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Jacob encontra-se com Esaú

33 1-2 Entretanto, a certa altura, reparou e viu à distância Esaú, que se aproximava, acompanhado dos seus 400 homens. Dispôs então a família numa coluna, de forma a ficarem à cabeça as duas criadas das suas mulheres com os filhos; a seguir Leia e os filhos e por fim Raquel e o filho José. Depois Jacob foi para a frente e quando o irmão chegou inclinou-se numa profunda vénia sete vezes. Esaú correu ao seu encontro e abraçou-o afetuosamente, beijando-o, e ambos choraram de emoção.

Esaú observou as mulheres com os filhos e perguntou quem eram. “São os filhos que Deus, na sua bondade, me deu!”

Nesse momento as duas criadas aproximaram-se com os filhos e inclinaram-se numa vénia. A seguir, veio Leia também com os filhos e fez o mesmo. Por fim, foi a vez de Raquel com José virem igualmente cumprimentá-lo.

“Para que foi que enviaste à frente todos aqueles grupos de animais e de gente que encontrei?”, perguntou. “Eram presentes, com o fim de ganhar a tua benevolência!”

“Meu irmão, eu tenho abundância disso tudo! Guarda para ti essas riquezas que te pertencem!”

10 “Não! Peço-te que aceites tudo!”, insistiu. “Porque para mim foi um grande alívio ver a forma amigável como me recebeste. No fundo eu inquietava-me tanto por causa deste encontro contigo como se estivesse diante da face do próprio Deus. 11 Por isso, peço-te que aceites este presente. Deus tem sido muito generoso para comigo e tenho em abundância de tudo.” Finalmente, Esaú aceitou.

12 “Bom, então ponhamo-nos a caminho”, disse Esaú. “Os meus homens e eu próprio vos faremos companhia.”

13 Jacob replicou: “Como podes ver, alguns dos meus filhos ainda são pequeninos. Aliás os rebanhos também têm as crias. Se formos um pouco mais depressa, vão cansar-se e podem morrer. 14 É melhor que vás à frente; nós vamos indo conforme podemos, até nos encontrarmos de novo em Seir.”

15 “Pois bem! Vou deixar, em todo o caso, alguns dos meus homens contigo, para que te ajudem e protejam.”

“Não!”, teimou Jacob. “Tudo nos há de correr bem. A questão é que estejamos em paz os dois.”

16 E Esaú partiu então para Seir.

17 Entretanto, Jacob, com toda a sua gente, foi para Sucote e aí levantou um acampamento, fazendo cabanas para o gado. Por isso, o lugar chama-se Sucote (cabanas).

18 Chegaram enfim, em perfeita segurança, a Siquem, na terra de Canaã, acampando junto à cidade. 19 Comprou a terra em que levantou o acampamento à família de Hamor, o pai de Siquem, pela quantia de cem peças de dinheiro. 20 Depois erigiu naquele mesmo sítio um altar a que chamou o Altar do Deus de Israel.

Dina e Siquem

34 Um dia, Dina, a filha de Leia, quis ir visitar as raparigas das proximidades. Siquem, filho de Hamor o heveu e rei daquela terra, viu-a e deitou-se com ela. E tendo ficado profundamente apaixonado pela moça procurou falar-lhe ao coração de forma a ganhar a sua afeição.

Falou também com o pai, pedindo-lhe que interviesse, porque queria casar com ela. Jacob, naturalmente, veio a saber o que Siquem tinha desonrado a sua filha Dina, mas não disse nada antes que os seus filhos, que estavam a guardar o rebanho naquelas paragens, regressassem a casa. O rei Hamor, pai de Siquem, veio então falar com Jacob, tendo chegado no momento em que também os rapazes regressavam a casa. Estes ficaram tremendamente aborrecidos e tristes com esse facto, pois que o tomaram como um insulto para Israel, como um ultraje que tivesse sido feito a eles próprios.

Hamor disse a Jacob: “O meu filho está verdadeiramente apaixonado pela tua filha e quer a todo o custo casar com ela. Peço-te que a deixes ser sua mulher. Além disso, convidamo-vos a ligarem-se connosco; a viverem aqui no nosso meio e a deixarem as vossas moças casarem com os nossos rapazes e as nossas filhas casarem com os vossos moços. 10 Poderão instalar-se onde quiserem e negociar como quiserem.”

11 Depois foi a vez de Siquem falar ao pai e aos irmãos de Dina: “Peço-vos muito a vossa simpatia e que a deixem ser minha mulher”, suplicou. “Poderei dar-vos tudo o que quiserem. 12 Pagarei o que me pedirem como dote, para que possa tê-la por mulher.”

13 Contudo, os irmãos dela mentiram-lhe, enganando-o; isso por causa da ação ultrajante que Siquem tinha praticado. 14 Por isso, disseram: “Não podemos autorizar porque não estás circuncidado. Seria uma desgraça para ela casar com um homem nas tuas condições. 15 A menos que faças o que te dissermos e que todo o homem entre vocês se circuncide. 16 Nesse caso, poderá haver casamentos entre nós, poderemos viver aqui e unirmo-nos, de forma a tornarmo-nos um só povo. 17 De outra forma, tomaremos a rapariga e iremos embora.”

18 Tanto Hamor como o filho, Siquem, concordaram satisfeitos. 19 Este não perdeu tempo em satisfazer o seu pedido, pelo muito que amava Dina. Ele tinha a certeza que nenhum dos outros homens da cidade se oporia àquela ideia, porque era muito respeitado no meio da sua gente. 20 Portanto, Hamor e Siquem apresentaram-se perante o conselho da cidade e expuseram o assunto:

21 “Esta gente é nossa amiga. Convidemo-los a viverem entre nós; negociemos com eles e que se façam casamentos livremente entre eles e nós. 22 Mas isto só poderá fazer-se sob uma condição, que todos os homens entre nós sejam circuncidados, tal como eles. 23 Se aceitarmos esta condição, tudo o que eles têm, gado, animais e bens, virá a ser nosso, e a nossa terra tornar-se-á mais rica. Vamos, demos o nosso consentimento ao que pedem e poderão estabelecer-se aqui connosco.”

24 Todos estiveram de acordo, tendo todos sido circuncidados. 25 Contudo, três dias mais tarde, quando as suas feridas ainda estavam mal curadas, muito doridas e sensíveis, dois dos irmãos de Dina, Simeão e Levi, pegaram nas espadas, entraram na cidade sem encontrar oposição de ninguém, e assassinaram todos os homens, 26 incluindo Hamor e Siquem. Recuperaram Dina da casa de Siquem e regressaram ao acampamento. 27 Depois vieram os filhos de Jacob e saquearam a cidade; tudo por causa da desonra que ali tinha sido feita contra a sua irmã. 28 Levaram o que encontraram tanto dentro como fora da povoação: ovelhas, gado bovino e jumentos. 29 E levaram ainda mulheres e crianças, despojando-os de tudo o que tinham em casa.

30 Jacob teve de dizer a Simeão e a Levi: “Vocês tornaram-me repelente para com o povo desta terra, os cananeus e os perizeus. Sendo nós tão poucos, facilmente virão contra nós para nos destruir.”

31 “Seria justo que ele tivesse tratado a nossa irmã como uma prostituta?”, retorquiram.

Jacob volta a Betel

35 Depois disto, Deus disse a Jacob para ir até Betel e estabelecer-se lá. “Levanta ali um altar”, acrescentou Deus, “para adorares a Deus que te apareceu quando fugias do teu irmão Esaú.”

Jacob deu também instruções a toda a sua gente para destruirem os ídolos que tivessem trazido consigo, se purificassem e vestissem roupa limpa. “Porque vamos para Betel”, disse, “e tenho a intenção de construir lá um altar a Deus que respondeu às minhas orações, na altura em que atravessava grande angústia e tristeza, e que sempre esteve comigo por onde tenho andado.”

Então deram a Jacob todos os ídolos que traziam, os pendentes das pulseiras, os brincos das orelhas, e enterraram tudo debaixo dum carvalho perto de Siquem. Depois partiram dali. E Deus semeou o terror sobre as povoações de toda aquela região, de tal forma que não houve ninguém que tivesse coragem para os perseguir. Por fim, chegaram a Luz, também chamada Betel, em Canaã. Jacob erigiu um altar e chamou-lhe Deus de Betel, porque tinha sido ali mesmo que Deus lhe aparecera quando fugia de Esaú.

Pouco depois faleceu Débora, a velha ama de Rebeca, tendo sido enterrada sob um carvalho num vale um pouco abaixo de Betel, a que puseram o nome de Carvalho do Choro.

Depois da passagem de Jacob por Betel, a caminho de Padan-Arã, Deus apareceu-lhe uma vez mais e abençoou-o; 10 tendo-lhe dito: “Não te chamarás mais Jacob, mas Israel. 11 Eu sou o Deus Todo-Poderoso! Frutifica e multiplica-te! De ti sairá uma nação e uma multidão de povos, e haverá reis entre os teus descendentes. 12 Dar-te-ei a terra que ofereci a Abraão e a Isaque; não só a ti como aos teus descendentes.”

13 Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele. 14 Após esse aparecimento Jacob fez uma coluna de pedra no lugar em que Deus lhe aparecera, derramou vinho sobre ela, como oferta a Deus, e ungiu-a com óleo. 15 Chamou a esse lugar, Betel, porque Deus lhe tinha falado ali.

A morte de Raquel e Isaque

16 Deixando Betel, ele e os seus continuaram em direção a Efrata. Raquel começou a ter as dores de parto quando ainda estavam a uma certa distância desse local. 17 Após um parto muito difícil, a parteira exclamou: “Não tenhas medo! É outro rapaz!” 18 Raquel, antes de dar o seu último suspiro, porque morreu, teve ainda tempo de chamar ao menino Ben-Oni (filho do meu sofrimento). Mas o pai preferiu chamar-lhe Benjamim (filho da direita).[a]

19 Foi pois desta forma que Raquel faleceu. E enterraram-na junto ao caminho de Efrata, também chamada Belém. 20 Jacob levantou um memorial de pedras sobre o seu túmulo. Ainda lá está atualmente.

21 Israel prosseguiu a sua viagem e acampou para lá da torre de Eder. 22 Foi nessa altura que Rúben dormiu com Bila, concubina do seu pai. Contudo, Jacob veio a sabê-lo.

Seguem-se os nomes dos doze filhos de Jacob.

23 Os filhos de Leia:

Rúben, o filho mais velho de Jacob,

Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulão.

24 Os filhos de Raquel:

José e Benjamim.

25 Os filhos de Bila, a criada de Raquel:

Dan e Naftali.

26 E os filhos de Zilpa, a criada de Leia:

Gad e Aser.

Estes são pois os filhos que lhe nasceram em Padan-Arã.

27 Jacob chegou por fim junto de seu pai Isaque, em Mamre, em Quiriate-Arba, agora chamada Hebrom, onde também tinha vivido Abraão. 28-29 Isaque morreu algum tempo depois com a avançada idade de 180 anos, tendo sido sepultado pelos seus dois filhos Esaú e Jacob.

Footnotes

  1. 35.18 Ou: filho do sul.

Jesus envia os doze discípulos

(Mc 3.15-19; Lc 6.14-16; At 1.13)

10 Chamando os doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar os espíritos impuros e curar toda a espécie de doenças e enfermidades.

Estes são os nomes dos doze apóstolos: Simão, também chamado Pedro; André, irmão de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu; João, irmão de Tiago; Filipe; Bartolomeu; Tomé; Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o zelote e Judas Iscariotes que viria a traí-lo.

Jesus envia os doze discípulos

(Mc 6.7-13; Lc 9.2-6; 10.4-12)

Jesus enviou os doze com as seguintes instruções: “Não vão aos gentios nem aos samaritanos, mas só às ovelhas perdidas de Israel. Vão e anunciem-lhes que o reino dos céus está próximo. Curem os doentes, deem vida aos mortos, sarem os leprosos e expulsem os demónios. Deem gratuitamente, tal como gratuitamente receberam!

Não prendam a bolsa à cintura com ouro prata ou cobre, 10 nem saco de viagem com uma muda de roupa e calçado, nem sequer um bordão. Porque digno é o trabalhador do seu sustento. 11 Na cidade ou aldeia em que entrarem, procurem uma pessoa digna e fiquem na sua casa até à vossa partida. 12 Ao entrarem na casa, saúdem os presentes. 13 Se de facto for uma casa digna da vossa saudação, deixem-lhe a vossa paz; se não for digna, que a vossa paz volte para vocês. 14 Se uma qualquer cidade ou casa não vos receber, quando saírem, sacudam até o pó que se pegou aos vossos pés. 15 É realmente como vos digo: as cidades ímpias de Sodoma e Gomorra estarão em melhor situação no dia do juízo do que essa cidade!

Perseguições aos discípulos

(Mc 13.11-13; Lc 10.3; 21.12-19)

16 Agora envio-vos como ovelhas para o meio de lobos. Sejam cautelosos como as serpentes e simples como as pombas. 17 Tenham cuidado com os homens. Levar-vos-ão aos tribunais e açoitar-vos-ão nas suas sinagogas. 18 Conduzir-vos-ão diante de governadores e reis, por minha causa, para darem testemunho a eles e aos gentios. 19 Quando vos entregarem, não se preocupem com o que vão dizer, porque vos serão inspiradas as palavras a dizer naquele momento. 20 Pois não serão vocês quem falará, mas o Espírito do vosso Pai celestial, falará pela vossa boca!

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