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Nova Versão Internacional (NVI-PT)
Version
Eclesiastes 1-4

Nada Tem Sentido

As palavras do mestre, filho de Davi, rei em Jerusalém:

“Que grande inutilidade!”,
    diz o mestre.
“Que grande inutilidade!
    Nada faz sentido!”

O que o homem ganha
    com todo o seu trabalho
em que tanto se esforça debaixo do sol?
Gerações vêm e gerações vão,
mas a terra permanece para sempre.
O sol se levanta e o sol se põe,
e depressa volta
    ao lugar de onde se levanta.
O vento sopra para o sul
    e vira para o norte;
dá voltas e voltas,
    seguindo sempre o seu curso.
Todos os rios vão para o mar,
    contudo, o mar nunca se enche;
ainda que sempre corram para lá,
    para lá voltam a correr.
Todas as coisas trazem canseira.
O homem não é capaz de descrevê-las;
os olhos nunca se saciam de ver,
    nem os ouvidos de ouvir.
O que foi tornará a ser,
o que foi feito se fará novamente;
não há nada novo debaixo do sol.
10 Haverá algo de que se possa dizer:
    “Veja! Isto é novo!”?
Não! Já existiu há muito tempo,
    bem antes da nossa época.
11 Ninguém se lembra
    dos que viveram na antigüidade,
e aqueles que ainda virão
    tampouco serão lembrados
pelos que vierem depois deles.[a]

A Sabedoria Não Tem Sentido

12 Eu, o mestre, fui rei de Israel em Jerusalém. 13 Dediquei-me a investigar e a usar a sabedoria para explorar tudo o que é feito debaixo do céu. Que fardo pesado Deus pôs sobre os homens! 14 Tenho visto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo é inútil, é correr atrás do vento!

15 O que é torto não pode ser endireitado;
o que está faltando
    não pode ser contado.

16 Fiquei pensando: Eu me tornei famoso e ultrapassei em sabedoria todos os que governaram Jerusalém antes de mim; de fato adquiri muita sabedoria e conhecimento.

17 Por isso me esforcei para compreender a sabedoria, bem como a loucura e a insensatez, mas aprendi que isso também é correr atrás do vento.

18 Pois quanto maior a sabedoria,
    maior o sofrimento;
e quanto maior o conhecimento,
    maior o desgosto.

Os Prazeres Não Têm Sentido

Eu disse a mim mesmo: Venha. Experimente a alegria. Descubra as coisas boas da vida! Mas isso também se revelou inútil. Concluí que o rir é loucura, e a alegria de nada vale. Decidi entregar-me ao vinho e à extravagância, mantendo, porém, a mente orientada pela sabedoria. Eu queria saber o que vale a pena, debaixo do céu, nos poucos dias da vida humana.

Lancei-me a grandes projetos: construí casas e plantei vinhas para mim. Fiz jardins e pomares e neles plantei todo tipo de árvore frutífera. Construí também reservatórios para irrigar os meus bosques verdejantes. Comprei escravos e escravas e tive escravos que nasceram em minha casa. Além disso, tive também mais bois e ovelhas do que todos os que viveram antes de mim em Jerusalém. Ajuntei para mim prata e ouro, tesouros de reis e de províncias. Servi-me de cantores e cantoras, e também de um harém, as delícias dos homens. Tornei-me mais famoso e poderoso do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, conservando comigo a minha sabedoria.

10 Não me neguei nada
    que os meus olhos desejaram;
não me recusei a dar prazer algum
    ao meu coração.
Na verdade, eu me alegrei
    em todo o meu trabalho;
essa foi a recompensa
    de todo o meu esforço.
11 Contudo, quando avaliei
    tudo o que as minhas mãos
    haviam feito
e o trabalho que eu tanto me esforçara
    para realizar,
percebi que tudo foi inútil,
foi correr atrás do vento;
não há nenhum proveito
    no que se faz debaixo do sol.

A Sabedoria e a Insensatez

12 Então passei a refletir na sabedoria,
    na loucura e na insensatez.
O que pode fazer o sucessor do rei,
a não ser repetir o que já foi feito?
13 Percebi que a sabedoria
    é melhor que a insensatez,
assim como a luz é melhor
    do que as trevas.
14 O homem sábio
    tem olhos que enxergam[b],
mas o tolo anda nas trevas;
todavia, percebi
    que ambos têm o mesmo destino.

15 Aí fiquei pensando:

O que acontece ao tolo
    também me acontecerá.
Que proveito eu tive em ser sábio?
Então eu disse a mim mesmo:
Isso não faz o menor sentido!
16 Nem o sábio, nem o tolo
    serão lembrados para sempre;
nos dias futuros
    ambos serão esquecidos.
Como pode o sábio morrer
    como o tolo morre?

O Trabalho Árduo é Inútil

17 Por isso desprezei a vida, pois o trabalho que se faz debaixo do sol pareceu-me muito pesado. Tudo era inútil, era correr atrás do vento. 18 Desprezei todas as coisas pelas quais eu tanto me esforçara debaixo do sol, pois terei que deixá-las para aquele que me suceder. 19 E quem pode dizer se ele será sábio ou tolo? Todavia, terá domínio sobre tudo o que realizei com o meu trabalho e com a minha sabedoria debaixo do sol. Isso também não faz sentido. 20 Cheguei ao ponto de me desesperar por todo o trabalho no qual tanto me esforcei debaixo do sol. 21 Pois um homem pode realizar o seu trabalho com sabedoria, conhecimento e habilidade, mas terá que deixar tudo o que possui como herança para alguém que não se esforçou por aquilo. Isso também é um absurdo e uma grande injustiça. 22 Que proveito tem um homem de todo o esforço e de toda a ansiedade com que trabalha debaixo do sol? 23 Durante toda a sua vida, seu trabalho é pura dor e tristeza; mesmo à noite a sua mente não descansa. Isso também é absurdo.

24 Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus. 25 E quem aproveitou melhor as comidas e os prazeres do que eu?[c] 26 Ao homem que o agrada, Deus dá sabedoria, conhecimento e felicidade. Quanto ao pecador, Deus o encarrega de ajuntar e armazenar riquezas para entregá-las a quem o agrada. Isso também é inútil, é correr atrás do vento.

Há Tempo para Tudo

Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
    debaixo do céu:

Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
    e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras
    e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
    e tempo de jogar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz.

O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? 10 Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. 11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. 12 Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. 13 Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus. 14 Sei que tudo o que Deus faz permanecerá para sempre; a isso nada se pode acrescentar, e disso nada se pode tirar. Deus assim faz para que os homens o temam.

15 Aquilo que é, já foi,
e o que será, já foi anteriormente;
Deus investigará[d] o passado.

16 Descobri também que debaixo do sol:

No lugar da justiça havia impiedade,
no lugar da retidão,
    ainda mais impiedade.

17 Fiquei pensando:

O justo e o ímpio,
    Deus julgará ambos,
pois há um tempo para todo propósito,
um tempo para tudo o que acontece.

18 Também pensei: Deus prova os homens para que vejam que são como os animais. 19 O destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda. Assim como morre um, também morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida[e]; o homem não tem vantagem alguma sobre o animal. Nada faz sentido! 20 Todos vão para o mesmo lugar; vieram todos do pó, e ao pó todos retornarão. 21 Quem pode dizer se o fôlego do homem sobe às alturas e se o fôlego do animal desce[f] para a terra?

22 Por isso concluí que não há nada melhor para o homem do que desfrutar do seu trabalho, porque esta é a sua recompensa. Pois, quem poderá fazê-lo ver o que acontecerá depois de morto?

As Injustiças e os Absurdos da Vida

De novo olhei e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol:

Vi as lágrimas dos oprimidos,
mas não há quem os console;
o poder está do lado
    dos seus opressores,
e não há quem os console.
Por isso considerei os mortos
    mais felizes do que os vivos,
pois estes ainda têm que viver!
No entanto, melhor do que ambos
    é aquele que ainda não nasceu,
que não viu o mal
    que se faz debaixo do sol.

Descobri que todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento.

O tolo cruza os braços
    e destrói a própria vida.
Melhor é ter um punhado
    com tranqüilidade
do que dois punhados
    à custa de muito esforço
    e de correr atrás do vento.

Descobri ainda outra situação absurda debaixo do sol:

Havia um homem totalmente solitário;
    não tinha filho nem irmão.
Trabalhava sem parar!
Contudo, os seus olhos
    não se satisfaziam com a sua riqueza.
Ele sequer perguntava:
“Para quem estou trabalhando tanto,
e por que razão deixo de me divertir?”
Isso também é absurdo;
é um trabalho por demais ingrato!

É melhor ter companhia
    do que estar sozinho,
porque maior é
    a recompensa do trabalho
    de duas pessoas.
10 Se um cair,
    o amigo pode ajudá-lo a levantar-se.
Mas pobre do homem que cai
    e não tem quem o ajude a levantar-se!
11 E se dois dormirem juntos,
    vão manter-se aquecidos.
Como, porém,
    manter-se aquecido sozinho?
12 Um homem sozinho pode ser vencido,
mas dois conseguem defender-se.
Um cordão de três dobras
    não se rompe com facilidade.

A Futilidade do Poder

13 Melhor é um jovem pobre e sábio, do que um rei idoso e tolo, que já não aceita repreensão. 14 O jovem pode ter saído da prisão e chegado ao trono, ou pode ter nascido pobre no país daquele rei. 15 Percebi que, ainda assim, o povo que vivia debaixo do sol seguia o jovem, o sucessor do rei. 16 O número dos que aderiram a ele era incontável. A geração seguinte, porém, não ficou satisfeita com o sucessor. Isso também não faz sentido, é correr atrás do vento.

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