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Josias rei de Judá

(2 Cr 34.1-2, 8-13)

22 O novo rei de Judá foi Josias. Começou a reinar com a idade de 8 anos e reinou durante 31 anos em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Jedida e era filha de Adaías, de Bozcate. Fez o que era reto aos olhos do Senhor; andou nos caminhos de David, seu antepassado; nunca se afastou deles.

No décimo oitavo ano do seu reinado, o rei Josias mandou o seu secretário Safã, filho de Azalias e neto de Mesulão, ao templo. “Vai ter com o sumo sacerdote Hilquias e diz-lhe que mande contar o dinheiro que o povo dá para o templo e que é recolhido pelos sacerdotes que estão a guardar a porta do templo. 5-6 Que se entregue aos encarregados das obras do templo, para que contratem pedreiros e carpinteiros que façam as devidas reparações no edifício e comprem o material necessário.” Não se pedia contas do dinheiro entregue aos encarregados das obras, porque eram pessoas que atuavam com a máxima honestidade.

O livro da Lei é encontrado

(2 Cr 34.14-28)

Um dia, Hilquias, o sumo sacerdote, foi ter com Safã, o secretário real: “Descobri no templo o livro da Lei de Deus!”

E deu o livro a Safã e ele leu-o. Quando este foi em audiência ao rei, apresentar o relatório do andamento das obras de reparação do templo, 10 fez também menção do livro que Hilquias tinha achado e leu-o diante do rei.

11 Ao ouvir as palavras que estavam escritas, o rei rasgou a roupa que tinha vestida, em sinal de profunda consternação. 12 Mandou a Hilquias, o sacerdote, a Safã, a Asaías, assistente do rei, a Aicão, filho de Safã, e a Acbor, filho de Micaías, 13 que perguntassem ao Senhor: “Que devemos fazer? Porque as palavras deste livro são bem explícitas quanto às razões por que a grande ira do Senhor caiu sobre nós, pois os nossos antepassados não obedeceram aos mandamentos escritos neste livro.”

14 Então Hilquias, o sumo sacerdote, e os homens referidos foram ter com Hulda, a profetisa, ao bairro de Misné, em Jerusalém. Esta profetisa era mulher de Salum, o filho de Ticvá e neto de Harás, que estava encarregado do guarda-roupa real. 15 Quando lhe contaram a causa da perturbação do rei, respondeu: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Digam ao homem que vos enviou, 16 que vou destruir esta cidade e a sua população, como está escrito no livro que leste. 17 Pois o povo de Judá abandonou-me, queimou incenso a outros deuses e tornou a minha ira tão intensa, por causa da obra das suas mãos, que o meu furor contra este lugar não poderá ser sustido. 18 Mas vão ter com o rei de Judá, que vos enviou a buscar ao Senhor, e transmitam-lhe: o que o Senhor Deus de Israel vos diz a respeito da mensagem que ouviram é o seguinte: 19 Visto que te entristeceste e te humilhaste diante do Senhor, quando leste o livro e os seus avisos de que esta terra haveria de ser amaldiçoada e se tornaria desolada, e visto que rasgaste a tua roupa, chorando perante mim de tristeza, darei ouvidos aos teus rogos. 20 Só enviarei o mal que prometi sobre esta cidade após a tua morte.’ ” Foi esta a mensagem que levaram ao rei.

Josias renova a aliança com o Senhor

(2 Cr 34.3-7, 29-33)

23 O rei mandou chamar os anciãos de Judá e de Jerusalém para irem com ele ao templo. Todos os sacerdotes, os profetas e o povo, desde o maior até ao mais pequeno, tanto de Jerusalém como de Judá, se reuniram no templo, para que o rei lhes lesse todas as palavras da aliança que Deus estabelecera com o seu povo, do livro que fora achado no templo. Ele ficou de pé, ao lado da coluna que está diante do povo e, tanto ele como o povo, renovaram a aliança com o Senhor, em como obedeceriam à sua palavra, guardariam os seus mandamentos, preceitos e decretos, e obedeceriam ao Senhor com todo o seu coração e com toda a sua alma.

O rei deu instruções a Hilquias, o sumo sacerdote, aos sacerdotes e guardas do templo para destruírem todo o mobiliário e material que serviu para o culto prestado a Baal, a Achera, ao Sol, à Lua e às estrelas. O rei queimou tudo nos terrenos do vale de Cedron, fora de Jerusalém, e levou as cinzas para Betel. Também matou os sacerdotes do culto idólatra, nomeados para tal pelos anteriores reis de Judá, pois tinham queimado incenso nos santuários pagãos, em toda a terra de Judá e mesmo em Jerusalém. Também esses tinham oferecido incenso a Baal, ao Sol, à Lua, às estrelas e aos planetas. Também pôs fora da casa do Senhor o ídolo blasfemo de Achera e levou-o para Jerusalém, para o ribeiro de Cedron; queimou-o ali e desfê-lo em pó, lançando as cinzas nas sepulturas do povo comum. Mandou derrubar as casas dos homens prostitutos em volta do templo, onde as mulheres faziam roupa em honra da deusa Achera.

Tornou a mandar vir para Jerusalém os sacerdotes de Deus, que viviam noutras cidades de Judá, e destruiu todos os santuários pagãos onde se queimava incenso aos ídolos, mesmo os que estavam muito distantes, como em Geba e em Berseba. Destruiu igualmente os santuários pagãos à entrada do palácio de Josué, o antigo governador da cidade de Jerusalém, à esquerda de quem entra pela porta da cidade. Contudo, os sacerdotes desses santuários nunca serviram no altar do Senhor em Jerusalém, ainda que comessem pães sem fermento com os outros sacerdotes.

10 Também deitou abaixo o altar erigido a Tofete no vale de Ben-Hinom, de forma a que nunca mais ninguém ali pudesse oferecer em holocausto o seu filho ou filha como sacrifício a Moloque. 11 Mandou destruir igualmente as estátuas de cavalos e os carros localizados perto da entrada do templo, nas proximidades da residência de Natã-Meleque, o eunuco. Essas figuras tinham sido dedicadas, por anteriores reis de Judá, ao deus do Sol.

12 Fez o mesmo com os altares que os reis de Judá tinham feito erguer nos terraços da sala de Acaz. Os altares que Manassés levantara nos pátios do templo esmagou-os, despedaçando-os e lançando-os depois no vale de Cedron.

13 Seguidamente, tirou os santuários pagãos a oriente de Jerusalém e a sul do monte da Corrupção. Salomão tinha feito erguer esses santuários a Astarote, a abominável deusa dos sidónios, e a Quemós, o deus execrável de Moabe, e também a Milcom, o deus abominável dos amonitas. 14 Fez desaparecer os obeliscos e os vergonhosos ídolos de Achera; tornou esses terrenos imundos, espalhando neles ossos de cadáveres.

15 Fez o mesmo com o altar e os santuários pagãos de Betel, que Jeroboão I, filho de Nebate, mandara edificar e que levaram Israel a pecar dessa maneira. Desfez essas pedras e queimou o repugnante ídolo de Achera. 16 Enquanto ia observando a situação no território, Josias reparou em vários túmulos perto da montanha. Deu ordens aos seus homens que tirassem dali os ossos e que os queimassem sobre o altar de Betel, para o tornar impuro, tal como o homem de Deus tinha declarado, em nome do Senhor, que haveria de acontecer ao altar de Jeroboão.[a]

17 “Que monumento é aquele ali?”, perguntou. A gente da cidade respondeu-lhe: “É o túmulo do homem de Deus que veio de Judá e proclamou que haveria de acontecer aquilo que acabaste justamente de fazer com o altar de Betel!”

18 “Não mexam então nessa sepultura; deixem-na ficar assim!”, ordenou. E deixaram os ossos como estavam, mais os ossos dos profetas que vieram de Samaria.

19 Josias demoliu ainda os santuários pagãos de Samaria. Tinham sido erguidos por vários reis de Israel e suscitado grandemente a ira do Senhor. Desfê-los em pó, tal como fizera com o altar em Betel. 20 Mandou que os sacerdotes idólatras dos santuários pagãos fossem executados sobre os altares e queimou ossos humanos sobre eles para os tornar impuros. Finalmente, regressou a Jerusalém.

A celebração da Páscoa

(2 Cr 35.1, 18-19)

21 O rei deu ordens para todo o povo, dizendo: “Celebrem a Páscoa ao Senhor, vosso Deus, exatamente como está escrito neste livro da aliança.” 22 Não tinha havido comemoração da Páscoa semelhante a essa desde os dias dos juízes de Israel, e nunca mais houve outra assim em todos os anos dos reis de Israel e Judá. 23 Esta Páscoa teve lugar no décimo oitavo ano do reinado de Josias e foi celebrada em Jerusalém, em honra do Senhor.

24 Josias também mandou exterminar os médiuns, os adivinhos e toda a espécie de culto abominável e idólatra, tanto em Jerusalém como em toda a terra. Porque Josias estava decidido a cumprir as palavras e os mandamentos escritos no livro que o sacerdote Hilquias encontrara no templo. 25 Não houve outro rei que se tivesse convertido tão completamente ao Senhor e tivesse sido tão cumpridor da Lei dada por Moisés; nenhum outro rei depois dele foi tão obediente.

26 Contudo, o Senhor não afastou a sua grande ira de Judá, devido aos graves pecados do rei Manassés. 27 Porque o Senhor dissera: “Destruirei Judá como fiz com Israel; rejeitarei a minha cidade escolhida de Jerusalém e o templo que disse que seriam meus.”

A morte de Josias

(2 Cr 35.20–36.1)

28 O resto da biografia de Josias está escrito no Livro das Crónicas dos Reis de Judá.

29 Nesses dias o rei Neco do Egito atacou o rei da Assíria, junto ao rio Eufrates, e Josias declarou-lhe guerra. Neco matou Josias em Megido, logo que ali chegou. 30 Os seus chefes militares trouxeram o seu corpo para Jerusalém e colocaram-no na sepultura que escolhera. O seu filho Jeoacaz foi escolhido pelo povo para ser o novo rei.

Jeoacaz rei de Judá

(2 Cr 36.2-4)

31 O novo rei de Judá foi Jeoacaz. Quando começou a reinar tinha 23 anos. O seu reinado em Jerusalém durou três meses. A sua mãe chamava-se Hamutal e era filha de Jeremias, de Libna. 32 Foi um mau rei. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, à semelhança de tudo o que de mal tinham feito os seus antecessores.

33 O Faraó Neco mandou-o prender em Ribla, na terra de Hamate, para impedir que reinasse, e impôs um tributo a Judá de 3400 quilos de prata e 34 quilos de ouro. 34 O soberano egípcio escolheu Eliaquim, um outro filho de Josias, para reinar em Jerusalém, mudando-lhe o nome para Joaquim. Levou depois o rei Jeoacaz para o Egito, onde morreu. 35 Joaquim estabeleceu um imposto sobre o povo para obter o dinheiro que o Faraó exigia.

Joaquim rei de Judá

(2 Cr 36.5-8)

36 O novo rei de Judá foi Joaquim. Tinha 25 anos quando começou a reinar e reinou 11 anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zebida e era filha de Pedaías, de Ruma. 37 Tal como outros reis anteriores, fez o que era mau aos olhos do Senhor.

Footnotes

  1. 23.16 Ver 1 Rs 13.2.

As reformas de Josias

(2 Rs 22.1-7; 23.4-20)

34 O novo rei de Judá foi Josias. Começou a reinar com a idade de 8 anos e reinou durante 31 anos em Jerusalém. Fez o que era reto aos olhos do Senhor; andou nos caminhos de David, seu antepassado; nunca se afastou deles.

Quando tinha 16 anos, no oitavo ano do seu reinado, começou a buscar o Deus de David, seu antepassado, seguindo nos seus caminhos, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda. Quatro anos mais tarde iniciou o processo de limpeza de Judá e de Jerusalém, destruindo os santuários pagãos dos postes ídolos de Achera e os altares dos altos. Deu-se ao cuidado de ir verificar, pessoalmente, nos próprios locais, se tudo tinha sido destruído; os altares a Baal, os altares de incenso, os postes ídolos de Achera, as imagens, tudo teve a preocupação de reduzir a pó, e até de mandar lançar esse entulho sobre os túmulos daqueles que tinham praticado o culto da idolatria e que, entretanto, tinham morrido. Os ossos dos que tinham sido sacerdotes desses deuses mandou queimar sobre os próprios altares dos ídolos, num ato público de reforma e de purificação do pecado da idolatria.

Depois dirigiu-se às povoações de Manassés, Efraim, Simeão, e até à distante Naftali, e fez o mesmo. Destruiu os altares pagãos idólatras, reduziu a pó as imagens dos postes ídolos de Achera, derrubou os altares de incenso; por toda a parte da terra de Israel fez o mesmo. Por fim, regressou a Jerusalém.

Durante o décimo oitavo ano do seu reinado, após ter purificado a terra e o próprio templo, designou Safã, filho de Azalias, e Maaseia, governador de Jerusalém, assim como Joá, filho de Jeoacaz, secretário real, para que ficassem com o cargo de repararem o templo do Senhor, seu Deus.

Organizaram então um sistema de recolha de donativos para a casa de Deus; foram ter com o sumo sacerdote Hilquias e entregaram-lhe o dinheiro que os levitas porteiros tinham recolhido das ofertas das tribos de Manassés e de Efraim, bem como das restantes populações de Israel e de Judá, de Benjamim e dos habitantes de Jerusalém. 10 Entregaram esse dinheiro aos empreiteiros e encarregados das obras de consolidação e restauração da casa do Senhor, 11 para pagarem aos carpinteiros e pedreiros, e para pagarem a aquisição de materiais: blocos de pedras lavradas, para construção, e madeira para as traves e pranchas; reconstruiu, assim, aquilo que outros reis antes de si tinham deixado degradar-se.

12 Os operários trabalharam aplicadamente, sob as ordens de Jaate e Obadias, levitas do subclã de Merari. Zacarias e Mesulão, do subclã de Coate, eram os superintendentes de toda a obra. Os levitas, que eram músicos hábeis, tocavam música, enquanto a obra se fazia. 13 Outro grupo de levitas dirigia o trabalho dos operários não qualificados, que apenas transportavam material; outros eram escrivães, contra-mestres e fiscais.

O livro da Lei é encontrado

(2 Rs 22.8-20)

14 Um dia, quando Hilquias, o sumo sacerdote, andava pelo templo, onde se dirigia regularmente para registar o dinheiro dos donativos recolhidos nas entradas, achou um velho livro que verificou ser, precisamente, a Lei do Senhor dada através de Moisés.

15 “Safã!”, exclamou Hilquias dirigindo-se ao secretário do rei. “Olha o que eu encontrei aqui no templo! A Lei do Senhor!” E passou-lhe o livro para as mãos. 16 Safã pegou nele e levou-o ao rei, com quem tinha uma audiência para dar conta dos avanços que a obra ia registando.

17 “Foram abertas as caixas dos donativos e o dinheiro, depois de contado e registado, foi entregue aos supervisores para pagarem aos operários”, disse ao rei. 18 Seguidamente, referiu a questão do livro da Lei, contando como Hilquias o achara, e começou a lê-lo para o rei.

19 Ao ouvir as palavras da Lei de Deus, o rei rasgou a roupa que trazia vestida, em sinal de desespero. 20 Mandou convocar Hilquias, Aicão, o filho de Safã, Abdom, filho de Mica, Safã, o secretário real, e Asaías, conselheiro pessoal do rei. 21 “Vão consultar o Senhor, em meu nome e em nome dos que restam do povo de Israel e de Judá, a respeito do que está escrito neste livro que acaba de se encontrar. É que o Senhor deve estar muito irado contra nós, visto que os nossos antepassados não prestaram atenção ao que diz o Senhor, nem puseram em prática o que está escrito neste livro.”

22 Hilquias e outros enviados do rei foram ter com Hulda, a profetisa, mulher de Salum, filho de Tocate e neto de Hasra. Salum estava encarregado do guarda-roupa real e morava no bairro de Misné em Jerusalém.

23 Quando lhe contaram a causa da perturbação do rei, respondeu: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Digam ao homem que vos enviou: 24 O Senhor destruirá esta cidade e a sua população, e todas as maldições escritas no livro, que foi lido diante do rei de Judá, se concretizarão. 25 Pois o meu povo abandonou-me, queimou incenso a outros deuses e tornou a minha ira tão intensa, por causa da obra das suas mãos, que o meu furor contra este lugar não poderá ser sustido.’ 26 Mas vão ter com o rei de Judá, que vos enviou para consultarem o Senhor, e transmitam-lhe: É isto que o Senhor Deus de Israel diz a respeito da mensagem que ouviram: 27 ‘Visto que te entristeceste e te humilhaste diante de Deus, quando leste o livro e os seus avisos de que esta terra haveria de ser amaldiçoada e ficaria desolada, e visto que rasgaste a tua roupa, chorando perante mim de tristeza, darei ouvidos aos teus rogos. 28 Só enviarei o mal que prometi sobre esta cidade e o seu povo após a tua morte.’ ”

Foi esta a mensagem que levaram ao rei.

Josias renova a aliança com o Senhor

(2 Rs 23.1-3)

29 Este mandou chamar os anciãos de Judá e de Jerusalém. 30 Também reuniu os sacerdotes e levitas, juntamente com todo o povo, desde o maior até ao mais pequeno, que o acompanharam até ao templo. Ali, o rei leu-lhes as palavras do livro que fora achado no templo, as palavras da aliança que Deus estabelecera com o seu povo. 31 De pé, diante de toda a gente, o rei estabeleceu uma aliança com o Senhor e comprometeu-se a seguir os seus mandamentos, leis e preceitos, com todo o coração e com toda a sua alma, fazendo o que estava escrito naquele livro.

32 Fez também com que toda a gente de Jerusalém e de Benjamim que ali se encontrava se comprometesse a fazer o mesmo. Desta forma os habitantes de Jerusalém passaram a observar a aliança feita com o Deus dos seus antepassados.

33 Josias retirou todos os ídolos das áreas habitadas por judeus e exigiu que todos adorassem o Senhor, o seu Deus. Durante o resto da vida de Josias, o povo continuou a servir ao Senhor, o Deus dos seus antepassados.

A celebração da Páscoa

(2 Rs 23.21-23)

35 Josias anunciou que a Páscoa para o Senhor seria celebrada no dia 14 do primeiro mês[a] em Jerusalém; o cordeiro pascal seria morto no final desse dia. Restabeleceu as funções dos sacerdotes, instigando-os a retomar o serviço no templo. Emitiu também a seguinte ordem aos levitas que se tinham consagrado e que se dedicavam ao ensino em Israel: “Visto que a arca está definitivamente depositada no templo que Salomão mandou construir, e sendo que não precisam mais de a carregar aos ombros, apliquem o vosso tempo ao serviço do Senhor, vosso Deus, junto do seu povo. Distribuam-se conforme os turnos de atividade em que estavam organizados os vossos antecessores, tal como foram agrupados por David, rei de Israel, e pelo seu filho Salomão. Cada turno dará assistência particular a um clã do povo que venha trazer as suas oferendas ao templo. Matem o cordeiro pascal e santifiquem-se; preparem-se para dar assistência ao povo que se apresentar; sigam todas as instruções do Senhor, dadas através de Moisés.”

O rei contribuiu com 30 000 cordeiros e cabritos, para as ofertas de celebração da Páscoa, e ainda com 3000 bois. Os governantes fizeram também contribuições voluntárias aos sacerdotes e aos levitas. Hilquias, Zacarias e Jeiel, os supervisores do templo, deram aos sacerdotes 2600 ovelhas e cabritos e 300 bois, como ofertas de Páscoa. Os líderes levitas, Conanias, Semaías e Netanel, com os seus irmãos Hasabias, Jeiel e Jozabade, deram 5000 cordeiros pascais e 500 bois aos levitas.

10 Quando tudo estava organizado e os sacerdotes se encontravam nos seus lugares, com os levitas formados em turnos de serviço, conforme as instruções reais, 11 os levitas começaram a matar os cordeiros pascais, apresentando o sangue aos sacerdotes, que com ele aspergiam o altar, enquanto outros levitas arrancavam a pele dos animais. 12 Amontoavam seguidamente os corpos dos animais mortos, para que cada tribo apresentasse o seu holocausto ao Senhor, como está escrito na Lei de Moisés; fizeram o mesmo com os bois. 13 Então, de acordo com as instruções da Lei, assaram os cordeiros e cozeram as ofertas sagradas em caldeiras, panelas e sertãs, apressando-se a reparti-las entre o povo, para que comesse. 14 A seguir, os levitas prepararam uma refeição para si e para os sacerdotes, pois tinham estado ocupados desde a manhã até à noite, oferecendo a gordura dos holocaustos.

15 Os cantores, os filhos de Asafe, estavam nos seus lugares, segundo as diretrizes dadas pelo rei David, Asafe, Hemã e Jedutun, o profeta do rei. Os porteiros encontravam-se nas entradas do templo e não tiveram necessidade de abandonar os seus lugares, porque as refeições foram-lhes trazidas pelos outros levitas seus irmãos.

16 Assim se completou toda a cerimónia da Páscoa num só dia; todos os holocaustos foram queimados sobre o altar do Senhor, conforme as ordens de Josias. 17 Os israelitas presentes em Jerusalém participaram nesta celebração da Páscoa, seguida da festa dos pães sem fermento, durante os sete dias posteriores. 18 Não tinha havido, desde os dias do profeta Samuel, uma celebração de Páscoa assim, nem nenhum dos reis de Israel fez uma festividade que envolvesse tantos sacerdotes, levitas, povo de Jerusalém e de todas as partes de Judá e de Israel. 19 Esta Páscoa teve lugar no décimo oitavo ano do reinado de Josias.

A morte de Josias

(2 Rs 23.28-30)

20 Algum tempo depois, o rei Neco do Egito levou o seu exército a combater contra os assírios em Carquemis, na margem do rio Eufrates, e Josias declarou-lhe guerra. 21 O rei Neco do Egito enviou-lhe embaixadores com a seguinte mensagem: “Não estou interessado em lutar contigo, ó rei de Judá! O meu intuito é unicamente fazer guerra ao rei da Assíria! Não te metas comigo! Deus disse-me que não me detivesse. Não interfiras com as ordens de Deus, senão serás destruído, pois Deus está do meu lado.”

22 Contudo, Josias recusou alterar a sua posição e conduziu o exército à batalha, no vale de Megido. Tirou as roupas reais, para que o inimigo não o reconhecesse; Josias não quis acreditar que a mensagem de Neco era de Deus. 23 Os archeiros inimigos atingiram gravemente o rei Josias. “Tirem-me daqui, do meio da batalha!”, clamou ele aos seus ajudantes.

24 Tiraram-no então do carro de combate, levaram-no para outro carro e conduziram-no a Jerusalém, onde acabou por morrer. Foi sepultado no cemitério real. Todo o reino de Judá e a população de Jerusalém choraram a sua morte.

25 Jeremias compôs uma lamentação sobre Josias. Os cantores e cantoras do templo cantaram nas exéquias fúnebres e ainda hoje se cantam as lamentações fúnebres da cerimónia do seu enterro, pois foram incorporadas no Livro da Lamentações.

26 Outros feitos de Josias e as suas louváveis ações, a forma como seguiu o livro da Lei do Senhor, 27 está tudo escrito no Livro dos Reis de Israel e de Judá.

Footnotes

  1. 35.1 Mês de Abibe ou Nisan. Entre a lua nova do mês de março e o mês de abril.