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Profecia contra Cuche

18 Ai da terra onde se ouve o zumbido dos gafanhotos, que fica para além dos rios de Cuche! Terra que envia embaixadores em barcos de junco pelo Nilo abaixo! Velozes mensageiros voltarão para ti, ó forte e ilustre nação, temida em toda a parte, nação que conquista e destrói, cuja terra o rio divide. Esta é a mensagem que te é dirigida: “Quando se levantar a bandeira sobre a montanha, que todo o mundo o saiba! Quando tocar a trombeta do ataque a Israel, que toda a gente preste atenção!” Porque o Senhor disse-me o seguinte: “Estarei a olhar serenamente desde a minha morada, como o calor do Sol a meio do dia ou como a nuvem de orvalho no calor da ceifa.” Antes que comecem o ataque, na altura em que os vossos planos estiverem a amadurecer como uvas na vinha, eu vos cortarei como uma tesoura de podar; cortarei os sarmentos e os ramos. O vosso poderoso exército será deixado morto no campo, para as aves de rapina e animais selvagens. As aves de rapina terão o que comer durante todo o verão; todos os animais da terra terão ossos para roer o inverno inteiro.

Virá o tempo em que essa forte e poderosa nação, o terror de todos, de longe e de perto, essa nação de conquistas e destruição, cuja terra o rio divide, virá trazer ofertas ao Senhor dos exércitos, a Sião, o lugar onde ele pôs o seu nome.

Profecia sobre o Egito

19 Esta é a mensagem de Deus referente ao Egito: Vejam, o Senhor está vindo contra o Egito, montado numa nuvem veloz. Os ídolos do Egito tremem. O coração dos egípcios derrete-se de medo.

“Farei com que lutem um contra o outro; irmão contra irmão, vizinho contra vizinho, cidade contra cidade, província contra província. Os seus sábios conselheiros estão completamente confusos sem saber o que fazer. Rogam aos ídolos por sabedoria e fazem apelo aos médiuns, aos feiticeiros e aos adivinhos, para que lhes ensinem as medidas a tomar. Entregarei o Egito a um senhor duro e cruel; um rei despótico os governará”, diz Deus, o Senhor dos exércitos.

As águas do rio Nilo deixarão de cobrir e irrigar os campos; a sua corrente esgotar-se-á e secará. Os seus canais cheirarão mal e as suas correntes diminuirão e secarão; encher-se-á de canas e juncos murchos. Tudo o que é verde, ao longo das margens, ficará sem vida e desaparecerá. Todas as sementeiras morrerão. Tudo morrerá. Os pescadores lamentar-se-ão pela falta de trabalho. Tanto os que pescam à linha como os que usam redes ficarão inativos. Os tecelões não terão nem linho nem algodão, porque os campos não terão produzido nada. 10 Toda a gente, grandes e pequenos, assim como os trabalhadores que vivem dos seus salários, andará acabrunhada e triste.

11 Como foram insensatos os conselheiros de Zoã! Tudo o que se lembram de dizer ao rei do Egito é apenas estupidez e asneiras. Será que mesmo assim continuarão a gabar-se da sua grande sabedoria? Ousarão ainda lembrar ao Faraó a longa linhagem de sábios de quem descendem? 12 Que foi que aconteceu aos teus sábios conselheiros, ó Faraó? Para onde foi afinal a sabedoria deles? Se são assim tão sábios, que te digam o que o Senhor dos exércitos vai fazer ao Egito. 13 Os sábios de Zoã são igualmente loucos e os de Menfis estão profundamente errados. Eles podem constituir a elite da sua sociedade, mas o certo é que arruinaram o Egito com os seus conselhos disparatados. 14 O Senhor enviou-lhes um espírito de loucura, de forma que todas as suas sugestões são erradas; fazem com que o Egito ande incerto e a tropeçar como um bêbedo perdido. 15 Não, o Egito não poderá ser salvo por coisa nenhuma nem por ninguém; não há quem possa mostrar-lhe o caminho.

16 Nesse dia, os egípcios serão tão fracos como mulheres, tremendo de medo sob a mão estendida do Senhor dos exércitos. 17 A terra de Judá será um terror para o Egito; todo o que mencionar Judá ficará trémulo de medo, pois o Senhor dos exércitos já estabeleceu os seus planos contra eles.

18 Nesse tempo, haverá cinco cidades do Egito que tomarão a decisão de seguir o Senhor dos exércitos e começarão até a falar a língua dos hebreus. Uma delas será chamada a Cidade do Sol[a].

19 Haverá um altar em honra do Senhor no coração do Egito, nesses dias, e um monumento ao Senhor na sua fronteira. 20 Isto será um sinal de lealdade ao Senhor dos exércitos. Então, quando clamarem ao Senhor, pedindo ajuda contra aqueles que os oprimem, ele lhes enviará um salvador que os libertará. 21 Nesse dia, o Senhor se dará a conhecer aos egípcios. Com efeito, eles ficarão a conhecer o Senhor e apresentar-lhe-ão sacrifícios e ofertas; farão promessas ao Senhor e cumpri-las-ão. 22 O Senhor castigará o Egito, mas depois curá-lo-á! Porque os egípcios se voltarão para o Senhor e ele ouvirá as suas orações e os sarará.

23 Naquele dia, o Egito e a Assíria estarão ligados por uma larga estrada; as populações de ambos poderão deslocar-se livremente entre um e o outro país e adorarão o mesmo Deus. 24 Israel será aliado deles; juntar-se-ão os três e Israel será para eles uma bênção. 25 Porque o Senhor dos exércitos abençoará o Egito e a Assíria, em razão da amizade que terão feito com o seu povo. E dir-lhes-á: “Bendito seja o Egito, meu povo! Bendita seja a Assíria, terra que eu fiz! Bendito seja Israel, a minha herança!”

Profecia contra o Egito e Cuche

20 No ano em que Sargom, rei da Assíria, enviou o comandante supremo do seu exército contra Asdode, cidade da Filisteia, e a tomou, o Senhor disse a Isaías, o filho de Amós, que se despisse, que tirasse os sapatos e andasse assim nu e descalço. Isaías fez como lhe foi ordenado.

Então o Senhor disse: “O meu servo Isaías, que tem andado despido e descalço nestes últimos três anos, é uma imagem das terríveis calamidades que vou enviar ao Egito e a Cuche. Porque o rei da Assíria virá levar os egípcios e os cuchitas como prisioneiros, fazendo-os andar nus e descalços, tanto jovens como velhos; andarão com as nádegas à mostra, para vergonha do Egito. Então ficarão aflitos os filisteus que contavam com o poder de Cuche, que descansavam no seu glorioso aliado, o Egito! E dirão nessa altura: ‘Se tal pode acontecer até ao Egito, qual não será a nossa sorte!’ ”

Profecia contra a Babilónia

21 Esta é a mensagem de Deus respeitante à Babilónia: “A desgraça aproxima-se, rugindo das bandas do horrível deserto, como se fosse um tufão soprando furiosamente do Negueve!”

Estou a ter uma visão tremenda. Oh! Que horror que é isto tudo! Deus está a dizer-me o que vai fazer. Vejo-vos saqueados e destruídos. Serão os elamitas e os medos que tomarão parte no assalto. A Babilónia cairá e cessará enfim o clamor de todas as nações que escravizou.

Até o meu próprio estômago se contrai, o meu íntimo se angustia; dores agudas me oprimem, como quando uma mulher está para dar à luz. A minha mente como que cambaleia e o meu coração bate descompassadamente; estou cativo dum terrível pavor. O descanso da noite, que para mim era tão sossegado, foi-se; fico a tremer sem conseguir dormir.

Vejam! Estão a preparar um grande banquete! Enchem as mesas de comida, estendem os tapetes e preparam tudo para se instalarem em volta das mesas. Levantem-se, capitães, e preparem as armas!

Entretanto, o Senhor disse-me: “Põe um vigia sobre a muralha da cidade, para que grite aquilo que vir. Quando vir cavaleiros aos pares montados em jumentos e em camelos, que diga: ‘Aqui está! É isto mesmo!’ ”

Coloquei um vigia sobre a muralha e passado algum tempo ele gritou: “Senhor, tenho estado aqui no meu posto dia após dia e noite após noite. Agora sim, estou a ver cavaleiros aproximando-se aos pares!” Então ouvi uma voz a gritar: “Caiu a Babilónia, caiu! Todos os ídolos da Babilónia estão quebrados pelo chão!”

10 Ó povo meu, batido e espancado, comuniquei-vos tudo quanto o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, disse.

Profecia contra os edomitas

11 Esta é a mensagem de Deus para Edom: “Alguém do vosso meio me grita continuamente: ‘Guarda, que se passa de noite? Guarda, que se passa de noite? Quanto tempo ainda falta?’ 12 E o guarda replica: ‘Está a amanhecer o dia do vosso julgamento. Voltem-se para Deus, para que possa dar-vos notícias mais encorajadoras. Procurem-no e então venham perguntar-me outra vez.’ ”

Profecia contra a Arábia

13 Esta é a mensagem de Deus referente à Arábia: “Ó caravanas de Dedam, ainda terão de se esconder nos desertos da Arábia! 14 Ó gente de Tema, venham trazer comida e água a estes cansados fugitivos! 15 Eles estão a fugir das espadas nuas, das agudas flechas e dos horrores da guerra!”

16 Assim me disse o Senhor: “Daqui a um ano, a grande força do inimigo deles, a poderosa tribo de Quedar, terminará. 17 Apenas um pequeno número dos seus soldados atiradores sobreviverá.” Assim falou o Senhor, o Deus de Israel.

Profecia sobre Jerusalém

22 Esta é a mensagem de Deus sobre o vale da Visão[b]. O que é que está a acontecer? Onde é que vai toda a gente? Porque estão todos a subir para os telhados? Para onde é que estão a olhar? A cidade inteira encontra-se em plena agitação. Que se passa nesta ativa e feliz cidade? São corpos, mortos não por armas, nem na guerra. Todos os teus chefes estão a fugir ou rendem-se sem resistência. O povo esgueira-se e escapa como pode, mas acaba por ser igualmente capturado. Deixem-me sozinho a chorar amargamente. Não tentem consolar-me; deixem-me que chore pelo meu povo que está a ser liquidado.

Oh! Que dia de tremenda desgraça! Dia de perturbação e de terror que nos mandou Deus, o Senhor dos exércitos! As muralhas de Jerusalém foram derrubadas e os gritos dos que vão morrer ecoam até junto às montanhas. Os que transportam as armas são elamitas e vêm com carros e cavalos; os homens de Quir são quem traz os escudos. E vêm enchendo os vossos melhores vales, juntando-se em magotes junto dos portões da cidade.

É que Deus retirou a sua vigilante proteção! Vocês bem correm ao depósito das armas na casa da floresta[c]! Bem inspecionam os muros da Cidade de David a ver se podem reparar e tapar as brechas! Ainda armazenaram as águas da piscina inferior! 10 Vão mesmo ver que casas de Jerusalém poderiam derrubar, a fim de ter pedra para essas reparações. 11 Entre as duas muralhas fazem um reservatório de água da piscina velha! Mas todos esses vossos precipitados planos de nada servirão, porque nunca pedem a ajuda de Deus, o qual permite que tudo isto vos aconteça. Pois foi ele quem planeou todas estas coisas já desde há muito tempo.

12 Deus, o Senhor dos exércitos, bem insistiu convosco para que se arrependessem, que chorassem e se contristassem e rapassem a cabeça em sinal de pesar, por causa dos vossos pecados, e que se vestissem de saco para mostrar arrependimento. 13 Em vez disso, mataram-se bois e cordeiros, cantaram, dançaram, divertiram-se em festas e beberetes. E diziam: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos!” 14 Deus, o Senhor dos exércitos, revelou-me que este pecado nunca será perdoado, até ao dia da vossa morte.

15 Além disso, Deus, o Senhor dos exércitos, falou-me o seguinte: “Vai dizer a Sebna, o administrador do palácio real: 16 ‘Quem pensas tu ser, para teres mandado construir na rocha este belo sepulcro para ti mesmo?

17 Eis que o Senhor te arrastará para longe e te mandará para o cativeiro, a ti, ó homem forte! 18 Amachucar-te-á nas mãos, como se fosses um pedaço de trapo, e lançar-te-á para bem longe, para uma terra espaçosa, e aí morrerás tu, o grande senhor que desgraçou a sua nação! 19 Sim, expulsar-te-ei das tuas funções, diz o Senhor, derrubar-te-ei da tua alta posição.

20 Chamarei então o meu servo Eliaquim, filho de Hilquias, para te substituir. 21 Vesti-lo-ei com a tua túnica, cingi-lo-ei com o teu cinto, colocarei nas suas mãos o teu poder. Será um pai para os habitantes de Jerusalém e para o reino de Judá. 22 Porei sobre os seus ombros a chave da casa de David. O que ele abrir, ninguém poderá fechar; o que ele fechar, ninguém poderá abrir. 23 Fixá-lo-ei como uma estaca em terreno firme e será um motivo de glória para a casa de seu pai. 24 Será responsabilizado pela honra do nome da sua família.’

25 Quanto a essa estaca que parece tão segura em terreno firme, o Senhor dos exércitos a tirará! Será arrancada e abatida, arrastando atrás de si tudo quanto segurava.” Foi o Senhor quem o disse.

Footnotes

  1. 19.18 Cidade do Sol ou Heliópolis. Ficava à entrada do delta do Nilo. Segundo muitos manuscritos hebraicos e versões antigas, o nome é Cidade do Sol, mas algumas traduções tradicionais traduziram como Cidade da Destruição.
  2. 22.1 Vale próximo de Jerusalém. Nos v. 22.1-14, o texto alude ao ataque falhado dos assírios contra Jerusalém em 701 a.C.
  3. 22.8 Casa da floresta ou palácio da floresta. Provavelmente uma grande sala de receção. Em 1 Rs 7.2 é chamada Salão da Floresta do Líbano.