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Jacob recebe a bênção de Isaque

27 Um dia, quando Isaque já estava bastante idoso e meio cego, chamou pelo filho mais velho. “Que é, meu pai?”

“Escuta. Eu já estou muito velho e conto com a morte em cada dia que passa. Pega na tua arma de caça e vai ver se apanhas algum animal; prepara-o daquela maneira saborosa que tu sabes que eu gosto. Depois traz-me para que coma e dê a bênção que te pertence como filho mais velho. Depois disso, estarei mais à vontade para morrer, quando chegar o momento.”

Ora Rebeca ouviu essa conversa. Por isso, quando Esaú saiu para caçar, chamou Jacob e disse-lhe “Eu ouvi o teu pai a falar com o teu irmão, Esaú. Estava a dizer-lhe que fosse à caça e lhe preparasse um prato saboroso, para ele comer e para lhe dar a sua bênção em nome do Senhor, antes de morrer. Mas tu vais fazer exatamente o que eu te disser: Vais ao rebanho, trazes-me dois bons cabritos ainda pequenos, e eu própria os prepararei da forma que o teu pai gosta. 10 Depois leva-lhos para que coma e por fim te abençoará antes de morrer!”

11 “Mas, mãe”, retorquiu Jacob, “tu sabes que Esaú é muito cabeludo e que eu tenho a pele lisa; 12 o pai vai querer tocar-me, para se certificar, e vai perceber que o quis enganar, o que trará sobre mim maldição e não bênção!”

13 “Se te amaldiçoar, que isso caia sobre mim, meu filho. Faz o que eu te digo. Vai buscar os dois cabritinhos como te pedi.”

14 Jacob assim fez. Foi buscar os animais, que a mãe preparou conforme o pai gostava. 15 Em seguida, Rebeca trouxe os melhores fatos de Esaú, os fatos dos dias de festa que estavam ali em casa, e mandou que Jacob os vestisse. 16 Depois com as próprias peles dos cabritos fez duas luvas para as mãos do filho, e uma faixa que lhe colocou à volta do pescoço. 17 Por fim, deu-lhe o guisado, que estava muito saboroso e que cheirava muito bem, juntamente com pãezinhos frescos feitos para aquela altura. 18 Jacob levou a comida ao quarto onde o pai estava deitado: “Pai!”, chamou. “Sim, meu filho. Mas quem és, Esaú ou Jacob?” 19 “Sou Esaú, o mais velho. Fiz o que me pediste. Aqui está a caça preparada como tu gostas. Levanta-te, come e abençoa-me segundo tudo o que sentes no coração.”

20 “Como foi que conseguiste apanhar caça assim tão depressa, meu filho?”, perguntou. “Foi o Senhor, teu Deus, que a pôs no meu caminho!” 21 “Chega-te aqui. Quero sentir-te, para ver se és realmente Esaú.” 22 Jacob aproximou-se do pai, que lhe tocou no corpo. “A voz é a de Jacob, mas as mãos são realmente as de Esaú!” 23 E não conseguiu reconhecê-lo porque o disfarce que Jacob trazia o enganou. 24 “És mesmo Esaú?”, perguntou. “Sou, sim!” 25 “Bem, então chega-me a comida. Depois de comer abençoar-te-ei conforme tudo o que sinto no coração.” Jacob chegou-lhe a travessa; ele comeu, acompanhado com o vinho que o filho também lhe trouxera. 26 “Vem cá e dá-me um beijo, meu filho!” 27 Jacob chegou-se e deu-lhe um beijo no rosto. Isaque cheirou os fatos que ele tinha vestido; pareceu convencido e abençoou-o.

“Este cheiro do meu filho é o bom cheiro da terra
e dos campos que o Senhor abençoou!
28 Que Deus te dê sempre abundância de chuvas para as tuas searas,
colheitas ricas e vinho novo.
29 Que os povos te venham a servir e te honrem.
Que sejas senhor dos teus irmãos e que te respeitem.
Malditos sejam os que te amaldiçoarem
e benditos sejam os que te abençoarem.”

30 Isaque tinha acabado de abençoar Jacob, e este apenas tinha saído do quarto onde se encontrava o pai, quando Esaú chegou da caça. 31 Foi também preparar o prato favorito do pai e trouxe-lho: “Pronto, aqui estou eu, meu pai, com a caça que me pediste. Senta-te e come, para que me possas dar então a tua melhor bênção!”

32 “Mas, quem és tu?”

“Sou eu, Esaú, o teu filho mais velho!”

33 Isaque começou a tremer. “Então quem foi que esteve aqui agora mesmo e me deu a comer da caça que eu pedira, e a quem abençoei sem poder voltar atrás?”

34 Esaú, ao ouvir aquilo, começou a clamar desesperado e profundamente amargurado. “Ó meu pai, abençoa-me, abençoa-me também!”

35 “Foi o teu irmão que esteve aqui e me enganou e conseguiu tomar de mim a tua bênção!” 36 E Esaú comentou dececionado: “Não é de admirar que se chame Jacob![a] Primeiro ficou-me com o meu direito de filho mais velho e agora suplanta-me na bênção. Pai, não tens nenhuma bênção para me dar?”

37 “Eu pu-lo por teu senhor; os seus parentes e tu próprio o servirão; garanti-lhe abundância de trigo e de vinho. O que há de ter ficado para ti?”

38 “Nem uma só bênção ficou para mim? Pai, abençoa-me também!” E Esaú chorou de desespero.

39 “Não terás uma vida fácil, nem confortável; a terra não te dará o melhor que tem nem o céu as suas chuvas. 40 Pela espada conseguirás abrir um caminho na vida. Por um tempo servirás o teu irmão, mas por fim libertar-te-ás do seu domínio e ficarás livre.”

Jacob foge para Labão

41 Por isso, Esaú ficou a odiar Jacob, por causa da bênção que o seu pai lhe dera. E disse para consigo: “Meu pai partirá em breve desta vida. Então hei de matar Jacob.” 42 Mas alguém foi pôr Rebeca ao corrente disso. Esta mandou logo chamar Jacob para o avisar que a sua vida estava em perigo devido à ameaça do irmão.

43 “O que há a fazer”, disse ela, “é isto: foge para casa de teu tio Labão, em Harã. 44 Fica lá uns tempos até que passe esta fúria ao teu irmão 45 e esqueça o que lhe fizeste. Nessa altura, mandarei chamar-te. Porque é que vos havia de perder aos dois no mesmo dia?”

46 Rebeca disse depois a Isaque: “Estou cansada e aborrecida por causa das moças hititas. Preferia morrer a ver Jacob casado com uma delas!”

28 Assim, Isaque chamou a Jacob, abençoou-o e disse-lhe: “Não cases com nenhuma destas raparigas cananeias. Vai antes para Padan-Arã, para a casa do teu avô Betuel, e casa com uma das tuas primas, filhas do teu tio Labão. Que Deus, o Todo-Poderoso, te abençoe, te faça frutificar e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos! Que Deus te dê, a ti e aos teus descendentes, as ricas bênçãos que prometeu a Abraão. Que venhas a possuir esta terra, em que agora somos estrangeiros, pois que também já a tinha prometido a Abraão.”

Desta forma, foi Jacob mandado pelo pai a Padan-Arã, à casa do seu tio Labão, irmão de sua mãe e filho de Betuel, o arameu.

Esaú deu-se conta de que o pai tinha abençoado Jacob e enviado-o a Padan-Arã, para procurar lá uma moça para casar, com o aviso severo de que nunca procurasse uma cananita. Constatou que Jacob tinha concordado e tinha partido para Padan-Arã. Esaú percebeu então que o pai não tinha em boa conta as mulheres de Canaã. Então Esaú foi à terra do seu tio Ismael, e casou-se com uma das filhas de Ismael, além das que já tinha. Esta mulher com quem se casou, chamava-se Maalate, irmã de Nabaiote e filha do próprio Ismael, filho de Abraão.

O sonho de Jacob em Betel

10 Jacob partiu pois de Berseba a caminho de Harã. 11 Ao anoitecer, procurou um sítio onde passar a noite; procurou uma pedra que lhe servisse de cabeceira e adormeceu. 12 E sonhou com uma escada que ia da Terra ao céu e que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. 13 No cimo da escada estava o Senhor que lhe disse: “Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão e do teu pai Isaque. Esta terra em que estás deitado é tua. Dar-ta-ei a ti e aos teus descendentes. 14 Porque terás tantos descendentes como o pó da Terra; hão de cobrir a Terra do Oriente ao Ocidente e do Norte ao Sul. E todas as nações da Terra serão abençoadas por intermédio de ti e da tua descendência. 15 E mais ainda, eu estou contigo e te protegerei onde quer que fores; hei de tornar a trazer-te com segurança a esta terra. Serei contigo em todos os momentos, a fim de te dar tudo quanto te estou a prometer.”

16 Jacob acordou: “O Senhor está neste lugar e eu não sabia!”, exclamou. 17 E teve medo. “Que lugar tremendo! É mesmo a casa de Deus e a própria entrada do céu!”

18 De manhã levantou-se cedo, pegou na pedra sobre a qual tinha dormido, ergueu-a e colocou-a em forma de pilar, em sinal comemorativo, derramando azeite sobre ela. 19 E chamou àquele sítio Betel,[b] ainda que o nome da localidade próxima fosse Luz.

20 E Jacob formulou este voto: “Se Deus estiver comigo e me proteger nesta viagem, se me der comida e roupa, 21 e me trouxer de novo em segurança à casa dos meus pais, então o Senhor será o meu Deus. 22 Este pilar tornar-se-á um local de adoração e comprometo-me a dar-lhe a décima parte de tudo quanto ele me der.”

Footnotes

  1. 27.36 Isto é, Suplantador.
  2. 28.19 Isto é, Casa de Deus.

Isaque manda Esaú fazer-lhe um guisado

27 E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! E ele lhe disse: Eis-me aqui! E ele disse: Eis que já agora estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma, e para que minha alma te abençoe, antes que morra. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú; e foi-se Esaú ao campo, para apanhar caça que havia de trazer.

Rebeca e Jacó enganam Isaque

Então, falou Rebeca a Jacó, seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú, teu irmão, dizendo: Traze-me caça e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma e te abençoe diante da face do Senhor, antes da minha morte. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando. Vai, agora, ao rebanho e traze-me de lá dois bons cabritos; e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta; 10 e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma e para que te abençoe antes da sua morte. 11 Então, disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é varão cabeludo, e eu, varão liso. 12 Porventura, me apalpará o meu pai, e serei, a seus olhos, enganador; assim, trarei eu sobre mim maldição e não bênção. 13 E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, e traze-mos. 14 E foi, e tomou-os, e trouxe-os à sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava. 15 Depois, tomou Rebeca as vestes de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor. 16 E, com as peles dos cabritos, cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço 17 e deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado na mão de Jacó, seu filho.

18 E veio ele a seu pai e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui. Quem és tu, meu filho? 19 E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. 20 Então, disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro. 21 E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo ou não. 22 Então, se chegou Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú. 23 E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú, seu irmão. E abençoou-o. 24 E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou. 25 Então, disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lho, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu. 26 E disse-lhe Isaque, seu pai: Ora, chega-te e beija-me, filho meu. 27 E chegou-se e beijou-o. Então, cheirou o cheiro das suas vestes, e abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou. 28 Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. 29 Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.

Esaú traz ao seu pai o guisado e descobre que Jacó já tomou a bênção

30 E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da face de Isaque, seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça. 31 E fez também ele um guisado saboroso, e trouxe-o a seu pai, e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma. 32 E disse-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú. 33 Então, estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o; também será bendito. 34 Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. 35 E ele disse: Veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua bênção. 36 Então, disse ele: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou: a minha primogenitura me tomou e eis que agora me tomou a minha bênção. E disse mais: Não reservaste, pois, para mim bênção alguma? 37 Então, respondeu Isaque e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho? 38 E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz e chorou. 39 Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus. 40 E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço.

41 E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão. 42 E foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ela enviou, e chamou a Jacó, seu filho menor, e disse-lhe: Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te. 43 Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã; 44 e mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão, 45 até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?

46 E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher das filhas de Hete, como estas são das filhas desta terra, para que me será a vida?

Isaque manda Jacó a Padã-Arã

28 E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe. E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão. Assim, enviou Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.

Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher para si dali, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã; e que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe e se fora a Padã-Arã; vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque, seu pai, foi-se Esaú a Ismael e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote.

A visão da escada de Jacó

10 Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã. 11 E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar. 12 E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. 13 E eis que o Senhor estava em cima dela e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. 14 E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. 15 E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito. 16 Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. 17 E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.

A coluna de Betel

18 Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. 19 E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes, era Luz. 20 E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, 21 e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; 22 e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

O custo de ser discípulo

(Lc 9.57-60)

18 Ao reparar que se reunia uma multidão à sua volta, Jesus mandou os discípulos atravessarem para a outra margem do lago. 19 Chegou-se ao pé dele um especialista na Lei que lhe disse: “Mestre, seguir-te-ei aonde quer que fores.” 20 Mas Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e as aves têm ninhos; eu, porém, o Filho do Homem, não possuo lar próprio nem sítio onde repousar a cabeça.”

21 Outro dos seus discípulos disse-lhe: “Senhor, deixa-me primeiro enterrar o meu pai.” 22 Jesus respondeu-lhe: “Segue-me agora! Os mortos de espírito que cuidem dos seus mortos.”

Jesus acalma a tempestade

(Mc 4.36-41; Lc 8.22-25)

23 Depois entrou no barco e começou a atravessar o lago com os discípulos. 24 De repente, levantou-se uma tempestade tão grande no mar que as ondas cobriam o barco. Mas Jesus dormia. 25 Os discípulos foram acordá-lo, gritando: “Senhor, salva-nos, que estamos quase a morrer!”

26 Ele disse-lhes: “Homens de pouca fé, porque estavam com medo?” E levantando-se repreendeu o vento e o mar e fez-se uma grande calma. 27 Os discípulos ficaram admirados e perguntavam: “Que homem é este, a quem os próprios ventos e o mar obedecem?”

A cura dos endemoninhados

(Mc 5.1-17; Lc 8.26-37)

28 Chegados ao outro lado do lago, à região dos Gadarenos, dois homens possuídos por demónios foram ao seu encontro. Viviam num cemitério e eram tão perigosos que ninguém era capaz de passar por ali. 29 Começaram a gritar: “Que queres tu de nós, Filho de Deus? Não tens direito de nos atormentar ainda.” 30 A certa distância, andava uma vara de porcos a pastar 31 e os demónios rogaram-lhe: “Se nos vais expulsar, manda-nos para aquela vara de porcos.”

32 “Está bem, vão!” Eles saíram daqueles homens e entraram nos porcos. Logo a vara inteira se precipitou, caindo no mar por um despenhadeiro e morrendo nas águas. 33 Os porqueiros fugiram para a cidade, espalhando as notícias e o que tinha acontecido aos endemoninhados; 34 toda a cidade se dirigiu ao encontro de Jesus, chegando até a pedir-lhe que se fosse embora da região.

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Como devemos seguir a Jesus(A)

18 E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a outra margem. 19 E, aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. 20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai. 22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos.

Jesus apazigua a tempestade(B)

23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que, no mar, se levantou uma tempestade tão grande, que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. 25 E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos. 26 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. 27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?

Os endemoninhados gadarenos(C)

28 E, tendo chegado à outra margem, à província dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? 30 E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos. 31 E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. 32 E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas. 33 Os porqueiros fugiram e, chegando à cidade, divulgaram tudo o que acontecera aos endemoninhados. 34 E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse do seu território.

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