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O furor do Senhor contra Nínive

Esta é a mensagem que Deus deu a Naum, que vivia em Elcos, respeitante à condenação de Nínive. O Senhor Deus é muito zeloso em relação àqueles que ama. Por isso, o Senhor recompensa severamente aqueles que os ferem e destrói com firmeza os seus inimigos. O Senhor é lento em irar-se, mas quando a sua ira se acende, o seu poder é enorme e não perdoa o culpado. Revela o seu poder nos terrores dum ciclone, na fúria duma tempestade. As nuvens são o pó que os seus pés pisam. A uma ordem sua, os mares e os rios ficam secos, as luxuriantes pastagens de Basã e do Carmelo ficam amarelentas e sem viço, e as verdes florestas do Líbano murcham. Na sua presença as montanhas tremem e as colinas derretem-se; a Terra é abalada e todos os que nela habitam.

Quem poderá manter-se perante a ira de Deus? A sua ira é semelhante ao fogo; as cordilheiras desfazem-se perante o seu poder.

O Senhor é bom! Quando vem a angústia, ele é o lugar seguro; conhece bem todos os que nele confiam. No entanto, varre para longe os seus inimigos, como uma enxurrada; persegue-os durante toda a noite.

Que ideia é a tua, ó Nínive, desafiares o Senhor? Só com o seu sopro poderá deter-vos; nem precisa de fazê-lo duas vezes! 10 Sacode os seus inimigos para dentro da fornalha como se fosse um monte de espinheiros; ardem nas chamas como palha. 11 Foi de ti, ó Nínive, que saiu aquele com intenções perversas que procura o mal contra o Senhor.

12 “Ainda que levante um exército de milhões, declara o Senhor, acabará por desaparecer. Ó meu povo, já te castiguei o suficiente! 13 Agora, quebrarei as tuas cadeias e libertar-te-ei do jugo da escravidão a que te sujeitaram os assírios.”

14 E quanto a ti, Nínive, declara o Senhor: “Já ordenei o fim da tua dinastia. Os teus filhos não se sentarão mais no teu trono. Destruirei os teus deuses e os templos e farei com que desças ao túmulo, porque o teu pecado é do mais vil que há!”

15 Vejam, os mensageiros estão a chegar, descendo das montanhas, com alegres notícias! Os invasores foram escorraçados, já podemos estar seguros! Ó Judá, proclama um dia de ação de graças e adora só o Senhor, como prometeste solenemente, porque este inimigo, vindo de Nínive, nunca mais voltará. Será banido para sempre, nunca mais será visto!

O fim de Nínive

Nínive, chegou o teu fim! Estás já rodeado pelos exércitos inimigos! Soa o alarme! Fortalece as muralhas! Reforça as defesas e mantém uma vigilância apertada sobre todos os movimentos das forças inimigas que se preparam para o ataque. O Senhor restaurará a glória dos descendentes de Jacob, do povo de Israel, que os inimigos saquearam e deixaram como uma videira sem os seus ramos.

Os escudos dos seus valentes guerreiros ficarão vermelhos. O ataque começa. Reparem nos seus uniformes escarlates! Vejam os seus carros cintilantes, avançando lado a lado, puxados por fogosos cavalos! Os teus próprios carros correm velozmente pelas ruas e praças da cidade, chispando faíscas e raios como tochas.

O rei grita pelos seus oficiais que tropeçam na corrida em direção às muralhas, para reforçar as defesas. Mas é demasiado tarde! As portas do rio estão abertas! O inimigo já entrou e todo o palácio é destruído.

A rainha de Nínive é trazida para as ruas, despida e levada como escrava, com as suas aias chorando atrás. Ouçam-na lamentando-se, gemendo como pombas, batendo no peito! Nínive é como um tanque esvaziando água. Os seus soldados fogem, abandonando-a; a cidade não pode retê-los. “Parem! Parem!”, gritam-lhes. Mas eles correm ainda mais.

Saqueiem a prata! Saqueiem o ouro! Os tesouros parecem não ter fim! A sua vasta, imensa riqueza é toda levada. 10 Em breve a cidade torna-se escombros. Os corações derretem-se de medo. Tremem os joelhos. O povo fica desfalecido, pálido, cambaleante.

11 Onde está agora essa grande Nínive, o leão das nações, cheia de combatividade e de ousadia, onde até mesmo os velhos e os fracos, tal como os jovens e os meninos, viviam em segurança? 12 Ó Nínive, sim, eras como um leão! Esmagavas os inimigos para dares de comer aos teus filhos e às tuas mulheres; enchias a cidade e as casas com mercadorias e com escravos.

13 “Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos. Queimarei os teus carros de combate. Os teus combatentes serão passados à espada. Arrancarei da terra a tua presa e não mais se ouvirá a voz dos teus mensageiros.”

Ai de Nínive

Ai de ti, Nínive, a cidade de sangue, onde impera a mentira, onde se pratica incessantemente a rapina! Ouve! Escuta o estrépito dos açoites, o estrondo dos carros de guerra correndo na tua direção, o barulho ensurdecedor das rodas no empedrado das ruas e os cascos dos cavalos a galope, atropelando a multidão! Os cavaleiros desembainham as espadas que flamejam à luz do Sol; erguem agressivamente as lanças reluzentes! Amontoam-se os mortos no meio das ruas; cadáveres desmembrados, pedaços de corpo humano é só o que se vê. Os vivos tropeçam neles, tentam levantar-se, tornam a cair mais adiante.

Tudo isso porque Nínive escravizou nações com a sua prostituição. Como uma vistosa meretriz, mestra em feitiçarias, enfeitiçou os outros povos com a sua beleza e ensinou-lhes o culto da idolatria; vendeu nações a eito.

“Não é pois de admirar que esteja contra ti, diz o Senhor dos exércitos. Agora todo o mundo verá a tua nudez e a tua vergonha. Cobrir-te-ei de imundície e mostrarei a toda a gente como és realmente vil. Todos os que te virem se afastarão com horror e dirão: ‘Que ruína, a desta grande cidade!’ Mas ninguém terá compaixão de ti!”

Serias tu melhor do que Tebes, à beira do Nilo, protegida pelas águas por todos os lados? Cuche assim como o Egito eram seus poderosos aliados e podia reclamar incondicionalmente a ajuda deles; o mesmo acontecia com Pute e com a Líbia. 10 Mas Tebes acabou por cair e a sua população foi escravizada; os meninos foram esmagados contra as pedras das ruas. Os soldados tiravam à sorte para saberem quem ficava com os oficiais derrotados como servos. Todos os seus líderes ficaram cativos. 11 Nínive também cambaleará como um bêbedo e irá esconder-se de terror.

12 Todas as tuas fortificações serão devoradas como se se tratassem de figos temporãos caindo diretamente na boca de alguém que abana a figueira. 13 As tuas tropas ficarão tão fracas e desguarnecidas como mulheres. As portas da cidade abrir-se-ão de par em par ao inimigo; serão incendiadas e queimadas.

14 Apronta-te para o cerco! Reforça as defesas! Prepara pedras para reforçar as partes da muralha destruídas. Armazena água, faz barro, deita-o nos moldes, acende os fornos! 15 Contudo, no meio dessa preparação toda, o fogo apanhar-te-á e te devorará. A espada deitar-te-á abaixo. O inimigo consumir-te-á: serão como gafanhotos, devorando tudo o que veem na frente. Não há meio de fuga, ainda que se multipliquem os seus esforços. 16 Os teus mercadores eram tão numerosos como as estrelas do céu e enchiam a cidade de abundantes riquezas; mas outros caem-lhes em cima e tudo levam. 17 Os teus administradores amontoam-se como gafanhotos nas sebes ao vir o frio; mas todos eles acabarão por fugir e desaparecer como quando o Sol aquece a terra e faz os gafanhotos partirem.

18 Ó rei assírio, os teus governantes jazem mortos no pó da terra; o povo espalhou-se através dos montes. Não há pastor que torne a juntá-los. 19 Não há cura para a tua ferida; é demasiado profunda para ser tratada. Todos os que sabem do destino que levaste, até batem as palmas de contentamento, porque é difícil encontrar gente que não tenha sofrido com a tua crueldade!

A justiça e misericórdia de Deus. A destruição de seus inimigos e o livramento do seu povo

Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita.

O Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança; o Senhor toma vingança e é cheio de furor; o Senhor toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano se murcha. Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença, sim, o mundo e todos os que nele habitam. Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derribadas. O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. E com uma inundação transbordante acabará de uma vez com o seu lugar; e as trevas perseguirão os seus inimigos. Que pensais vós contra o Senhor? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia. 10 Porque, ainda que eles se entrelacem como os espinhos e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha seca.

11 De ti saiu um que pensa mal contra o Senhor, um conselheiro de Belial. 12 Assim diz o Senhor: Por mais seguros que estejam e por mais numerosos que sejam, ainda assim serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais.

13 Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços. 14 Contra ti, porém, o Senhor deu ordem, que mais ninguém do teu nome seja semeado; da casa do teu deus exterminarei as imagens de escultura e de fundição; ali farei o teu sepulcro, porque és vil.

15 Eis sobre os montes os pés do que traz boas-novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente exterminado.

O cerco e tomada de Nínive

O destruidor está já diante de ti; guarda tu a fortaleza, observa o caminho, esforça os lombos, fortalece muito o teu poder. Porque o Senhor trará outra vez a excelência de Jacó, como a excelência de Israel; porque os que despejam os despejaram e corromperam os seus sarmentos. Os escudos dos seus valentes estarão vermelhos, os homens valorosos, escarlates, os carros, como fogo de tochas no dia da sua preparação, e as lanças se sacudirão terrivelmente. Os carros se enfurecerão nas praças, chocar-se-ão pelas ruas; o seu parecer é como o de tochas, correrão como relâmpagos.

Este se lembrará das suas riquezas; eles, porém, tropeçarão na sua marcha, apresentar-se-ão no muro, quando o amparo for preparado. As portas do rio se abrirão, e o palácio se derreterá. E Huzabe está descoberta; será levada cativa, e as suas servas a acompanharão, gemendo como pombas, batendo em seu peito. Nínive, desde que existe, tem sido como um tanque de águas; elas, porém, fogem agora. Parai, parai, clamar-se-á; mas ninguém olhará para trás. Saqueai a prata, saqueai o ouro, porque não tem termo o provimento, abastança há de todo gênero de móveis apetecíveis. 10 Vazia, e esgotada, e devastada ficará; e derrete-se o coração, e tremem os joelhos, e em todos os lombos há dor; e os rostos de todos eles empalidecem.

11 Onde está, agora, o covil dos leões e as pastagens dos leõezinhos, onde passeava o leão velho e o filhote do leão, sem haver ninguém que os espantasse? 12 O leão arrebatava o que bastava para os seus filhotes, e estrangulava a presa para as suas leoas, e enchia de presas as suas cavernas e os seus covis, de rapina. 13 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e queimarei na fumaça os teus carros, e a espada devorará os teus leõezinhos, e arrancarei da terra a tua presa, e não se ouvirá mais a voz dos teus embaixadores.

Os delitos de Nínive. A sua ruína inevitável

Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo. Estrépito de açoite há, e o estrondo do ruído das rodas; e os cavalos atropelam, e carros vão saltando. O cavaleiro levanta a espada flamejante e a lança relampagueante, e haverá uma multidão de mortos e abundância de cadáveres, e não terão fim os defuntos; tropeçarão nos seus corpos, por causa da multidão dos pecados da mui graciosa meretriz, da mestra das feitiçarias, que vendeu os povos com os seus deleites e as gerações com as suas feitiçarias. Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e te descobrirei na tua face, e às nações mostrarei a tua nudez e aos reinos, a tua vergonha. E lançarei sobre ti coisas abomináveis, e te envergonharei, e pôr-te-ei como espetáculo. E há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? Donde buscarei consoladores para ti?

És tu melhor do que Nô-Amom, que está situada entre os rios, cercada de águas, tendo por esplanada o mar e ainda o mar, por muralha? Etiópia e Egito eram a sua força e esta não tinha fim; Pute e Líbia foram o teu socorro. 10 Todavia, ela foi levada, foi para o cativeiro; também os seus filhos foram despedaçados no topo de todas as ruas, e sobre os seus nobres lançaram sortes, e todos os seus grandes foram presos com grilhões.

11 Tu também, Nínive, serás embriagada e te esconderás; também buscarás força, por causa do inimigo. 12 Todas as tuas fortalezas serão como figueiras com figos temporãos; se se sacodem, caem na boca do que os há de comer. 13 Eis que o teu povo no meio de ti será como mulheres; as portas da tua terra estarão de todo abertas aos teus inimigos; o fogo consumirá os teus ferrolhos.

14 Tira águas para o cerco, fortifica as tuas fortalezas, entra no lodo, pisa o barro e repara o forno para os ladrilhos. 15 O fogo ali te consumirá, a espada te exterminará; consumir-te-á como a locusta; multiplica-te como a locusta, multiplica-te como os gafanhotos. 16 Multiplicaste os teus negociantes mais do que as estrelas do céu; a locusta se espalhará e voará. 17 Os teus coroados são como os gafanhotos, e os teus chefes, como os gafanhotos grandes, que se acampam nas sebes nos dias de frio; em subindo o sol, voam, e não se conhece o lugar onde estão.

18 Os teus pastores dormitarão, ó rei da Assíria; os teus ilustres deitar-se-ão, o teu povo se derramará pelos montes, sem que haja quem possa ajuntá-lo.

19 Não cura para a tua ferida; a tua chaga é dolorosa; todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua malícia?

Este livro trata da profecia de Naum de Elcós, a visão que teve da parte de Deus a respeito da cidade de Nínive[a].

O Senhor está furioso com Nínive

Naum diz: “O SENHOR é Deus ciumento e vingativo.
    O SENHOR é vingativo,
    pois não há ira maior do que a sua.
O SENHOR se vinga daqueles que estão contra ele
    e se enfurece contra os seus inimigos.
O SENHOR não se ira com facilidade,
    embora também seja muito forte.
    O SENHOR não deixará sem castigo à pessoa que tem culpa.
Caminha entre as tempestades e as tormentas de areia;
    as nuvens são o pó dos seus pés.
Repreende o mar e este se seca;
    faz todos os rios se evaporarem.
Basã e Carmelo se ressecam;
    as flores do Líbano murcham.
Diante dele tremem as montanhas
    e se derretem os montes.
O mundo inteiro e cada um dos seus moradores
    tremem diante dele.
Quem o poderá enfrentar quando ele ficar furioso?
    Quem poderá suportar o calor da sua fúria?
Sua ira se espalha como o fogo
    e até as rochas são destruídas quando ele passa por elas.

“O SENHOR é bom;
    é refúgio em tempos difíceis
    e protetor dos que procuram pela sua ajuda.
Mas irá destruir aos seus inimigos por completo:
    ele virá como uma grande inundação e acabará com eles,
    perseguindo-os até levá-los para a escuridão.
Que fazem alguns planejando contra o SENHOR?
    Ele desbaratará esses planos
    e se assegurará de que não surja de novo a hostilidade.
10 Embora sejam como espinhos entrelaçados
    e bêbados saturados de bebida alcoólica,
    eles serão consumidos como palha seca.
11 Já foi embora o malvado que fez planos contra você, Judá[b],
    e contra o SENHOR”.

12 O SENHOR diz: “Embora os assírios agora estejam sãos e sejam muitos,
    ainda assim serão cortados e desaparecerão.
Judá, tenho feito você sofrer,
    mas farei com que você não sofra mais.
13 Destruirei o jugo que pesa sobre você,
    quebrarei as ataduras que aprisionam você.

14 “Mas quanto a você, rei de Nínive,
    eu, o SENHOR, farei com que não tenha descendentes.
Destruirei todo ídolo e toda estátua
    que exista no templo dos seus deuses.
Terei o seu caixão preparado
    porque você não vale nada”.

15 Naum diz: “Das montanhas vem um mensageiro que traz boas notícias,
    que proclama a paz.
Judá, comemore as suas festas,
    cumpra a Deus suas promessas,
pois aquele perverso nunca mais atacará você;
    será completamente destruído”.

Nínive será destruída

Naum diz: “Nínive, um inimigo se aproxima para atacar você.
    Portanto, proteja as muralhas, cuide dos caminhos.
    Fortaleça a si mesma e esteja preparada para a batalha!
O SENHOR restaurará a glória de Jacó,
    a glória de Israel,
porque os soldados inimigos saquearam as suas riquezas
    e destruíram as suas videiras.
São vermelhos os escudos dos soldados
    e carmesim, seus uniformes.
O ferro das suas carruagens é como o vermelho do fogo
    enquanto se preparam para a batalha
    e fazem vibrar as suas lanças.
As carruagens de guerra correm livremente pelas ruas
    e cruzam a toda velocidade pelas praças.
Parecem carvão aceso, como o vermelho do fogo;
    surgem como relâmpagos.

“O inimigo dá ordens aos seus oficiais
    e eles se chocam uns com os outros por causa da rapidez com que respondem.
Eles se apressam em direção à muralha
    e fazem a torre de asalto.[c]
São abertas as comportas que detêm os rios,
    de modo que o palácio é destruído.
A rainha[d] é levada cativa,
    e os soldados tiram para fora as suas servidoras.
O choro delas é tão triste como o das pombas;
    elas batem com as mãos no peito.
Nínive é como um reservatório
    que se esvazia rapidamente.
Ninguém liga mais quando as pessoas gritam:
    ‘Pare de se esvaziar! Pare de se esvaziar!’
Peguem a prata! Levem o ouro!
    Não há limite para saquear os tesouros
    e a abundância de objetos preciosos.
10 Agora está deserta,
    destruída, devastada.
O coração das pessoas se derrete de medo,
    os joelhos tremem de medo,
um vazio no estômago é sentido
    e os rostos ficam sem cor.

11 “O que aconteceu com a cidade
    que era como a toca dos leões?
O leão, a leoa e os seus filhotes
    viviam ali sem temor algum.
12 O leão matava a sua presa
    para alimentar as leoas e os seus filhotes.
Ele enchia a sua caverna de presas
    e a sua toca de carne despedeçada”.

13 O SENHOR diz: “Eu, o Todo-Poderoso,
    estou contra você.
Vou colocar fogo nas suas carruagens de guerra
    e farei com que elas virem fumaça.
    Matarei com espada os seus soldados[e].
Você não voltará a sair para saquear as cidades;
    ninguém voltará a escutar as notícias dos seus mensageiros”.

Más notícias para Nínive

Naum diz: “Pobre de você, cidade assassina,
    você tem falado muitas mentiras.
Você está cheia de roubo
    e sempre anda fazendo vítimas.
Podem ser escutados os sons de chicotes,
    de rodas e de cavalos galopando
    com as suas carruagens, pulando atrás deles.
A cavalaria ataca, brilham as espadas,
    resplandecem as lanças.
Há multidões de mortos,
    muitos cadáveres, não dá para contar.
Há tantos mortos
    que as pessoas tropeçam neles.
Tudo isso aconteceu por causa dessa prostituta,
    aquela bruxa bela e sedutora,
que com as suas seduções escravizou nações,
    e com as suas feitiçarias, povos inteiros”.

O SENHOR diz: “Eu, o Todo-Poderoso,
    estou contra você.
Vou levantar o seu vestido até chegar ao seu rosto,
    mostrarei a sua nudez às nações
    e a sua desonra aos reinos.
Jogarei em cima de você coisas nojentas
    e a tratarei mal para que todos zombem de você.
A partir desse momento, todo aquele que olhar para você fugirá de perto,
    dirão: ‘Nínive está em ruínas,
quem chorará por ela?’
    Onde poderá ser encontrado alguém que a console?”

Naum diz: “Nínive, você se acha melhor do que Tebas[f],
    a cidade do rio Nilo?
Tebas também tinha água ao seu redor
    e a usava para se proteger dos seus inimigos.
Etiópia e Egito a protegeram com seu imenso poder,
    também Pute e Líbia deram o seu apoio a ela.
10 Mas, ainda assim, Tebas foi levada para longe
    e os seus moradores foram levados prisioneiros.
Em cada esquina das paredes
    as suas criancinhas foram despedaçadas.
Tiraram a sorte sobre os seus cidadãos mais importantes;
    os seus cidadãos mais poderosos foram acorrentados.

11 “Da mesma forma, você cairá como um bêbado.
    Tentará se esconder,
    procurando refúgio do seu inimigo.
12 Todas as suas fortalezas serão como as figueiras,
    que, ao estarem carregadas de figos bem maduros,
alguém chega, sacode a árvore
    e os figos já caem na sua boca.
13 Os seus soldados são como mulheres.
As portas do país estão totalmente abertas
    para os seus inimigos.
O fogo destruiu as trancas
    que as mantinham fechadas.

14 “Reserve água para resistir o cerco;
    reforce as suas defesas.
Venha para dentro do barro, pise sobre ele
    e pegue a forma para fazer tijolos.
15 Você pode fazer tudo isso
    mas, mesmo assim, será consumida pelo fogo
    e será morta pela espada.
O fogo devorará você da mesma forma como os gafanhotos que vêm
    e devoram tudo o que encontram no seu caminho.
Aumente o seu número tanto como o dos gafanhotos,
    aumente o seu número tanto como o dos grilos.
16 Aumente o número dos seus comerciantes,
    mais do que as estrelas do céu.
Eles são como gafanhotos: comerão tudo
    e, depois, irão embora.
17 Os seus governantes são também como gafanhotos.
    Os seus funcionários são como insetos
    que acampam nas paredes num dia frio,
mas, quando sai o sol, voam;
    ninguém mais sabe para onde foram embora.

18 “Rei de Assíria, os seus pastores estão dormindo,
    os seus cidadãos mais importantes foram descansar;
o seu povo está espalhado pelos montes
    e não há quem o junte de novo.
19 Não há forma de curar a sua fratura;
    a sua ferida não tem cura.
Qualquer pessoa que ouvir as notícias da sua destruição ficará alegre,
    pois, quem não sofreu a sua crueldade sem limite?”

Footnotes

  1. 1.1 Nínive A capital da Assíria. Assíria destruiu a Israel nos anos 722-721 a.C.
  2. 1.11 Judá ou “Nínive”. O hebraico não é claro.
  3. 2.5 torre de asalto Um tronco de madeira que os soldados usavam para derrubar as portas de uma cidade ou fazer buracos nas suas muralhas.
  4. 2.7 rainha Refere-se provavelmente à cidade de Nínive.
  5. 2.13 soldados Literalmente, “filhotes”.
  6. 3.8 Tebas Importante cidade do Egito que foi destruída pelo exército assírio no ano 663 a.C.

O Cordeiro e os 144 000

14 Depois vi o Cordeiro em pé sobre o monte Sião e com ele estavam 144 000 que tinham escrito nas suas testas o nome dele e de seu Pai. E ouvi um som vindo do céu como o ruído duma grande catarata ou como o estrondo de um enorme trovão. Era como se fosse o som de muitas harpas tocando ao mesmo tempo. Este grande coro cantava um novo cântico maravilhoso, diante do trono de Deus, dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos. E ninguém podia entender este cântico exceto aqueles 144 000 que tinham sido resgatados da Terra. Estes são espiritualmente limpos, puros como virgens, e seguem o Cordeiro para onde quer que ele vá. Foram comprados de entre o povo na Terra como uma oferta especial para Deus e para o Cordeiro. Não podiam ser acusados de mentira; são irrepreensíveis.

Os três anjos

E vi outro anjo voando pelos céus, levando as boas novas eternas, pregando a todos os que estão na Terra, de toda a nação, tribo, língua e povo. “Temam a Deus!”, dizia numa voz muito forte. “Louvem a sua grandeza! Porque chegou o momento de ele fazer justiça. Adorem pois aquele que criou o céu, a Terra, o mar e todas as fontes!”

E um outro anjo seguiu-o, através dos céus, dizendo: “Caiu, caiu a grande Babilónia, porque seduziu todas as nações, e as fez beber o vinho do frenesi da sua imoralidade sexual.”

Veio ainda um terceiro anjo clamando: “Todo aquele que adorar o monstro e a sua estátua, e aceitar a sua marca na testa ou na mão, 10 terá de beber o vinho da ira de Deus. Este lhe será dado a beber, sem mistura, na taça da severidade de Deus. E serão atormentados com fogo e enxofre incandescente, na presença dos santos anjos e do Cordeiro. 11 O fumo desse suplício subirá para todo o sempre, pois que o tormento é eterno; nem de noite, nem de dia terão alívio esses que adoraram o monstro e a sua estátua, e que aceitaram receber o código do seu nome. 12 Que isto sirva para animar o povo de Deus a suportar com perseverança todas as provações e perseguições; esse povo santo são os que permanecem firmes na obediência à vontade de Deus, e nunca enfraquecem na sua fé em Jesus.”

13 Ouvi então uma voz do céu que me dizia: “Escreve o seguinte: Felizes aqueles que, daqui em diante, morrem fiéis ao Senhor, pois poderão receber a plena recompensa que lhes é reservada! Sim, diz o Espírito de Deus, eles poderão enfim descansar de todas as fadigas e provações, porque as suas obras justas acompanham-nos!”

A colheita da terra

14 Depois vi uma nuvem branca sobre a qual estava o Filho do Homem[a], com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice bem afiada na mão.

15 Um outro anjo saiu do templo e dirigiu-se a ele clamando: “Começa a usar a tua foice, porque chegou o momento de ceifares, pois a colheita da Terra está madura.” 16 Então, aquele que estava sentado na nuvem fez passar a foice sobre a Terra e foi feita a colheita.

17 A seguir veio outro anjo do templo no céu que trazia também uma foice afiada. 18 Nessa altura um anjo que tinha a seu cargo a utilização do fogo saiu do altar e gritou para o anjo que tinha a foice: “Usa agora a tua foice para cortar os cachos de uvas das vinhas da Terra, pois estão maduros.” 19 O anjo passou a foice sobre a Terra e encheu de uvas o grande lagar da ira de Deus. 20 As uvas foram esmagadas nesse lagar, que era fora da cidade. E o sangue que daí saiu formou uma torrente de uns 300 quilómetros de comprimento, e tão alta que chegava até aos freios dos cavalos.

Footnotes

  1. 14.14 Dn 7.13.

O Cordeiro e os seus remidos no monte Sião

14 E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.

Três anjos proclamam os juízos de Deus

E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.

E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição!

E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, 10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. 11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome. 12 Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.

A ceifa e a vindima

14 E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda. 15 E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura! 16 E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.

17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. 18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque as suas uvas estão maduras! 19 E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. 20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.

O cântico dos servos de Deus

14 Depois eu olhei e o Cordeiro estava diante de mim em pé sobre o monte Sião.[a] Com ele estavam 144.000 pessoas que tinham os nomes do Cordeiro e do seu Pai escritos em suas testas. Então ouvi uma voz do céu, que parecia o barulho de uma grande cachoeira, ou o som de um forte trovão. A voz que eu ouvi era como a música de harpistas tocando as suas harpas. As pessoas cantavam um cântico novo[b] diante do trono, dos quatro seres viventes e dos líderes. E ninguém podia aprender o cântico, senão as 144.000 pessoas que tinham sido compradas e tiradas do mundo. Estas pessoas são como as pessoas virgens, que não se contaminaram com mulheres. São elas que seguem o Cordeiro para onde quer que ele vá. Elas foram compradas entre todas as outras pessoas da humanidade e são os primeiros frutos da colheita a serem oferecidos a Deus e ao Cordeiro. Eles nunca disseram nada que fosse mentira e não tinham nenhum pecado.

Os três anjos

Depois vi outro anjo voando pelo meio do céu. Ele tinha a mensagem eterna das Boas Novas para anunciar aos que vivem na terra: a todas as nações, famílias, línguas e povos. O anjo disse em voz alta:

—Respeitem a Deus e deem-lhe glória, pois chegou a hora de ele julgar a humanidade. Adorem aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes de água.

Um segundo anjo seguiu o primeiro e disse:

—Caiu! Caiu a grande cidade de Babilônia! Ela fez com que todas as nações bebessem do vinho do seu adultério, o qual se transformaria no vinho da ira de Deus.

Um terceiro anjo seguiu os outros dois e disse em voz alta:

—Aqueles que adorarem o monstro e a sua imagem e receberem a sua marca na testa ou sobre a mão, 10 irão beber do vinho da ira de Deus, o qual está preparado, sem mistura, no cálice da ira de Deus. Eles serão atormentados com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. 11 A fumaça do seu tormento nunca vai parar de subir. Não haverá descanso algum, nem de dia nem de noite, para aqueles que adoram o monstro e a sua imagem e para quem quer que receba a marca do seu nome. 12 Esta situação exige perseverança da parte do povo de Deus, o qual obedece aos mandamentos de Deus e continua a ter fé em Jesus.

13 Então ouvi uma voz do céu, dizendo:

—Escreva isto: De agora em diante, felizes são aqueles que morrem no Senhor.

E o Espírito disse:

—Sim, é verdade. Agora eles podem descansar dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.

A colheita

14 Depois eu olhei e havia diante de mim uma nuvem branca e, sobre a nuvem, estava sentado alguém que parecia com o Filho do Homem. Ele tinha uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. 15 Um outro anjo saiu do templo e gritou bem alto para aquele que estava sentado na nuvem:

—Por favor, pegue a sua foice e faça a colheita, pois chegou a hora de colher; a terra está pronta para a colheita.

16 Então aquele que estava sentado na nuvem passou a sua foice sobre a terra e fez a colheita.

17 Depois saiu outro anjo do templo, que está no céu, e ele também tinha uma foice afiada. 18 E saiu ainda outro anjo do altar. Ele tinha poder sobre o fogo e gritou bem alto para o anjo que tinha a foice afiada:

—Use a sua foice afiada e corte os cachos de uvas das videiras da terra, pois as uvas já estão maduras.

19 Então o anjo passou a sua foice sobre a terra, cortou os cachos de uvas das videiras e jogou as uvas num grande tanque para serem espremidas. Esse tanque representa a ira de Deus. 20 As uvas foram pisadas nesse tanque, fora da cidade. E correu tanto sangue desse tanque que chegou até aos freios dos cavalos, por uma distância de uns trezentos quilômetros[c].

Footnotes

  1. 14.1 monte Sião Outro nome dado a Jerusalém. Aqui se refere à cidade espiritual onde Deus vive com seu povo.
  2. 14.3 As pessoas cantavam um cântico novo Alguns manuscritos antigos têm “As pessoas cantavam como se fosse um cântico novo”.
  3. 14.20 trezentos quilômetros Literalmente, “1.600 estádios”.