olhem para o meu sofrimento.
Meus jovens e minhas moças
    foram para o exílio.
19 Chamei os meus aliados,
    mas eles me traíram.
Meus sacerdotes e meus líderes
    pereceram na cidade,
enquanto procuravam comida
    para poderem sobreviver.
20 Veja, Senhor, como estou angustiada!
Estou atormentada no íntimo,
e no meu coração me perturbo
    pois tenho sido muito rebelde.
Lá fora, a espada a todos consome;
    dentro, impera a morte.
21 Os meus lamentos têm sido ouvidos,
    mas não há ninguém que me console.
Todos os meus inimigos
    sabem da minha agonia;
eles se alegram com o que fizeste.
Quem dera trouxesses o dia que anunciaste
    para que eles ficassem como eu!
22 Que toda a maldade deles
    seja conhecida diante de ti;
faze com eles o que fizeste comigo
    por causa de todos os meus pecados.
Os meus gemidos são muitos
    e o meu coração desfalece.”

O Senhor cobriu a cidade de Sião
    com a nuvem da sua ira!
Lançou por terra o esplendor de Israel,
    que se elevava para os céus;
não se lembrou do estrado dos seus pés
    no dia da sua ira.
Sem piedade o Senhor devorou
    todas as habitações de Jacó;
em sua ira destruiu as fortalezas
    da filha de Judá.
Derrubou ao chão e desonrou
    o seu reino e os seus líderes.
Em sua flamejante ira,
    cortou todo o poder[c] de Israel.
Retirou a sua mão direita
    diante da aproximação do inimigo.
Queimou Jacó como um fogo ardente
    que consome tudo ao redor.
Como um inimigo, preparou o seu arco;
como um adversário,
    a sua mão direita está pronta.
Ele massacrou tudo o que era
    agradável contemplar;
derramou sua ira como fogo
    sobre a tenda da cidade de Sião.
O Senhor é como um inimigo;
    ele tem devorado Israel.
Tem devorado todos os seus palácios
    e destruído as suas fortalezas.
Tem feito multiplicar os prantos
    e as lamentações da filha de Judá.
Ele destroçou a sua morada
    como se fosse um simples jardim;
destruiu o seu local de reuniões.
O Senhor fez esquecidas em Sião
    suas festas fixas e seus sábados;
em seu grande furor
    rejeitou o rei e o sacerdote.
O Senhor rejeitou o seu altar e
    abandonou o seu santuário.
Entregou aos inimigos
    os muros dos seus palácios,
e eles deram gritos na casa do Senhor,
    como fazíamos nos dias de festa.
O Senhor está decidido
    a derrubar os muros da cidade de Sião.
Esticou a trena e
    não poupou a sua mão destruidora.
Fez com que os muros e as paredes
    se lamentassem;
juntos eles se desmoronaram.
Suas portas caíram por terra;
    suas trancas ele quebrou e destruiu.
O seu rei e os seus líderes
    foram exilados para diferentes nações,
    e a lei já não existe;
seus profetas já não recebem
    visões do Senhor.
10 Os líderes da cidade de Sião
    sentam-se no chão em silêncio;
despejam pó sobre a cabeça
    e usam vestes de lamento.
As moças de Jerusalém
    inclinam a cabeça até o chão.
11 Meus olhos estão cansados de chorar,
    minha alma está atormentada,
meu coração se derrama,
    porque o meu povo está destruído,
porque crianças e bebês desmaiam
    pelas ruas da cidade.
12 Eles clamam às suas mães:
    “Onde estão o pão e o vinho?”
Ao mesmo tempo em que desmaiam
    pelas ruas da cidade, como os feridos,
e suas vidas se desvanecem
    nos braços de suas mães.
13 Que posso dizer a seu favor?
Com que posso compará-la,
    ó cidade de Jerusalém?
Com que posso assemelhá-la,
    a fim de trazer-lhe consolo,
    ó virgem, ó cidade de Sião?
Sua ferida é tão profunda quanto o oceano;
    quem pode curá-la?
14 As visões dos seus profetas
    eram falsas e inúteis;
eles não expuseram o seu pecado
    para evitar o seu cativeiro.
As mensagens que eles lhe deram
    eram falsas e enganosas.
15 Todos os que cruzam o seu caminho
    batem palmas;
eles zombam e meneiam a cabeça
    diante da cidade de Jerusalém:
“É esta a cidade que era chamada
    a perfeição da beleza,
a alegria de toda a terra?”
16 Todos os seus inimigos
    escancaram a boca contra você;
eles zombam, rangem os dentes
    e dizem: “Nós a devoramos.
    Este é o dia que esperávamos;
    e eis que vivemos até vê-lo chegar!”
17 O Senhor fez o que planejou;
    cumpriu a sua palavra,
    que há muito havia decretado.
Derrubou tudo sem piedade,
permitiu que o inimigo zombasse de você,
    exaltou o poder dos seus adversários.
18 O coração do povo clama ao Senhor.
    Ó muro da cidade de Sião,
corram como um rio
    as suas lágrimas dia e noite;
não se permita nenhum descanso
    nem dê repouso à menina dos seus olhos.
19 Levante-se, grite no meio da noite,
    quando começam as vigílias noturnas;
derrame o seu coração como água
    na presença do Senhor.
Levante para ele as mãos
    em favor da vida de seus filhos,
que desmaiam de fome
    nas esquinas de todas as ruas.
20 “Olha, Senhor, e considera:
A quem trataste dessa maneira?
Deverão as mulheres comer seus próprios filhos,
    que elas criaram com tanto amor?
Deverão os profetas e os sacerdotes
    ser assassinados no santuário
    do Senhor?
21 Jovens e velhos espalham-se
    em meio ao pó das ruas;
meus jovens e minhas virgens
    caíram mortos à espada.
Tu os sacrificaste no dia da tua ira;
    tu os mataste sem piedade.
22 Como se faz convocação
    para um dia de festa,
convocaste contra mim
    terrores por todos os lados.
No dia da ira do Senhor,
    ninguém escapou nem sobreviveu;
aqueles dos quais eu cuidava
    e que eu fiz crescer,
o meu inimigo destruiu.”

Eu sou o homem que viu a aflição
    trazida pela vara da sua ira.
Ele me impeliu e me fez andar na escuridão,
    e não na luz;
sim, ele voltou sua mão contra mim
    vez após vez, o tempo todo.
Fez que a minha pele e a minha carne
    envelhecessem
e quebrou os meus ossos.
Ele me sitiou e me cercou
    de amargura e de pesar.
Fez-me habitar na escuridão
    como os que há muito morreram.
Cercou-me de muros,
    e não posso escapar;
atou-me a pesadas correntes.
Mesmo quando chamo ou grito por socorro,
    ele rejeita a minha oração.
Ele impediu o meu caminho
    com blocos de pedra;
e fez tortuosas as minhas sendas.
10 Como um urso à espreita,
    como um leão escondido,
11 arrancou-me do caminho e despedaçou-me,
    deixando-me abandonado.
12 Preparou o seu arco
    e me fez alvo de suas flechas.
13 Atingiu o meu coração
    com flechas de sua aljava.
14 Tornei-me objeto de riso
    de todo o meu povo;
nas suas canções
    eles zombam de mim o tempo todo.
15 Fez-me comer ervas amargas
    e fartou-me de fel.
16 Quebrou os meus dentes com pedras;
    e pisoteou-me no pó.
17 Tirou-me a paz;
    esqueci-me o que é prosperidade.
18 Por isso digo: “Meu esplendor já se foi,
    bem como tudo o que eu esperava do Senhor”.
19 Lembro-me da minha aflição
    e do meu delírio,
da minha amargura e do meu pesar.
20 Lembro-me bem disso tudo,
    e a minha alma desfalece dentro de mim.
21 Todavia, lembro-me também
    do que pode me dar esperança:
22 Graças ao grande amor do Senhor
    é que não somos consumidos,
pois as suas misericórdias são inesgotáveis.
23 Renovam-se cada manhã;
    grande é a sua fidelidade!
24 Digo a mim mesmo:
    A minha porção é o Senhor;
portanto, nele porei a minha esperança.
25 O Senhor é bom para com aqueles
    cuja esperança está nele,
para com aqueles que o buscam;
26 é bom esperar tranqüilo
    pela salvação do Senhor.
27 É bom que o homem suporte o jugo
    enquanto é jovem.
28 Leve-o sozinho e em silêncio,
    porque o Senhor o pôs sobre ele.
29 Ponha o seu rosto no pó;
    talvez ainda haja esperança.
30 Ofereça o rosto a quem o quer ferir,
    e engula a desonra.
31 Porque o Senhor
    não o desprezará para sempre.
32 Embora ele traga tristeza,
    mostrará compaixão,
tão grande é o seu amor infalível.
33 Porque não é do seu agrado trazer aflição
    e tristeza aos filhos dos homens,
34 esmagar com os pés
    todos os prisioneiros da terra,
35 negar a alguém os seus direitos,
    enfrentando o Altíssimo,
36 impedir a alguém o acesso à justiça;
    não veria o Senhor tais coisas?

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