Êxodo 14-15
O Livro
A perseguição dos egípcios
14 O Senhor deu as seguintes indicações a Moisés: 2 “Diz aos filhos de Israel que voltem e acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; acamparão aí junto ao mar. 3 Porque o Faraó vai pensar assim: ‘Os israelitas estão aflitos, com certeza, entalados entre o deserto por um lado, e o mar por outro!’ 4 E mais uma vez endurecerei o coração do Faraó, o qual se porá em vossa perseguição. Planeei assim para que seja ainda maior a minha honra e glória sobre o Faraó e os seus exércitos; e os egípcios saberão, sem dúvida alguma, que eu sou o Senhor.” E foi assim que acamparam ali como lhes tinha sido dito.
5 Quando chegou aos ouvidos do rei do Egito que os israelitas não tencionavam voltar para o Egito, mas que se propunham continuar o seu caminho, o Faraó e a sua corte tornaram-se novamente ousados: “Mas afinal que foi isto que fizemos, deixando fugir todos estes escravos?” 6 Então o rei mandou aprontar o seu carro de guerra e dar ordem de marcha. 7 Formou um corpo de elite com 600 carros escolhidos, seguidos de todos os outros carros do Egito conduzidos por oficiais. 8 Foi em perseguição do povo de Israel, pois o Senhor endurecera o coração do Faraó, rei do Egito, embora estes continuassem a sair corajosamente. 9 Toda a cavalaria do Faraó, cavalos, carros e condutores, se empenhou nesta perseguição, tendo-os alcançado quando estavam acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.
10 Aproximando-se o exército egípcio, o povo de Israel viu-os à distância, correndo na direção deles, e ficaram terrivelmente atemorizados, começando a gritar ao Senhor por ajuda. 11 Puseram-se até a dizer a Moisés: “Não havia bastantes sepulcros no Egito? Que necessidade havia de nos trazeres para aqui para acabarmos por morrer neste deserto? Para que é que nos tiraste de lá? 12 Nós sempre te dissemos que nos deixasses em paz, e que era muito melhor sermos escravos no Egito do que vir a morrer neste deserto!”
13 Contudo, Moisés disse ao povo: “Não estejam assim receosos. Tenham calma, estejam em paz e hão de ver a forma maravilhosa como o Senhor vos vai salvar hoje. Nestes egípcios que estão a ver aí a chegar, nunca mais hão de pôr os olhos em cima. 14 O Senhor mesmo combaterá por vocês e vocês não farão mais do que assistir a tudo.”
A passagem pelo meio do mar
15 O Senhor falou a Moisés: “Não precisas continuar a clamar por mim. Diz ao povo que avance, que marche!
16 E tu, levanta a tua vara sobre as águas e, no meio do mar, se abrirá um caminho na vossa frente; todo o povo passará por ali como se fosse em terra seca. 17 Deixarei que o coração dos egípcios se endureça e que entrem obstinadamente nesse caminho também, atrás do povo, e verão a glória que obterei, derrotando o Faraó e o seu exército inteiro, carros e cavaleiros. 18 Todo o Egito constatará, mais uma vez, que eu sou o Senhor.”
19 Então o anjo de Deus que estava a conduzir o povo de Israel retirou a coluna de nuvem e veio pôr-se atrás deles; 20 ficou assim entre o povo e os egípcios. Nessa noite, quando se tornou numa coluna de fogo, alumiava o campo dos israelitas, mas do lado dos egípcios havia escuridão. Por isso, estes últimos não conseguiram alcançá-los durante essa noite.
21-22 Moisés estendeu a sua vara sobre o mar e o Senhor abriu um caminho através das águas que formaram uma parede dum lado e doutro da passagem. Um forte vento oriental soprou durante toda a noite fazendo reter as águas do mar. Assim, o povo de Israel pôde passar por ali como se fosse terra enxuta.
23 Os egípcios meteram-se também por aquele caminho aberto no fundo do mar; cavalos, carros e condutores incluídos. 24 Ao amanhecer, o Senhor, a partir da coluna de fogo e da nuvem, deu atenção ao campo dos egípcios e começou a desordená-los e a embaraçá-los. 25 Saltavam as rodas dos carros e não podiam avançar. “Fujamos daqui!”, gritavam os egípcios. “O Senhor está a lutar por eles contra nós!”
26 O Senhor disse a Moisés: “Estende de novo a tua mão sobre o mar, de forma que as águas se fechem sobre os egípcios, sobre os seus carros e cavaleiros.” 27 Moisés obedeceu e o mar voltou à normalidade pela manhã. Os egípcios ainda tentaram fugir, mas o Senhor desembaraçou-se deles ali no meio do mar. 28 As águas sepultaram-nos a todos; carros e condutores.
De todo aquele grande exército do Faraó, que pretendia alcançar Israel através do mar, nem um só sobreviveu. 29 Mas o povo de Israel pôde atravessar o mar como por terra seca, porque as águas formaram uma parede de ambos os lados da passagem.
30 Dessa maneira, o Senhor salvou naquele dia Israel dos egípcios, que o povo via ali mortos na praia. 31 Israel constatou assim o grande milagre que o Senhor fez por eles contra os egípcios, encheu-se de um profundo e reverente temor pelo Senhor e creu nele e no que lhe dizia Moisés, o servo de Deus.
O cântico de Moisés
15 Então Moisés e todo o povo de Israel cantaram este cântico ao Senhor:
“Canto ao Senhor porque triunfou gloriosamente,
lançando ao mar os carros e os cavaleiros.
2 O Senhor é a minha força, o motivo do meu cântico.
Ele é a minha salvação.
Ele é o meu Deus, por isso o louvarei.
É o Deus de meu pai,
por isso lhe darei glória.
3 O Senhor é um poderoso combatente!
Sim, Senhor é o seu nome!
4 Lançou ao mar os carros de guerra
e os exércitos do Faraó;
todos os seus chefes militares de elite
se afogaram no mar Vermelho;
5 submergiram sob as águas profundas
como se fossem pedras pesadas.
6 A tua mão, Senhor, tem um poder glorioso;
despedaça completamente o inimigo!
7 Na grandeza da tua majestade
abateste os que se levantaram contra ti.
O teu furor arde e consome-os como palha.
8 Tu sopraste com poder
e as águas separaram-se!
Formaram paredes
que aguentaram solidamente o peso das águas.
9 O inimigo dizia:
‘Vou persegui-los e apanhá-los!
Vou dividir os seus despojos
e com eles satisfazer os meus desejos!
Desembainharei a espada para os exterminar!’
10 Mas Deus soprou o seu vento
e o mar os cobriu e afundaram-se
como chumbo naquelas águas impetuosas.
11 Quem é como tu, desses deuses que há por aí?
Quem é glorioso na sua santidade como tu?
Quem é tão magnífico nas maravilhas que faz?
12 Estendeste a tua mão
e a terra os tragou!
13 Pela tua bondade, conduziste o povo que salvaste;
pela tua força, conduziste-o à tua santa morada.
14 As outras nações ouviram o que aconteceu e tremeram;
o medo apoderou-se dos habitantes da Filístia.
15 Os chefes de Edom ficaram pasmados;
os poderosos de Moabe tremeram;
todos o habitantes de Canaã ficaram aterrorizados.
16 O pavor e o espanto os dominou.
Ó Senhor, foi por causa do teu forte braço
que eles não conseguiram atacar-nos.
O teu povo, que adquiriste para ti,
passará sempre por eles em segurança.
17 Tu os trarás e os plantarás na tua montanha,
na tua santa terra, ó Senhor,
o santuário que fizeste para eles viverem.
18 O Senhor reinará eterna e perpetuamente!”
19 Os cavalos do Faraó mais os seus cavaleiros, conduzindo carros de guerra, tentaram segui-los também através do mar. Mas o Senhor fez desabar sobre eles as paredes de água, enquanto o povo de Israel continuou no seu caminho como se fosse por terra seca.
20 Então Miriam a profetisa, irmã de Aarão, pegou num tamboril e todas as mulheres a seguiram, dançando e tocando os seus pequenos tambores. 21 E Miriam acompanhava a dança com estas palavras:
“Cantem ao Senhor porque triunfou gloriosamente,
lançando ao mar os carros e os cavaleiros.”
As águas de Mara e Elim
22 Depois Moisés levou o povo do mar Vermelho em direção ao deserto de Sur e andaram naquela região três dias sem achar água. 23 Chegaram a Mara e encontraram água, mas não a podiam beber porque era amarga. Daí o nome do lugar, que quer dizer amargo.
24 O povo voltou-se contra Moisés: “E agora, vamos morrer de sede?” 25 Moisés clamou ao Senhor por ajuda e o Senhor mostrou-lhe uma certa árvore, que lançou nessa água; e assim tornou-se boa para beber.
Foi ali mesmo também que o Senhor lhes fixou as seguintes condições, para provar a sua vontade de o seguir: 26 “Se estiverem decididos a obedecer à voz do Senhor, vosso Deus, e a fazer o que for reto, e seguirem atentamente os seus mandamentos e leis, guardar-vos-ei de todos os males que mandei ao Egito, porque eu sou o Senhor que vos sara.”
27 Vieram a Elim, onde havia 12 fontes e 70 palmeiras, e acamparam ali perto da água.
Êxodo 14-15
Almeida Revista e Corrigida 2009
Deus anuncia a ruína dos egípcios
14 Então, falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel que voltem e que acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar. 3 Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. 4 E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim. 5 Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que nos não sirva? 6 E aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo; 7 e tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. 8 Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão. 9 E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros, e o seu exército e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.
10 E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor. 11 E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito? 12 Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. 13 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. 14 O Senhor pelejará por vós, e vos calareis.
A passagem pelo meio do mar
15 Então, disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 16 E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 17 E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos cavaleiros, 18 e os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros.
19 E o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles. 20 E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro.
21 Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. 22 E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda. 23 E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. 24 E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, 25 e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.
26 E disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
Os egípcios perecem no mar
27 Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar, 28 porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. 29 Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda.
30 Assim, o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31 E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.
O cântico de Moisés
15 Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor; e falaram, dizendo:
Cantarei ao Senhor, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. 2 O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei. 3 O Senhor é varão de guerra; Senhor é o seu nome.
4 Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no mar Vermelho. 5 Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra. 6 A tua destra, ó Senhor, se tem glorificado em potência; a tua destra, ó Senhor, tem despedaçado o inimigo; 7 e, com a grandeza da tua excelência, derribaste os que se levantaram contra ti; enviaste o teu furor, que os consumiu como restolho. 8 E, com o sopro dos teus narizes, amontoaram-se as águas; as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar. 9 O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; fartar-se-á a minha alma deles, arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá. 10 Sopraste com o teu vento, o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em veementes águas.
11 Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas? 12 Estendeste a tua mão direita; a terra os tragou. 13 Tu, com a tua beneficência, guiaste este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade. 14 Os povos o ouvirão, eles estremecerão; apoderar-se-á uma dor dos habitantes da Filístia. 15 Então, os príncipes de Edom se pasmarão, dos poderosos dos moabitas apoderar-se-á um tremor, derreter-se-ão todos os habitantes de Canaã. 16 Espanto e pavor cairá sobre eles; pela grandeza do teu braço emudecerão como pedra; até que o teu povo haja passado, ó Senhor, até que passe este povo que adquiriste. 17 Tu os introduzirás e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação; no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram. 18 O Senhor reinará eterna e perpetuamente.
19 Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o Senhor fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar.
A dança de Miriã e das mulheres
20 Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. 21 E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.
22 Depois, fez Moisés partir os israelitas do mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto e não acharam água.
As águas amargas tornam-se doces
23 Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu nome Mara. 24 E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? 25 E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces; ali lhes deu estatutos e uma ordenação e ali os provou. 26 E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor, que te sara.
27 Então, vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas.
Mateus 17
O Livro
Jesus transfigura-se
(Mc 9.2-13; Lc 9.28-36)
17 Passados seis dias, Jesus levou Pedro, Tiago e seu irmão João ao cimo de um alto monte. Não havia ali mais ninguém. 2 E o aspeto de Jesus mudou de tal maneira que o seu rosto brilhava como o Sol e as suas vestes ficaram de uma brancura deslumbrante. 3 De súbito, Moisés e Elias apareceram e puseram-se a falar com ele. 4 Pedro disse: “Senhor, que bom é estarmos aqui! Se quiseres, farei três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!”
5 Enquanto falava, uma nuvem brilhante desceu sobre eles e uma voz que dela saía disse: “Este é o meu Filho amado, em quem tenho grande prazer. Ouçam-no!” 6 Ao ouvirem isto, os discípulos curvaram-se e inclinaram o rosto, muito assustados. 7 Jesus aproximou-se e tocou-lhes. “Levantem-se, não tenham medo!” 8 Quando tornaram a olhar, não viram mais ninguém, a não ser apenas o próprio Jesus.
9 Enquanto desciam do monte, Jesus recomendou-lhes: “Não contem a ninguém o que viram até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.” 10 E os discípulos perguntaram-lhe: “Então, porque é que os especialistas na Lei insistem que Elias deve vir antes?” 11 Jesus respondeu: “Elias, de facto, vem para pôr tudo em ordem. 12 Mas digo-vos: Elias já veio e fizeram dele tudo o que quiseram. Do mesmo modo, também o Filho do Homem será maltratado às mãos deles.” 13 Então os discípulos perceberam que se referia a João Batista.
A cura do rapaz endemoninhado
(Mc 9.14-29; Lc 9.37-42)
14 Quando chegaram junto da multidão, um homem ajoelhou-se diante dele e disse: 15 “Senhor, tem misericórdia do meu filho que tem ataques e anda em grande aflição, pois muitas vezes cai no lume e muitas outras na água. 16 Já o trouxe aos teus discípulos, mas não conseguiram curá-lo.”
17 Jesus respondeu: “Ó povo sem fé e obstinado! Até quando terei de andar convosco? Até quando terei de suportar-vos? Tragam-me cá o rapaz!” 18 Jesus repreendeu o demónio que estava dentro do rapaz e ele deixou-o, ficando bom a partir daquele momento.
19 Os discípulos perguntaram a Jesus, quando já estavam a sós: “Porque não conseguimos expulsar aquele demónio?”
20 “Por causa da vossa pouca fé. É realmente como vos digo: se tivessem fé como um grão de mostarda, poderiam dizer a este monte: ‘Sai daqui!’, e ela sairia. Nada vos seria impossível. 21 Porém, esta casta de demónios não sai senão à força de oração e jejum.”
Jesus fala outra vez da sua morte e ressurreição
(Mc 9.30-32; Lc 9.43-45)
22 Um dia, estavam ainda na Galileia, Jesus disse-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, 23 hão de matá-lo mas, ao terceiro dia, ressuscitará.” E os discípulos encheram-se de tristeza.
O imposto do templo
24 Ao chegarem a Cafarnaum, os cobradores de impostos do templo procuraram Pedro e perguntaram-lhe: “O vosso mestre não paga impostos?” 25 Ele respondeu: “Claro que paga!”
Entrando em casa para discutir o assunto com Jesus, antes que Pedro começasse a falar, Jesus perguntou-lhe: “Que achas, Simão? Os reis lançam impostos sobre o seu povo ou sobre os estrangeiros?” 26 Pedro respondeu: “Sobre os estrangeiros.”
Jesus continuou: “Se assim é, os nacionais não têm de pagar. 27 Contudo, não vamos contrariá-los. Vai ao mar, lança a linha e abre a boca do primeiro peixe que apanhares. Encontrarás uma moeda que vale o bastante para pagar o imposto por ambos; leva-a e paga-lhes.”
Mateus 17
Almeida Revista e Corrigida 2009
A transfiguração(A)
17 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. 2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias. 5 E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o. 6 E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo. 7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo. 8 E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus.
9 E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos. 10 E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem, então, os escribas que é mister que Elias venha primeiro? 11 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. 12 Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. 13 Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.
A cura de um lunático(B)
14 E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele e dizendo: 15 Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e, muitas vezes, na água; 16 e trouxe-o aos teus discípulos e não puderam curá-lo. 17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. 18 E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele; e, desde aquela hora, o menino sarou.
19 Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo? 20 E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nada vos será impossível. 21 Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.
22 Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, 23 e matá-lo-ão, e, ao terceiro dia, ressuscitará. E eles se entristeceram muito.
Jesus paga o tributo
24 E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas e disseram: O vosso mestre não paga as didracmas? 25 Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos ou os impostos? Dos seus filhos ou dos alheios? 26 Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. 27 Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o e dá-o por mim e por ti.
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