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Moisés faz sair água do rochedo

(Êx 17.1-7)

20 O povo de Israel chegou ao deserto de Zim no primeiro mês do ano e acampou em Cades. E aconteceu que Miriam morreu e foi ali sepultada.

Ora não havia água bastante para beberem naquele lugar, por isso o povo novamente se rebelou contra Moisés e Aarão, juntando-se em protesto. “Teria valido muito mais que tivéssemos perecido com os nossos irmãos castigados pelo Senhor!”, gritaram eles para Moisés. “Trouxeram-nos deliberadamente para este deserto para se verem livres de nós e do nosso gado. Por que razão nos tiraram do Egito e fizeram vir para este sítio horrível? Onde está essa tal terra tão fértil, de frutos maravilhosos, com aqueles figos, vinhas e romãs de que nos falaram? Aqui nem sequer há água bastante para matarmos a sede!”

Moisés e Aarão afastaram-se e foram até à entrada da tenda do encontro, onde se inclinaram até ao chão. A glória do Senhor apareceu-lhes, e disse a Moisés: “Vai buscar a vara. Convoquem os dois o povo e à vista deles falem à rocha que ali está e digam-lhe para deixar jorrar água. Eles beberão água dessa rocha que será suficiente para os saciar a eles e ao gado!”

Moisés obedeceu. Foi buscar a vara ao lugar, onde estava guardada na presença do Senhor. 10 Depois convocaram o povo e juntaram-no perto da rocha, dizendo: “Ouçam, vocês, rebeldes! Iremos tirar água desta rocha?”

11 Moisés levantou depois a vara e bateu duas vezes na rocha, tendo a água imediatamente jorrado. O povo e o gado puderam beber à vontade.

12 Mas o Senhor disse a Moisés e a Aarão: “Visto que não creram em mim e não me santificaram aos olhos do povo de Israel, não serão vocês a introduzi-los na terra que lhes prometi!”

13 Este lugar passou a chamar-se Meribá (contenda), porque o povo de Israel contendeu com o Senhor que lhes mostrou ser santo.

O rei de Edom nega passagem aos israelitas

14 Enquanto se encontrava em Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom com esta declaração:

“Somos descendentes do teu irmão Israel. Sabes já a nossa atribulada história. 15 Os nossos antepassados desceram para o Egito e lá ficaram muito tempo, onde os egípcios os maltrataram. 16 No entanto, quando clamámos ao Senhor, ele ouviu-nos e mandou o seu anjo que nos tirou do Egito; agora estamos aqui em Cades, acampados perto das fronteiras da tua terra. 17 Pedimos-te, por isso, que nos deixes atravessar o teu país. Seremos cuidadosos; não pisaremos terra cultivada, nem iremos pelas vinhas; nem sequer pretendemos beber a água das tuas fontes. Limitar-nos-emos ao caminho principal e não o deixaremos até que tenhamos atravessado a fronteira do outro lado.”

18 Contudo, a resposta do rei de Edom foi:

“Não autorizo! Se tentarem entrar na minha terra irei ao vosso encontro com o meu exército!”

19 Os embaixadores de Israel protestaram:

“Mas senhor, nós apenas pretendemos passar pela entrada principal e nem da água dos poços queremos beber, a não ser pagando aquilo que nos pedirem. Só queremos passar para o outro lado da fronteira.”

20 Mas o rei foi intransigente.

“Mantenham-se afastados!”

E fazendo mobilizar o exército, deslocou para a fronteira uma grande força militar. 21 Por causa dessa recusa de Edom em deixar Israel passar pela sua terra, 22 foram obrigados a voltar para trás, indo de Cades até ao monte Hor.

A morte de Aarão

23 Então o Senhor disse a Moisés e a Aarão, perto ainda da terra de Edom: 24 “Chegou o tempo de Aarão morrer, pois não deverá entrar na terra que dei ao povo de Israel, em consequência de os dois terem alterado as minhas ordens quanto à água em Meribá. 25 Tu, Moisés, levarás Aarão e o seu filho Eleazar até ao cimo do monte Hor; 26 ali tirarás as vestes sacerdotais a Aarão e as vestirás a Eleazar, o seu filho. Aarão será recolhido e ali morrerá.”

27 Moisés fez conforme o Senhor lhe ordenara. Os três subiram juntos ao monte Hor, à vista de toda a gente. 28 Quando chegaram ao cimo, Moisés tirou as vestes sagradas a Aarão, vestiu-as a Eleazar, seu filho, e Aarão morreu sobre o monte. 29 Moisés e Eleazar regressaram. O povo, ao ser informado da morte de Aarão, chorou-o por trinta dias.

Vitória sobre os cananeus

21 Quando o rei cananeu de Arade, que habitava no Negueve, ouviu que os Israelitas se estavam a aproximar e que vinham pelo caminho de Atarim, mobilizou as suas forças militares e atacou Israel, fazendo alguns prisioneiros. Então o povo prometeu ao Senhor que, se ele os ajudasse a vencer o rei de Arade e o seu povo, haveriam de aniquilar completamente todas as cidades daquela área. O Senhor atendeu ao seu pedido; os cananeus foram completamente derrotados e as suas cidades destruídas. O nome daquela região ficou a ser Horma (destruição).

A serpente de bronze

O povo de Israel voltou para o monte Hor e dali continuou para o sul, pelo caminho do mar Vermelho, para contornar a terra de Edom. O povo estava muito desencorajado, e começaram a lamentar-se contra Deus e a murmurar contra Moisés: “Porque é que nos tiraram do Egito para virmos morrer neste deserto? Não há nada para comer aqui, nada para beber, e já aborrecemos este insípido maná!”

Então o Senhor mandou serpentes venenosas para os castigar; muitos foram mordidos e morreram.

O povo chegou-se a Moisés e exclamou: “Pecámos, porque falámos contra o Senhor e contra ti. Ora ao Senhor para que afaste estas serpentes.” Moisés orou pelo povo.

O Senhor disse-lhe: “Faz uma imitação em bronze, de uma dessas serpentes, e põe-na no alto duma vara; quem quer que tenha sido mordido ficará vivo, se simplesmente olhar para ela!”

Moisés assim fez, e todos os que eram mordidos pelas serpentes e olhavam para a serpente de bronze, salvavam-se.

A jornada para Moabe

10 Israel deslocou-se a seguir para Obote e acampou ali. 11 Depois continuaram para Ié-Abarim, no deserto, a curta distância de Moabe, do lado nascente. 12 Dali foram para o vale do ribeiro de Zerede e acamparam. 13 Em seguida, mudaram-se para a outra banda do rio Arnom, que faz a fronteira entre os moabitas e os amorreus. 14 Este facto está mencionado no Livro das Guerras do Senhor:

“Vaeb em Sufá, e os afluentes,
o vale do rio Arnom 15 e a margem dos seus afluentes
que se estendem para os lados de Ar
e chegam até à fronteira de Moabe.”

16 A deslocação seguinte foi para Beer. Este é o poço onde o Senhor disse a Moisés. “Convoca o povo e dar-lhe-ei água.”

17 Esse acontecimento está descrito nesta canção que o povo canta:

“Jorra, ó poço!
Cantem a canção da água!
18 Este é o poço que abriram os chefes.
Foi escavado pelos nobres,
pelos legisladores com as suas varas.”

Depois deixaram o deserto e continuaram para Mataná; 19 daí para Naaliel e em seguida para Bamote. 20 Daqui foram para o vale do planalto de Moabe, sobranceiro ao deserto, donde se avista à distância o monte Pisga.

A derrota dos reis Siom e Ogue

(Dt 2.24–3.11)

21 Israel mandou daí embaixadores a Siom, rei dos amorreus:

22 “Deixa que nos desloquemos através da tua terra. Não nos desviaremos do caminho principal até que tenhamos atingido a fronteira oposta. Não pisaremos os teus campos, nem tocaremos nas tuas vinhas, nem sequer da tua água provaremos.”

23 Mas o rei Siom recusou. Mandou mesmo mobilizar o seu exército, veio ao encontro de Israel no deserto e atacou-o em Jaaz. 24 Israel derrotou-os passando-os ao fio da espada, ocupando-lhes as terras, desde o rio Arnom até ao rio Jaboque, mesmo até às fronteiras dos amonitas; pararam aí, porque a fronteira era fortificada. 25 Foi assim que Israel capturou todas as cidades dos amorreus e viveu nelas, incluindo a cidade de Hesbom 26 que tinha sido a capital do rei Siom. Derrotou um anterior rei moabita e apropriou-se de todo o seu território até ao rio Arnom.

27 Os antigos poetas referiram-se ao rei Siom neste poema:

“Venham até Hesbom, capital do rei Siom,
Reedifiquem-na e estabeleçam-na de novo.

28 Porque fogo saiu dali
e devorou a cidade de Ar, de Moabe,
e destruiu os governantes das altura de Arnom.
29 Ai de ti, Moabe!
Estás perdido, povo de Quemós.
Os seus filhos fugiram
e as suas filhas foram capturadas pelo rei Siom dos amorreus.

30 Nós os derrotámos completamente;
Hesbom ficou destruída até Dibom;
nós os devastámos até Nofá e até Medeba.”

31 Enquanto Israel esteve a viver na terra dos amorreus, 32 Moisés enviou espias para observar a área de Jazer e conquistaram todas as cidades, expulsando os amorreus. 33 Depois disso, voltaram a atenção contra a cidade de Basã. Mas o rei Ogue, dessa cidade, mais o seu exército, saiu contra eles em Edrei.

34 O Senhor disse a Moisés para não os temer, porque lhes garantia antecipadamente a vitória sobre esses inimigos: “Acontecerá ao rei Ogue o mesmo que se deu com Siom, rei dos amorreus, em Hesbom.” 35 E foi precisamente assim, de maneira que não ficou vivo um só dos inimigos. E Israel ocupou aquela terra.

Balaque chama Balaão

22 O povo de Israel passou depois pelas planícies de Moabe e veio acampar a oriente do rio Jordão, em frente de Jericó. Quando o rei Balaque de Moabe, filho de Zípor, soube o que tinham feito aos amorreus, e verificou como eram numerosos, ele e o seu povo ficaram aterrorizados. E foram consultar apressadamente os anciãos de Midiã. “Esta multidão vai tragar-nos tal como os bois comem a erva!”, exclamavam.

O rei Balaque, filho de Zípor, enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, que vivia na sua terra natal, em Petor, perto do rio Eufrates, para lhe pedir que viesse ajudá-lo.

“É uma gente que chegou do Egito. Cobrem toda a face da terra e estabeleceram-se perto de mim. O rei pede-te que venhas e que os amaldiçoes por nós, para que os vejamos desviarem-se da terra; porque sabemos bem como caem bênçãos sobre aqueles que tu abençoas, e também sabemos que aqueles que amaldiçoas são amaldiçoados.”

Os mensageiros eram alguns dos anciãos de Moabe e de Midiã; tinham ido ter com Balaão com dinheiro na mão, explicando-lhe o que Balaque pretendia.

“Passem aqui a noite”, disse Balaão. “Pela manhã vos direi aquilo que o Senhor me mandar responder-vos.” E assim fizeram.

Naquela noite Deus veio até Balaão e perguntou-lhe: “Quem são estes homens?”

10 “Vieram da parte do rei Balaque, de Moabe”, respondeu. 11 “O rei diz que um vasto bando de povo do Egito se chegou até junto da sua fronteira, e agora quer que eu vá e os amaldiçoe, na esperança de poder travar batalha com aquela gente e expulsá-los.”

12 “Tu não farás isso”, disse-lhe Deus. “Não irás amaldiçoá-los porque sou eu quem os abençoa.”

13 Na manhã seguinte Balaão disse-lhes: “Podem regressar. O Senhor não me deixa ir.”

14 Os delegados do rei Balaque retornaram e comunicaram o recado que traziam. 15 Mas Balaque tentou novamente. Desta vez mandou um número maior de embaixadores, todos de mais alta categoria social do que o primeiro grupo. 16 Vieram até Balaão com esta mensagem:

“O rei Balaque, filho de Zípor, pede-te que venhas. 17 Promete-te grandes honras e ainda todo o dinheiro que quiseres pedir-lhe. É só dizeres quanto queres! A questão é que venhas e amaldiçoes esta gente.”

18 Mas Balaão retorquiu-lhes: “Nem mesmo que me desse um palácio cheio de prata e ouro eu poderia alguma coisa contra o mandamento do Senhor, meu Deus. 19 Contudo, fiquem aqui esta noite, para que possa saber se o Senhor acrescentará alguma coisa àquilo que já me disse antes.”

20 Nessa noite, Deus falou a Balaão: “Levanta-te e vai com eles, mas tem cuidado em dizer unicamente o que eu te mandar.”

A jumenta de Balaão

21 Dessa forma, na manhã seguinte, albardou a sua jumenta e partiu com os chefes de Moab. 22 Mas Deus estava zangado com Balaão; por isso, mandou o anjo do Senhor para se pôr no seu caminho e matá-lo. Enquanto Balaão e os dois criados seguiam cavalgando pela estrada, 23 a jumenta de Balaão viu o anjo do Senhor em pé no caminho, com a espada desembainhada, e saiu pelo campo. Balaão bateu-lhe e trouxe-a de novo para o caminho.

24 Mas o anjo do Senhor pôs-se mais adiante num sítio onde se passava entre as paredes de duas vinhas. 25 Quando a jumenta o viu de novo ali procurou passar muito rente a um dos muros, apertando de tal maneira o pé de Balaão que ele tornou a bater-lhe.

26 Ora o anjo do Senhor foi pôr-se ainda mais à frente num lugar tão estreito que a jumenta ali não podia passar mesmo. 27 Por isso, baixou-se e ali ficou. Balaão ficou furioso e espancou-a com o bordão.

28 Então o Senhor fez com que a jumenta falasse e dissesse: “O que é que te fiz para que me espanques já por três vezes?”

29 “Porque tens estado a brincar comigo!” gritou-lhe Balaão. “Só queria ter aqui uma espada, que te matava já.”

30 Porém, a jumenta disse a Balaão: “Eu sou a tua jumenta, que tens montado sempre, até hoje. Alguma vez fiz isto contigo anteriormente?”, perguntou a jumenta.

“Não!”, admitiu ele.

31 Então o Senhor deixou que os olhos se lhe abrissem e viu o anjo do Senhor no meio do caminho com a espada desembainhada; logo se inclinou até ao chão perante ele.

32 “Porque é que por três vezes bateste na tua jumenta?”, perguntou-lhe o anjo do Senhor. “Eu vim aqui para te deter, porque o teu caminho é perverso diante de mim. 33 A jumenta por três vezes me viu e procurou desviar-se; se assim não tivesse sido, certamente te teria morto e ela teria sido poupada.”

34 Então Balaão confessou: “Pequei. Não me dei conta que estavas aí. Se não queres que vá, volto agora mesmo para casa.”

35 Mas o anjo do Senhor disse-lhe: “Não, vai então com esses homens, mas dirás apenas o que eu te disser.” Assim, Balaão continuou o caminho com os outros.

Balaque e Balaão

36 Quando o rei Balaque ouviu que Balaão vinha a caminho, deixou a capital e saiu a encontrar-se com ele junto ao rio Arnom na fronteira da sua terra. 37 “Porque demoraste tanto em vir?”, perguntou-lhe o rei. “Não acreditaste em mim quando te prometi grandes honrarias?”

38 Balaão respondeu-lhe: “Eu vim, sim, mas não tenho poder para dizer senão exclusivamente o que Deus me mandar proferir. Só isso falarei.”

39 Balaão acompanhou o rei até Quiriate-Huzote, 40 onde este sacrificou bois e cordeiros, tendo dado também animais para Balaão e os embaixadores sacrificarem, por sua vez. 41 Na manhã seguinte Balaque levou Balaão até ao cimo do monte Bamote-Baal, do qual se podia ver parte do povo de Israel espalhado lá em baixo.

A morte de Miriã

20 Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã morreu ali e ali foi sepultada.

E não havia água para a congregação; então, se congregaram contra Moisés e contra Arão. E o povo contendeu com Moisés, e falaram, dizendo: Antes tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor! E por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? Lugar não de semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber. Então, Moisés e Arão se foram de diante da congregação, à porta da tenda da congregação e se lançaram sobre o seu rosto; e a glória do Senhor lhes apareceu.

Moisés fere a rocha, e as águas saem

E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Toma a vara e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e aos seus animais. Então, Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado.

10 E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes: porventura, tiraremos água desta rocha para vós? 11 Então, Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. 12 E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado. 13 Estas são as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o Senhor; e o Senhor se santificou neles.

Moisés solicita passagem pelo Edom

14 Depois, Moisés desde Cades mandou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel: Sabes todo o trabalho que nos sobreveio; 15 como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muitos dias; e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais; 16 e clamamos ao Senhor, e ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus termos. 17 Deixa-nos, pois, passar pela tua terra; não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus termos. 18 Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que, porventura, eu não saia à espada ao teu encontro. 19 Então, os filhos de Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho igualado, e, se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, darei o preço delas; sem fazer alguma outra coisa, deixa-me somente passar a pé. 20 Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro com muita gente e com mão forte. 21 Assim, recusou Edom deixar passar a Israel pelo seu termo; pelo que Israel se desviou dele.

A morte de Arão

22 Então, partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, vieram ao monte Hor. 23 E falou o Senhor a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo: 24 Arão recolhido será a seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes à minha palavra, nas águas de Meribá. 25 Toma a Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor. 26 E despe a Arão as suas vestes e veste-as a Eleazar, seu filho, porque Arão será recolhido e morrerá ali. 27 Fez, pois, Moisés como o Senhor lhe ordenara; porque subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a congregação. 28 E Moisés despiu a Arão as vestes e as vestiu a Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte; e desceram Moisés e Eleazar do monte. 29 Vendo, pois, toda a congregação que Arão era morto, choraram a Arão trinta dias, isto é, toda a casa de Israel.

Os israelitas destroem os cananeus

21 Ouvindo o cananeu, o rei de Arade, que habitava para a banda do sul, que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel e dele levou alguns deles por prisioneiros. Então, Israel fez um voto ao Senhor, dizendo: Se totalmente entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as suas cidades. O Senhor, pois, ouviu a voz de Israel e entregou os cananeus, que foram destruídos totalmente, eles e as suas cidades; e o nome daquele lugar chamou Horma.

As serpentes ardentes e a serpente de metal

Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo angustiou-se neste caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morrêssemos neste deserto? Pois, aqui, nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então, o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. Pelo que o povo veio a Moisés e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo.

Jornadas dos israelitas

10 Então, os filhos de Israel partiram e alojaram-se em Obote. 11 Depois, partiram de Obote e alojaram-se nos outeiros de Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, ao nascente do sol. 12 Dali, partiram e alojaram-se junto ao ribeiro de Zerede. 13 E, dali, partiram e alojaram-se desta banda de Arnom, que está no deserto e sai dos termos dos amorreus; porque Arnom é o termo de Moabe, entre Moabe e os amorreus. 14 Pelo que se diz no livro das Guerras do Senhor: Contra Vaebe em Sufa, e contra os ribeiros de Arnom, 15 e contra a corrente dos ribeiros que se volve para a situação de Ar e se encosta aos termos de Moabe.

16 E, dali, partiram para Beer; este é o poço do qual o Senhor disse a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água 17 (Então, Israel cantou este cântico: Sobe, poço, e vós, cantai dele: 18 Tu, poço, que cavaram os príncipes, que escavaram os nobres do povo e o legislador com os seus bordões.). E, do deserto, partiram para Matana; 19 e, de Matana, para Naaliel; e, de Naaliel, para Bamote. 20 E, de Bamote, partiram para o vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, à vista do deserto.

Os israelitas ferem os reis de Moabe e de Basã

21 Então, Israel mandou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, dizendo: 22 Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas, e as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que passemos os teus termos. 23 Porém Seom não deixou passar a Israel pelos seus termos; antes, Seom congregou todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veio a Jaza, e pelejou contra Israel. 24 Mas Israel o feriu a fio de espada e tomou a sua terra em possessão, desde Arnom até Jaboque, até aos filhos de Amom; porquanto o termo dos filhos de Amom era firme. 25 Assim, Israel tomou todas estas cidades; e Israel habitou em todas as cidades dos amorreus, em Hesbom e em todas as suas aldeias. 26 Porque Hesbom era cidade de Seom, rei dos amorreus, que tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas e tinha tomado da sua mão toda a sua terra até Arnom. 27 Pelo que dizem os que falam em provérbios: Vinde a Hesbom; edifique-se e fortifique-se a cidade de Seom. 28 Porque fogo saiu de Hesbom, e uma chama, da cidade de Seom; e consumiu a Ar dos moabitas e aos senhores dos altos de Arnom. 29 Ai de ti, Moabe! Perdido és, povo de Quemos! Entregou seus filhos, que iam fugindo, e suas filhas, como cativas a Seom, rei dos amorreus. 30 E nós os derribamos; Hesbom perdida é até Dibom, e os assolamos até Nofa, que se estende até Medeba.

31 Assim, Israel habitou na terra dos amorreus. 32 Depois, mandou Moisés espiar a Jazer, e tomaram as suas aldeias e daquela possessão lançaram os amorreus que estavam ali. 33 Então, viraram-se e subiram o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, saiu contra eles, e todo o seu povo, à peleja em Edrei. 34 E disse o Senhor a Moisés: Não o temas, porque eu to tenho dado na tua mão, a ele, e a todo o seu povo, e a sua terra, e far-lhe-ás como fizeste a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom. 35 E de tal maneira o feriram, a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo, que nenhum deles escapou; e tomaram a sua terra em possessão.

Balaque e Balaão

22 Depois, partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe, desta banda do Jordão, de Jericó. Viu, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus. E Moabe temeu muito diante deste povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel. Pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo, Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas. Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra e parado está defronte de mim. Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; para ver se o poderei ferir e o lançarei fora da terra; porque eu sei que a quem tu abençoares será abençoado e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.

Então, foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas mãos; e chegaram a Balaão e lhe disseram as palavras de Balaque. E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar; então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão. E veio Deus a Balaão e disse: Quem são estes homens que estão contigo? 10 E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, dizendo: 11 Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; porventura, poderei pelejar contra ele e o lançarei fora. 12 Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é. 13 Então, Balaão levantou-se pela manhã e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco. 14 E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir conosco.

15 Porém Balaque prosseguiu ainda em enviar mais príncipes e mais honrados do que aqueles, 16 os quais vieram a Balaão e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, 17 porque grandemente te honrarei e farei tudo o que me disseres; vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo. 18 Então, Balaão respondeu e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do Senhor, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande; 19 agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá mais. 20 Veio, pois, o Senhor a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser.

21 Então, Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi-se com os príncipes de Moabe. 22 E a ira de Deus acendeu-se, porque ele se ia; e o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus moços com ele. 23 Viu, pois, a jumenta o Anjo do Senhor que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho e foi-se pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. 24 Mas o Anjo do Senhor pôs-se numa vereda de vinhas, havendo uma parede desta banda e uma parede da outra. 25 Vendo, pois, a jumenta o Anjo do Senhor, apertou-se contra a parede e apertou contra a parede o pé de Balaão; pelo que tornou a espancá-la. 26 Então, o Anjo do Senhor passou mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 27 E, vendo a jumenta o Anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão. 28 Então, o Senhor abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? 29 E Balaão disse à jumenta: Porque zombaste de mim; tomara que tivera eu uma espada na mão, porque agora te mataria. 30 E a jumenta disse a Balaão: Porventura, não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu fui tua até hoje? Costumei eu alguma vez fazer assim contigo? E ele respondeu: Não.

31 Então, o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o Anjo do Senhor, que estava no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça e prostrou-se sobre a sua face. 32 Então, o Anjo do Senhor lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; 33 porém a jumenta me viu e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela se não desviara de diante de mim, na verdade que eu agora te mataria e a ela deixaria com vida. 34 Então, Balaão disse ao Anjo do Senhor: Pequei, que não soube que estavas neste caminho para te opores a mim; e, agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei. 35 E disse o Anjo do Senhor a Balaão: Vai-te com estes homens, mas somente a palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim, Balaão foi-se com os príncipes de Balaque.

36 Ouvindo, pois, Balaque que Balaão vinha, saiu-lhe ao encontro até à cidade de Moabe, que está no termo de Arnom, na extremidade do termo dele. 37 E Balaque disse a Balaão: Porventura, não enviei diligentemente a chamar-te? Por que não vieste a mim? Não posso eu na verdade honrar-te? 38 Então, Balaão disse a Balaque: Eis que eu tenho vindo a ti; porventura, poderei eu agora de alguma forma falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, esta falarei. 39 E Balaão foi com Balaque, e vieram a Quiriate-Huzote. 40 Então, Balaque matou bois e ovelhas; e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com ele. 41 E sucedeu que, pela manhã, Balaque tomou a Balaão e o fez subir aos altos de Baal. E viu Balaão dali a última parte do povo.

O que contamina o ser humano

(Mt 15.1-20)

Um dia, chegaram de Jerusalém uns fariseus e especialistas na Lei para falarem com Jesus. E notaram que alguns dos seus discípulos comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavarem. (Porque os judeus, sobretudo os que são fariseus, nunca comem sem lavar ritualmente as mãos, conforme o exigem as antigas tradições[a]. E quando voltam da rua para casa, devem sempre lavar-se deste modo antes de tocar em qualquer comida. Este é apenas um entre os muitos exemplos das leis a que se agarraram, tais como o ritual de purificação de vasilhas, panelas e pratos.) Os fariseus e especialistas na Lei perguntaram-lhe: “Porque não seguem os teus discípulos os costumes dos antigos e comem com as mãos impuras?”

Jesus respondeu: “Fingidos! Bem falou Isaías, o profeta, a vosso respeito:

‘Este povo honra-me de mim com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim.
Os seus atos de adoração são vazios,
porque ensinam doutrinas criadas por homens.’[b]

Isaías bem tinha razão! Porque vocês desprezam as ordens expressas de Deus para porem no seu lugar as vossas próprias tradições. Rejeitam os mandamentos bem claros de Deus para manter as vossas próprias tradições.

10 Por exemplo: Moisés ordenou-vos da parte de Deus: ‘Honra o teu pai e a tua mãe’,[c] acrescentando que ‘todo aquele que falar contra o pai ou a mãe deverá ser morto.’[d] 11-12 Mas vocês dizem: ‘Mesmo que os teus pais estejam a passar mal, podes dar a Deus o dinheiro que seria para o sustento deles.’ 13 Assim ofendem a Lei divina para defender as vossas tradições criadas por homens. E isto é só um exemplo, porque há muitos mais.”

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Footnotes

  1. 7.3 Esta exigência, estabelecida por tradições religiosas ancestrais, não se deve a questões de higiene, mas de ritual.
  2. 7.7 Is 29.13.
  3. 7.10 Êx 20.12; Dt 5.16.
  4. 7.10 Êx 21.17; Lv 20.9.

A tradição dos anciãos(A)

E reuniram-se em volta dele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; e, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal, e as camas. Depois, perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem com as mãos por lavar? E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. 10 Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte. 11 Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, 12 nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13 invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.

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