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Roboão rei de Judá

(1 Rs 14.21-31)

11 Ao chegar a Jerusalém, Roboão mobilizou as tropas de Judá e de Benjamim, 180 000 hábeis soldados, e declarou guerra contra o resto de Israel, numa tentativa de reunir o reino.

Contudo, o Senhor enviou ao profeta Semaías, homem de Deus, a seguinte mensagem: “Vai dizer a Roboão, o filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o povo de Judá e Benjamim estas palavras: O Senhor diz: Não combatam contra os vossos irmãos. Vão para casa; porque sou eu quem está por detrás desta rebelião.” Eles assim fizeram; obedeceram ao Senhor e desistiram de combater contra Jeroboão.

Roboão fortifica Judá

Roboão ficou em Jerusalém e fortificou as seguintes povoações de Judá, reforçando muralhas e portas para maior segurança: Belém, Etã, Tecoa, Bete-Zur, Socó, Adulão, Gate, Maressa, Zife, Adoraim, Laquis, Azeca, 10 Zora, Aijalom e Hebrom. Estas cidades fortificadas estão nos territórios de Judá e de Benjamim. 11 Também reconstruiu e reforçou as fortalezas, guarnecendo-as com maiores contingentes de tropas sob o comando de oficiais, reabastecendo-as com comida, azeite e vinho. 12 Também renovou as provisões, escudos e lanças, em cada cidade, como medida de segurança. Porque só Judá e Benjamim se mantiveram leais.

13-14 Contudo, os sacerdotes e os levitas das outras tribos abandonaram as suas casas e localidades de origem e mudaram-se para Jerusalém, porque o rei Jeroboão os despedira, dizendo-lhes que tinham de deixar de ser sacerdotes do Senhor. 15 Jeroboão designou outros sacerdotes no lugar dos primeiros, encorajando o povo a prestar culto a ídolos, e não a Deus, fazendo sacrifícios a imagens de ídolos feitas por mãos de homens, que haviam construído em forma de bodes e de bezerros. 16 Houve também gente de todas as partes de Israel a mudar-se para Jerusalém, onde podia continuar a adorar livremente o Senhor, o Deus dos seus antepassados, e a prestar-lhe culto. 17 Isto deu ainda mais força ao reino de Judá, pelo que o rei Roboão pôde fortalecer-se durante três anos sem dificuldade; porque, durante esse tempo, houve um esforço grande para obedecer ao Senhor, tal como os reis David e Salomão tinham feito.

A família de Roboão

18 Roboão casou-se com Maalate, que era filha de Jerimote, filho de David e Abiail, filha de Eliabe, que era filho de Jessé. 19 Três filhos nasceram desse casamento: Jeús, Semarias e Zaão. 20 Mais tarde, casou-se também com Maacá, filha de Absalão. Os filhos que esta última lhe deu foram Abias, Atai, Ziza e Selomite. 21 Roboão amou mais Maacá do que qualquer outra das mulheres ou concubinas e teve 18 mulheres e 60 concubinas que lhe deram 28 filhos e 60 filhas.

22 Abias, filho de Maacá, era o seu favorito, e decidiu fazê-lo herdeiro no trono. 23 Prudentemente espalhou os outros filhos pelas povoações fortificadas das terras de Judá e Benjamim, dando-lhes generosas pensões e a possibilidade de viver com muitas mulheres.

O rei do Egito ataca Jerusalém

(1 Rs 14.25-28)

12 Quando Roboão atingiu o auge da sua popularidade e poder, abandonou a Lei do Senhor, e o povo seguiu-o nesse pecado. Como resultado, o rei Sisaque do Egito atacou Jerusalém; era o quinto ano do reinado de Roboão. O rei egípcio atacou-o com 1200 carros de guerra, 60 000 cavaleiros e um número incalculável de tropas de infantaria: egípcios, líbios, suquitas e cuchitas. Sem dificuldade, conquistou as cidades fortificadas de Judá e logo se aproximou de Jerusalém.

O profeta Semaías foi ter com Roboão e com os líderes de Judá, que se tinham concentrado em Jerusalém, fugindo de Sisaque. Disse-lhe: “Assim diz o Senhor: ‘Vocês abandonaram-me; por isso, vos abandonei e entreguei nas mãos de Sisaque.’ ”

O rei e os líderes de Judá confessaram então os seus pecados e exclamaram: “O Senhor tem razão em fazer-nos isto!”

Quando o Senhor viu que se humilhavam, falou novamente a Semaías dizendo-lhe: “Visto que se humilharam, não os destruirei completamente. Alguns escaparão. Não usarei Sisaque para derramar a minha ira sobre Jerusalém. Contudo, deverão ficar a pagar-lhe tributo. Assim dar-se-ão conta de como é muito melhor servir-me a mim do que a ele!”

O rei Sisaque do Egito conquistou realmente Jerusalém e levou os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, assim como os escudos de ouro que Salomão mandara fazer. 10 O rei Roboão mandou fazer escudos de bronze para substituir os outros, e os guardas do palácio passaram a usá-los. 11 Sempre que o rei ia ao templo, os guardas formavam em parada, com os escudos, e depois punham-nos novamente na casa da guarda. 12 Sendo que o rei se humilhou, a ira do Senhor desviou-se dele e não permitiu a destruição total; de facto, mesmo após a invasão de Sisaque, ainda havia boas condições de vida em Judá.

Fim do reinado de Roboão

(1 Rs 14.21-24, 29-31)

13 O rei Roboão reinou 17 anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera de entre todas as outras cidades de Israel para ali estar presente. Tornara-se rei com a idade de 41 anos; a sua mãe chamava-se Naamá, uma mulher amonita. 14 Foi um mau rei, pois nunca decidiu, no seu coração, agradar ao Senhor.

15 Os outros acontecimentos do reinado de Roboão estão registados nas crónicas escritas por Semaías, o profeta, e por Ido, o vidente, e também no Registo de Genealogias. Houve constantemente guerras entre Roboão e Jeroboão. 16 Quando Roboão faleceu, foi enterrado em Jerusalém, e o seu filho Abias ascendeu ao trono.

Abias rei de Judá

(1 Rs 15.1-8)

13 1-2 Abias tornou-se rei de Judá, com a sua corte em Jerusalém, no décimo oitavo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel. Reinou três anos. O nome da sua mãe era Micaia, filha de Uriel de Gibeá.

Logo no princípio do seu reinado rebentou novamente a guerra entre Judá e Israel. Judá, sob o comando do próprio rei Abias, reuniu um exército de 400 000 soldados, que se confrontou com uma força israelita duas vezes mais numerosa, formada de gente aguerrida e corajosa, conduzida pelo próprio rei Jeroboão.

Quando as forças militares de Judá chegaram ao monte Zemaraim, na região das colinas de Efraim, o rei Abias gritou para o rei Jeroboão e para os soldados israelitas: “Escutem! Não se lembram que o Senhor, o Deus de Israel, jurou a David que os descendentes de David seriam sempre reis em Israel, mediante uma aliança de sal? O vosso rei Jeroboão, filho de Nebate, não é mais do que um servo do filho de David que traiu o seu senhor. Um bando de rebeldes indignos juntou-se a ele, desafiando Roboão, o filho de Salomão, o qual era novo e inexperiente e, por isso, não pôde fazer-lhes frente.

Estarão verdadeiramente convencidos de que podem derrotar o reino do Senhor, conduzido por descendentes de David? O vosso exército é duas vezes superior ao meu, mas vocês têm convosco a maldição desses bezerros de ouro que estão no vosso meio e que Jeroboão mandou fazer, chamando-lhes deuses! Vocês lançaram fora os sacerdotes do Senhor e os levitas, designando em seu lugar sacerdotes pagãos. À semelhança dos povos de outras terras, aceitam como sacerdotes seja quem for que se chegue com um novilho e com sete carneiros para a consagração. Um qualquer pode ser sacerdote desses que nem sequer são deuses nenhuns!

10 Quanto a nós, o Senhor é o nosso Deus; não o abandonámos! Só os descendentes de Aarão são os nossos sacerdotes e só os levitas podem ajudá-los nas suas funções. 11 Queimam holocaustos todas as manhãs e todas tardes; ofertas queimadas e ofertas de incenso aromático ao Senhor; colocam o pão da Presença sobre a mesa santa. O candelabro de ouro é aceso todas as noites. Nós somos cuidadosos no cumprimento das instruções do Senhor que o nosso Deus nos deu; mas vocês abandonaram-no. 12 Como veem, Deus está connosco. Ele é o nosso chefe. Os seus sacerdotes, tocando as cornetas, irão à nossa frente na batalha. Ó povo de Israel, não guerreiem contra o Senhor, o Deus de vossos pais, pois não ganharão!”

13 Entretanto, Jeroboão tinha mandado secretamente parte do seu exército dar a volta por detrás das forças de Judá, para atacarem de surpresa. 14 Dessa forma, Judá ficou cercada, com adversários atrás e à frente. Clamaram então pela misericórdia do Senhor e os sacerdotes tocaram as cornetas. 15 Os homens de Judá começaram a gritar. Enquanto gritavam, Deus interveio a favor de Abias e contra Jeroboão e as tropas de Israel, 16 Os israelitas fugiram diante dos soldados de Judá e Deus entregou-os nas suas mãos. 17 Abias e o seu exército causaram grande matança entre eles, tendo sido mortos 500 000 soldados da elite israelita, naquele dia. 18 Foi desse modo que Judá, dependendo do Senhor, do Deus dos seus antepassados, derrotou Israel.

19 Perseguiu Jeroboão e capturou algumas das suas povoações, como Betel, Jesaná, Efrom e os respetivos subúrbios. 20 O rei Jeroboão nunca mais recuperou o poder que tivera, durante a vida de Abias. Mais tarde, o Senhor feriu-o e ele morreu.

21 Entretanto, o rei Abias de Judá tornara-se muito forte. Casou com 14 mulheres e teve 22 filhos e 16 filhas. 22 A sua biografia completa e os seus discursos estão relatados na História de Judá do profeta Ido.

Asa rei de Judá

(1 Rs 15.8-12)

14 Abias foi enterrado em Jerusalém, e o seu filho Asa sucedeu-lhe no trono. Durante os primeiros 10 anos do seu reinado houve paz na terra. Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor, seu Deus. Deitou abaixo os santuários pagãos sobre as colinas, derrubou os obeliscos e destruiu os vergonhosos ídolos de Achera. Pediu ainda a toda a nação que obedecesse à Lei e aos mandamentos do Senhor, o Deus dos seus antepassados. Também fez remover dos santuários pagãos as imagens e os altares de incenso de todas as povoações de Judá.

Por isso, o Senhor manteve o seu reinado em paz, o que lhe deu a possibilidade de reconstruir cidades fortificadas, por toda a terra de Judá.

“É agora que devemos fazer estas obras”, disse ao povo, “enquanto buscamos o Senhor, nosso Deus, e ele nos está a abençoar com paz. Edifiquemos e reforcemos estas cidades com muralhas, torres, portões e ferrolhos.” E assim levaram a cabo essas obras.

O exército de Judá do rei Asa tinha 300 000 combatentes, equipados com escudos pequenos e com lanças. O contingente do seu exército originário de Benjamim totalizava 280 000 soldados, armados com grandes escudos e arcos. Ambos os exércitos eram compostos por homens valentes e bem treinados.

A certa altura, Judá foi atacado por um exército de um milhão de homens, com trezentos carros de guerra, sob a liderança do General Zera, o cuchita[a]. Estes avançaram para a cidade de Maressa, 10 no vale de Zefatá. O rei Asa mandou as suas tropas ali ao seu encontro.

11 “Ó Senhor”, clamou ele a Deus, “ninguém mais nos pode socorrer! Aqui estamos nós, fracos e enfrentando um poderoso exército. Ajuda-nos, ó Senhor, nosso Deus! Pois confiamos só em ti para que nos salves. É no teu nome que vamos atacar este exército. Não permitas que meros homens possam derrotar-nos!”

12 Então o Senhor derrotou os cuchitas diante de Asa e diante do exército de Judá, e estes fugiram. 13 Perseguiram-nos até Gerar e todo o exército de cuchitas foi aniquilado, de tal forma que não se salvou nem um homem. Porque fora o Senhor e o seu exército quem os destruíra. As tropas de Judá trouxeram um abundante despojo. 14 Enquanto estavam em Gerar, atacaram todas as cidades daquela zona e o terror do Senhor caiu sobre os habitantes dali. Como resultado, grandes quantidades de despojos foram trazidas daquelas cidades. 15 Também destruíram currais e capturaram muito gado e camelos, antes de regressarem definitivamente a Jerusalém.

Footnotes

  1. 14.9 Não se sabe ao certo, mas pode indicar alguém natural de Cuche ou pertencente a uma tribo lembrada em Hc 3.7.