Juízes 7-8
O Livro
Gedeão vence os midianitas
7 Jerubaal, isto é, Gedeão, e o seu exército partiram muito cedo, pela manhã, e chegaram até à fonte de Harode. Os exércitos de Midiã estavam acampados a norte, no vale por detrás da colina de Moré. 2 O Senhor disse então a Gedeão: “Há gente demais contigo. Não posso deixar todos esses homens lutar contra os midianitas, porque se assim fosse o povo de Israel haveria de gabar-se de ter vencido devido à sua própria força! 3 Manda para casa todos os que estiverem receosos e acobardados, para fora da região montanhosa de Gileade.” E foi assim que nada menos do que 22 000 homens se foram embora e só 10 000 ficaram decididos a combater.
4 O Senhor tornou a dizer a Gedeão: “Ainda há gente a mais! Leva-os até à fonte e ali te mostrarei quem irá contigo e quem ficará de parte.” 5 Gedeão juntou-os à beira da água e ali o Senhor lhe disse: “Divide-os em dois grupos, de acordo com o modo como bebem. Porás de um lado aqueles que beberem a água, lambendo-a como os cães; do outro ficarão aqueles que se ajoelharem e levarem a água à boca.” 6 Apenas 300 homens beberam com as mãos; todos os outros se inclinaram com a boca até à corrente. 7 “Conquistarei os midianitas com estes 300 homens!”, disse o Senhor a Gedeão. “Manda o resto para casa!” 8 Gedeão mandou recolher todos os jarros de barro e as trombetas que havia entre eles e enviou-os para casa, ficando apenas com os tais 300 homens.
O acampamento midianita ficava no vale, mesmo abaixo. 9 Nessa noite, o Senhor disse a Gedeão: “Levanta-te! Manda formar os teus homens e ataca os midianitas, pois farei com que os derrotes. 10 No entanto, se houver em ti ainda algum receio, desce primeiro ao acampamento inimigo; leva contigo o teu ajudante Purá; 11 e escuta o que estão a dizer lá em baixo. Vais ver que isso te dará muito alento e desejo de atacar!”
Então ele e Purá desceram na escuridão até ao limite do acampamento, junto das sentinelas mais avançadas do inimigo. 12 Encontravam-se ali os vastos exércitos de Midiã, de Amaleque e das outras nações orientais, concentrados por todo o vale, numa multidão compacta que lembrava uma praga de gafanhotos; parecia a areia da praia e eram incontáveis os seus camelos!
13 Gedeão aproximou-se; um homem tinha tido um sonho e contava-o ao camarada: “Sonhei com uma coisa muito estranha”, estava ele a dizer. “Um grande pão de cevada vinha rolando lá de cima, sobre o nosso acampamento, caía em cima das tendas e deitava-as abaixo!”
14 O outro soldado respondeu-lhe: “Podes ter a certeza de que esse teu sonho só pode ter um significado. É Gedeão, filho de Joás, o israelita, que vai chegar para massacrar todas as forças aliadas de Midiã!”
15 Quando Gedeão ouviu aquilo, tanto o sonho como a interpretação, louvou o Senhor. Regressou para junto dos seus homens e gritou-lhes: “Todos de pé! O Senhor vai usar-vos para derrotar estes grandes exércitos de Midiã!” 16 Dividiu os 300 soldados em três grupos, deu a cada um dos homens uma trombeta e um jarro de barro com uma tocha acesa lá dentro. 17 Depois explicou-lhes o seu plano: “Quando chegarmos às primeiras sentinelas do campo inimigo, façam todos como eu. 18 Assim que me ouvirem, a mim e aos que estão comigo, soprar as trombetas, devem fazer o mesmo em volta de todo o acampamento e gritar: ‘Combatemos por o Senhor e por Gedeão!’ ”
19 Passava pouco da meia-noite e da altura do render das sentinelas, quando Gedeão e os cem que ficaram com ele chegaram ao limite do campo dos midianitas. Subitamente sopraram as trombetas e logo a seguir partiram os jarros que tinham na mão. 20 Os outros duzentos fizeram imediatamente o mesmo, soprando as trombetas com a mão direita, levantando as tochas acesas com a outra e gritando: “Uma espada pelo Senhor e por Gedeão!” 21 E ficaram a ver o que acontecia. Todo aquele imenso exército inimigo começou a andar às voltas, gritando de pânico e a fugir.
22 Enquanto os 300 homens tocavam as trombetas, o Senhor fez com que as tropas inimigas começassem a lutar entre si, matando-se uns aos outros, e isto duma ponta à outra do acampamento; muitos conseguiram fugir, correndo até Bete-Sita perto de Zerará e até à entrada de Abel-Meolá acima de Tabate. 23 Gedeão mandou mensageiros às tropas de Naftali, Aser e Manassés para que perseguissem e destruíssem toda aquela gente do exército de Midiã que fugia. 24 Mandou igualmente mensageiros pelas colinas de Efraim, convocando tropas para que ocupassem os baixios do Jordão, em Bete-Bará, para evitar que os midianitas passassem a pé para o outro lado e escapassem. 25 Orebe e Zeebe, dois generais midianitas, foram capturados. Orebe foi morto junto ao rochedo de Orebe, e Zeebe foi morto no lagar de Zeebe. Os israelitas pegaram nas cabeças dum e doutro, atravessaram o Jordão e trouxeram-nas a Gedeão.
Gedeão persegue dois reis
8 Os chefes tribais de Efraim ficaram muito contrariados e perguntaram a Gedeão. “Porque não nos mandaste chamar quando foste lutar contra os midianitas?”
2-3 Gedeão respondeu-lhes: “Deus permitiu que fossem vocês a capturar Orebe e Zeebe, os generais do exército midianita. Que fizemos nós em comparação? As vossas ações na parte final do combate foram muito mais importantes do que as nossas no princípio!” E assim eles se acalmaram.
4 Entretanto, Gedeão tinha atravessado o Jordão com os seus 300 homens. Estavam todos muito cansados, mas continuavam a perseguir os inimigos. 5 E pediram alimentos à gente de Sucote: “Estamos esgotados de energias, por andarmos a perseguir Zeba e Zalmuna, os reis de Midiã.”
6 Contudo, os líderes de Sucote retorquiram-lhes: “Porque devemos dar comida às vossas tropas, se ainda não apanharam Zeba e Zalmuna!”
7 Ao ouvir isto Gedeão avisou-os: “Pois então, quando o Senhor os entregar nas minhas mãos, regressarei aqui e hei de rasgar a vossa carne com espinhos e abrolhos do deserto.”
8 Depois foi a Penuel e pediu ali alimento, mas obteve a mesma resposta. 9 A estes disse também: “Quando toda a campanha acabar, tornarei aqui e derrubarei esta torre.”
10 Por esta altura, esses tais reis midianitas, Zeba e Zalmuna, encontravam-se em Carcor com cerca de uns 15 000 soldados das suas tropas. Era tudo o que restava daqueles exércitos aliados do oriente, pois 120 000 tinham já sido mortos.
11 Então Gedeão contornou a zona onde estavam os fugitivos, indo pelo caminho das caravanas, a oriente de Noba e de Jogboa, caindo de surpresa sobre o que restava do exército midianita, que não estava a contar com aquele ataque. 12 Os dois reis fugiram, mas Gedeão perseguiu-os e capturou-os, derrotando o exército inteiro. 13 Algum tempo depois, Gedeão regressou pelo caminho de Heres. 14 Ali prendeu um moço de Sucote e disse-lhe que escrevesse os nomes dos 77 chefes políticos e religiosos da cidade.
15 Depois disso, regressou a Sucote e disse àquela gente: “Vocês escarneceram de mim, dizendo que nunca haveria de apanhar os reis Zeba e Zalmuna e recusaram-me alimento numa altura em que estava extenuado e debilitado pela fome. Pois bem, aqui estão!” 16 Então pegou nos chefes da cidade e deu-lhes uma lição com espinhos e abrolhos. 17 Foi também a Penuel e deitou abaixo a torre da cidade, matando toda a população.
18 Gedeão perguntou a esses reis, Zeba e Zalmuna: “A gente que vocês mataram em Tabor, como é que eles eram?” Responderam-lhe: “Eram parecidos contigo, como filhos de reis!”
19 “Pois eram certamente os meus irmãos!”, exclamou Gedeão. “Tão certo como vive o Senhor, de que não vos mataria se não lhes tivessem tirado a vida.”
20 Seguidamente, voltando-se para Jeter, o seu filho mais velho, mandou que os matasse. No entanto, como o rapaz ainda era novinho, teve receio.
21 Zeba e Zalmuna disseram a Gedeão: “Mata-nos tu mesmo. Preferimos morrer às mãos dum homem!” E então Gedeão matou-os e guardou para si os ornamentos que estavam nos pescoços dos seus camelos.
O éfode de Gedeão
22 Os homens de Israel pediram-lhe que fosse o seu rei: “Sê o nosso governador! Tu, o teu filho e o teu neto, porque nos salvaste dos midianitas.”
23 Mas a resposta de Gedeão foi: “Eu não serei o vosso rei, nem tão-pouco o meu filho. O Senhor, sim, é o vosso rei! 24 No entanto pretendo fazer-vos um pedido: deem-me todos os pendentes das orelhas dos nossos inimigos que guardaram do despojo.” Porque as tropas midianitas, sendo ismaelitas como eram, usavam pendentes de ouro.
25 “De boa vontade o faremos!” E logo estenderam ali uma capa onde toda a gente foi pôr os pendentes que tinha guardado. 26 O valor total daquilo foi calculado nuns 20 quilos de ouro, sem contar os crescentes, as cadeias, os fatos reais em púrpura e os ornamentos dos pescoços dos camelos. 27 Gedeão fez um éfode com todo aquele ouro e pô-lo em Ofra, a sua própria cidade. Em breve Israel começou a prestar-lhe adoração, voltando as costas a Deus. Isto veio a ser a ruína de Gedeão e de sua família.
A morte de Gedeão
28 Esta é a narrativa de como Midiã foi subjugado por Israel. Os midianitas nunca mais levantaram a cabeça e a terra permaneceu em paz por 40 anos; ou seja, todo o tempo de vida de Gedeão. 29 Este viveu sempre na sua própria casa; 30 chegou a ter 70 filhos, pois teve muitas mulheres. 31 Teve igualmente uma concubina em Siquem que lhe deu um filho de nome Abimeleque. 32 Quando faleceu era já muito velho e foi posto no sepulcro do seu pai Joás em Ofra, na terra dos abiezritas.
33 No entanto, logo que Gedeão morreu, os israelitas começaram a adorar os ídolos de Baal e de Baal-Berite. 34 Deixaram de considerar o Senhor como o seu Deus, ainda que tivesse sido ele quem os salvou de todos os inimigos ao redor. 35 Tão-pouco mostraram bondade alguma para com a família de Jerubaal, apesar de todo o bem que fez por eles.
Juízes 7-8
Almeida Revista e Corrigida 2009
Gideão com trezentos homens vence os midianitas
7 Então, Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele havia, e se acamparam junto à fonte de Harode; de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, pelo outeiro de Moré, no vale.
2 E disse o Senhor a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. 3 Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for covarde e medroso, que volte e vá-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.
4 E disse o Senhor a Gideão: Ainda muito povo há; faze-os descer às águas, e ali tos provarei; e será que aquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá. 5 E fez descer o povo às águas. Então, o Senhor disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. 6 E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o resto do povo se abaixou de joelhos a beber as águas. 7 E disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei e darei os midianitas na tua mão; pelo que toda a outra gente se vá cada um ao seu lugar. 8 E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e ele enviou todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve; e estava o arraial dos midianitas abaixo no vale.
9 E sucedeu que, naquela mesma noite, o Senhor lhe disse: Levanta-te e desce ao arraial, porque o tenho dado na tua mão. 10 E, se ainda temes descer, desce tu e teu moço Pura ao arraial; 11 e ouvirás o que dizem, e, então, se esforçarão as tuas mãos, e descerás ao arraial. Então, desceu ele com o seu moço Pura até ao extremo das sentinelas que estavam no arraial. 12 E os midianitas, e amalequitas, e todos os filhos do Oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do mar em multidão. 13 Chegando, pois, Gideão, eis que estava contando um homem ao seu companheiro um sonho e dizia: Eis que um sonho sonhei: eis que um pão de cevada torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até às tendas, e as feriu, e caíram, e as transtornou de cima para baixo, e ficaram abatidas. 14 E respondeu o seu companheiro e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Deus tem dado na sua mão aos midianitas e a todo este arraial.
15 E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho e a sua explicação, adorou; e tornou ao arraial de Israel e disse: Levantai-vos, porque o Senhor tem dado o arraial dos midianitas nas vossas mãos. 16 Então, repartiu os trezentos homens em três esquadrões; e deu-lhes a cada um nas suas mãos buzinas e cântaros vazios, com tochas neles acesas. 17 E disse-lhes: Olhai para mim e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu ao extremo do arraial, será que, como eu fizer, assim fareis vós. 18 Tocando eu e todos os que comigo estiverem a buzina, então, também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial e direis: Pelo Senhor e Gideão.
19 Chegou, pois, Gideão e os cem homens que com ele iam ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia-noite, havendo-se já posto as guardas; e tocaram as buzinas e partiram os cântaros que tinham nas mãos. 20 Assim, tocaram os três esquadrões as buzinas, e partiram os cântaros, e tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas e nas suas mãos direitas as buzinas, que tocavam; e exclamaram: Espada do Senhor e de Gideão. 21 E ficou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial; então, todo o exército deitou a correr, e, gritando, fugiram. 22 Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o Senhor tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial; e o exército fugiu para Zererá, até Bete-Sita, até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate.
23 Então, os homens de Israel, e de Naftali, e de Aser, e de todo o Manassés foram convocados e perseguiram aos midianitas. 24 Também Gideão enviou mensageiros a todas as montanhas de Efraim, dizendo: Descei ao encontro dos midianitas e tomai-lhes as águas até Bete-Bara, a saber, o Jordão. Convocados, pois, todos os homens de Efraim, tomaram-lhes as águas até Bete-Bara e Jordão. 25 E prenderam dois príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; e mataram Orebe na penha de Orebe, e Zeebe mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram os midianitas, e trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, dalém do Jordão.
Gideão apazigua os efraimitas e mata os reis dos midianitas
8 Então, os homens de Efraim lhe disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente. 2 Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu, agora, do que vós? Não são, porventura, os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? 3 Deus vos deu na vossa mão os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu logo fazer do que vós? Então, a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra. 4 E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. 5 E disse aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo que segue as minhas pisadas; porque estão cansados, e eu vou em alcance de Zeba e Salmuna, reis dos midianitas.
6 Porém os príncipes de Sucote disseram: Está já a palma da mão de Zeba e de Salmuna na tua mão, para que demos pão ao teu exército? 7 Então disse Gideão: Pois, quando o Senhor der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto e com os abrolhos. 8 E dali subiu a Penuel e falou-lhes da mesma maneira; e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido. 9 Pelo que também falou aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre.
10 Estavam, pois, Zeba e Salmuna em Carcor, e os seus exércitos com eles, uns quinze mil homens, todos os que ficaram do exército dos filhos do Oriente; e os que caíram foram cento e vinte mil homens, que arrancavam a espada. 11 E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Noba e Jogbeá; e feriu aquele exército, porquanto o exército estava descuidado. 12 E fugiram Zeba e Salmuna; porém ele os perseguiu, e tomou presos ambos os reis dos midianitas, a Zeba e a Salmuna, e afugentou todo o exército.
13 Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja, antes do nascer do sol, 14 tomou preso a um moço dos homens de Sucote e lhe fez perguntas; o qual descreveu os príncipes de Sucote e os seus anciãos, setenta e sete homens. 15 Então, veio aos homens de Sucote e disse: Vedes aqui a Zeba e a Salmuna, dos quais desprezivelmente me deitastes em rosto, dizendo: Está já a palma da mão de Zeba e Salmuna na tua mão, para que demos pão aos teus homens, já cansados? 16 E tomou os anciãos daquela cidade, e espinhos do deserto, e abrolhos e com eles ensinou aos homens de Sucote. 17 E derribou a torre de Penuel e matou os homens da cidade. 18 Depois, disse a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? E disseram: Qual tu, tais eram eles; cada um, na aparência, como filhos de um rei. 19 Então, disse ele: Meus irmãos eram filhos de minha mãe; vive o Senhor, que, se os tivésseis deixado em vida, eu não vos mataria a vós. 20 E disse a Jéter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. Porém o jovem não arrancou da sua espada, porque temia; porquanto ainda era jovem. 21 Então, disseram Zeba e Salmuna: Levanta-te tu e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua valentia. Levantou-se, pois, Gideão, e matou a Zeba e a Salmuna, e tomou as luetas que estavam no pescoço dos seus camelos.
Gideão recusa governar, faz um éfode e morre
22 Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas. 23 Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o Senhor sobre vós dominará. 24 E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: dai-me cada um de vós os pendentes do seu despojo (porque tinham pendentes de ouro, porquanto eram ismaelitas). 25 E disseram eles: De boa mente os daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali um pendente do seu despojo. 26 E foi o peso dos pendentes de ouro que pediu mil e setecentos siclos de ouro, afora as luetas, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço. 27 E fez Gideão disso um éfode e pô-lo na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa. 28 Assim, foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel e nunca mais levantaram a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão.
29 E foi-se Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. 30 E teve Gideão setenta filhos, que procederam dele; porque tinha muitas mulheres. 31 E sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu também um filho; e pôs-lhe por nome Abimeleque. 32 E faleceu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas.
33 E sucedeu que, quando Gideão faleceu, os filhos de Israel se tornaram, e se prostituíram após os baalins, e puseram a Baal-Berite por deus. 34 E os filhos de Israel se não lembraram do Senhor, seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos em redor; 35 nem usaram de beneficência com a casa de Jerubaal, a saber, de Gideão, conforme todo o bem que ele usara com Israel.
Lucas 5:1-16
O Livro
A chamada dos primeiros discípulos
(Mt 4.18-22; Mc 1.16-20)
5 Em certa ocasião, estando a pregar na praia do mar da Galileia, rodearam-no grandes multidões para ouvir a palavra de Deus. 2 Notando que havia dois botes vazios à beira da água, enquanto os pescadores lavavam as redes, 3 Jesus entrou num deles e pediu a Simão, o dono, que o empurrasse um pouco para o largo, para que dali pudesse falar ao povo.
4 Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão: “Agora saiam para onde o lago é mais fundo e lancem as redes, pois apanharão muito peixe.”
5 “Senhor”, respondeu Simão, “fartámo-nos de trabalhar toda a noite sem conseguirmos apanhar nada. Mas, já que assim o dizes, vamos tentar de novo.”
6 E desta vez as redes ficaram tão cheias que começaram a rasgar-se! 7 Ao ouvirem-nos gritar pedindo ajuda, os companheiros vieram noutro bote, e em breve as duas embarcações estavam em risco de se afundarem com a carga de peixe.
8 Quando Simão Pedro percebeu o que tinha acontecido, caiu de joelhos diante de Jesus e disse: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou tão pecador!” 9 Pois estava pasmado com a abundância de peixe, 10 tal como os companheiros e também os seus sócios, Tiago e João, filhos de Zebedeu.
Jesus disse a Simão: “Não te preocupes, porque daqui em diante serás pescador de pessoas!” 11 Eles puxaram os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram-no.
Jesus cura um leproso
(Mt 8.2-4; Mc 1.40-44)
12 Sucedeu numa localidade, que Jesus estava a visitar, que um homem coberto de lepra, ao ver Jesus, prostou-se com o rosto no chão, rogando-lhe: “Senhor, se quiseres, podes curar-me!”
13 Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe e disse: “Sim, quero, sê curado!” E logo a lepra o deixou. 14 Jesus então ordenou-lhe com firmeza: “Não fales com ninguém e vai apresentar-te ao sacerdote. Leva contigo a oferta que Moisés estabeleceu para a cura, para que lhes sirva de testemunho.”
15 Apesar das recomendações de Jesus, a notícia do seu poder espalhava-se ainda mais. Enormes multidões vinham para o ouvir pregar e ser curadas das suas enfermidades. 16 Muitas vezes, porém, dirigia-se para um lugar isolado, a fim de orar.
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Lucas 5:1-16
Almeida Revista e Corrigida 2009
A pesca maravilhosa. Os primeiros discípulos(A)
5 E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré. 2 E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes. 3 E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. 4 E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. 5 E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede. 6 E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. 7 E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. 8 E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador. 9 Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca que haviam feito, 10 e, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens. 11 E, levando os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram.
A cura de um leproso(B)
12 E aconteceu que, quando estava em uma daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. 13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero; sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. 14 E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho. 15 Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. 16 Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava.
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