Salmos 57-61
O Livro
(Sl 108.2-6)
Salmo de David. Quando se escondeu numa caverna, fugindo de Saul. Para o diretor do coro. Poema de instrução.
57 Tem piedade de mim, ó Deus!
Tem piedade, porque a minha alma em ti se refugia.
Eu abrigo-me à sombra das tuas asas,
até que passem as calamidades.
2 Clamarei ao Deus altíssimo,
e que tudo faz por mim.
3 Ele enviará lá do alto o seu auxílio,
para me salvar dos que querem devorar-me; (Pausa)
Deus enviará o seu amor e a sua fidelidade.
4 Estou rodeado de leões ferozes,
de gente violenta com dentes mais afiados que punhais,
e cuja língua é uma faca cortante.
5 Ó Deus, engrandece-te acima dos céus!
Que a tua glória brilhe sobre toda a Terra!
6 Puseram uma rede no meu caminho;
a minha alma ficou abatida com temores.
Abriram uma cova para que eu caísse,
mas afinal foram eles que vieram a cair nela. (Pausa)
7 O meu coração está pronto, ó Deus;
não é de surpreender que te cante salmos.
8 Desperta, minha alma!
Que a harpa e a lira comecem a tocar!
Eu mesmo, ao romper do dia, cantarei a Deus.
9 Louvar-te-ei diante dos povos, Senhor;
no meio das nações cantar-te-ei salmos.
10 Pois a tua misericórdia chega aos céus
e a tua fidelidade até às nuvens.
11 Sim, ó Deus, engrandece-te acima dos céus!
Que a tua glória brilhe sobre toda a Terra!
Salmo de David. Para o diretor do coro. Poema de instrução.
58 Os grandes da sociedade sabem o que é a justiça?
Algum de vocês sabe aplicar a imparcialidade?
2 No vosso coração forjam planos de maldade,
abrem as portas à violência e ao suborno.
3 Essa gente já nasceu pecadora;
mentem e agradam-se do erro, desde que nasceram.
4-5 O seu veneno é como o das serpentes.
São como víboras surdas perante o mais hábil encantador.
6 Quebra-lhes os dentes, ó Deus,
Senhor, parte os queixais desses filhos de leões!
7 Desapareçam como água numa terra seca e arenosa;
despedaça as flechas que seguram nas mãos.
8 Sejam como lesmas que se desfazem no lodo;
como os que morrem ao nascer, sem nunca verem o Sol.
9 Deus aniquilará, tanto os velhos como os novos;
ele os destruirá mais depressa que o tempo
que uma panela leva a aquecer sobre brasas de espinheiros.
10 Os justos se alegrarão quando são vingados;
pisarão os campos da gente má que tiver sido castigada.
11 Então todos dirão: “Certamente, os justos são recompensados;
existe um Deus que exerce a justiça na Terra.”
Salmo de David. Para o diretor do coro. Poema de instrução. Lembrando a ocasião em que Saul mandou cercar a sua casa para o matar.
59 Livra-me, ó Deus, dos meus inimigos;
livra-me daqueles que se levantam contra mim!
2 Livra-me desta gente que pratica a iniquidade e o crime!
3 Armam ciladas contra a minha vida;
preparam-se para me cair em cima,
sem que eu lhes tenha feito mal algum, ó Senhor.
4 Agitam-se e têm pressa em me liquidar, sem razão.
Desperta e ajuda-me!
5 Desperta para me ajudares, Senhor,
Deus dos exércitos, Deus de Israel!
Castiga as nações pecadoras que nos cercam;
não poupes nenhum desses maus e traiçoeiros! (Pausa)
6 Ao anoitecer vêm espiar-me,
andando em volta como cães, rondando a cidade.
7 Ouço-lhes os insultos que ferem como espadas.
Gritam e dizem: “Ninguém nos ouve!”
8 Mas tu, Senhor, ris-te deles;
também vês como essas nações são ridículas.
9 Ó Deus, tu és a minha força!
Espero em ti porque és a minha defesa segura.
10 Deus nunca mudará o seu amor por mim;
fará com que veja cumprido o meu desejo,
a respeito dos meus inimigos.
11 Não os mates, pois o meu povo logo se esquece.
Que o teu poder os disperse e abata, Senhor,
pois és o nosso escudo!
12 Pecam ao falar! São uns arrogantes!
Só proferem maldições e mentiras.
Por essas mesmas coisas serão condenados.
13 Destrói-os com a tua severidade e liquida-os,
para que se saiba que Deus governa em Jacob[a]
e que domina sobre toda a Terra! (Pausa)
14 Ao anoitecer vêm espiar-me,
andando em volta como cães, rondando a cidade.
15 Uivam e procuram comida,
para matar a fome.
16 Quanto a mim, não deixarei de cantar a tua força;
cedo pela manhã cantarei, com alegria, o teu amor.
Pois tens sido o meu refúgio bem seguro,
a minha segurança nos momentos de angústia.
17 A ti, pois, minha força, cantarei louvores;
tu és o Deus que me defende e me ama!
(Sl 108.6-13)
Salmo de David. Segundo a melodia “Os lírios”. Poema de instrução. Quando David lutou contra os arameus da Mesopotâmia e os arameus de Zobá, e Joabe, ao regressar, matou no vale do Sal doze mil edomitas.
60 Deus, tu rejeitaste-nos e dispersaste-nos;
tens estado zangado connosco,
mas volta-te de novo para nós.
2 Fizeste tremer esta terra, dividiste-a em pedaços;
cura-a, pois está abalada até nos fundamentos.
3 Fizeste-nos passar por coisas muito duras;
deste-nos a beber um vinho que enlouquece.
4 Deste uma bandeira a todos os que te temem,
para que a levantem bem alto pela causa da verdade. (Pausa)
5 Salva-nos, para que o povo que amas seja livre!
Ouve-nos e livra-nos pela força do teu braço!
6 Deus jurou pela sua santidade:
“É justo que me encha de alegria;
hei de repartir Siquem e medir o vale de Sucote.
7 Gileade e Manassés ainda são meus;
Efraim é o apoio da minha força
e Judá me dará governantes.
8 Moabe é para mim uma bacia de lavar
e Edom como o sítio onde me descalço.
Sobre a Filisteia bradarei vitória.”
9 Quem me conduzirá à cidade fortificada?
Quem me guiará até Edom?
10 Deus o fará, ainda que nos tenha rejeitado
e nos tenha abandonado aos exércitos do inimigo.
11 Auxilia-nos em tempos de aperto,
pois de nada vale o socorro humano!
12 Com Deus faremos coisas formidáveis;
ele esmagará os nossos inimigos.
Salmo de David. Sobre instrumentos de cordas. Para o diretor do coro.
61 Ouve, ó Deus, o meu clamor!
Atende à minha oração!
2 Ainda que esteja no fim do mundo clamarei por ti,
pois o meu coração está abatido;
leva-me para essa alta rocha de salvação.
3 Porque tens sido o meu refúgio,
como uma alta torre fortificada
onde o adversário nunca me poderá alcançar.
4 Morarei no teu tabernáculo para sempre;
estarei seguro ao abrigo das tuas asas. (Pausa)
5 Pois tu, ó Deus, deste atenção aos meus votos;
deste-me as bênçãos que reservas aos que temem o teu nome.
6 Prolongarás a minha vida de rei;
os meus anos serão muitos e magníficos
como os de muitas gerações juntas.
7 Permanecerei diante de Deus para sempre.
Envia a tua bondade e a tua fidelidade,
para que guardem a minha vida de rei.
8 Então cantarei salmos ao teu nome continuamente,
cumprindo a solene promessa de te louvar todos os dias.
Footnotes
- 59.13 Israel.
Salmos 57-61
Almeida Revista e Corrigida 2009
Davi acha socorro contra os seus inimigos e louva a Deus
Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete, quando fugia de diante de Saul na caverna
57 Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. 2 Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. 3 Ele dos céus enviará seu auxílio e me salvará do desprezo daquele que procurava devorar-me (Selá). Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.
4 A minha alma está entre leões, e eu estou entre aqueles que estão abrasados, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada.
5 Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra.
6 Armaram uma rede aos meus passos, e a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram. (Selá)
7 Preparado está o meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei e salmodiarei. 8 Desperta, glória minha! Desperta, alaúde e harpa! Eu mesmo despertarei ao romper da alva. 9 Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei entre as nações. 10 Pois a tua misericórdia é grande até aos céus, e a tua verdade até às nuvens.
11 Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; e seja a tua glória sobre toda a terra.
Davi reprova os ímpios. Deus os castigará e salvará os justos
Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete
58 Acaso falais vós deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? 2 Antes, no coração forjais iniquidades; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos. 3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras. 4 Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tem tapados os seus ouvidos 5 para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador perito em encantamentos. 6 Ó Deus, quebra-lhes os dentes na boca; arranca, Senhor, os queixais aos filhos dos leões. 7 Sumam-se como águas que se escoam; se armarem as suas flechas, fiquem estas feitas em pedaços. 8 Como a lesma que se derrete, assim se vão; como o aborto de uma mulher, nunca vejam o sol. 9 Antes que os espinhos cheguem a aquecer as vossas panelas, serão arrebatados, tanto os verdes como os que estão ardendo, como por um redemoinho.
10 O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio. 11 Então, dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.
Davi suplica a Deus que o livre e protesta a sua inocência
Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete, quando Saul lhes mandou que guardassem a sua casa para o matarem
59 Livra-me, meu Deus, dos meus inimigos; defende-me daqueles que se levantam contra mim. 2 Livra-me dos que praticam a iniquidade e salva-me dos homens sanguinários, 3 pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, sem transgressão minha ou pecado meu, ó Senhor. 4 Eles correm e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares e olha. 5 Tu, pois, ó Senhor, Deus dos Exércitos, Deus de Israel, desperta para visitares todas as nações: não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniquidade. (Selá)
6 Voltam à tarde; dão ganidos como cães, rodeando a cidade. 7 Eis que eles dão gritos com a boca; espadas estão nos seus lábios; porque dizem eles: Quem ouve? 8 Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todos os gentios. 9 Por causa da sua força eu te aguardarei; pois Deus é a minha alta defesa.
10 O Deus da minha misericórdia virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos. 11 Não os mates, para que o meu povo se não esqueça; espalha-os pelo teu poder e abate-os, ó Senhor, nosso escudo. 12 Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba; e pelas maldições e pelas mentiras que proferem. 13 Consome-os na tua indignação, consome-os de modo que não existam mais, para que saibam que Deus reina em Jacó até aos confins da terra. (Selá)
14 E tornem a vir à tarde e deem ganidos como cães, rodeando a cidade. 15 Vagueiem buscando o que comer, passem a noite sem se fartarem. 16 Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã, louvarei com alegria a tua misericórdia, porquanto tu foste o meu alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. 17 A ti, ó fortaleza minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha defesa, é o Deus da minha misericórdia.
Ação de graças por várias vitórias
Mictão de Davi, de doutrina, para o cantor-mor, sobre Susã-Edute, quando pelejou com os siros da Mesopotâmia, e com os siros de Zobá, e quando Joabe, voltando, feriu no vale do Sal a doze mil dos edomitas
60 Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos espalhaste, tu tens estado indignado; oh! Volta-te para nós! 2 Abalaste a terra e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme. 3 Fizeste ver ao teu povo duras coisas; fizeste-nos beber o vinho da perturbação. 4 Deste um estandarte aos que te temem, para o arvorarem no alto pela causa da verdade. (Selá) 5 Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra e ouve-nos;
6 Deus disse na sua santidade: Eu me regozijarei, repartirei a Siquém e medirei o vale de Sucote. 7 Meu é Gileade e meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá é o meu legislador. 8 Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia jubilarei.
9 Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom? 10 Não serás tu, ó Deus, que nos tinhas rejeitado? Tu, ó Deus, que não saíste com os nossos exércitos? 11 Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem. 12 Em Deus faremos proezas; porque ele é que pisará os nossos inimigos.
Davi confia em Deus como seu refúgio
Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Neguinote
61 Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. 2 Desde o fim da terra clamo a ti, por estar abatido o meu coração.
Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu, 3 pois tens sido o meu refúgio e uma torre forte contra o inimigo. 4 Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no oculto das tuas asas. (Selá) 5 Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome.
6 Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações. 7 Ele permanecerá diante de Deus para sempre; prepara-lhe misericórdia e verdade que o preservem. 8 Assim, cantarei salmos ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.
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