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A preparação de Daniel na Babilónia

Três anos depois do rei Joaquim ter começado a reinar em Judá, o rei da Babilónia, Nabucodonozor, atacou Jerusalém com os seus exércitos. E o Senhor deu-lhe a vitória sobre Joaquim. Antes de regressar a Sinar (Babilónia), retirou algumas das taças sagradas do templo de Deus e pô-las depois no tesouro do seu deus.

Então mandou a Aspenaz, que era o chefe do pessoal de serviço no palácio real, que selecionasse alguns dos jovens judeus trazidos como cativos; mancebos de linhagem real, pertencentes à nobreza de Judá, para lhes ensinar a língua dos caldeus e a sua cultura. “Escolham-me uns moços fortes, saudáveis e de bela aparência!”, disse ele. “Devem ser instruídos em todos os domínios do saber, com uma boa cultura geral, e estar preparados para viver no palácio.” O rei ordenou que lhes dessem do melhor alimento a comer e do melhor vinho a beber, de tudo aquilo que era servido a ele próprio; e isso durante três anos, para que no final desse período de preparação viessem a ser seus conselheiros.

Daniel, Hananias, Misael e Azarias foram quatro dos jovens escolhidos de todas as tribos de Judá. O responsável pela sua formação pôs-lhes outros nomes, nomes babilónicos. A Daniel chamou Beltessazar, a Hananias, Sadraque, a Misael, Mesaque e a Azarias, Abednego.

Mas Daniel assentou no seu coração não se contaminar com o alimento e o vinho que o rei lhes dava. Pediu então a esse responsável que lhes permitisse alimentarem-se de outras coisas. Aconteceu até que Deus fez com que esse homem tivesse uma certa simpatia especial por Daniel e usasse de uma certa tolerância. 10 No entanto, ficou alarmado com a sugestão de Daniel: “Tenho receio que vocês fiquem com um aspeto mais débil, quando comparados com os outros da vossa idade, e que o rei me mande decapitar por ter negligenciado as minhas responsabilidades!”

11 Daniel foi ter com o mordomo, a quem o responsável tinha encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias. 12 Sugeriu-lhe que durante dez dias os deixasse submeterem-se a um regime apenas de vegetais e água. 13 No final desse período, o mordomo poderia comparar a aparência deles com a dos outros que comiam da comida do rei e logo veria se continuariam com esse regime alimentar.

14 O mordomo acabou por concordar. 15 No fim dos dez dias, Daniel e os seus três amigos pareciam mais saudáveis e mais bem alimentados que os jovens que tinham comido a comida real. 16 O mordomo passou a dar-lhes unicamente vegetais e água, retirando-lhes da alimentação os outros ricos pratos e os vinhos.

17 Deus concedeu a estes quatro moços uma grande capacidade de aprendizagem, de tal forma que em breve dominavam os conhecimentos e a cultura daquele tempo. Deus deu mesmo a Daniel uma competência especial para compreender o significado de sonhos e visões.

18 Quando aquele período de três anos de preparação e estudo se completou, o responsável nomeado pelo soberano trouxe todos os mancebos à presença deste, para serem examinados. 19 O rei Nabucodonozor conversou longamente com cada um deles, mas aqueles que mais o impressionaram foram, sem dúvida, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E passaram a ocupar o seu lugar na equipa de conselheiros reais. 20 Em todos os assuntos em que se requeria uma informação exata e a emissão de pareceres inteligentes, o rei achava os juízos destes jovens sempre dez vezes melhores que os dos magos e adivinhos do seu reino.

21 Daniel manteve-se nesse lugar de conselheiro do rei até ao primeiro ano do reinado de Ciro[a].

O sonho de Nabucodonozor

Uma certa noite, no segundo ano do seu reinado, Nabucodonozor teve um terrível pesadelo e acordou tremendo de terror. O seu espírito ficou tão aflito que não conseguia dormir. Chamou imediatamente todos os seus magos, astrólogos, encantadores, feiticeiros e ordenou-lhes que lhe lembrassem o sonho que tinha tido:

“Tive um certo sonho”, disse-lhes, quando se apresentaram na sua presença, “e sinto-me muito incomodado sem saber o que significava.”

Os outros, expressando-se em aramaico, disseram-lhe: “O rei que nos diga primeiro o sonho que teve e depois poderemos explicar-lhe o seu significado.”

Mas o rei replicou: “Já vos disse que se não me disserem o que foi com que eu sonhei e não me explicarem o seu sentido, despedaçar-vos-ei e as vossas casas serão feitas num montão de ruínas! Se, pelo contrário, me contarem o sonho e o seu significado, encher-vos-ei de presentes, benefícios e honrarias. Portanto, fico à espera!” E aqueles homens tornaram a responder-lhe: “Mas como poderemos dizer o significado do sonho se não o contares previamente?”

“Vocês estão a ver se ganham tempo, pois sabem que estou decidido a cumprir o que disse. Estão a preparar-se para me enganar com uma explicação qualquer, a ver se me esqueço do assunto e mudo de ideias. Mas não, digam-me com o que sonhei e só assim acreditarei na interpretação que me derem.”

10 “Não há homem algum sobre a face da Terra que seja capaz de dizer que sonho é que tiveste! Como também não há rei algum do mundo que exija semelhante coisa dos seus súbditos! 11 O que o rei exige é uma coisa impossível. Ninguém, exceto unicamente os deuses, podem dizer-te o sonho que tiveste, e eles não estão aqui para intervir.”

12 Ao ouvir isto o rei ficou profundamente irado e deu ordens para que todos os sábios da Babilónia fossem executados. 13 Foram então buscar Daniel e os seus companheiros para serem mortos.

14 Mas quando Arioque, o chefe da guarda real, veio para os levar, com muita sabedoria e bom senso, Daniel dominou a situação, perguntando: 15 “Porque é que o rei está assim tão zangado? O que é que se passou?” Arioque contou-lhe tudo o que acontecera.

16 Daniel pediu uma audiência com o soberano e disse-lhe: “Dá-me só um pouco de tempo e contar-te-ei o sonho que tiveste e o seu significado.”

17 Depois foi para casa e expôs a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, toda a situação. 18 Pediram ao Deus do céu que lhes mostrasse misericórdia, dando-lhes a conhecer esse sonho misterioso, para que não tivessem de perder a vida juntamente com todos os outros. 19 Nessa mesma noite, Deus contou a Daniel, numa visão, o que o rei tinha sonhado. Daniel louvou o Deus do céu:

20 “Louvado seja o nome de Deus por toda a eternidade,
porque só ele tem toda a sabedoria e todo o poder.
21 Tudo o que se passa neste mundo está sob o seu controlo.
Remove governantes dos seus lugares e põe outros no poder.
É ele quem dá a sabedoria aos sábios e a inteligência aos homens cultos.
22 Só ele pode revelar os mistérios que ultrapassam a compreensão humana.
Conhece tudo o que não está revelado, porque ele é a luz;
as trevas não são um obstáculo para ele.
23 Eu te agradeço e te louvo, ó Deus dos meus antepassados,
porque me deste inteligência e capacidade,
e ainda me revelaste nesta visão o sonho do rei e o seu sentido.”

Daniel interpreta o sonho

24 Daniel foi ter com Arioque, que se mantinha obrigado a cumprir a ordem do rei de executar todos os sábios, e disse-lhe: “Suspende essa execução! Leva-me junto do rei e eu lhe revelarei aquilo que ele pretende saber!”

25 Arioque apressou-se a levar Daniel até ao rei, dizendo: “Aquele tal, que é dos cativos de Judá, é capaz de te contar o sonho!”

26 O rei perguntou a Daniel, também chamado Beltessazar: “É verdade? Podes dizer-me o sonho que eu tive e qual é o seu significado?”

27 “Não há sábio, nem astrólogo, nem mago, nem adivinho algum que pudesse revelar-te semelhante coisa. 28 Mas há um Deus no céu que revela os segredos; ele contou-te no sonho que tiveste o que acontecerá no futuro. O teu sonho foi como se segue.

29 Sonhaste coisas que hão de vir a acontecer. Aquele que revela segredos esteve a falar contigo. 30 Lembra-te de que não é por eu ser mais sábio do que qualquer outra pessoa que conheço o segredo do teu sonho; se Deus mo revelou foi para teu benefício.

31 Ó rei, tu viste uma estátua descomunal que tinha um esplendor fantástico e tremendo. 32 A cabeça da estátua era feita do mais puro ouro, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas de cobre; 33 as pernas eram de ferro e os pés parte de ferro e parte de barro. 34 Enquanto estavas a olhar, uma rocha foi retirada da montanha por um poder sobrenatural e foi arremessada contra a estátua e esmagou-lhe os pés de ferro e barro, fazendo-os em pedaços. 35 Então deu-se a derrocada de toda a estátua e o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro desfizeram-se em pedaços, de tal maneira esmiuçados que o vento os levou como se fossem palha e nunca mais se viram. Contudo, a rocha que feriu a estátua tornou-se ela própria uma grande montanha que ocupou a Terra inteira.

36 Foi este o sonho que tiveste e este é o seu significado. 37 Tu és rei sobre reis, porque foi Deus quem te deu o teu reino, o poder, a força e a glória. 38 O teu domínio estende-se às regiões mais afastadas; mesmo os animais e as aves estão sob o teu controlo por vontade de Deus. Tu és essa cabeça de ouro da estátua.

39 Mas quando o teu reino tiver chegado ao fim, um outro poder mundial se levantará e tomará o teu lugar. Esse império será inferior ao teu; depois de cair levantar-se-á um terceiro, representado pelo ventre de bronze da estátua, que regerá o mundo. 40 Um quarto poder virá, tão forte como o ferro, que esmagará, destruirá e conquistará. 41 Os pés que viste, parte de ferro e parte de barro, mostram que mais tarde este reino se dividirá. 42 Uma parte tornar-se-á tão forte como o ferro e outra tão frágil como o barro. 43 Esta mistura de ferro e de barro revela igualmente que estes reinos hão de tentar aumentar o seu poder através de alianças de casamentos entre os seus chefes; mas não resultará, porque o ferro e o barro não podem unir-se.

44 Durante os reinados destes reis, o Deus do céu estabelecerá um reino que nunca mais será destruído; nunca ninguém o conquistará. Consumirá todos estes reinos e reduzi-los-á a nada; mas ele permanecerá para sempre indestrutível. 45 Este é o sentido da rocha arrancada da montanha, sem ser por mãos humanas, a rocha que desfaz em poeira o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro.

Assim, o grande Deus revela o que acontecerá no futuro e esta interpretação do teu sonho é tão segura e certa como foi a descrição que dele fiz!”

46 Nabucodonozor inclinou-se até ao chão perante Daniel, ordenando ao povo que lhe oferecesse sacrifícios e perfumes suaves. 47 “Verdadeiramente, ó Daniel”, disse o rei, “o teu Deus é o Deus dos deuses, Senhor dos reis, revelador de mistérios, pois revelou-te este segredo!”

48 Então o rei engrandeceu muito Daniel; deu-lhe uma grande quantidade de presentes de alto valor e nomeou-o governador de toda a província da Babilónia, assim como chefe de todos os sábios do país. 49 Depois, a pedido de Daniel, o rei designou Sadraque, Mesaque e Abednego como seus adjuntos na administração da província da Babilónia. Daniel tinha a função de magistrado principal na corte do rei.

Footnotes

  1. 1.21 Decorria o ano 539 a.C., ano em que Ciro reinava sobre os medos e persas.

A educação de Daniel e outros jovens hebreus na corte de Nabucodonosor

No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus. E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego.

E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar. Ora, deu Deus a Daniel graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos. 10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos jovens que são vossos iguais? Assim, arriscareis a minha cabeça para com o rei. 11 Então, disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: 12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos deem legumes a comer e água a beber. 13 Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a aparência dos jovens que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos. 14 E ele conveio nisso e os experimentou dez dias. 15 E, ao fim dos dez dias, pareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam porção do manjar do rei. 16 Desta sorte, o despenseiro tirou a porção do manjar deles e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.

17 Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos. 18 E, ao fim dos dias em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. 19 E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. 20 E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino. 21 E Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro.

O decreto. O sonho do rei é interpretado por Daniel

E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono. E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei. E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o sonho, está perturbado o meu espírito. E os caldeus disseram ao rei em siríaco: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação. Respondeu o rei e disse aos caldeus: O que foi me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; mas, se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim presentes, e dádivas, e grande honra; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação. Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação. Respondeu o rei e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o que eu sonhei me tem escapado. Por consequência, se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto, dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação. 10 Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, senhor ou dominador, que requeira coisa semelhante de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu. 11 Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.

12 Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13 E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos. 14 Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia. 15 Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel. 16 E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação.

17 Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18 para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu. 20 Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; 21 ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.

23 Ó Deus de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.

24 Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios da Babilônia; entrou e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e darei ao rei a interpretação. 25 Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e disse-lhe assim: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação. 26 Respondeu o rei e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que vi e a sua interpretação? 27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem descobrir ao rei. 28 Mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas: 29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os segredos te fez saber o que há de ser. 30 E a mim me foi revelado este segredo, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei e para que entendesses os pensamentos do teu coração.

31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas, de cobre; 33 as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro. 34 Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua se fez um grande monte e encheu toda a terra.

36 Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37 Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38 E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. 39 E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. 40 E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará. 41 E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42 E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. 43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro. 44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. 45 Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.

46 Então, o rei Nabucodonosor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e perfumes suaves. 47 Respondeu o rei a Daniel e disse: Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos, pois pudeste revelar este segredo. 48 Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia. 49 E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; mas Daniel estava às portas do rei.

Discernindo os falsos profetas

Queridos amigos, não creiam em todos que dizem falar pelo Espírito de Deus: examinem primeiro. Porque há muitos falsos profetas por aí no mundo. A maneira de verificar se as suas mensagens são de Deus é saber se confessam que Jesus Cristo se tornou homem de verdade. Todo aquele que não reconhecer esta verdade, essa pessoa não é de Deus, mas representa o espírito do Anticristo, acerca do qual já ouviram que haveria de vir, e até já se encontra no mundo.

Meus queridos amigos, vocês pertencem a Deus e já está ganha a vossa luta contra aqueles que se opõem a Cristo, porque o Espírito que vive no vosso coração é maior que o espírito que vive nas pessoas do mundo. Esses tais pertencem a este mundo, por isso falam à maneira do mundo, e este os ouve. Mas nós somos de Deus. Por isso, só aqueles que conhecem a Deus nos ouvem; os outros não. É dessa maneira que reconhecemos se alguém tem o Espírito da verdade ou o espírito do erro.

O amor de Deus e dos irmãos

Meus queridos amigos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus e aquele que ama mostra que é de Deus, nascido de novo, e que conhece a Deus. Mas aquele que não ama, não conhece a Deus; porque Deus é amor.

Deus mostrou o seu amor para connosco enviando o seu único Filho ao mundo para que por ele vivamos. 10 E neste ato ele revela o que é o verdadeiro amor: não por causa do amor que tivéssemos por Deus, mas porque ele nos amou a nós e enviou o seu Filho, o qual expiou o castigo dos nossos pecados para que fôssemos perdoados.

11 Queridos amigos, se Deus nos amou assim, também nos devemos amar uns aos outros. 12 Nunca ninguém viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus vive em nós e o seu amor em nós se completa.

13 E é pelo Espírito Santo, que ele colocou nos nossos corações, que temos a prova de que vivemos em Deus e ele em nós. 14 Além disso, nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho ao mundo para ser o seu Salvador. 15 Quem crê e diz que Jesus é o Filho de Deus prova que Deus está a viver em si e que ele vive em Deus. 16 Nós sabemos o quanto Deus nos ama e pomos nele a nossa confiança.

Deus é amor e aquele que vive em amor permanece em Deus e Deus permanece nele. 17 Nesta comunhão com ele, o amor em nós torna-se completo. E assim não recearemos o dia do juízo, mas encararemos com confiança o Senhor, porque vivemos neste mundo tal como ele viveu.

18 Onde há amor não há medo. Na verdade, o perfeito amor elimina toda a espécie de receio, porque o medo traz consigo a ideia de culpa e mostra que não estamos absolutamente convencidos de que ele nos ama perfeitamente. 19 A verdade é que nós amamos porque ele nos amou primeiro.

20 Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas continuar a detestar o seu irmão na fé, é um mentiroso. Porque se não amar o seu irmão, que está ali diante dos seus olhos, como poderá amar a Deus que nunca viu? 21 E Deus mesmo nos dá este mandamento: que quem ama a Deus deve também amar o seu irmão.

Os falsos profetas

Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. Filhinhos, sois de Deus e os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.

Deus é amor. Devemos amar a Deus e a nossos irmãos

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 10 Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus; se nós amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.

13 Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito, 14 e vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo. 15 Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus. 16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor e quem está em amor está em Deus, e Deus, nele. 17 Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no Dia do Juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. 18 No amor, não há temor; antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. 19 Nós o amamos porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? 21 E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.