Provérbios 30-31
Almeida Revista e Corrigida 2009
As palavras de Agur
30 Palavras de Agur, filho de Jaque, o oráculo. Disse este varão a Itiel, a Itiel e a Ucal: 2 Na verdade, que eu sou mais bruto do que ninguém; não tenho o entendimento do homem, 3 nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo. 4 Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?
5 Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. 6 Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso.
7 Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: 8 afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; 9 para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus.
10 Não calunies o servo diante de seu senhor, para que te não amaldiçoe e fiques culpado.
11 Há uma geração que amaldiçoa a seu pai e que não bendiz a sua mãe. 12 Há uma geração que é pura aos seus olhos e que nunca foi lavada da sua imundícia. 13 Há uma geração cujos olhos são altivos e cujas pálpebras são levantadas para cima. 14 Há uma geração cujos dentes são espadas e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos e os necessitados entre os homens. 15 A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e quatro nunca dizem: Basta: 16 a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta.
17 Os olhos que zombam do pai ou desprezam a obediência da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão, e os pintãos da águia os comerão.
18 Há três coisas que me maravilham, e a quarta não a conheço: 19 o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma virgem. 20 Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: Não cometi maldade.
21 Por três coisas se alvoroça a terra, e a quarta não a pode suportar: 22 pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando anda farto de pão; 23 pela mulher aborrecida, quando se casa; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora.
24 Estas quatro coisas são das mais pequenas da terra, mas sábias, bem-providas de sabedoria: 25 as formigas são um povo impotente; todavia, no verão preparam a sua comida; 26 os coelhos são um povo débil; e, contudo, fazem a sua casa nas rochas; 27 os gafanhotos não têm rei; e, contudo, todos saem e em bandos se repartem; 28 a aranha, que se apanha com as mãos e está nos paços dos reis.
29 Há três que têm um bom andar, e o quarto passeia muito bem: 30 o leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás; 31 o cavalo de guerra, bem-cingido pelos lombos; o bode também; e o rei, a quem se não pode resistir.
32 Se procedeste loucamente, elevando-te, e se imaginaste o mal, põe a mão na boca. 33 Porque o espremer do leite produz manteiga, e o espremer do nariz produz sangue, e o espremer da ira produz contenda.
Os conselhos que a mãe do rei Lemuel deu a seu filho
31 Palavras do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou sua mãe. 2 Como, filho meu? E como, ó filho do meu ventre? E como, ó filho das minhas promessas? 3 Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, ao que destrói os reis. 4 Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. 5 Para que não bebam, e se esqueçam do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos. 6 Dai bebida forte aos que perecem, e o vinho, aos amargosos de espírito; 7 para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e do seu trabalho não se lembrem mais. 8 Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação. 9 Abre a tua boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
Álefe.
10 Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins.
Bete.
11 O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará.
Guímel.
12 Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.
Dálete.
13 Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos.
Hê.
14 É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.
Vau.
15 Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.
Zain.
16 Examina uma herdade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.
Hete.
17 Cinge os lombos de força e fortalece os braços.
Tete.
18 Prova e vê que é boa sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
Jode.
19 Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca.
Cafe.
20 Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende as mãos.
Lâmede.
21 Não temerá, por causa da neve, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada.
Mem.
22 Faz para si tapeçaria; de linho fino e de púrpura é a sua veste.
Nun.
23 Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra.
Sâmeque.
24 Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores.
Ain.
25 A força e a glória são as suas vestes, e ri-se do dia futuro.
Pê.
26 Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.
Tsadê.
27 Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça.
Cofe.
28 Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo:
Rexe.
29 Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior.
Chim.
30 Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
Tau.
31 Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.
Provérbios 30-31
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
Ditados de Agur
30 Estas são as palavras de Agur, filho de Jaque. Mensagem divina.[a] O homem que fala para Itiel e Ucal:[b]
2 “Com certeza eu sou mais ignorante do que qualquer homem,
e não tenho a inteligência de uma pessoa!
3 Nunca aprendi a sabedoria,
nem conheço o Deus santo!
4 Quem já subiu aos céus e desceu à terra?
Quem pode apanhar o vento com as mãos?
Quem embrulha o mar dentro da sua capa?
Quem fixou os limites da terra?
Você sabe como ele se chama
e qual é o nome do seu filho?
5 Toda palavra de Deus é pura, digna de confiança;
ele é o escudo que protege aqueles que o procuram.
6 Não acrescente coisa alguma à sua palavra
para que ele não castigue você por ser mentiroso.
7 Só peço que me dê duas coisas
antes de morrer:
8 afaste de mim a falsidade e a mentira,
e não me faça pobre nem rico.
Dê-me apenas o alimento que preciso para viver.
9 Porque se eu tiver mais do que o necessário,
posso pensar que não preciso do SENHOR;
e se ficar pobre, posso começar a roubar
e assim desonrar o nome do meu Deus.
10 “Não calunie o escravo diante do seu senhor,
porque o servo o amaldiçoará e será culpado.
11 “Há pessoas que insultam o próprio pai
e não respeitam a sua mãe.
12 Há pessoas que pensam que são puras,
mas elas ainda não foram lavadas.
13 Há pessoas que se julgam importantes
e desprezam os outros.
14 Há pessoas que têm bocas como espadas
e dentes como facas,
para devorarem os pobres
e os necessitados da terra.
15 “Quem é ganancioso só gosta de duas coisas[c]:
‘Dê-me! Dê-me!’
“Há três coisas que nunca estão satisfeitas,
ou melhor, quatro que nunca têm o suficiente:
16 o mundo dos mortos,
a mulher sem filhos,
a terra que precisa de chuva,
e o fogo que ninguém pode apagar.
17 “Quem ri do seu pai
e não obedece à sua mãe,
merece que os seus olhos sejam arrancados pelos corvos
e comidos pelos filhotes da águia.
18 “Há três coisas que não compreendo bem,
ou melhor, quatro que não consigo entender:
19 a águia que voa no céu,
a cobra que rasteja na rocha,
o barco sobre o mar,
e o homem que conquista o amor de uma mulher.
20 “A mulher infiel faz isto:
come, limpa a boca,
e finge que nada aconteceu.
21 “Há três coisas que fazem tremer a terra,
ou melhor, quatro que ela não pode suportar:
22 o escravo que se torna rei,
o insensato que tem comida de sobra,
23 a mulher desprezada que arranja marido,
e a escrava que toma o lugar da senhora.
24 “Há quatro criaturas na terra,
que são muito pequenas, mas muito sábias:
25 as formigas são muito pequenas e não têm força,
mas guardam a sua comida no verão;
26 os coelhos não são fortes,
mas fazem as suas casas entre as rochas;
27 os gafanhotos não têm rei,
mas andam em perfeita ordem;
28 as lagartixas cabem nas nossas mãos,
mas vivem nos palácios dos reis.
29 “Há três seres que caminham com orgulho,
ou melhor, quatro de andar elegante:
30 o leão, o mais poderoso dos animais
e que não foge de nada;
31 o galo, que anda de peito erguido; o bode;
e o rei à frente do seu povo.
32 “Se tem atuado como louco,
se tem exaltado a si mesmo
ou feito planos contra alguém,
então pare e pense bem:
33 bater o leite produz manteiga,
apertar o nariz faz sair sangue
e provocar alguém
causa brigas”.
Ditados do rei Lemuel
31 Ditados de Lemuel, rei de Massá. Ditados que a sua mãe lhe ensinou:
2 “Ó meu filho, filho do meu ventre,
filho que pedi a Deus!
3 Não gaste com mulheres
a sua força e o seu vigor,
pois elas são a ruína dos reis.
4 “Lemuel, os reis não devem beber vinho,
nem os governantes devem querer bebidas fortes.
5 As bebidas fortes fazem esquecer a lei
e violar os direitos dos pobres.
6 Dê bebida forte àqueles que estão prestes a morrer,
dê vinho aos que estão angustiados.
7 Quando eles bebem esquecem a sua miséria
e não se lembram dos seus problemas.
8 Fale a favor de quem não pode falar,
defenda os direitos dos desamparados.
9 Levante a sua voz e faça justiça a eles;
defenda os direitos dos pobres e dos necesitados”.
A mulher exemplar
10 [d] Feliz é o homem que encontra uma mulher exemplar.
Ela vale muito mais do que as pérolas.
11 O seu marido confia nela totalmente
e ela nunca deixará de lhe ser útil.
12 Durante toda a sua vida,
ela só lhe faz bem, nunca lhe faz mal.
13 Ela procura lã e linho
e com prazer trabalha com as suas mãos.
14 É como um navio mercante
que traz de longe provisões para casa.
15 Levanta-se quando ainda é noite,
prepara a comida para a família,
e dá uma parte às criadas.
16 Faz planos e compra um terreno,
e planta nele uma vinha com o seu próprio dinheiro.
17 Ela entrega-se ao trabalho com vigor,
os seus braços são fortes.
18 Verifica que todos os seus negócios estejam correndo bem,
e a sua lâmpada fica acesa durante toda a noite.
19 Ela trabalha com lã e linho
e tece a sua própria roupa.
20 Está sempre pronta para ajudar os pobres
e é generosa com os necessitados.
21 Ela não teme pela família quando chega o frio,
pois todos andam vestidos de lã.
22 Ela faz lençóis para as camas
e veste-se de linho e púrpura.
23 O seu marido é respeitado por todos,
é um dos juízes da terra.
24 Ela faz e vende roupa de linho,
e fornece cintos aos comerciantes.
25 É elogiada pelas pessoas[e] e respeitada por todos,
e tem confiança no futuro.
26 Fala com sabedoria
e ensina com amor.
27 Ela cuida de tudo na sua casa
e não é preguiçosa.
28 Os seus filhos a elogiam,
e o seu marido diz:
29 “Pode haver muitos mulheres exemplares,
mas você é a melhor de todas”.
30 A formosura engana e a beleza passa depressa,
mas a mulher que respeita ao SENHOR é digna de louvor.
31 Que ela receba o reconhecimento que merece
e seja parabenizada publicamente pelo bem que faz!
Footnotes
- 30.1 Jaque. Mensagem divina ou “Jaque, de Massá”.
- 30.1 O homem (…) Ucal ou “O homem que diz: ‘Estou fraco, ó Deus, estou fraco, ó Deus, a ponto de desfalecer’”.
- 30.15 Quem (…) coisas Literalmente, “A sanguessuga tem duas filhas”.
- 31.10-31 No texto hebraico, cada versículo deste poema começa com uma das 22 letras do alfabeto. Assim o poema descreve “de A-Z” as qualidades da mulher virtuosa.
- 31.25 É elogiada pelas pessoas ou “Ela é forte”.
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