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Débora

Após a morte de Eude, Israel tornou a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, o qual deixou que o rei Jabim de Hazor em Canaã os vencesse e dominasse. O comandante das suas forças militares era Sísera que vivia em Harosete-Ha-Goiim. Este tinha novecentos carros de combate em ferro e tornou a vida insuportável para os israelitas durante 20 anos. Por fim, clamaram muito ao Senhor que os socorreu.

A pessoa que chefiava Israel nessa altura era Débora, uma mulher profetisa, casada com Lapidote. Vivia num lugar chamado Palmeira de Débora, entre Rama e Betel nas colinas de Efraim. Era ali que os israelitas vinham ter com ela para resolver as suas questões. Um dia, ela mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, que vivia em Quedes no território de Naftali, e disse-lhe: “O Senhor, Deus de Israel, manda que mobilizes 10 000 homens das tribos de Naftali e de Zebulão. Leva-os ao monte Tabor para combater o poderoso exército de Jabim e todos os carros sob as ordens do general Sísera. O Senhor diz: ‘Atraí-los-ei para junto do ribeiro de Quisom e os derrotarás ali.’ ”

“Estou de acordo em partir; mas só se fores comigo!” disse-lhe Baraque.

“Está bem, irei contigo! Mas desde já te aviso que a honra desta empreitada não será para ti, porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mulher!” Foi, portanto, Débora com Baraque até Quedes. 10 Quando Baraque convocou os homens de Zebulão e de Naftali em Quedes, 10 000 acompanharam-no e Débora marchou com eles.

11 Entretanto, Heber, o queneu, tinha-se separado do resto do clã, passando a viver em vários sítios, chegando a estabelecer-se ao pé do carvalhal de Zaananim perto de Quedes. Os queneus eram os descendentes de Hobabe, o sogro de Moisés.

12 Quando o general Sísera foi informado de que Baraque e o seu exército estava acampado no monte Tabor, 13 tratou de mobilizar todo o exército, incluindo os novecentos carros de combate em ferro, pondo-se em marcha de Harosete-Ha-Goiim para o ribeiro de Quisom.

14 Então Débora disse a Baraque: “É a altura de entrar em ação! É o Senhor que vai à tua frente e te vai entregar Sísera!” Baraque levou os seus 10 000 homens até à base do monte Tabor, preparando-se para o combate. 15 Porém, o Senhor lançou o pânico nas hostes inimigas, tanto na infantaria como nos condutores dos carros. Sísera saltou mesmo do seu carro e fugiu a pé. 16 Baraque e os seus homens perseguiram-nos, aos que iam a pé e aos carros, até Harosete-Ha-Goiim. Não os deixaram até que estivessem todos liquidados. Ninguém foi deixado com vida.

17 Entretanto, Sísera escapara para a tenda de Jael, a mulher de Heber o queneu, pois havia um acordo de auxílio mútuo entre o rei Jabim de Hazor e o clã de Heber. 18 Jael saiu ao encontro de Sísera e disse-lhe: “Vem para a minha tenda, senhor! Ficarás seguro sob a nossa proteção. Nada receies.” Ele aceitou o convite e ela cobriu-o com uma manta.

19 “Por favor, dá-me água, estou morto de sede!”, disse-lhe. Jael deu-lhe leite a beber e tornou a cobri-lo. 20 “Põe-te aí à entrada”, pediu ele. “Se alguém vier à minha procura, dizes que não está aqui ninguém.”

21 Então Jael pegou numa estaca de tenda e num martelo; aproximou-se mansamente dele, que dormia num profundo sono, e cravou-lhe a estaca na testa, pregando-lhe a cabeça ao chão. E morreu dessa forma, pois estava carregado de sono e de cansaço.

22 Quando Baraque chegou à procura dele, Jael veio logo ao seu encontro: “Anda, vou mostrar-te o homem que procuras.” Baraque entrou com ela na tenda e deparou com Sísera ali prostrado e sem vida com a estaca cravada na cabeça.

23 Nesse dia, Deus usou Israel para subjugar o rei Jabim de Canaã. 24 A partir dessa altura, Israel foi ganhando cada vez mais supremacia sobre a nação do rei Jabim, até que acabou por ser toda destruída.

O cântico de Débora

Débora e Baraque, filho de Abinoão, compuseram então e cantaram este cântico de vitória:

“Os líderes de Israel
conduziram corajosamente o povo.
Este seguiu-os de voluntariamente.
Sim, bendito seja o Senhor!

Escutem, ó reis! Ouçam com atenção, ó governantes!
Pois vou cantar ao Senhor,
vou entoar hinos de louvor ao Senhor, Deus de Israel.

Quando saíste de Seir,
e deixaste os campos de Edom,
a terra tremeu,
os céus derramaram chuvas.
As montanhas tremeram diante do Senhor, o Deus do Sinai,
perante o Senhor, o Deus de Israel.

Nos dias de Sangar, filho de Anate,
e nos dias de Jael,
as grandes estradas ficaram desertas;
os viajantes tomaram atalhos retorcidos.
O povo de Israel conteve-se e não lutou,
até que apareceu Débora,
até que levantei uma mãe em Israel.
Quando Israel vai atrás de deuses estrangeiros,
é a derrocada de tudo, é a guerra.
Os senhores que nos dominavam não permitiam sequer
que tivéssemos um escudo ou uma lança nas mãos.
Entre 40 000 soldados israelitas
não se encontra uma só arma!
Como me alegro nos chefes de Israel,
que tão generosamente se deram a si próprios!
Louvem o Senhor!

10 Que Israel inteiro, ricos e pobres,
se juntem nos seus louvores,
tanto os que andam montados em brancos jumentos
e pisam ricos tapetes em casa,
como os que têm de andar a pé pelos caminhos.
11 Os músicos de cada povoação juntam-se no poço da vila,
para exaltar os triunfos do Senhor.
Sem cessar, fazem suceder hinos e baladas,
sobre como o Senhor salvou Israel
com um exército de combatentes!

O povo do Senhor passou as portas das cidades.
12 Levanta-te, Débora, e canta!
Ergue-te, Baraque! Tu, filho de Abinoão,
chega-te, com os teus prisioneiros!

13 Descendo o monte Tabor via-se o nobre resto do povo.
O povo do Senhor desceu avançando contra os poderosos.
14 De Efraim, cujas raízes estão na antiga região de Amaleque,
desceram guerreiros atrás de Benjamim e do seu povo;
de Maquir descem os príncipes e de Zebulão, os comandantes.
15 Veio até ao vale essa nobre gente de Issacar,
com Débora e com Baraque.
À ordem de Baraque acorreram todos ao vale.
Contudo, a tribo de Rúben não se deslocou.
16 Porque ficas sentado em casa, no meio dos rebanhos,
ouvindo os balidos dos animais e as flautas dos pastores?
Sim, a tribo de Rúben não pode estar com a consciência descansada.
17 Porque ficou também Gileade do lado de lá do Jordão,
e por que razão Dan ficou à beira dos seus barcos?
E qual a razão que levou Aser a ficar impassível,
nas praias, descansando junto aos seus portos?
18 Mas as tribos de Zebulão e de Naftali não tiveram medo
de morrer nos campos de batalha.

19 Os reis de Canaã lutaram em Taanaque,
junto às fontes de Megido,
        mas deles não levaram prata.
20 Até as próprias estrelas do céu lutaram contra Sísera.
21 O veloz ribeiro de Quisom os arrastou, os varreu.
Avante, alma minha, corajosamente!
22 Ouve o trotar dos cascos da cavalaria inimiga!
Observa o galopar dos seus corcéis!
23 Pois apesar disso o anjo de Senhor amaldiçoou Meroz:
‘Que os seus habitantes sejam asperamente amaldiçoados’, disse.
‘Porque não quiseram empenhar-se na luta pelo Senhor como seus valentes.’

24 Bendita seja Jael, a mulher de Heber, o queneu.
Sim, que ela seja abençoada,
acima de todas as mulheres, nos seus lares.
25 Pediu-lhe água,
e ela deu-lhe leite, numa bela taça.
26 Mas depois, pegou numa estaca, num martelo,
cravou-a na testa de Sísera,
rachando-lhe a cabeça,
        atravessando-a de lado a lado.
27 Ele dobrou-se a seus pés e ali ficou prostrado;
a seus pés caiu e ali ficou!
        Ali no chão caiu sem vida.

28 A mãe de Sísera bem olhava pela janela,
esperando o seu regresso:
‘Mas porque é que o seu carro demora tanto a regressar?
Porque é que não se ouve ainda
o barulho do rodado dos carros pelo caminho?’
29 As amigas que lhe faziam companhia respondiam e ela concordava:
30 ‘É que deve haver grande despojo a repartir e isso leva tempo.
Cada homem fica com uma ou duas raparigas.’
‘Sim’, acrescentava, ‘Sísera há de trazer vestidos de lindas cores,
e muitos presentes para me oferecer.’

31 Ó Senhor, que todos os teus inimigos pereçam como Sísera,
mas aqueles que te amam, que sejam como o Sol,
        quando se levanta na sua força!”

Depois disto acontecer, houve paz na terra durante 40 anos.

A opressão dos midianitas

Novamente o povo de Israel fez o que era mau aos olhos do Senhor, e mais uma vez o Senhor permitiu que os seus inimigos os castigassem. Desta vez foram os midianitas e durante 7 anos. Estes foram tão cruéis que os israelitas tiveram de se refugiar nas montanhas, indo viver para cavernas e esconderijos. Quando semeavam os campos, vinham bandos de Midiã, de Amaleque e de outros povos vizinhos acamparam nos seus campos e destruíram-nos até Gaza, não deixando uma migalha para comer, levando tudo o que era gado, cordeiros, bois e jumentos. Estes bandos inimigos chegavam montados em camelos que nem se podiam contar, e só deixavam a terra depois de a ter desvastado e saqueado completamente.

Israel ficou reduzido à miséria por causa daquela gente. Até que o povo de Israel começou a clamar pela ajuda do Senhor.

Quando os israelitas clamaram ao Senhor, por causa dos ataques de Midiã, ele respondeu através dum profeta que lhes foi enviado com esta mensagem: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: ‘Eu tirei-vos da escravidão do Egito; livrei-vos dos egípcios e de todos os que vos dominavam cruelmente. Expulsei os vossos inimigos e dei-vos esta terra. 10 Mostrei-vos que sou o Senhor, vosso Deus, e que não devem prestar culto aos deuses dos amorreus que vivem à vossa volta. Mas não deram ouvidos às minhas recomendações.’ ”

O Senhor chama Gedeão

11 Um dia, o anjo do Senhor chegou-se e sentou-se sob o carvalho de Ofra, na propriedade de Joás, o abiezrita. O filho de Joás, Gedeão, estava a malhar trigo no lagar, para se esconder dos midianitas e salvar o grão. 12 O anjo do Senhor dirigiu-lhe estas palavras: “O Senhor é contigo, homem valente!”

13 “Se o Senhor é connosco”, respondeu-lhe Gedeão, “porque é que nos tem acontecido tudo isto? Por que razão não se dão entre nós aqueles famosos milagres que os nossos pais nos contam como quando o Senhor nos tirou do Egito? O Senhor desamparou-nos e deixou que os midianitas nos arruinassem completamente.”

14 Então o Senhor, voltando-se para ele, declarou-lhe: “Vai com a força que te dou e livrarás Israel das mãos dos midianitas. Sou eu mesmo quem te envia!”

15 Gedeão replicou: “Como posso ser eu a salvar Israel? A minha família é a mais pobre de toda a tribo de Manassés e na minha casa eu sou aquele a quem menos atenção se dá.”

16 “Eu, o Senhor, serei contigo! E tu destruirás os midianitas duma vez!”

17 “Se realmente achei graça aos teus olhos, rogo-te que faças agora um milagre que me dê prova disso. Que me prove que é realmente o Senhor que me está a falar desta maneira. 18 Mas peço-te que não te vás já embora, porque quero ir buscar um presente para ti.”

O Senhor respondeu: “Está bem, ficarei aqui até que voltes.”

19 Gedeão foi a correr a casa, preparou um cabrito, mediu 22 litros de farinha e amassou uns bolos, sem fermento; pôs a carne e o caldo numa panela e trouxe tudo ao anjo que continuava debaixo do carvalho.

20 O anjo de Deus disse-lhe: “Põe a carne e os bolos sobre aquela rocha e derrama o caldo por cima.” Depois de Gedeão ter obedecido, 21 o anjo do Senhor tocou na carne, com a ponta do seu cajado, e saiu fogo da rocha que consumiu aquilo tudo. De repente, o anjo do Senhor desapareceu da frente dele.

22 Gedeão deu-se então conta de que era mesmo o anjo do Senhor que tinha estado ali com ele e exclamou: “Ai de mim, ó Senhor Deus, porque vi o anjo do Senhor face a face!”

23 “Paz seja contigo”, respondeu-lhe o Senhor. “Não tenhas receio! Não morrerás!”

24 Gedeão construiu ali mesmo um altar e pôs-lhe o nome de Altar da Paz com o Senhor. Está ainda hoje em Ofra na terra dos abiezritas.

25 Nessa noite, o Senhor disse-lhe para amarrar o melhor boi do seu pai ao altar de família consagrado a Baal e deitá-lo abaixo com a força do animal; mandou-o também derrubar o ídolo de madeira da deusa Achera que estava ali perto. 26 “Substitui-o por um altar ao Senhor, vosso Deus; constrói-o aqui nesta colina, colocando as pedras com todo o cuidado. Depois sacrifica o boi como holocausto, usando a madeira do ídolo da deusa Achera como lenha para o fogo do altar.” 27 Gedeão tomou dez homens dos seus criados e fez como o Senhor lhe mandara. Mas fez tudo de noite, com medo da reação das pessoas que viviam na casa do seu pai e da gente da cidade; pois dava-se bem conta do que aconteceria quando verificassem o que tinha feito. 28 Logo bem cedo, na manhã seguinte, quando a vida na cidade recomeçava, alguém descobriu que o altar de Baal tinha sido derrubado, que o ídolo da deusa Achera, ali perto tinha desaparecido e que um novo altar fora construído, vendo-se ainda os restos de um sacrifício.

29 “Quem foi que fez isto?”, perguntava toda a gente. Depois de investigarem acabaram por descobrir que tinha sido Gedeão, o filho de Joás.

30 “Traz o teu filho cá fora!”, gritaram defronte à casa de Joás. “Terá de morrer porque insultou o altar de Baal e deitou abaixo o símbolo de Achera que estava junto dele.”

31 Joás respondeu àquela gente amotinada: “Será que Baal precisa mesmo da vossa ajuda? Isso seria um insulto para qualquer deus! Vocês é que deveriam morrer por estarem assim a insultar Baal! Se Baal é realmente um deus, deixem que seja ele a cuidar de si próprio e a aniquilar quem tiver destruído o altar.” 32 Daí em diante Gedeão passou a ser conhecido por Jerubaal que queria dizer: Deixem Baal cuidar de si próprio!

33 Algum tempo depois, os exércitos de Midiã, de Amaleque e de outras nações vizinhas uniram-se numa aliança contra Israel. Atravessaram o Jordão e acamparam no vale de Jezreel. 34 Então o Espírito do Senhor veio sobre Gedeão; este tocou a trombeta de chamada às armas e os homens de Abiezer juntaram-se a ele. 35 Mandou também mensageiros através de Manassés, Aser, Zebulão e Naftali, congregando as suas forças de combate, e todos responderam.

36 Gedeão disse a Deus: “Se vais na verdade usar-me para salvar Israel, tal como me prometeste, dá-me a prova disso. 37 Vou pôr um pedaço de lã esta noite no chão da eira; se pela manhã o novelo estiver húmido, mas o resto do chão estiver seco, saberei dessa forma que irás ajudar-me!” 38 E aconteceu precisamente assim. Quando se levantou na manhã seguinte, foi apertar o novelo de lã e estava cheio de água; encheu mesmo uma taça com a água que tinha.

39 Então Gedeão disse a Deus: “Peço-te que não fiques irado comigo, mas deixa-me fazer um novo teste: que desta vez seja o novelo a ficar seco e o chão à volta molhado.” 40 Deus fez como ele lhe pediu; nessa noite o novelo ficou seco, mas todo o chão estava coberto de orvalho.

Servidão sob Jabim, rei de Canaã

Porém os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, depois de falecer Eúde. E vendeu-os o Senhor em mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual, então, habitava em Harosete-Hagoim. Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente.

Débora e Baraque os livram

E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. E habitava debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. E enviou, e chamou a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte de Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros e com a sua multidão, e o darei na tua mão. Então, lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra pelo caminho que levas; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora se levantou e partiu com Baraque para Quedes. 10 Então, Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes e subiu com dez mil homens após si; e Débora subiu com ele.

11 E Héber, queneu, se tinha apartado dos queneus dos filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido as suas tendas até ao carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes.

12 E anunciaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor. 13 E Sísera convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete-Hagoim até ao ribeiro de Quisom. 14 Então, disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor tem dado a Sísera na tua mão; porventura, o Senhor não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele. 15 E o Senhor derrotou a Sísera, e todos os seus carros, e todo o seu exército a fio de espada, diante de Baraque; e Sísera desceu do carro e fugiu a pé. 16 E Baraque os seguiu após os carros e após o exército, até Harosete-Hagoim, e todo o exército de Sísera caiu a fio de espada, até não ficar um só.

17 Porém Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Héber, queneu, porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu.

Jael mata a Sísera

18 E Jael saiu ao encontro de Sísera e disse-lhe: Retira-te, senhor meu, retira-te para mim, não temas. Retirou-se para a sua tenda, e ela cobriu-o com uma coberta. 19 Então, ele lhe disse: Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água; porque tenho sede. Então, ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o cobriu. 20 E ele lhe disse: Põe-te à porta da tenda; e há de ser que, se alguém vier, e te perguntar, e disser: Há aqui alguém? Responde tu, então: Não. 21 Então, Jael, mulher de Héber, tomou uma estaca da tenda, e lançou mão de um martelo, e foi-se mansamente a ele, e lhe cravou a estaca na fonte, e a pregou na terra, estando ele, porém, carregado de um profundo sono e cansado; e assim morreu. 22 E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao encontro e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem que buscas. E veio a ela, e eis que Sísera jazia morto, e a estaca, na fonte. 23 Assim, Deus, naquele dia, sujeitou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel. 24 E continuou a mão dos filhos de Israel a lutar e a endurecer-se sobre Jabim, rei de Canaã, até que exterminaram a Jabim, rei de Canaã.

O cântico de Débora

E cantou Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo: Porquanto os chefes se puseram à frente em Israel, porquanto o povo se ofereceu voluntariamente, louvai ao Senhor. Ouvi, reis; dai ouvidos, príncipes; eu, eu cantarei ao Senhor; salmodiarei ao Senhor, Deus de Israel. Ó Senhor, saindo tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edom, a terra estremeceu; até os céus gotejaram, até as nuvens gotejaram águas. Os montes se derreteram diante do Senhor, e até o Sinai diante do Senhor, Deus de Israel. Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, cessaram os caminhos de se percorrerem; e os que andavam por veredas iam por caminhos torcidos. Cessaram as aldeias em Israel, cessaram, até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei. E, se escolhia deuses novos, logo a guerra estava às portas; via-se, por isso, escudo ou lança entre quarenta mil em Israel? Meu coração é para os legisladores de Israel, que voluntariamente se ofereceram entre o povo; louvai ao Senhor. 10 Vós, os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais em juízo e que andais pelo caminho, falai disto. 11 Onde se ouve o estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas, ali falai das justiças do Senhor, das justiças que fez às suas aldeias em Israel; então, o povo do Senhor descia às portas. 12 Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão. 13 Então, o Senhor fez dominar sobre os magníficos, entre o povo ao que ficou de resto; fez-me o Senhor dominar sobre os valentes. 14 De Efraim saiu a sua raiz contra Amaleque; e após ti vinha Benjamim dentre os teus povos; de Maquir e Zebulom desceram os legisladores, passando com o cajado do escriba. 15 Também os principais de Issacar foram com Débora; e, como Issacar, assim também Baraque foi enviado a pé para o vale; nas correntes de Rúben foram grandes as resoluções do coração. 16 Por que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração. 17 Gileade se ficou dalém do Jordão, e Dã por que se deteve em navios? Aser se assentou nos portos do mar e ficou nas suas ruínas. 18 Zebulom é um povo que expôs a sua vida à morte, como também Naftali, nas alturas do campo. 19 Vieram reis e pelejaram; então, pelejaram os reis de Canaã em Taanaque, junto às águas de Megido; não tomaram ganho de prata. 20 Desde os céus pelejaram; até as estrelas desde os lugares dos seus cursos pelejaram contra Sísera. 21 O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom. Pisaste, ó minha alma, a força. 22 Então, as unhas dos cavalos se despedaçaram pelo galopar, o galopar dos seus valentes. 23 Amaldiçoai a Meroz, diz o Anjo do Senhor; acremente amaldiçoai os seus moradores, porquanto não vieram em socorro do Senhor, em socorro do Senhor, com os valorosos. 24 Bendita seja sobre as mulheres Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja sobre as mulheres nas tendas. 25 Água pediu ele, leite lhe deu ela; em taça de príncipes lhe ofereceu manteiga. 26 À estaca estendeu a sua mão esquerda, e ao maço dos trabalhadores, a sua direita; e matou a Sísera e rachou-lhe a cabeça, quando lhe pregou e atravessou as fontes. 27 Entre os seus pés, se encurvou, caiu, ficou estirado; entre os seus pés, se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali ficou abatido. 28 A mãe de Sísera olhava pela janela e exclamava pela grade: Por que tarda em vir o seu carro? Por que se demoram os passos dos seus carros? 29 As mais sábias das suas damas responderam; e até ela respondia a si mesma: 30 Porventura não achariam e repartiriam despojos? Uma ou duas moças a cada homem? Para Sísera despojos de várias cores, despojos de várias cores de bordados; de várias cores bordados de ambas as bandas, para os pescoços do despojo? 31 Assim, ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que o amam sejam como o sol quando sai na sua força. 32 E sossegou a terra quarenta anos.

Servidão sob os midianitas

Porém os filhos de Israel fizeram o que parecia mal aos olhos do Senhor; e o Senhor os deu na mão dos midianitas por sete anos. E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão nos montes, e as cavernas, e as fortificações. Porque sucedia que, semeando Israel, subiam os midianitas e os amalequitas; e também os do Oriente contra ele subiam. E punham-se contra eles em campo, e destruíam a novidade da terra, até chegarem a Gaza, e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em tanta multidão, que não se podiam contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra para a destruir. Assim, Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor.

E sucedeu que, clamando os filhos de Israel ao Senhor, por causa dos midianitas, enviou o Senhor um profeta aos filhos de Israel, que lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir e vos tirei da casa da servidão; e vos livrei da mão dos egípcios e da mão de todos quantos vos oprimiam; e os expeli de diante de vós e a vós dei a sua terra; 10 e vos disse: Eu sou o Senhor, vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes ouvidos à minha voz.

O Anjo fala com Gideão

11 Então, o Anjo do Senhor veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas. 12 Então, o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso. 13 Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas. 14 Então, o Senhor olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? 15 E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai. 16 E o Senhor lhe disse: Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás os midianitas como se fossem um homem. 17 E ele lhe disse: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és o que comigo falas. 18 Rogo-te que daqui te não apartes, até que eu venha a ti, e traga o meu presente, e o ponha perante ti. E disse: Eu esperarei até que voltes.

19 E entrou Gideão e preparou um cabrito e bolos asmos de um efa de farinha; a carne pôs num açafate e o caldo pôs numa panela; e trouxe-lho até debaixo do carvalho e lho apresentou. 20 Porém o Anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos asmos, e põe-nos sobre esta penha, e verte o caldo. E assim o fez. 21 E o Anjo do Senhor estendeu a ponta do cajado que estava na sua mão e tocou a carne e os bolos asmos; então, subiu fogo da penha e consumiu a carne e os bolos asmos; e o Anjo do Senhor desapareceu de seus olhos. 22 Então, viu Gideão que era o Anjo do Senhor; e disse Gideão: Ah! Senhor Jeová, que eu vi o Anjo do Senhor face a face. 23 Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo; não temas, não morrerás. 24 Então, Gideão edificou ali um altar ao Senhor e lhe chamou Senhor É Paz; e ainda até ao dia de hoje está em Ofra dos abiezritas.

25 E aconteceu, naquela mesma noite, que o Senhor lhe disse: Toma o boi de teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta o bosque que está ao pé dele. 26 E edifica ao Senhor, teu Deus, um altar no cume deste lugar forte, num lugar conveniente; e toma o segundo boi e o oferecerás em holocausto com a lenha que cortares do bosque. 27 Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez como o Senhor lhe dissera; e sucedeu que, temendo ele a casa de seu pai e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas fê-lo de noite.

28 Levantando-se, pois, os homens daquela cidade de madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, e o bosque, que estava ao pé dele, cortado; e o segundo boi foi oferecido no altar de novo edificado. 29 E uns aos outros disseram: Quem fez esta coisa? E, esquadrinhando e inquirindo, disseram: Gideão, o filho de Joás, fez esta coisa. 30 Então, os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para fora o teu filho para que morra, pois derribou o altar de Baal e cortou o bosque que estava ao pé dele. 31 Porém Joás disse a todos os que se puseram contra ele: Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender ainda esta manhã será morto; se é deus, por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar. 32 Pelo que, naquele dia, lhe chamaram Jerubaal, dizendo: Baal contenda contra ele, pois derribou o seu altar.

33 E todos os midianitas, e amalequitas, e os filhos do Oriente se ajuntaram num corpo, e passaram, e puseram o seu campo no vale de Jezreel. 34 Então, o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele. 35 E enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se convocou após ele; também enviou mensageiros a Aser, e a Zebulom, e a Naftali, e saíram-lhe ao encontro.

36 E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar Israel por minha mão, como tens dito, 37 eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e secura sobre toda a terra, então, conhecerei que hás de livrar Israel por minha mão, como tens dito. 38 E assim sucedeu; porque, ao outro dia, se levantou de madrugada, e apertou o velo, e do orvalho do velo espremeu uma taça cheia de água. 39 E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só no velo haja secura, e em toda a terra haja o orvalho. 40 E Deus assim o fez naquela noite, pois só no velo havia secura, e sobre toda a terra havia orvalho.

Jesus expulsa um espírito mau

(Mc 1.21-28)

31 Então Jesus foi para Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava na sinagoga local todos os sábados. 32 Também ali o povo se admirava do seu ensino, porque falava com autoridade.

33 Certa vez, estando a ensinar na sinagoga, estava ali presente um homem dominado pelo espírito de um demónio impuro, que começou a gritar: 34 “Vai-te embora! Porque nos vens inquietar, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Sei quem és: és o santo Filho de Deus!” 35 Jesus, porém, impediu-o de falar. “Cala-te!”, disse ao demónio. “Sai dele!” O demónio atirou o homem ao chão, à vista da multidão, e deixou o homem, sem lhe fazer mais nenhum mal.

36 Tomados todos de pasmo, debatiam o sucedido uns com os outros. “Que há nas suas palavras que lhe dá autoridade e poder para que até os espíritos impuros lhe obedeçam e vão embora?”, perguntavam. 37 A notícia do que ele tinha feito depressa se espalhou por toda a região.

Jesus cura muitos doentes

(Mt 8.14-16; Mc 1.29-34)

38 Levantou-se, deixou a sinagoga e dirigiu-se a casa de Simão. A sogra deste estava doente e com febre alta. E pediram-lhe que a curasse. 39 Chegando junto dela, Jesus mandou que a febre baixasse e esta logo desapareceu. Então ela levantou-se e foi servi-lo.

40 Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes com várias doenças trouxeram-nos a Jesus. Ele, tocando-os com as suas mãos, curava-os. 41 De muitos saíam demónios aos gritos, dizendo: “Tu és o Filho de Deus!” Ele repreendia os demónios e não os deixava falar, pois sabiam que era o Cristo.

Jesus ora e anuncia a boa nova

(Mc 1.35-38)

42 No dia seguinte, de manhã cedo, Jesus saiu para um lugar deserto e o povo procurou-o. Quando o encontraram, pediram-lhe muito que não os deixasse. 43 Porém, ele respondeu: “Tenho de pregar as boas novas do reino de Deus também noutros lugares, pois para isso fui enviado.”

44 E andava de terra em terra, pregando nas sinagogas de toda a Judeia.

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A cura de um endemoninhado em Cafarnaum(A)

31 E desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e os ensinava nos sábados. 32 E admiravam-se da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade. 33 E estava na sinagoga um homem que tinha um espírito de um demônio imundo, e este exclamou em alta voz, 34 dizendo: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. 35 E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal. 36 E veio espanto sobre todos, e falavam uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?

A cura da sogra de Pedro(B)

37 E a sua fama divulgava-se por todos os lugares, em redor daquela comarca.

38 Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre; e rogaram-lhe por ela. 39 E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os.

40 E, ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, impondo as mãos sobre cada um deles, os curava. 41 E também de muitos saíam demônios, clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E ele, repreendendo-os, não os deixava falar, pois sabiam que ele era o Cristo.

42 E, sendo já dia, saiu e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles. 43 Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado. 44 E pregava nas sinagogas da Galileia.

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