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Uma chamada ao arrependimento

Estas mensagens da parte do Senhor foram comunicadas ao profeta Zacarias, filho de Berequias e neto de Ido, no oitavo mês[a] do segundo ano de reinado de Dario.

“O Senhor dos exércitos irou-se extremamente com vossos pais. Anuncia, pois, diante de todo o povo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Retornem para mim e eu me voltarei para vocês, diz o Senhor dos exércitos! Não sejam como os vossos pais! Os primeiros profetas em vão insistiram com eles para que se arrependessem dos seus maus caminhos. Venham, tornem para mim, dizia o Senhor Deus. Mas não, não quiseram ouvir-me, não me deram ouvidos! Os vossos antepassados e os profetas há muito que faleceram. Lembrem-se, no entanto, da lição que eles tiveram de aprender, pois a palavra de Deus é persistente. Apanhou-os e castigou-os. Por fim, arrependeram-se: ‘Tivemos o que merecíamos!’, reconheceram eles. ‘O Senhor fez-nos aquilo que nos avisou que faria.’ ”

No dia 24 do décimo primeiro mês[b], era ainda o segundo ano do reinado de Dario, o Senhor comunicou outra mensagem ao profeta Zacarias, filho de Berequias e neto de Ido, numa visão dada durante a noite, em que vi um homem sentado num cavalo vermelho, que estava parado entre murtas num vale. Atrás dele estavam outros cavalos, vermelhos, castanhos e brancos, cada um com o seu condutor. Um anjo pôs-se ao meu lado e perguntei-lhe: “Para que servem todos esses cavalos?”

“Vou mostrar-te o que significa.”

10 Então o homem que estava entre as murtas respondeu-me: “O Senhor enviou-os para patrulharem a Terra!”

11 Nessa altura, os outros cavaleiros dirigiram-se ao anjo do Senhor que estava entre as murtas e disseram: “Acabámos de percorrer a Terra inteira; por toda a parte há prosperidade e paz.”

12 Após ter ouvido isto, o anjo do Senhor exclamou: “Ó Senhor dos exércitos, durante 70 anos a tua ira se derramou sobre Jerusalém e sobre as cidades de Judá! Quando mostrarás, enfim, a tua misericórdia sobre elas?”

13 O Senhor respondeu ao anjo que estava de pé ao meu lado, falando-lhe palavras de bondade e conforto.

14 Então o anjo disse: “Proclama esta mensagem da parte do Senhor dos exércitos: ‘Sinto um grande zelo por Jerusalém e por Sião! 15 É grande a minha ira contra os povos pagãos que as rodeiam e vivem desafogadamente. Eu estava apenas um pouco irado com o meu povo, mas outros afligiram-no mais do que deviam.’

16 Por isso, o Senhor declara: ‘Voltei-me para Jerusalém cheio de bondade. O meu templo tornará a ser reconstruído, diz o Senhor dos exércitos, e o mesmo acontecerá com Jerusalém.

17 Diz ainda o seguinte: O Senhor dos exércitos declara que as minhas cidades tornarão a transbordar de prosperidade. Darei o meu conforto a Sião e darei a minha preferência a Jerusalém.’ ”

Quatro chifres e quatro ferreiros

18 Então reparei em quatro chifres. 19 “O que significa isto?”, perguntei ao anjo que falava comigo.

Respondeu-me: “Representam quatro forças mundiais que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém.”

20 Depois o Senhor mostrou-me quatro ferreiros. 21 “Que vieram estes homens fazer?”, perguntei.

Ele respondeu: “Vieram para derrubar as quatro forças que dispersaram Judá tão terrivelmente. Vieram para os triturar na bigorna e os lançar para longe.”

Jerusalém é medida

Quando tornei a olhar em volta, vi um homem com uma fita métrica na mão. “Onde vais?”, perguntei-lhe.

“Medir Jerusalém no seu comprimento e na sua largura.”

O anjo que estava a falar comigo afastou-se e um outro anjo foi ao seu encontro. E disse-lhe: “Corre e diz a este jovem que Jerusalém vai ser de novo habitada como as aldeias sem muros. Serão tantos os seus habitantes e animais que já não poderá ter muralhas. Porque eu mesmo, diz o Senhor, serei um muro protetor de fogo ao seu redor e serei a glória no meio da cidade!

Venham, fujam da terra do norte, da Babilónia, diz o Senhor a todos os exilados ali. Espalhei-vos aos quatro ventos da Terra, mas tornarei a trazer-vos à pátria, diz o Senhor. Foge, foge, Sião, tu que habitas na Babilónia!

Porque isto é o que diz o Senhor dos exércitos: enviou-me para buscar a sua glória entre as nações que vos saquearam. Portanto, qualquer que vos tocar, fere a menina dos meus olhos! Esmagá-los-ei com o meu punho e os seus escravos tornar-se-ão os seus senhores! Saberão então que foi o Senhor dos exércitos quem me enviou.

10 Vim para viver convosco, no vosso meio, diz o Senhor. Por isso, canta, ó filha de Sião, e alegra-te! 11 Nessa altura, muitas nações se converterão ao Senhor e serão também meu povo; viverei no meio de ti. Saberão então que foi o Senhor dos exércitos quem me enviou a ti. 12 Judá será a propriedade do Senhor na terra santa, visto que Deus mais uma vez decidirá escolher Jerusalém. 13 Cale-se toda a humanidade perante o Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada!”

Roupa limpa para o sumo sacerdote

Então mostrou-me Josué, o sumo sacerdote, em pé perante o anjo do Senhor. Satanás também lá estava, à sua direita, acusando Josué de muitas coisas. O Senhor disse a Satanás: “O Senhor te repreende, Satanás! Sim, o Senhor que escolheu, Jerusalém, repreende-te! Decretou misericórdia para com Josué e a sua nação. Ele é como um tição tirado do fogo.”

As roupas de Josué estavam sujas, enquanto se mantinha na presença do anjo. Então o anjo disse aos que ali estavam: “Mudem-lhe essa roupa suja!” E voltando-se para Josué: “Repara, tirei a tua iniquidade e agora dou-te uma roupa nova!”

E disse eu: “Ponham-lhe um turbante limpo na cabeça.” Vestiram-no, pois, de novo e puseram-lhe na cabeça um turbante limpo, na presença do anjo do Senhor.

O anjo do Senhor disse a Josué com solenidade: “O Senhor dos exércitos declara: ‘Se andares nos meus caminhos e obedeceres ao que te mando, dar-te-ei a responsabilidade do templo, para que o mantenhas santo. Também te darei um lugar entre estes que aqui estão.

Escuta-me, Josué, sumo sacerdote, e todos os sacerdotes que se assentam diante de ti: Vocês são uma ilustração das boas coisas que hão de acontecer. Não estão a ver? Josué representa o meu servo, o Renovo que hei de enviar. Pus diante dele uma pedra única, que tem sete faces, e gravarei nela uma inscrição. Num só dia tirarei os pecados desta terra. 10 Depois disso, declara o Senhor dos exércitos, viverão em paz e com prosperidade, cada um na sua casa, com a sua vinha e a sua figueira.’ ”

O candelabro de ouro e as duas oliveiras

O anjo que estivera a falar comigo tornou a despertar-me, como se eu tivesse estado a dormir: “Que vês tu agora?”

Respondi: “Um candelabro todo em ouro e um reservatório de azeite para alimentar as luzes através de sete tubos. Vejo igualmente duas oliveiras, uma de cada lado.” Então perguntei ao anjo: “Meu senhor, qual será o significado disto?”

“Não sabes o que simbolizam?”, perguntou o anjo.

“Não, senhor, não sei!”

Então ele disse-me: “Esta é a mensagem do Senhor para Zorobabel: Não pela força, nem pelo meu poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos. Por isso, nenhuma montanha, por mais alta que seja, poderá ficar de pé diante de Zorobabel! Será aplanada na sua frente! Zorobabel acabará por construir este templo, com altas exclamações de gratidão pela misericórdia de Deus, afirmando que tudo foi feito só pela sua graça.”

Recebi outra mensagem da parte do Senhor. “Zorobabel pôs os alicerces deste templo e irá acabá-lo. Assim, saberão que foi o Senhor dos exércitos que me enviou. 10 Não desprezem os pequenos começos, porque os homens se alegram vendo o início desta obra, vendo o prumo nas mãos de Zorobabel. Estas sete luzes simbolizam os olhos do Senhor que tudo veem, em todo o mundo.”

11 Perguntei seguidamente quanto às duas oliveiras de cada lado do reservatório. 12 Também lhe perguntei quanto aos dois ramos de oliveira que escorriam azeite para dentro do candelabro de ouro, através dos tubos de ouro.

13 “Não sabes?”, inquiriu.

“Não, senhor!”, respondi.

14 Então disse-me: “Representam os dois ungidos que estão ao serviço do Senhor de toda a Terra.”

Footnotes

  1. 1.1 Mês de Bul. Entre a lua nova do mês de outubro e o mês de novembro.
  2. 1.7 Mês de Sebate. Entre a lua nova do mês de janeiro e o mês de fevereiro.

Exortação ao arrependimento

No oitavo mês do segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: O Senhor tem estado em extremo desgostoso com vossos pais. Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tornai para mim, diz o Senhor dos Exércitos, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos. E não sejais como vossos pais, aos quais clamavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Convertei-vos, agora, dos vossos maus caminhos e das vossas más obras. Mas não ouviram, nem me escutaram, diz o Senhor. Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, viverão eles para sempre? Contudo, as minhas palavras e os meus estatutos, que eu mandei pelos profetas, meus servos, não alcançaram a vossos pais? E eles tornaram e disseram: Assim como o Senhor dos Exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos e segundo as nossas obras, assim ele nos tratou.

A primeira visão: os cavalos

Aos vinte e quatro dias do mês undécimo (que é o mês de sebate), no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: Olhei de noite e vi um homem montado em um cavalo vermelho, e parava entre as murtas que estavam na profundeza; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, morenos e brancos. E eu disse: Senhor meu, quem são estes? E disse-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei quem estes são. 10 Então, respondeu o homem que estava entre as murtas e disse: Estes são os que o Senhor tem enviado para andarem pela terra. 11 E eles responderam ao anjo do Senhor, que estava entre as murtas, e disseram: Nós andamos pela terra, e eis que toda a terra está tranquila e em descanso. 12 Então, o anjo do Senhor respondeu e disse: Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos? 13 Respondeu o Senhor, ao anjo que falava comigo, palavras boas, palavras consoladoras. 14 E o anjo que falava comigo me disse: Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Com grande zelo, estou zelando por Jerusalém e por Sião. 15 E, com grandíssima ira, estou irado contra as nações em descanso; porque, estando eu um pouco desgostoso, eles auxiliaram no mal. 16 Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; a minha casa nela será edificada, diz o Senhor dos Exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém. 17 Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: As minhas cidades ainda aumentarão e prosperarão; porque o Senhor ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalém.

A segunda visão: os quatro chifres e os quatro ferreiros

18 E levantei os meus olhos, e olhei, e vi quatro chifres. 19 E eu disse ao anjo que falava comigo: Que é isto? E ele me disse: Estes são os poderes que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém. 20 E o Senhor me mostrou quatro ferreiros. 21 Então, eu disse: Que vêm estes fazer? E ele falou, dizendo: Estes são os poderes que dispersaram Judá, de maneira que ninguém pôde levantar a sua cabeça; estes, pois, vieram para os amedrontarem, para derribarem os poderes das nações que levantaram o seu poder contra a terra de Judá, para a espalharem.

A terceira visão: Jerusalém é medida

Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e vi um homem em cuja mão estava um cordel de medir. E eu disse: Para onde vais tu? E ele me disse: Medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro e lhe disse: Corre, fala a este jovem, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais. E eu, diz o Senhor, serei para ela um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória.

Olá! Oh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. Oh! Sião! Livra-te tu que habitas com a filha da Babilônia. Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Depois da glória, ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. Porque eis aí levantarei a minha mão sobre eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o Senhor dos Exércitos me enviou. 10 Exulta e alegra-te, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. 11 E, naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor e serão o meu povo; e habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti. 12 Então, o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa e ainda escolherá a Jerusalém. 13 Cale-se, toda a carne, diante do Senhor, porque ele despertou na sua santa morada.

A quarta visão: o sumo sacerdote é acusado por Satanás e justificado por Deus

E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo. Então, falando, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a ele lhe disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de vestes novas. E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre sua cabeça e o vestiram de vestes; e o anjo do Senhor estava ali. E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se andares nos meus caminhos e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui. Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o Senhor dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra, em um dia. 10 Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira.

A quinta visão: o castiçal de ouro e as sete lâmpadas

E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela.

E a palavra do Senhor veio de novo a mim, dizendo: As mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o Senhor dos Exércitos me enviou a vós. 10 Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.

11 Falei mais e disse-lhe: Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? 12 E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? 13 E ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isto? E eu disse: Não, Senhor meu. 14 Então, ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra.

A queda da Babilónia

18 Depois de tudo isto vi um outro anjo descer do céu. E tinha uma grande autoridade, de tal maneira que toda a Terra ficou iluminada com o seu esplendor. E gritou com uma voz muito forte: “Caiu, caiu a grande Babilónia! Ela tornou-se num refúgio de demónios e espíritos impuros, um ninho de toda a ave imunda e repugnante. Porque todas as nações beberam o vinho mortal do frenesi da sua imoralidade sexual. Os governantes da Terra tiveram com ela relações ilícitas; o comércio de todo o mundo tornou-se florescente só à custa do luxo faustoso que nela havia.”

Então ouvi outra voz do céu que dizia: “Sai dela, meu povo, para não tomares parte nos seus pecados e para não vires a ser castigado juntamente com ela com as mesmas pragas. Porque os seus pecados se têm acumulado até ao céu. Deus está pronto a julgá-la pelos seus crimes. Tratem-na como ela vos tratou, e que o seu castigo seja duplicado em relação àquilo que merecem os seus pecados. Na taça em que vos fez beber maldade e desgraça, que ela seja obrigada agora a beber do mesmo duas vezes mais. Viveu na glória e no soberba; que agora saiba, na mesma medida, o que é o sofrimento e a tristeza. Gaba-se dizendo: ‘Sou rainha no meu trono! Não sou como qualquer viúva desamparada e nem sequer saberei o que é o luto!’ Pois por isso mesmo é que num só dia tudo lhe cairá em cima: a tristeza da morte, o choro, a fome; será destruída pelo fogo e reduzida a cinzas. Porque é poderoso o Senhor Deus que a julga.”

E os governantes deste mundo que se juntaram a ela nas suas imoralidades sexuais hão de lamentá-la, quando virem que dela só fica o fumo que sobe das suas cinzas. 10 Hão de colocar-se de longe, com medo daquele grande tormento, e lamentar: “Ai da Babilónia, aquela poderosa cidade! Um momento só bastou para que fosse executada a sua condenação!”

11 Os comerciantes da Terra choram e lamentam-se por causa dela, pois desapareceu aquele grande mercado. 12 Ela lhes comprava grandes quantidades de ouro, prata, joias com pedras preciosas e pérolas, rico vestuário de linho fino e sedas de púrpura e escarlate; belas peças de imensas variedades de madeira perfumada e de marfim; e tudo o que poderia fabricar-se, como utensílios ou objetos de ornamentação, nas madeiras mais preciosas e em bronze, ferro e mármore; 13 e ainda requintadas especiarias e temperos, produtos de beleza, perfumes, óleos e cremes; assim como vinhos, azeite, finas farinhas e também gado variado, ovelhas e cavalos em abundância; carruagens e corpos e almas de homens!

14 “Todas as coisas finas e extravagantes de que tanto gostavas desapareceram!”, choravam eles. “O luxo e a vida faustosa nunca mais serão teus. Foram-se para sempre!”

15 Os comerciantes que tinham enriquecido com a venda de tudo aquilo ficarão à distância com medo daquele grande tormento, e chorando lamentarão: 16 “Que desgraça! Aquela grande cidade, tão bela como uma mulher vestida da púrpura mais fina e de fino linho escarlate, e com belas joias de ouro, pedras preciosas e pérolas! 17 Num momento, todas essas riquezas se foram!”

E todos os que navegam e trabalham no mar, comandantes e tripulações, hão de colocar-se de longe, 18 chorando enquanto contemplam o fumo a subir do incêndio, dizendo: “Que cidade haveria, no mundo inteiro, semelhante a esta?” 19 E na sua tristeza e desespero lançarão pó sobre as suas cabeças e lamentarão: “Ai daquela enorme cidade! A sua prosperidade tinha-nos enriquecido a todos nós que dependíamos do comércio dos mares e agora, num só momento, desapareceu!”

20 Mas tu, ó céu, e vocês, todos os santos, seus apóstolos e profetas, alegrem-se porque, ao condená-la, Deus fez-nos justiça e vingou-vos.

21 E um anjo, de aspeto muito vigoroso, pegou numa pedra do tamanho de uma grande mó, lançou-a ao mar e disse: “É assim que é lançada fora a Babilónia, essa grande cidade, de tal forma que nem sequer deixará vestígios! 22 Nunca mais ali se ouvirá o som de música, nem harpas, cânticos, flautas ou trombetas. Também se deixarão ali de ver, para sempre, operários seja de que atividade for. Nunca mais se moerá farinha; 23 nunca mais se acenderá uma luz; nunca mais ali se verá a alegria de um casamento e a felicidade de um casal de noivos! Os teus comerciantes tinham-se tornado grandes senhores da terra. E todas as nações se deixaram enfeitiçar pelos teus atrativos. 24 Foi também ali que correu o sangue dos profetas, dos santos e de todos os que foram assassinados na Terra!”

A queda de Babilônia: Lamentações sobre a terra

18 E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível! Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.

E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. Porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela. Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro. Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as suas pragas: a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo, porque é forte o Senhor Deus, que a julga.

E os reis da terra, que se prostituíram com ela e viveram em delícias, a chorarão e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio. 10 Estarão de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo. 11 E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra as suas mercadorias: 12 mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todo vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; 13 e cinamomo, e cardamomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e de almas de homens. 14 E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti, e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás. 15 Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando, 16 e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas. 17 E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe. 18 E, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? 19 E lançaram pó sobre a cabeça e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! Porque numa hora foi assolada. 20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas, porque Deus julgou a vossa causa quanto a ela.

21 E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada. 22 E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, e de músicos, e de flauteiros, e de trombeteiros, e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e ruído de mó em ti se não ouvirá mais; 23 e luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. 24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.