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Estes são os povos que o SENHOR deixou na terra para pôr à prova os israelitas que não participaram nas batalhas da conquista de Canaã. Ele fez isto para que os que nunca estiveram no campo de batalha aprendessem a guerrear. Ficaram os cinco chefes dos filisteus, todos os cananeus, o povo de Sidom e os heveus, que viviam nos montes do Líbano, desde o monte Baal-Hermom até Lebo-Hamate. Deus deixou que esses povos permanecessem na terra para testar os israelitas, para ver se obedeceriam aos seus mandamentos, que tinha lhes dado desde o tempo dos seus antepassados por meio de Moisés.

Os israelitas tiveram que viver no meio dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Os israelitas começaram a se casar com as filhas desses povos. Assim eles permitiram também que suas próprias filhas se casassem com os filhos daqueles povos. O povo de Israel também começou a adorar os deuses daqueles povos.

Otoniel, o primeiro líder

Os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Eles se esqueceram do SENHOR, seu Deus, e serviram os deuses Baal e Astarote. Portanto, o SENHOR irritou-se com Israel e permitiu que Cuchã-Risataim, o rei de Arã-Naaraim,[a] derrotasse o povo de Israel e os governasse. Os israelitas ficaram submetidos a este rei durante oito anos. Então o povo de Israel pediu ajuda ao SENHOR, e ele enviou um homem chamado Otoniel para salvá-los, e ele conseguiu libertar os israelitas. Ele era filho de Quenaz, que por sua vez era o irmão mais novo de Calebe. 10 O Espírito do SENHOR veio sobre Otoniel para que derrotasse Cuchã-Risataim. Otoniel saiu à batalha como líder de Israel, e o SENHOR lhe deu uma grande vitória sobre o rei de Arã. 11 Então a terra esteve em paz durante quarenta anos até a morte de Otoniel, filho de Quenaz.

O líder Eúde

12 Novamente os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Portanto, o SENHOR deu poder a Eglom, rei de Moabe, para que derrotasse os israelitas já que haviam feito o que não agradava ao SENHOR. 13 Eglom recebeu ajuda dos amonitas e dos amalequitas. Todos se uniram para atacar aos israelitas. Eglom e o seu exército derrotaram o povo de Israel e os obrigaram a sair da cidade das Palmeiras[b]. 14 Eglom, rei de Moabe, oprimiu o povo de Israel durante dezoito anos.

15 Os israelitas pediram ajuda do SENHOR e ele enviou um homem chamado Eúde para libertá-los. Eúde era filho de Gera, que pertencia à tribo de Benjamim. Eúde tinha sido enviado para combater com a sua mão esquerda. Os israelitas enviaram Eúde com um presente para Eglom, rei de Moabe. 16 Eúde havia feito uma espada que continha dois gumes e media meio metro[c] de comprimento. Ele a amarrou na sua perna direita e a escondeu debaixo de sua roupa.

17 Então Eúde levou o presente para Eglom, rei de Moabe, que era muito gordo. 18 Depois de dar o presente, Eúde mandou embora os homens que haviam ajudado no transporte da oferta, 19 mas quando chegou no local onde estavam as estátuas,[d] perto de Gilgal, voltou ao palácio do rei. Então Eúde disse ao rei Eglom:

—Sua Majestade, tenho uma mensagem secreta para o senhor.

O rei ordenou silêncio e pediu aos servos que se retirassem da sala. 20 O rei estava sentado sozinho em um lugar elevado para poder se refrescar. Então Eúde lhe disse:

—Tenho uma mensagem de Deus para o senhor.

Quando o rei se levantou do trono, ficou muito perto de Eúde. 21 Então Eúde, sem que o rei percebesse, moveu a sua mão esquerda para seu lado direito, onde tinha uma espada amarrada na sua coxa. Ele tirou a espada e a enfiou na barriga do rei, 22 enfiando-a tão fundo que foi até o cabo da espada. Eúde deixou a espada dentro da sua barriga e saíram todas as fezes do rei.

23 Eúde saiu da sala deixando ali o rei, depois de ter trancado as portas. 24 Depois de Eúde sair da sala principal, os servos voltaram, encontrando fechadas as portas da sala principal. Então disseram:

—Certamente o rei se fechou na sala privada para fazer suas necessidades.

25 Os servos esperaram por um tempo longo mas o rei não abria a porta. Finalmente os servos ficaram preocupados e foram pegar a chave para abrir a porta. Quando entraram, viram o seu rei caído no chão e morto.

26 Enquanto os servos esperavam que o rei saísse da sala, Eúde conseguiu escapar. Passou perto das estátuas e foi a um lugar chamado Seirá. 27 Quando Eúde chegou a Seirá, tocou a trombeta na região montanhosa de Efraim. Os israelitas ouviram a trombeta e desceram do monte juntamente com Eúde, que os guiava. 28 Eúde lhes disse:

—Sigam-me! O SENHOR nos ajudou a vencer os nossos inimigos, os moabitas.

Então os israelitas seguiram Eúde e foram com ele para tomar posse da passagem onde o povo podia atravessar com facilidade o rio Jordão para chegar à terra de Moabe. Eles não permitiram que ninguém atravessasse o rio Jordão. 29 Os israelitas mataram mais de 10.000 moabitas fortes e corajosos; nenhum escapou. 30 Desde esse dia o povo de Israel governou o povo de Moabe, e houve paz nessa terra durante oitenta anos.

O chefe Sangar

31 Depois de Eúde libertar os israelitas, outro homem veio para salvar Israel. Esse homem se chamava Sangar, filho de Anate[e]. Sangar matou seiscentos filisteus com uma vara para arrear bois.[f]

A juíza Débora

Depois da morte de Eúde, os israelitas voltaram a fazer o que não agradava ao SENHOR. Portanto, o SENHOR deixou que Jabim, um rei de Canaã, derrotasse Israel. Jabim governou numa cidade chamada Hazor. Sísera, comandante do exército do rei, morava numa região chamada Harosete-Hagoim. Sísera tinha novecentos carros de ferro, eles tinham sido muito cruéis com os israelitas durante vinte anos. Então os israelitas pediram ajuda ao SENHOR.

Débora era líder de Israel. Era profetisa e esposa de Lapidote. Débora sempre sentava-se debaixo de uma palmeira, conhecida como “Palmeira de Débora”, e os israelitas vinham a ela para que ela julgasse seus problemas. A palmeira de Débora ficava entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim. Débora mandou chamar um homem chamado Baraque, filho de Abinoão, que morava na cidade de Quedes, no território de Naftali. Débora disse a Baraque:

—O SENHOR, Deus de Israel, lhe ordena o seguinte: “Reúna 10.000 homens das tribos de Naftali e Zebulom, e leve-os ao monte Tabor. Eu farei com que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá até vocês. Farei com que Sísera vá com seu exército e seus carros até o rio Quisom[g] e aí ajudarei vocês a derrotá-los”.

Baraque disse a Débora:

—Se você for comigo, eu irei; mas se você não for comigo, eu não irei.

Débora respondeu:

—Claro que irei com você, mas por causa da sua atitude, não receberá a honra quando Sísera for derrotado. O SENHOR fará com que uma mulher derrote Sísera.

E Débora saiu com Baraque para a cidade de Quedes. 10 Estando em Quedes, Baraque reuniu as tribos de Zebulom e Naftali. Ao todo vieram 10.000 homens. Eles o acompanharam e Débora também ia com eles.

11 Héber, o queneu, tinha se afastado dos outros queneus, que eram como ele descendentes de Hobabe, o sogro[h] de Moisés, e tinha montado seu acampamento em Zaanim, perto de Quedes.

12 Pessoas informaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor. 13 Portanto, Sísera mandou juntar seus novecentos carros de ferro e todo seu exército. Todos marcharam desde Harosete-Hagoim até o rio Quisom.

14 Depois Débora disse a Baraque:

—Hoje é o dia que o SENHOR ajudará você a vencer Sísera. O SENHOR irá diante de você.

Então Baraque desceu o monte Tabor com seus 10.000 homens 15 e atacaram a Sísera. Durante a batalha, o SENHOR fez com que Sísera e o seu exército se assustassem e não soubessem o que fazer. Baraque e seus homens ganharam a batalha e Sísera saiu do carro e fugiu a pé. 16 Mas os homens de Baraque continuaram lutando contra o exército de Sísera. Eles perseguiram Sísera, o seu exército e os seus carros até Harosete-Hagoim. Os homens de Baraque mataram com o fio de espada todo o exército de Sísera. Não deixaram nenhum homem com vida.

17 Mas Sísera escapou a pé e foi a um lugar onde morava uma mulher chamada Jael, esposa de Héber, que pertencia ao grupo dos queneus. A família de Héber estava em paz com Jabim, rei de Hazor. 18 Jael viu que Sísera se aproximava e foi recebê-lo. Jael disse a Sísera:

—Senhor, entre na minha tenda e não tenha medo.

Então Sísera entrou, e Jael o cobriu com um tapete.

19 Sísera disse a Jael:

—Tenho sede, por favor dê-me água para beber.

Jael lhe deu um pouco de leite que tinha numa jarra de couro e depois o cobriu. 20 Sísera disse a Jael:

—Agora vá até a entrada e espere ali. Se vier alguém e lhe perguntar: “Há alguém aí dentro?”, diga que não.

21 Sísera estava tão cansado que acabou dormindo. Enquanto isso, Jael foi ver se conseguia uma estaca e um martelo, entrou sem fazer barulho e fincou a estaca na cabeça de Sísera. A estaca atravessou a cabeça dele e enterrou-se na terra. Assim foi como morreu Sísera.

22 Pouco tempo depois chegou Baraque procurando por Sísera. Jael saiu para recebê-lo e lhe disse:

—Entre e lhe mostrarei o homem que está buscando.

Então Baraque entrou e viu Sísera morto no chão, com a estaca atravessada em sua cabeça.

23 Nesse dia Deus derrotou a Jabim, rei de Canaã, e deu a vitória ao povo de Israel. 24 E depois disso, o povo de Israel atacou a Jabim com mais e mais força até que o destruiu.

A canção de Débora e Baraque

[i] Esta é a canção que Débora e Baraque, filho de Abinoão, cantaram nesse dia:

“Louvado seja o SENHOR
    porque os líderes de Israel declararam a guerra[j]
    e o povo esteve pronto para combater.

“Que escutem todos os reis,
    que prestem atenção todos os governantes.
Eu mesmo cantarei ao SENHOR,
    vou compor uma música para o SENHOR, o Deus de Israel.

“SENHOR, no passado o Senhor veio desde os montes de Seir[k],
    marchando desde a terra de Edom.
Quando o Senhor marchou a terra estremeceu,
    o céu se abalou e as nuvens derramaram toda sua chuva.
Os montes tremeram perante o SENHOR,
    o Deus do monte Sinai;
    perante o SENHOR, o Deus de Israel.

“Nos tempos de Sangar, filho de Anate[l],
    e nos tempos de Jael,
ninguém utilizava as estradas principais.
    Caravanas e viajantes tinham que usar as estradas laterais.
Não havia soldados até você chegar, Débora;
    até que viesse como mãe de Israel.[m]
Deus designou novos líderes
    para combater nas entradas das aldeias.[n]
Dos 40.000 soldados de Israel,
    nenhum pôde encontrar nem um escudo nem uma espada.
Meu coração está com os líderes de Israel
    e com aqueles que quiseram ir à batalha.
Louvado seja o SENHOR!

10 “Prestem atenção todos os que andam em jumentos brancos,
    os que andam sobre tapetes[o],
    os que andam a pé nas estradas.
11 Há barulho nas cisternas;
    ouve-se música de instrumentos.
O povo canta as vitórias do SENHOR;
    as vitórias ganhas em favor dos vilarejos de Israel.
O povo do SENHOR se fez presente
    nas entradas das cidades.

12 “Desperte, Débora, desperte!
    Desperte, desperte e cante a canção!
Levante-se, Baraque, filho de Abinoão!
    Vá e conquiste os seus inimigos, filho de Abinoão.

13 “Então os israelitas desceram
    para combater contra os poderosos.
O povo do SENHOR desceu por mim
    e combateram os guerreiros.
14 Os homens de Efraim vieram
    desde as montanhas de Amaleque[p].
    Eles vinham seguindo a Benjamim e sua tribo.
Vieram também comandantes da família de Maquir[q].
    Os líderes da tribo de Zebulom vieram com suas varas de bronze.
15 Os líderes de Issacar apoiaram Débora;
    a tribo de Issacar era fiel a Baraque.
    Todos marcharam a pé pelo vale.
Sim! Na tribo de Rúben
    havia muitos homens valentes.
16 Mas, por que permaneceram sentados nas trincheiras,
    olhando os pastores chamarem suas ovelhas?
Os homens valentes de Rúben pensaram muito sobre a batalha,
    mas permaneceram em suas casas ouvindo música.
17 O povo de Gileade se acomodou em seus campos,
    do outro lado do rio Jordão.
E vocês, os da tribo de Dã,
    por que permaneceram nos seus barcos?
O povo de Aser parou no litoral,
    junto aos portos.
18 Mas os homens da tribo de Zebulom e Naftali
    arriscaram suas vidas combatendo nas regiões montanhosas.

19 “Os reis de Canaã vieram para combater
    mas não levaram nenhum tesouro para casa.
Eles combateram na cidade de Taanaque,
    perto do rio Megido.
20 As estrelas combateram do céu,
    por seu caminho através de todo o céu,
    lutaram contra Sísera.
21 O rio Quisom, esse rio antigo,
    derrotou o exército de Sísera.
    Minha alma, marche com firmeza![r]
22 Seus cavalos afundaram-se
    e os cavalos valentes de Sísera não puderam sair da lama.
23 O anjo do SENHOR disse: ‘Que caia uma forte maldição
    sobre a cidade de Meroz e sobre seus habitantes
por não terem ajudado o SENHOR,
    ajudado os soldados do SENHOR!’

24 “Que Jael, a esposa de Héber, o queneu,
    seja bendita mais do que todas as mulheres.
25 Sísera pediu água; Jael lhe trouxe leite.
    Deu-lhe leite numa bacia digna de reis.
26 Com a sua mão esquerda Jael trouxe a estaca
    e com a sua mão direita, o martelo.
Bateu na cabeça de Sísera
    e com a estaca atravessou as têmporas dele.
27 Sísera caiu aos pés de Jael,
    e ali ficou.
Ali onde caiu, aos pés de Jael,
    ficou morto.

28 “A mãe de Sísera olha pela janela,
    olha chorando através da cortina.
‘Por que demora tanto o carro de Sísera?
    Por que não ouço seus carros?’

29 “Suas servas mais sábias responderam
    tentando convencê-la:
30 ‘Com certeza ganharam a batalha
    e estão pegando o despojo.
Devem estar repartindo o que ganharam!
    Cada soldado deve estar tomando para si uma ou duas mulheres.
Talvez Sísera tenha encontrado uma roupa colorida, ou talvez duas.
    Tecidos bordados para o pescoço do vencedor’.

31 “Que todos seus inimigos morram, ó SENHOR!
    E que todo povo que o ama seja tão forte como o sol do amanhecer!”

E houve paz nessa terra durante quarenta anos.

Os midianitas lutam contra Israel

Mais uma vez os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Por isso durante sete anos o SENHOR permitiu que os midianitas oprimissem os israelitas.

Os midianitas trataram com crueldade os israelitas, por isso os israelitas tiveram que construir esconderijos nas montanhas. Escondiam suas provisões em cavernas e em passagens difíceis de se encontrar. Eles tinham que fazer assim porque os midianitas, os amalequitas e os outros povos do leste vinham e destruíam o que eles haviam cultivado. Esses povos acampavam na terra dos israelitas e destruíam todas as colheitas da região até perto de Gaza, e não deixavam comida para os israelitas. Não deixavam também nenhuma ovelha, nem boi, nem jumento nem nada. Os midianitas vinham e acampavam com todas suas famílias e animais. Eram tantos que pareciam uma praga de gafanhotos e iam destruindo tudo. Não podia ser contado quantas pessoas nem quantos camelos tinham. O povo de Israel se empobreceu por causa dos midianitas e, desesperados, clamaram chorando ao SENHOR para que os ajudasse.

[s] Os midianitas fizeram muita maldade, e os israelitas pediram ajuda ao SENHOR. Então o SENHOR mandou um profeta que disse aos israelitas o que o SENHOR tinha falado:

—Vocês eram escravos na terra do Egito, mas eu os libertei e os tirei daquela terra. Eu os salvei novamente do poder dos seus opressores e fiz com que aquele povo saísse da sua terra e a entregasse a vocês. 10 E depois lhes disse: “Eu sou o SENHOR, seu Deus. Vocês viverão na terra dos amorreus; mas não devem adorar aos seus deuses”. Mas vocês não me obedeceram.

O anjo do Senhor visita a Gideão

11 Depois, o anjo do SENHOR foi para o lugar onde estava um homem chamado Gideão. O anjo sentou-se debaixo do carvalho que ficava na região de Ofra. Essa árvore era de Joás, pai de Gideão, da família de Abiezer. Gideão estava malhando o trigo em um tanque onde se pissava a uva para fazer o vinho. Gideão estava ali para poder esconder o trigo rapidamente dos midianitas. 12 O anjo do SENHOR apareceu diante de Gideão e disse:

—Que o SENHOR esteja com você, bom guerreiro.

13 Gideão disse:

—Perdão, mas se o SENHOR está conosco, então por que temos tantas dificuldades? Sabemos que o Senhor fez milagres em favor dos nossos antepassados. Eles nos contaram que o SENHOR os tirou da terra do Egito, mas o SENHOR nos tem abandonado e tem permitido que os midianitas nos oprimam.

14 O SENHOR olhou para Gideão e disse:

—Use sua força e liberte o povo de Israel do poder dos midianitas. Eu o envio para que os salve!

15 E Gideão respondeu:

—Perdão, SENHOR, mas como poderei salvar a Israel, se minha família é a mais pobre[t] de todas as famílias de Manassés, e eu sou o mais jovem de todos?

16 O SENHOR disse:

—Mas eu vou estar com você. Você poderá derrotar os midianitas como se estivesse lutando contra um homem só.

17 Respondeu Gideão:

—Se é verdade que está ao meu favor, então me mostre um sinal para saber que realmente o Senhor é quem tem falado comigo. 18 Peço ao SENHOR que espere aqui até eu regressar. Vou trazer minha oferta e a colocarei diante do Senhor.

O SENHOR lhe respondeu:

—Esperarei aqui até você regressar.

19 Então Gideão entrou na sua casa e preparou um cordeiro na água fervendo. Também preparou pão sem fermento com vinte quilos[u] de farinha. Depois, colocou a carne em um cesto e colocou o caldo numa vasilha. Gideão levou toda essa comida e a colocou sob o carvalho.

20 O anjo de Deus disse:

—Ponha a carne e o pão sem fermento sobre essa rocha e derrame o caldo.

Gideão fez como o anjo lhe ordenou.

21 O anjo do SENHOR tinha uma vara e tocou a carne e o pão com sua ponta. Em seguida saiu fogo da rocha, a carne e o pão se queimaram por completo e o anjo do SENHOR desapareceu.

22 Então Gideão entendeu que estava falando com o anjo do SENHOR, e gritou muito forte:

—Senhor DEUS! Tenho visto o anjo do SENHOR face a face!

23 E o SENHOR lhe disse:

—Fique tranquilo[v], não tenha medo, você não vai morrer.[w]

24 Então Gideão construiu um altar para o SENHOR nesse exato lugar. Gideão chamou o altar de “O SENHOR é paz”. Esse altar ainda se encontra na cidade de Ofra, que é onde vive a família de Abiezer.

Gideão destrói o altar de Baal

25 Nessa mesma noite o SENHOR veio a Gideão e lhe disse:

—Tome um bezerro maior e forte da casa de seu pai, que esse bezerro seja de sete anos de idade. Leve o bezerro até o altar que seu pai fez para Baal e destrua-o. Derrube também o poste que está junto ao altar porque esse poste é da deusa Aserá. 26 Depois faça ali um altar digno para o SENHOR, seu Deus. Mate um bezerro e faça uma fogueira com a madeira do poste que você derrubou. Queime ali o bezerro e ofereça-o como sacrifício para o SENHOR.

27 Gideão chamou dez dos seus homens para que o ajudassem a fazer o que o SENHOR havia lhe ordenado. Mas Gideão tinha medo de que a sua família e o povo da cidade visse, então fez isso durante a noite em vez de durante o dia.

28 Na manhã seguinte, o povo se surpreendeu muito quando viu que o altar de Baal e o poste de Aserá, que estava do lado, tinham sido destruídos. Todos viram, também, o bezerro que tinha sido oferecido sobre o novo altar edificado.

29 Eles perguntaram entre si:

—Quem pôde ter feito isso?

Depois de muito procurar e perguntar, alguém disse que tinha sido Gideão, o filho de Joás.

30 Então alguns homens do povo se aproximaram de Joás e disseram:

—Seu filho destruiu o altar de Baal e o poste de Aserá, que estava ao lado. Traga seu filho porque ele tem que morrer.

31 Então Joás disse a todos os que estavam ali:

—Vocês vão defender a Baal e lutar a favor dele? Vão resgatá-lo? Se alguém está a favor de Baal, que morra antes do amanhecer. Se Baal é um Deus de verdade, que ele mesmo se defenda quando alguém destrói seu altar.

32 Joás disse:

—Se Gideão destruiu o altar de Baal, então que Baal se defenda.

E nesse mesmo dia Joás deu outro nome ao seu filho. Chamou-o de Jerubaal[x].

Gideão derrota os midianitas

33 Os midianitas, os amalequitas e o povo do leste se reuniram, e atravessaram o rio Jordão e acamparam no vale de Jezreel. 34 Mas o Espírito do SENHOR tomou conta de Gideão e lhe deu muito poder. Gideão tocou uma trombeta para chamar a tribo de Abiezer. 35 Também enviou mensageiros por todas as partes para que chamassem as tribos de Manassés, Aser, Zebulom e Naftali. A todos mandou chamar para que se reunissem com ele e lutassem juntos.

36 Então Gideão disse a Deus:

—O SENHOR prometeu que me ajudaria a salvar o povo de Israel. Dê-me uma prova! 37 Vou colocar a pele de uma ovelha no caminho onde se malha o trigo. Se pela manhã a pele da ovelha estiver molhada mas o chão estiver seco, saberei que me usará para salvar o povo de Israel assim como me falou.

38 E isso foi exatamente o que aconteceu. Gideão se levantou cedo no dia seguinte e torceu a pele da ovelha. Com o que torceu da pele, encheu uma taça de água.

39 Então Gideão disse a Deus:

—Não se irrite comigo. Deixe-me pedir só mais uma coisa. Dê-me outra prova com a pele da ovelha. Desta vez que a pele da ovelha fique seca e que o chão amanheça molhado de orvalho.

40 Naquela noite Deus fez isso. A pele amanheceu seca, mas o chão amanheceu molhado por causa do orvalho.

De madrugada Jerubaal, ou seja, Gideão, e seus homens armaram seu acampamento à margem do rio Harode. O acampamento dos midianitas estava ao norte deles, no vale perto do monte de Moré. O SENHOR disse a Gideão:

—Vou ajudá-lo a vencer os midianitas. Mas há muitos homens no seu exército, e não quero que os israelitas acreditem que eles sozinhos se salvaram. Portanto, chame os seus homens e diga a eles: “Quem tiver medo deles pode partir daqui e regressar à sua casa”.

Foram embora 22.000 homens mas ainda ficaram 10.000.

Então o SENHOR disse a Gideão:

—Ainda são muitos homens. Leve-os para perto da água e ali farei uma prova com eles. Se eu falar: “Este homem irá com você”, então esse homem irá, mas se eu falar: “Este homem não irá com você”, então esse homem não irá.

Então Gideão levou seus homens para tomar água. Ali o SENHOR disse:

—Divida os seus homens em dois grupos assim: coloque em um grupo os que beberem a água em suas mãos lambendo como um cachorro e coloque em outro grupo os que se ajoelharem para beber.

Só trezentos homens beberam a água com as mãos, todos os outros se ajoelharam para beber. Então o SENHOR disse a Gideão:

—Os trezentos homens que beberam com as mãos são suficientes. Eu farei com que vocês derrotem os midianitas. Todos os outros podem voltar para as suas casas.

Gideão mandou os outros homens de volta para suas casas e ficou só com os trezentos homens, mas ficou com o armamento e as trombetas dos homens que se foram. Os midianitas estavam acampando no vale, mais abaixo do acampamento de Gideão. Naquela noite o SENHOR disse a Gideão:

—Levante-se! Farei com que vocês derrotem o exército dos midianitas. Desça já e ataque-os! 10 Se tem medo de descer sozinho, então leve com você seu servo Pura. Desça ao acampamento dos midianitas 11 e ouça o que dizem, assim não terá medo de atacá-los.

Então Gideão e seu servo Pura desceram até a fronteira onde estavam os soldados do acampamento inimigo. 12 Os midianitas, os amalequitas e os homens do deserto estavam acampando nesse vale. Eram tantos homens que pareciam uma praga de gafanhotos, e eram tantos camelos que era como se fossem grãos de areia na praia.

13 Quando Gideão chegou ao acampamento, ouviu que um soldado estava contando um sonho a outro soldado. O soldado dizia:

—Sonhei que um pão de cevada vinha rodando em direção do acampamento dos midianitas e batia na tenda tão forte que a tenda caía e ficava do avesso.

14 O outro soldado sabia do significado do sonho e disse:

—Seu sonho se trata de Gideão, o filho de Joás, e significa que Deus fará com que Gideão destrua todo o exército midianita.

15 Depois de ouvir o sonho e o seu significado, Gideão adorou a Deus, depois regressou ao acampamento de Israel e disse:

—Levantem-se todos! O SENHOR nos ajudará a vencer os midianitas.

16 Gideão dividiu os trezentos homens em três grupos. A cada homem deu uma trombeta e um jarro vazio com uma tocha dentro. 17 Gideão disse aos seus homens:

—Quando chegarem ao acampamento inimigo, prestem atenção em mim e façam o que eu fizer. 18 Todos rodeiem o acampamento. O grupo que for comigo e eu tocaremos as trombetas. Depois vocês toquem também suas trombetas e gritem: “Pelo SENHOR e por Gideão!”

19 Gideão e os cem homens que estavam com ele chegaram à borda do acampamento inimigo. Chegaram à meia-noite, logo quando estavam alterando a guarda. Gideão e seus homens tocaram suas trombetas e quebraram os jarros.

20 Então os três grupos tocaram suas trombetas e quebraram os jarros. Na mão esquerda tinham as tochas e na mão direita tinham trombetas. Todos gritaram:

—Uma espada pelo SENHOR e uma por Gideão!

21 Cada um dos homens de Gideão parou em seu posto rodeando o acampamento inimigo. Os homens do exército midianita gritaram e correram. 22 Quando os trezentos homens de Gideão tocaram suas trombetas, o SENHOR fez com que os midianitas matassem uns aos outros com suas espadas. O exército inimigo fugiu para a cidade de Bete-Sita, que fica perto da cidade de Zererá, e correram até a cidade de Abel-Meolá, que fica perto de Tabate.

23 Então foi dito aos soldados das tribos de Naftali, Aser e Manassés que perseguissem os midianitas. 24 Gideão enviou mensageiros por todas as montanhas de Efraim.

Os mensageiros gritaram:

—Saiam antes que os midianitas cheguem!

Os homens de Efraim saíram e tomaram controle dos rios até Bete-Bara. 25 Eles também capturaram a Orebe e Zeebe, os dois comandantes midianitas. Mataram Orebe em um lugar conhecido como a rocha de Orebe. E mataram Zeebe em um lugar com o mesmo nome, onde se pisavam as uvas para fazer vinho. Os homens de Efraim continuaram perseguindo os midianitas, mas primeiro levaram as cabeças de Orebe e Zeebe para Gideão, no lugar onde se atravessa o rio Jordão.

Os homens da tribo de Efraim disseram a Gideão quando o encontraram:

—Por que nos tratou assim? Por que não nos chamou para combater os midianitas?

E eles tiveram uma forte discussão com ele.

Gideão respondeu:

—Eu não fiz nada comparado com o que vocês fizeram. Vocês, os homens da tribo de Efraim, têm conseguido uma colheita muito melhor do que da minha família, os de Abiezer. Deus permitiu que vocês capturassem a Orebe e Zeebe, os comandantes midianitas. Como alguém poderá comparar tudo o que eu fiz com o que vocês fizeram?

Depois de ouvir estas palavras, os homens da tribo de Efraim deixaram de se irar contra Gideão.

Gideão captura dois reis midianitas

Gideão e seus trezentos homens chegaram ao rio Jordão e atravessaram para a outra margem, mas estavam muito cansados e tinham fome.[y] Gideão disse aos habitantes de Sucote:

—Por favor, dê alguma coisa de comer aos meus homens, já que estão muito cansados. Temos perseguido os reis midianitas Zeba e Salmuna.

Mas os habitantes de Sucote responderam:

—Por que temos que dar de comer aos seus homens? Por acaso já capturaram Zeba e Salmuna?

Gideão disse:

—Não vão me dar comida, mas o SENHOR me ajudará a capturar Zeba e Salmuna, e depois voltarei aqui. Daí eu baterei vocês no corpo todo com espinhos e espinheiros do deserto.

Gideão e seus homens saíram dali e foram para Penuel. Ali Gideão pediu o mesmo favor aos habitantes de Penuel, mas eles responderam igual aos de Sucote. Gideão disse aos habitantes de Penuel:

—Depois de conquistar a vitória regressarei e destruirei esta torre.

10 Zeba e Salmuna estavam na cidade de Carcor com seu exército de 15.000 homens. Era tudo o que havia restado do exército do povo do leste, pois já tinham sido mortos em batalha 120.000 homens. 11 Gideão e seus homens continuaram pelo caminho que fazia fronteira com o deserto, ao leste das cidades de Noba e Jogbeá. Gideão chegou até a cidade de Carcor e atacou seus inimigos, que não estavam preparados para o ataque. 12 Zeba e Salmuna, os dois reis midianitas, saíram fugindo, mas Gideão os perseguiu e os capturou. Gideão e seus homens derrotaram o exército inimigo.

13 Gideão, filho de Joás, e seus homens voltaram da batalha por um caminho chamado “Passo de Heres”. 14 Gideão capturou um jovem da cidade de Sucote e lhe fez algumas perguntas. O jovem escreveu os nomes dos comandantes e dos oficiais da cidade de Sucote. Ao todo escreveu setenta e sete nomes.

15 Então Gideão regressou à cidade de Sucote e disse:

—Vocês zombaram de mim, dizendo: “Por que temos que dar de comer aos seus homens? Por acaso já capturaram Zeba e Salmuna?” Pois bem, aqui estão Zeba e Salmuna. 16 Gideão pegou espinhos e espinheiros do deserto e começou a bater nos líderes de Sucote. 17 Depois destruiu a torre da cidade de Penuel e matou a todos os homens que viviam ali.

18 Gideão perguntou a Zeba e Salmuna:

—Como eram os homens que vocês mataram no monte Tabor?

Zeba e Salmuna responderam:

—Eles eram como você, cada um parecia como um príncipe.

19 Gideão disse:

—Eles eram os meus irmãos, filhos da minha mãe. Tão certo como o SENHOR vive, garanto a vocês que se vocês não os tivessem matado, eu não mataria vocês agora.

20 Então, Gideão disse a Jéter, seu filho mais velho:

—Levante-se e mate-os!

Mas Jéter era ainda muito jovem e não se atreveu a tirar sua espada.

21 Zeba e Salmuna disseram a Gideão:

—Venha você mesmo e mate-nos, pois é homem maduro e forte o suficiente para fazê-lo.

Gideão se levantou e matou a Zeba e Salmuna. Depois arrancou os adornos reais em forma de lua que tinham pendurado nos camelos de Zeba e Salmuna.

Gideão faz um manto

22 Os israelitas disseram a Gideão:

—Você nos salvou dos midianitas. Agora queremos que seja nosso governante. Queremos que você, seu filho e seu neto sejam nossos governantes.

23 Mas Gideão respondeu:

—Nem meu filho nem eu seremos seus governantes, o SENHOR será o seu governante.

24 E também lhes falou:

—Quero que façam uma coisa por mim: cada um de vocês me dê uma argola de ouro, daquelas que obtiveram no despojo.

É que os midianitas sempre usavam argolas de ouro. 25 E eles responderam:

—Claro que lhe daremos o que pede.

Estenderam uma capa no chão e cada um colocou ali uma joia. 26 O ouro das joias que puseram pesava ao todo dezenove quilos[z], sem incluir os outros presentes que o povo de Israel entregou a Gideão: adornos em forma de lua crescente e em forma de lágrimas, roupas de purpuras que eram dos reis midianitas, e os colares dos seus camelos.

27 Gideão fez um manto com o ouro e o levou a Ofra, sua cidade natal. Todo Israel adorou o manto e não foi fiel ao SENHOR[aa]. Por isso o manto virou uma armadilha que fez com que Gideão e sua família pecassem.

A morte de Gideão

28 Os midianitas ficaram subjugados a Israel e não voltaram a causar dificuldades. Houve paz nessa região durante quarenta anos, até que Gideão morreu.

29 Jerubaal,[ab] filho de Joás, voltou para a sua casa. 30 Gideão teve setenta filhos, pois tinha muitas esposas. 31 Tinha uma outra esposa que morava na cidade de Siquém. Essa mulher teve também um filho de Gideão, a quem chamou de Abimeleque.

32 Gideão, filho de Joás, morreu muito velho. Ele foi enterrado na tumba de seu pai, em Ofra, onde vive toda a família de Abiezer. 33 Depois da morte de Gideão, Israel abandonou a Deus e voltou a adorar[ac] a Baal-Berite[ad] como seu deus. 34 Assim, os israelitas se esqueceram do SENHOR, seu Deus, que os tinha libertado dos inimigos que tinham por todos lados. 35 Israel se esqueceu muito depressa da família de Jerubaal, ou seja, Gideão, ainda que ele tinha lhes feito muito bem.

Abimeleque se torna rei

Abimeleque, filho de Jerubaal, foi a Siquém, na casa dos seus tios maternos, e disse a eles e a toda a família da sua mãe: Pergunte aos líderes da cidade de Siquém se é melhor para vocês que todos os setenta filhos de Gideão sejam seus governantes, ou se é melhor que um só dos seus filhos seja o governante. Lembrem-se que eu sou parte da sua família.

Os tios de Abimeleque falaram com os líderes de Siquém e lhes fizeram a pergunta. Os líderes decidiram apoiar a Abimeleque e disseram:

—Afinal de contas, ele é nosso irmão.

Portanto, os líderes de Siquém deram a Abimeleque setenta gramas de prata que tiraram do templo de Baal-Berite. Abimeleque usou a prata para contratar alguns homens detestáveis que o seguiam por toda parte. Abimeleque foi a Ofra, na casa do seu pai, e matou na mesma hora[ae] todos os seus irmãos, os setenta filhos de Jerubaal. Somente Jotão, o filho mais novo, pôde esconder-se e se salvar.

Depois os líderes de Siquém e Bete-Milo[af] se reuniram ao redor do grande carvalho e da pedra sagrada, e estabeleceram Abimeleque como seu rei.

A história de Jotão

Jotão ouviu dizer que os líderes de Siquém tinham feito Abimeleque rei. Então subiu ao monte Gerizim[ag] e gritou para que todos o escutassem:

—Escutem, todos os líderes de Siquém, e logo Deus os ouvirá:

“Certo dia as árvores decidiram nomear um rei para que as governasse,
    então pediram à árvore de oliveira que fosse seu governante.
Mas a árvore de oliveira lhes disse que não,
    porque para ser rei teria que deixar de produzir seu azeite.
    Esse azeite é muito usado para honrar a Deus e aos homens.

10 “Depois pediram à figueira
    que fosse seu governante.
11 Mas a figueira respondeu que não,
    porque para ser rainha teria que deixar de produzir
    seus doces e saborosos frutos.

12 “Então as árvores pediram à videira
    que fosse seu rei.
13 Mas a videira disse que não,
    porque para ser rei teria que deixar de produzir vinho.
    E o vinho traz alegria a Deus e aos homens.

14 “Finalmente as árvores pediram à árvore de espinhos
    que fosse seu rei.
15 Mas a árvore de espinhos respondeu:
‘Se de verdade querem que eu seja o rei,
    então venham procurar minha sombra.
Mas se não querem, então que saia fogo dos espinhos
    e que se queimem todos os cedros do Líbano’”.

16 —E agora lhes peço que reflitam se vocês foram completamente honestos quando fizeram de Abimeleque um rei. Reflitam se foram justos com Jerubaal e sua família, e se agiram bem com Jerubaal da mesma forma que ele tratou vocês. 17 Meu pai lutou por vocês, arriscou sua vida e os libertou do poder dos midianitas. 18 Mas vocês se revoltaram contra o meu pai e mataram todos os seus filhos, todos na mesma hora. Vocês têm escolhido Abimeleque para que seja o rei de Siquém. Ele é o único filho da escrava do meu pai, mas o tornaram rei porque é seu parente. 19 Se vocês têm sido completamente honestos com Jerubaal e sua família, então espero que estejam alegres com Abimeleque e que ele também esteja feliz com vocês. 20 Porém, líderes de Siquém e Bete-Milo, se vocês não têm feito o que é certo, então que saia fogo da boca de Abimeleque e que os queime a todos, e que saia fogo da boca de vocês para que queime Abimeleque.

21 Depois de dizer tudo isso, Jotão saiu fugindo e saiu para uma cidade chamada Beer e ali permaneceu pois tinha medo do seu irmão Abimeleque.

Abimeleque luta contra Siquém

22 Abimeleque governou Israel durante três anos, 23 mas Deus causou dificuldades entre Abimeleque e os líderes de Siquém, que deixaram de ser fiéis a Abimeleque. 24 Isso aconteceu para que pagassem pelo que haviam feito, pois Abimeleque tinha matado seus próprios irmãos, os setenta filhos de Jerubaal, e os líderes de Siquém tinham ajudado a Abimeleque em tal assassinato. 25 Eles enviaram homens às montanhas para que assaltassem aos que passavam por ali e Abimeleque ouviu dizer o que estava acontecendo.

26 Um homem chamado Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos se mudaram para a cidade de Siquém. Os líderes de Siquém confiaram em Gaal e o seguiram.

27 Certo dia todos saíram ao campo para a colheita de uvas. Eles apanhavam as uvas e as pisavam para fazer vinho e celebrarem. Depois entraram no templo do seu deus, comeram, beberam e almadiçoaram Abimeleque.

28 Gaal, filho de Ebede, disse:

—Quem é esse tal Abimeleque? É um dos filhos de Jerubaal, e Zebul é seu ajudante. Por que temos que servi-lo e obedecer-lhe? Nós não temos que obedecer a Abimeleque! Devemos obedecer ao nosso próprio povo, os filhos de Hamor[ah]. 29 Se me deixarem governar a este povo, eu sei que posso derrotar Abimeleque. Direi a Abimeleque: “Prepare o seu exército e venha lutar”.

30 Zebul era o governador da cidade de Siquém. Zebul ficou sabendo o que tinha dito Gaal, e se enfureceu 31 e mandou mensageiros à cidade de Arumá[ai], onde estava Abimeleque, com esta mensagem:

“Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos chegaram a esta cidade e estão colocando o povo contra você. 32 Portanto, você e os seus homens devem sair daí esta noite e esconder-se no campo. 33 Amanhã, quando sair o sol, ataquem a cidade. Gaal e seus homens sairão para atacar, e você poderá fazer como bem entender”.

34 Assim Abimeleque e seus homens saíram durante a noite e se esconderam. Eles se dividiram em quatro grupos e se esconderam perto da cidade de Siquém. 35 Gaal, filho de Ebede, saiu em direção à entrada da cidade e os homens de Abimeleque saíram dos seus esconderijos.

36 Gaal viu os soldados e disse a Zebul:

—Veja! Há homens se aproximando pelas montanhas.

Mas Zebul lhe respondeu:

—Não! Só são as sombras das montanhas, você está confundindo com as sombras de homens.

37 Mas Gaal voltou a dizer:

—Veja! Há homens vindo do “Centro da Terra” e há outros que vêm do “Cedro dos Adivinhos”.[aj]

38 E Zebul respondeu:

—E por que não faz nada agora? Você mesmo disse “Quem é esse Abimeleque? Por que devemos obedecer a ele?” Você ridicularizou estes homens; agora então vá e lute contra eles.

39 Então Gaal se juntou aos líderes de Siquém e saíram todos para lutar contra Abimeleque. 40 Mas Abimeleque e seus homens perseguiram a Gaal e aos que estavam com ele. Os homens de Gaal fugiram para a entrada da cidade de Siquém, mas muitos morreram antes de chegar até a entrada. 41 Abimeleque regressou para a cidade de Arumá e Zebul obrigou a Gaal e seus irmãos a sair de Siquém.

42 No dia seguinte os homens de Siquém foram trabalhar no campo e Abimeleque ficou sabendo. 43 Então Abimeleque aproveitou para atacar de surpresa a cidade. Abimeleque dividiu seus homens em três grupos e lhes disse que se escondessem no campo. Quando viu que os homens de Siquém saíram da cidade, Abimeleque se levantou e os atacou. 44 Abimeleque e o grupo que estava com ele correram para a entrada da cidade; os outros grupos saíram em direção do campo e mataram a todos os que estavam ali. 45 Abimeleque esteve combatendo todo o dia, invadiu a cidade e matou a todos os seus habitantes. Destruiu a cidade completamente e derramou sal por toda parte.

46 Havia alguns que viviam na torre de Siquém[ak]. Quando ficaram sabendo do que havia acontecido em Siquém, reuniram-se na sala mais segura do templo do deus Baal-Berite. 47 Quando Abimeleque ouviu dizer que todos os líderes estavam reunidos ali, 48 ele e seus homens foram em direção ao monte Salmom[al]. Abimeleque levou alguns machados para cortar lenha, pegou a lenha que tinha cortado e a levou nos seus ombros. Abimeleque disse aos homens que estavam com ele:

—Façam a mesma coisa que eu faço.

49 Todos cortaram lenha e seguiram Abimeleque. Eles chegaram ao templo de Baal-Berite e ali juntaram toda a lenha na sala mais segura[am] do lugar. Depois colocaram fogo em toda a lenha e queimaram aos que estavam dentro da sala, matando mais de 1.000 pessoas que viviam perto da torre.

A morte de Abimeleque

50 Abimeleque foi a Tebas, a atacou e a conquistou. 51 Na cidade tinha uma grande torre e todos os habitantes de Tebas se fecharam ali e subiram até o telhado. 52 Abimeleque se aproximou da torre para atacar. Ele chegou até a porta e esteve a ponto de queimá-la 53 quando uma mulher lançou uma pedra de moinho da torre. A pedra caiu na cabeça de Abimeleque e quebrou o crânio dele. 54 Imediatamente Abimeleque chamou o ajudante que carregava as armas e lhe disse:

—Pegue sua espada e me mate para que ninguém possa dizer que uma mulher matou a Abimeleque.

O ajudante enfiou a espada nele e Abimeleque morreu. 55 Quando os israelitas viram que Abimeleque estava morto, todos voltaram para as suas casas.

56 Assim Deus castigou a Abimeleque, devolvendo a ele todo o mal que ele fez com o seu pai quando matou seus setenta irmãos. 57 Deus também castigou os líderes de Siquém por todas as coisas más que fizeram. E se cumpriu tudo o que disse Jotão, filho mais novo de Jerubaal.

O líder Tolá

10 Depois da morte de Abimeleque, surgiu outro líder para salvar o povo de Israel. Esse líder se chamava Tolá, filho de Puá e neto de Dodo. Tolá era da tribo de Issacar e morava na cidade de Samir, que ficava na região montanhosa de Efraim. Tolá foi comandante do povo de Israel durante vinte e três anos. Depois morreu e foi enterrado na cidade de Samir.

O líder Jair

Depois da morte de Tolá, Deus enviou outro líder chamado Jair, que morava na cidade de Gileade. Ele foi comandante de Israel durante vinte e dois anos. Jair tinha trinta filhos. Cada um deles tinha seu próprio jumento[an] e governava um povo da região de Gileade. Até hoje esse povo é conhecido como o povo de Jair. Jair morreu e foi enterrado na cidade de Camom.

Os amonitas lutam contra Israel

Novamente os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Começaram a adorar os deuses Baal e Astarote. Além disso adoraram os deuses do povo da Síria, de Sidom, de Moabe, de Amom e dos filisteus. O povo de Israel se afastou do SENHOR e deixou de servi-lo. Então o SENHOR irritou-se com os israelitas e permitiu que os filisteus e os amonitas os derrotassem. Nesse mesmo ano os filisteus e os amonitas derrotaram os israelitas que viviam ao leste do rio Jordão, na região de Gileade. Essa era a região onde viviam os amorreus. Os israelitas sofreram durante dezoito anos. Os amonitas atravessaram o rio Jordão para combater as tribos de Judá, Benjamim e Efraim. Eles causaram muitas dificuldades aos israelitas.

10 Então os israelitas pediram ajuda ao SENHOR e disseram:

—Pecamos contra o Senhor, temos abandonado o nosso Deus e adorado o falso deus Baal.

11 E o SENHOR lhes respondeu:

—Vocês me pediram ajuda quando os egípcios, os amorreus, os amonitas e os filisteus lhes causaram dificuldades. Eu os ajudei e os salvei dessa gente. 12 Vocês me pediram ajuda quando os sidônios, os amalequitas e os midianitas[ao] lhes causaram dificuldades. Eu também os salvei desses povos. 13 Mas logo vocês me abandonaram e começaram a adorar deuses estranhos, por isso agora já não quero salvá-los outra vez. 14 Peçam ajuda a esses deuses que escolheram. Que eles os salvem quando estiverem em dificuldades.

15 Os israelitas disseram ao SENHOR:

—Pecamos. Faça conosco o que desejar, mas salve-nos agora, por favor!

16 Então os israelitas deixaram de adorar a outros deuses, voltaram a servir ao SENHOR, e ele não pôde suportar mais o sofrimento dos israelitas.[ap]

17 Os amonitas reuniram-se para ir à guerra e levantaram seu acampamento na região de Gileade. Por sua vez, os israelitas se reuniram e levantaram seu acampamento em Mispá. 18 Os líderes que viviam nessa região de Gileade disseram:

—Quem nos comandar no ataque contra os amonitas será o líder de todo o povo de Gileade.

Jefté é eleito líder

11 Jefté era um guerreiro de Gileade, mas era filho de uma prostituta e de um homem chamado Gileade. A esposa de Gileade tinha vários filhos e quando cresceram não aceitaram a Jefté. Todos os filhos obrigaram Jefté a sair do povoado e disseram:

—Você não vai receber nenhum dos bens do nosso pai, pois é filho de outra mulher.

Assim Jefté fugiu dos seus irmãos e foi viver na região de Tobe, onde reuniu um grupo de criminosos que o seguiram.

Depois de um tempo, os amonitas lutaram contra Israel. Por causa da luta entre amonitas e israelitas, os líderes de Gileade foram procurar a Jefté na região de Tobe. Eles disseram a Jefté:

—Queremos que seja o líder de nosso exército para poder lutar contra os amonitas.

Jefté respondeu:

—Vocês me odeiam e me tiraram da casa do meu pai. Então, por que vêm me procurar agora que estão com dificuldades?

Os líderes[aq] disseram:

—Exatamente por isso o procuramos, para pedir que venha lutar contra os amonitas. Você será o comandante de todo o povo de Gileade.

Jefté respondeu:

—Se vocês querem que eu regresse a Gileade para lutar contra os amonitas, suponhamos que o SENHOR me ajude a vencer, então serei eu seu novo líder?

10 Os líderes disseram:

—O SENHOR é a nossa testemunha: prometemos fazer tudo o que você mandar.

11 Então Jefté foi com os líderes de Gileade. Jefté tornou-se líder e comandante de Gileade. Em Mispá, Jefté repetiu perante o SENHOR tudo o que antes tinha dito.

A mensagem de Jefté para o rei Amom

12 Jefté enviou mensageiros ao rei de Amom com esta mensagem:

—Qual é seu problema com os israelitas? Por que vieram nos atacar em nossa terra?

13 O rei dos amonitas respondeu:

—Estamos lutando contra os israelitas porque, ao saírem do Egito, eles roubaram nossas terras desde do rio Arnom até os rios Jaboque e Jordão. Se quiser, convença os israelitas a nos devolverem nossas terras pacificamente.

14 Os mensageiros voltaram onde estava Jefté e levaram a mensagem.[ar] E Jefté voltou a enviar os mensageiros para falar com o rei dos amonitas. 15 Esta era a mensagem de Jefté:

—Os israelitas não roubaram a terra dos moabitas nem dos amonitas. 16 Quando os israelitas saíram do Egito, atravessaram pelo deserto e atravessaram o mar Vermelho até chegar a Cades. 17 Os israelitas mandaram mensageiros ao rei de Edom para pedir um favor. Eles disseram ao rei: “Por favor, permita que o nosso povo atravesse por seu território”, mas o rei de Edom não deu-lhes permissão. Então os israelitas enviaram a mesma mensagem ao rei de Moabe, mas ele não os quis ajudar e os israelitas tiveram que ficar em Cades.

18 —Depois, os israelitas voltaram a andar pelo deserto e andaram ao redor dos territórios de Moabe e Edom. Chegaram à terra que fica ao leste de Moabe e levantaram o acampamento na outra margem do rio Arnom. Os israelitas não entraram no território de Moabe porque o rio Arnom era fronteira de Moabe.

19 —Depois os israelitas enviaram mensageiros a Seom, o rei dos amorreus. Seom era o rei de Hesbom. A mensagem dizia: “Rogamos que nos deixe passar por seu território, para chegarmos até a nossa terra”. 20 Mas Seom, o rei dos amorreus, não confiou nos israelitas e não os deixou atravessar pelo seu território, mas sim reuniu seu exército e levantou um acampamento em Jasa. Então o exército de Seom lutou contra os israelitas, 21 mas o SENHOR, Deus de Israel, ajudou os israelitas a vencer o exército de Seom. Assim, os israelitas ganharam a terra dos amorreus. 22 Os israelitas ocuparam todo o território dos amorreus, desde o rio Arnom até o rio Jaboque e desde o deserto até o rio Jordão.

23 —Assim, foi o SENHOR quem obrigou os amorreus a saírem do seu território e quem deu essa terra aos israelitas. Pensa que pode obrigar os israelitas a sair dessa terra? 24 Com certeza vocês podem viver na terra que o seu deus Camos tem dado a vocês. De igual forma, nós vamos viver na terra que o SENHOR, nosso Deus, nos deu. 25 Por acaso é melhor que Balaque, o filho de Zipor[as]? Ele era o rei de Moabe e nunca foi lutar nem discutir com os israelitas. 26 Os israelitas têm morado em Hesbom e nos povoados a margem do rio Arnom durante trezentos anos. Por que em todo esse tempo não tem tentado recuperar suas terras? 27 Eu não lhe fiz nenhum mal, mas você faz muito mal ao me atacar. Que o SENHOR, que é o verdadeiro juiz, decida hoje quem é que têm razão, os israelitas ou os amonitas.

28 Mas o rei dos amonitas não fez caso da mensagem de Jefté.

A promessa de Jefté

29 Jefté, cheio do Espírito do SENHOR, atravessou Gileade e Manassés. Em Gileade passou pela cidade de Mispá e dali foi para a terra dos amonitas.

30 Jefté fez uma promessa ao SENHOR, dizendo:

31 —Se me ajudar a vencer os amonitas, então, ao regressar vitorioso para minha casa, irei oferecer ao SENHOR um sacrifício todo queimado. O sacrifício será a primeira pessoa que sair da minha casa para me receber.[at]

32 Jefté foi lutar contra os amonitas e o SENHOR o ajudou a ganhar. 33 Jefté conquistou vinte povoados desde Aroer até Minite e continuou até Abel-Queramim. Assim foi como os israelitas dominaram os amonitas.

34 Jefté regressou a sua casa na cidade de Mispá. A primeira pessoa que saiu a recebê-lo foi sua filha. Ele não tinha outro filho ou filha. Ela saiu feliz tocando música[au] e dançando. 35 Quando Jefté viu que sua filha saiu primeiro, rasgou a roupa para mostrar sua tristeza, e disse:

—Filha, estou angustiado! Me está causando uma grande tristeza! Fiz uma promessa ao SENHOR e não posso quebrá-la!

36 Sua filha lhe disse:

—Pai, se você fez uma promessa ao SENHOR, cumpra o que prometeu. Pois afinal de tudo, o SENHOR o ajudou a vencer seus inimigos, os amonitas.

37 E depois a menina disse ao seu pai:

—Faça-me este favor: permita que eu tenha dois meses a minha disposição. Assim poderei ir às montanhas para chorar com minhas amigas, porque já não me casarei ou terei filhos.

38 Jefté respondeu:

—Pode ir.

Portanto, ele a mandou longe durante dois meses. A menina e suas amigas foram às montanhas e choraram porque a menina nunca se casaria nem teria filhos. 39 Depois de dois meses a menina regressou para onde estava seu pai e Jefté cumpriu o que tinha prometido. A filha de Jefté nunca teve relações sexuais com ninguém. E entre o povo de Israel tornou-se um costume 40 das mulheres de Israel chorarem durante quatro dias, cada ano, para recordar a filha de Jefté de Gileade.

Jefté e Efraim

12 Os homens da tribo de Efraim reuniram todo seu exército. Depois atravessaram o rio e foram à cidade de Zafom e ali disseram a Jefté:

—Por que lutou contra os amonitas e não nos chamou para ajudar? Vamos queimar a sua casa com você dentro.

Jefté respondeu:

—Os amonitas nos estavam causando muitas dificuldades, por isso o meu povo e eu tivemos que lutar contra eles. Eu os chamei mas vocês não vieram nos ajudar. Quando me dei conta que não viriam nos ajudar, eu decidi arriscar minha vida indo lutar contra os amonitas. O SENHOR me ajudou na luta e ganhei a batalha. Não entendo por que agora vocês vêm brigar comigo.

Então Jefté reuniu a todos os homens de Gileade e lutou contra Efraim e o derrotou. Os homens de Gileade lutaram contra Efraim porque eles tinham insultado os homens de Gileade dizendo:

—Vocês, homens de Gileade, são desertores, não pertencem a Efraim nem a Manassés.

Os homens de Gileade tomaram controle dos lugares por onde o povo atravessava o rio Jordão para ir ao território de Efraim. Cada vez que algum dos homens de Efraim chegava a fugir e pedia que os deixasse atravessar, os homens de Gileade lhe perguntavam:

—Você é da tribo de Efraim?

Se o homem respondia que não, eles pediam que falasse a palavra “Chibolete”. Se o homem dizia “Sibolete”, porque não conseguia pronunciar bem a palavra, eles sabiam que ele era de Efraim e o matavam. Assim eles mataram 42.000 homens de Efraim.

Jefté foi líder dos israelitas durante seis anos. Então morreu e o enterraram em sua cidade, em Gileade.

O líder Ibsã

Depois da morte de Jefté, o próximo líder dos israelitas foi um homem chamado Ibsã, que era de Belém. Ibsã tinha trinta filhos e trinta filhas. Ele disse às suas filhas que se casassem com homens que não fossem da sua família. E também conseguiu que trinta mulheres, que não eram da sua família, se casassem com os seus trinta filhos. Assim Ibsã conseguiu ter o apoio de muitas famílias e ser líder do povo de Israel durante sete anos. 10 Depois morreu e foi enterrado na cidade de Belém.

O líder Elom

11 Depois de Ibsã, o próximo líder do povo de Israel foi Elom, que era da tribo de Zebulom. Foi líder de Israel durante dez anos. 12 Depois Elom, da tribo de Zebulom, morreu e foi enterrado na cidade de Aijalom, no território de sua família.

O líder Abdom

13 Depois da morte de Elom, o próximo líder do povo de Israel foi Abdom, filho de Hilel. Ele era da cidade de Piratom. 14 Abdom tinha quarenta filhos e trinta netos. Eles andavam em setenta jumentos.[av] Abdom foi líder de Israel durante oito anos. 15 Abdom, filho de Hilel, morreu e foi enterrado em Piratom, que fica na terra de Efraim, nas montanhas onde viviam os amalequitas.

O nascimento de Sansão

13 Mais uma vez os israelitas fizeram o que era mau perante os olhos do SENHOR, por isso o SENHOR permitiu que os filisteus os dominassem durante quarenta anos.

Na cidade de Zora havia um homem chamado Manoá, que pertencia à tribo de Dã. A esposa de Manoá não podia ter filhos. Mas o anjo do SENHOR apareceu à esposa de Manoá e disse:

—Até agora você não conseguiu ter filhos, mas você vai engravidar e terá um filho. Contudo, deverá ser cuidadosa, não tome vinho nem nenhuma bebida forte nem coma nenhum alimento impuro. Pois vai ter um filho que será consagrado a Deus como nazireu, mesmo antes de nascer. Por isso também o cabelo dele nunca deverá ser cortado. Seu filho vai libertar o povo de Israel do poder dos filisteus.

Então a mulher foi ao encontro do seu marido e lhe disse:

—Veio a mim um homem de Deus[aw]. Era muito impressionante, parecia um anjo de Deus. Eu não lhe perguntei de onde era e ele não me disse o seu nome. A única coisa que me disse foi que eu ficaria grávida de um menino. Também me disse que não deveria beber vinho nem bebidas fermentadas, nem comer alimentos impuros, porque meu filho seria um nazireu dedicado a Deus mesmo antes de nascer e até o dia que morresse.

Então Manoá fez uma oração ao SENHOR e disse:

—Peço ao SENHOR que envie novamente aquele homem de Deus. Faça com que ele nos ensine o que devemos fazer por esse menino que está prestes a nascer.

Deus ouviu a oração de Manoá. O anjo do SENHOR voltou a aparecer à mulher quando ela estava sentada no campo, mas Manoá não estava com sua esposa. 10 Então a mulher saiu correndo para avisar o seu marido e disse:

—Veja! O homem que veio da outra vez voltou a aparecer.

11 Manoá se levantou e seguiu sua esposa até onde estava o homem e disse:

—É você quem tem falado com esta mulher?

E o homem respondeu:

—Sim, sou eu.

12 Manoá disse:

—Quando nosso filho irá nascer e como será a vida dele? O que nós devemos fazer?

13 O anjo respondeu:

—Sua esposa deve fazer tudo o que lhe disse. 14 Não deve comer nada que venha da vinha, nem beber vinho ou qualquer bebida fermentada. Também não deve comer nenhum alimento impuro. Ela deve fazer cuidadosamente tudo o que lhe ordenei.

15 Manoá disse ao anjo do SENHOR:

—Nos gostaríamos que o senhor ficasse um pouco mais, queremos preparar um cabrito para que coma.

16 O anjo do SENHOR respondeu:

—Eu posso ficar mas não vou comer o que me deem. Se quiserem preparar algo, então ofereçam isso ao SENHOR como um sacrifício queimado completamente.

Manoá não entendia que esse homem era na realidade o anjo do SENHOR. 17 Então Manoá perguntou ao anjo do SENHOR:

—Qual é o seu nome? Queremos saber para agradecer-lhe quando acontecer o que nos disse.

18 O anjo do SENHOR respondeu:

—Por que me perguntam meu nome? Esse é um mistério maravilhoso.

19 Então Manoá matou um cabrito e o ofereceu junto com uma oferta de cereal. Essa oferta o fez para o SENHOR. Então o anjo fez um milagre perante Manoá e sua esposa. 20 Manoá e sua esposa estavam observando o que acontecia. À medida que as chamas iam crescendo no altar, o anjo do SENHOR ia subindo ao céu com o fogo.

Quando Manoá e sua esposa viram isso, se prostraram tocando o chão com sua face. 21 E Manoá entendeu que esse homem era na realidade o anjo do SENHOR, mas o anjo do SENHOR nunca voltou a aparecer a Manoá. 22 Manoá disse a sua esposa:

—Vimos a Deus! Certamente vamos morrer por isso.

23 Mas a esposa disse:

—Mas o SENHOR não quer nos matar, senão não teria aceitado nossa oferta do cabrito e a oferta de cereal, nem nos teria mostrado tudo isso nem nos teria falado nada.

24 Depois a mulher teve o menino e o chamou Sansão. Ele cresceu com todas as bênçãos do SENHOR. 25 O Espírito do SENHOR começou a se manifestar em Sansão quando ele estava num campo de Dã. O campo estava entre as cidades de Zora e Estaol.

O casamento de Sansão

14 Sansão foi à cidade de Timna e viu ali uma mulher filisteia. Quando Sansão regressou para a sua casa, disse aos seus pais:

—Vi uma mulher filisteia em Timna e quero que a tragam para que seja minha esposa.

Os pais de Sansão responderam:

—Mas deve haver uma mulher do nosso clã ou do povo de Israel com quem você possa se casar. Por que tem que se casar com uma mulher filisteia? Os filisteus não estão circuncidados.

Sansão disse:

—Tragam-me essa mulher, que é a que me agrada.

Os pais de Sansão não sabiam que o SENHOR queria que isso acontecesse. Deus estava procurando uma forma de fazer alguma coisa contra os filisteus. Nesse tempo os filisteus dominavam Israel.

Então Sansão foi de novo a Timna com seus pais. Sansão estava nas vinhas de Timna e, de repente, um leão jovem o atacou rugindo. De repente, o Espírito do SENHOR veio sobre Sansão dando-lhe grande poder. Sansão matou o leão com suas próprias mãos, sem usar nenhuma arma. Para Sansão foi tão fácil matar o leão que parecia como se tivesse matado um cabrito pequeno. Sansão não contou nada disso aos seus pais.

Sansão chegou à cidade e falou com a mulher que tinha lhe agradado. Uns dias depois Sansão regressou para casar-se com a mulher. Pelo caminho, Sansão parou para ver o leão morto, e ficou surpreso! Havia um enxame de abelhas e mel no corpo do leão. Sansão tirou o mel com as mãos e foi comendo pelo caminho. Quando chegou à sua casa, repartiu o mel com seus pais e eles também comeram, mas Sansão não lhes contou que havia tirado o mel do corpo do leão morto.

10 O pai de Sansão foi à casa da mulher filisteia e, como era costume que o noivo oferecesse uma festa, Sansão deu ali uma festa. 11 Quando os filisteus viram que Sansão estava fazendo uma festa, enviaram trinta homens para acompanhá-lo.

12 Sansão disse aos trinta homens:

—Esta festa vai durar sete dias. Eu vou lhes contar um enigma, se vocês o puderem resolver durante o tempo que dure a festa, então lhes darei trinta roupas de linho e trinta mudas de roupa. 13 Mas se não acharem a resposta, então vocês me darão trinta roupas de linho e trinta mudas de roupa.

Os homens disseram:

—Conte-nos de uma vez o enigma, queremos ouvir.

14 Sansão disse:

—Do que come saiu comida,
    e do que era forte saiu doçura.

Os trinta homens tentaram encontrar a resposta durante três dias, mas não conseguiram adivinhar.

15 No quarto[ax] dia, os homens disseram a esposa de Sansão:

—Por acaso nos convidou aqui para nos tornar pobres? Ajude-nos a enganar seu marido para que nos diga a resposta do enigma. Se não fizer isso queimaremos a casa do seu pai com você junto.

16 A mulher aproximou-se de seu marido e chorando disse:

—Você não me quer, me odeia. Você contou um enigma para o meu povo e não me disse a resposta.

Sansão disse:

—Não falei a resposta nem para o meu pai nem para a minha mãe, tampouco tenho que dizer a você.

17 A mulher chorou durante o resto dos dias que durou a festa e continuou incomodando seu marido para que lhe falasse a resposta. Finalmente, no sétimo dia, Sansão lhe deu a resposta. Ela saiu então e explicou a resposta para o seu povo.

18 Dessa forma, antes do entardecer do sétimo dia, os trinta homens tinham a resposta. Os homens foram onde estava Sansão e disseram:

“O que é mais doce do que o mel?
    O que é mais forte do que um leão?”

Sansão disse:

“Se não tivessem arado com minha novilha,
    não teriam encontrado a resposta”.

19 O Espírito do SENHOR veio com poder sobre Sansão, o qual foi a Ascalom e venceu trinta homens. Sansão pegou as roupas dos mortos e as deu aos trinta homens que tinham adivinhado o enigma. Depois foi para a casa dos seus pais. 20 Sansão não permaneceu com sua esposa, mas ela foi dada a um amigo dele.

A vingança de Sansão

15 Depois de um tempo, na época da colheita de trigo, Sansão foi visitar sua esposa e levou um cabrito de presente. Sansão disse:

—Quero entrar no quarto da minha esposa para me deitar com ela.

Mas o pai da mulher não o deixou entrar, e disse:

—Pensei que a odiasse, por isso deixei que se casasse com um dos seus amigos. Preste atenção, a irmã dela mais nova é mais bonita do que ela, case-se com a irmã mais nova em lugar da mais velha.

Sansão disse:

—Agora tenho uma boa razão para fazer mal a vocês, filisteus, já não podem me acusar de nada.

Sansão saiu e pegou trezentas raposas. Ele as amarrou pelo rabo de duas a duas e colocou uma tocha no meio de cada nó. Sansão colocou fogo nas tochas e depois deixou que as raposas saíssem correndo pelos cultivos dos filisteus. Assim foram queimadas todas as plantas dos campos e todos os grãos que tinham colhido. Também foram queimadas as vinhas e as árvores de oliveiras.

Os filisteus perguntaram:

—Quem fez isto?

E eles responderam:

—Foi Sansão, porque seu sogro, o timnita, tirou a esposa dele e a casou com outro homem, um amigo de Sansão.

Então os filisteus foram e queimaram a esposa de Sansão e o pai dela. Depois Sansão disse a eles:

—Vocês agiram mal comigo, mas garanto que terão que pagar pelo mal que fizeram. Não descansarei até me vingar de vocês.

Então Sansão atacou os filisteus, matando muitos homens. Depois foi a uma caverna e ali ficou. A caverna estava em um lugar chamado “Rocha de Etã”.

Os filisteus foram à terra de Judá e se alojaram em um lugar chamado Leí. Ali acamparam e começaram a se preparar para a batalha. 10 Os homens da tribo de Judá perguntaram:

—Filisteus, por que vieram a esta terra para combater contra nós?

Os filisteus responderam:

—Viemos aqui por causa de Sansão, queremos levá-lo como nosso prisioneiro e castigá-lo por tudo o que fez ao nosso povo.

11 Então 3.000 homens foram até a caverna na rocha de Etã para procurar Sansão e disseram:

—O que você fez conosco? Por acaso não sabe que os filisteus nos têm dominado?

E Sansão respondeu:

—Eu somente os castiguei pelo que fizeram comigo.

12 Eles disseram:

—Viemos para amarrá-lo e entregá-lo aos filisteus.

Sansão disse:

—Prometam que vocês não me farão mal.

13 Os homens da tribo de Judá disseram:

—Nós somente vamos amarrá-lo e entregá-lo aos filisteus. Não vamos matá-lo.

Então os homens amarraram Sansão com duas cordas novas e o tiraram da caverna.

14 Sansão chegou à cidade de Leí e os filisteus saíram a recebê-lo gritando de alegria. Nesse momento o Espírito do SENHOR veio sobre Sansão com muito poder, e então ele pôde quebrar as cordas como se fossem simples linhas queimadas. As cordas caíram dos seus braços como se tivessem se derretido. 15 Sansão encontrou um osso da queixada de um jumento, o usou como arma e assim matou mais de 1.000 filisteus. 16 Sansão disse:

“Com a queixada de um jumento,
    matei os 1.000 homens;
com a queixada de um jumento,
    os juntei[ay]”.

17 Quando Sansão acabou de falar, soltou a queixada e chamou aquele lugar de Ramate-Leí[az].

18 Sansão tinha muita sede e disse ao SENHOR:

—Sou seu servo, o Senhor me fez ganhar esta grande vitória. Peço que não me deixe morrer de sede agora. Por favor, não deixe que homens que não foram circuncidados me capturem.

19 Havia um buraco em Leí e Deus fez com que do buraco brotasse água. Sansão bebeu daquela água e recuperou sua força. Esse lugar foi chamado En-Hacoré[ba]. Essa fonte ainda existe hoje em Leí.

20 Assim Sansão foi chefe de Israel durante vinte anos, na época em que os filisteus governavam.

Sansão vai à cidade de Gaza

16 Certo dia Sansão foi à cidade de Gaza, onde encontrou uma prostituta e se deitou com ela. As pessoas de Gaza ouviram dizer que Sansão estava na cidade. Todos queriam matar Sansão e por isso o rodearam, e vigiaram as portas da cidade e se mantiveram calados durante toda a noite. Diziam:

—Ao amanhecer iremos matar Sansão.

Sansão passou tempo com a prostituta só até a meia-noite. Nessa hora Sansão saiu e arrancou as portas e os pilares que estavam na entrada da cidade. Depois colocou tudo nos seus ombros e o carregou até o topo da colina próxima de Hebrom.

Sansão e Dalila

Depois de um tempo, Sansão se apaixonou por uma mulher chamada Dalila, que morava na cidade de Soreque. Os líderes dos filisteus disseram à mulher:

—Engane aquele homem para que lhe diga o segredo da sua grande força. Descubra como podemos vencê-lo para podermos amarrá-lo e torturá-lo. Se nos ajudar, cada um de nós lhe dará 1.100 moedas de prata[bb].

Dalila disse a Sansão:

—Por favor, conte-me qual é o segredo da sua grande força, diga-me como alguém pode derrotá-lo, amarrá-lo e o torturar.

Sansão respondeu:

—Se alguém me amarrar com sete cordas de arco que ainda não estiverem secas perderei minha força e serei como um homem qualquer.

Então os líderes dos filisteus deram a Dalila as sete cordas de arco que não estavam secas. Dalila amarrou Sansão com as cordas enquanto alguns homens permaneceram escondidos no seu quarto. Dalila disse:

—Sansão, os filisteus atacam!

Então Sansão quebrou as cordas como se tivessem sido derretidas pelo fogo. Os filisteus não souberam do segredo da força de Sansão.

10 Então Dalila disse a Sansão:

—Você mentiu pra mim! Você tem me ridicularizado. Agora diga-me a verdade, como pode alguém amarrar e derrotar você?

11 Sansão respondeu:

—Se me amarrarem com cordas novas que não tenham sido usadas antes, perderei minha força e serei como um homem qualquer.

12 Dalila trouxe cordas novas e amarrou Sansão. Enquanto alguns homens esperavam escondidos na casa ao lado, Dalila disse:

—Sansão, os filisteus atacam!

Mas Sansão quebrou as cordas como se fossem simples fios.

13 Então Dalila disse:

—Quantas vezes mais vai zombar de mim? Já não me diga mais mentiras mas conte-me como podem amarrar e derrotar você.

Sansão disse:

—Se você fizer sete tranças no meu cabelo, entrelaçadas com pano de tecer e as amarrar em um pino de tecer, feito de madeira, serei igual a qualquer homem.

14 Enquanto Sansão dormia, Dalila fez uma trança em seu cabelo com um pedaço de madeira de tecelão e a amarrou bem.[bc] Depois Dalila disse:

—Sansão, os filisteus atacam!

Mas Sansão se levantou e arrancou do chão o pedaço de madeira do tecelão.

15 Dalila disse:

—Como é possível que diga que me ama se não confia em mim? Esta é a terceira vez que mente para mim e não me diz o segredo da sua grande força.

16 Ela continuou perturbando Sansão todos os dias e Sansão estava já tão desesperado que queria morrer. 17 Assim certo dia revelou o segredo de sua força. Sansão disse:

—Ninguém nunca cortou o meu cabelo porque fui dedicado a Deus desde antes de nascer. Se alguém cortar o meu cabelo perderei a minha força e serei como um homem qualquer.

18 Dalila sabia que desta vez Sansão lhe havia revelado o segredo de sua força. Então mandou uma mensagem aos líderes filisteus, que dizia:

—Voltem, que Sansão me contou tudo.

Os filisteus voltaram e levaram o dinheiro que tinham lhe prometido.

19 Sansão estava dormindo com a cabeça nas pernas de Dalila e ela chamou um filisteu para cortar o cabelo de Sansão. O homem cortou as sete tranças e Sansão perdeu toda a sua força. 20 Então Dalila disse:

—Sansão, os filisteus atacam!

Sansão acordou e pensou que podia escapar como nas vezes anteriores, mas desta vez Sansão não sabia que o SENHOR o tinha abandonado.

21 Então os filisteus apanharam Sansão, tiraram os olhos dele e o levaram a Gaza. Ali o amarraram com correntes de bronze e o puseram a trabalhar no moinho da prisão. 22 Mas o cabelo de Sansão voltou a crescer.

23 Os líderes dos filisteus reuniram-se para celebrar. Queriam oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom e diziam:

—Nosso deus nos ajudou a vencer o nosso inimigo Sansão.

24 Quando os filisteus viram Sansão, todos adoraram o deus deles, dizendo:

“Este homem destruiu nossos cultivos!
    Este homem matou a muitos de nossos homens!
Mas nosso deus nos ajudou a capturar
    o nosso inimigo”.

25 Todos estavam muito alegres na celebração e gritavam:

—Tragam Sansão para ele nos divertir.

Então trouxeram Sansão, e o obrigaram a parar no meio das duas colunas do templo de Dagom e todos riram dele. 26 Um servo levava Sansão pela mão. Sansão lhe disse:

—Coloque-me onde eu possa tocar as duas colunas que sustentam o templo, quero me apoiar nelas.

27 O lugar estava cheio de gente, todos os líderes estavam ali. No terraço, havia também umas 3.000 pessoas vendo o espetáculo. 28 Sansão orou ao SENHOR assim:

—SENHOR Deus, lembre-se de mim. Peço, ó Deus, que me dê força uma vez mais. Deixe-me fazer alguma coisa para castigar a estes filisteus por terem arrancado os meus olhos.

29 Então Sansão tocou com as mãos as duas colunas que sustentavam o templo. Apoiou-se forte contra as colunas 30 e disse:

—Morra eu com estes filisteus!

E Sansão empurrou tão forte como pôde e todo o templo se desabou sobre os líderes e as pessoas que estavam ali. Assim Sansão matou mais filisteus quando morreu do que quando estava vivo.

31 Seus irmãos e toda a sua família vieram levar seu corpo e o enterraram na tumba de Manoá, seu pai, que fica entre as cidades de Zora e Estaol. Sansão foi líder de Israel durante vinte anos.

Footnotes

  1. 3.8 Arã-Naaraim Território localizado ao norte da Síria, no meio dos rios Tigre e Eufrates.
  2. 3.13 cidade das Palmeiras Refere-se a Jericó.
  3. 3.16 meio metro Literalmente, “um côvado”. Ver tabela de pesos e medidas.
  4. 3.19 estátuas Talvez eram estátuas de deuses ou animais que protegiam a entrada da cidade.
  5. 3.31 filho de Anate Ou “o grande soldado” (Anate era o nome da deusa cananeia da batalha), ou “o da cidade de Anate”.
  6. 3.31 vara para arrear bois Literalmente, “aguilhada”.
  7. 4.7 rio Quisom Um rio que ficava a dezesseis quilômetros de Tabor.
  8. 4.11 sogro Ou possivelmente, “genro”.
  9. 5.1 Este é um cântico muito antigo e algumas frases não rimam bem em seu idioma original.
  10. 5.2 líderes (…) guerra Literalmente, “os homens de Israel deixaram crescer o seu cabelo”. Geralmente os soldados dedicavam seu cabelo como oferta especial a Deus.
  11. 5.4 Seir Outro nome para a terra de Edom.
  12. 5.6 Sangar, filho de Anate Sangar foi um mercenário estrangeiro que ajudou os israelitas. Ver Jz 3.31.
  13. 5.7 até que viesse (…) de Israel Ou “Até você chegar, mãe de Israel” ou “até que você, Débora, fosse nomeada como mãe da nação de Israel”.
  14. 5.8 Deus designou (…) das aldeias Ou “Decidiram seguir outros deuses”. O hebraico não é claro.
  15. 5.10 tapetes Ou “tribunal”. O hebraico não é claro.
  16. 5.14 Amaleque Região onde habitou a família de Efraim. Ver Jz 12.15.
  17. 5.14 Maquir Esta família fazia parte da tribo de Manassés que habitou no território localizado ao leste do rio Jordão.
  18. 5.21 Minha alma, marche com firmeza! Podendo ter algumas alterações: “Com seus cavalos, marcham poderosos”.
  19. 6.7-10 Estes versículos não aparecem na cópia hebraica mais antiga de este livro: o fragmento do manuscrito do Mar Morto 4QJuízesA.
  20. 6.15 pobre Ou “fraca”.
  21. 6.19 vinte quilos Literalmente, “um efa”. Ver tabela de pesos e medidas.
  22. 6.23 Fique tranquilo Literalmente, “Paz”. Ao se cumprimentarem, as pessoas desejavam “paz” umas às outras.
  23. 6.23 você não vai morrer Gideão pensou que ele ia morrer porque tinha visto ao SENHOR face a face.
  24. 6.32 Jerubaal Este nome é como as palavras hebraicas que significam “que Baal se defenda”. Este mesmo verbo é traduzido como “combater a favor de” ou “defender-se” no v31.
  25. 8.4 tinham fome De acordo com a LXX. O TM tem: “estavam em busca”.
  26. 8.26 dezenove quilos Literalmente, “1.700 siclos”. Ver tabela de pesos e medidas.
  27. 8.27 não foi fiel ao SENHOR Literalmente, “se prostituiu”.
  28. 8.29 Jerubaal É outro nome dado a Gideão. Ver 6.32. Igual em 9.1,16,28.
  29. 8.33 adorar Literalmente, “se prostituir”.
  30. 8.33 Baal-Berite Este nome significa “Senhor da aliança”. Também em 9.4.
  31. 9.5 na mesma hora Literalmente, “na mesma rocha”. Igual em 9.18.
  32. 9.6 Bete-Milo Talvez fosse um lugar muito protegido dentro da cidade, ou um palácio ou uma área próxima.
  33. 9.7 monte Gerizim Este monte está localizado ao lado da cidade de Siquém.
  34. 9.28 os filhos de Hamor São os nascidos na cidade de Siquém, a qual recebeu esse nome em honra ao filho de Hamor.
  35. 9.31 à cidade de Arumá Ou “secretamente” ou “a Torma”. Ali era onde morava Abimeleque, mais ou menos a vinte quilômetros ao sul de Siquém.
  36. 9.37 Centro (…) dos Adivinhos Lugares que ficavam perto de Siquém.
  37. 9.46 torre de Siquém Talvez fosse um lugar próximo de Siquém, que não era parte da cidade.
  38. 9.48 monte Salmom Talvez seja outro nome dado ao monte Ebal, que fica próximo de Siquém.
  39. 9.49 sala mais segura O hebraico não é claro.
  40. 10.4 jumento Isto mostra que eram homens importantes. Certamente cada um era o dirigente de um povo em Gileade.
  41. 10.12 midianitas De acordo com LXX. O TM tem: “maonitas”.
  42. 10.16 e ele não pôde (…) dos israelitas Ou “mas ele perdeu a paciência com o comportamento de Israel”.
  43. 11.8 líderes Literalmente, “anciãos”. Também no v10.
  44. 11.14 Os mensageiros (…) a mensagem De acordo com a LXX. O TM não tem estas palavras.
  45. 11.25 Balaque, o filho de Zipor Ver a sua história em Nm 22–24.
  46. 11.31 irei oferecer ao SENHOR (…) receber Ou: “irei oferecer ao SENHOR ou a primeira pessoa que sair para me receber ou o primeiro animal que encontrar. Se for uma pessoa, ela irá servi-lo pelo resto da sua vida; se for um animal, eu irei oferecê-lo como um sacrifício todo queimado”.
  47. 11.34 música Literalmente, “tamborins”.
  48. 12.14 andavam em setenta jumentos Isto mostra que eram homens importantes. Certamente cada um deles era o líder de um povo.
  49. 13.6 homem de Deus Outra forma de referir-se a um profeta.
  50. 14.15 quarto De acordo com a LXX. O TM tem: “sétimo”.
  51. 15.16 juntei Em hebraico a palavra “juntei” é similar à palavra “jumento”.
  52. 15.17 Ramate-Leí Em hebraico significa “colina da Queixada”.
  53. 15.19 En-Hacoré Em hebraico significa “fonte da qual pediu ajuda”.
  54. 16.5 1.100 moedas de prata Literalmente, “1.100 siclos”. Ver tabela de pesos e medidas. Igual em 17.2.
  55. 16.14 Dalila (…) amarrou bem Segundo a LXX. O TM não tem estas palavras.

Estes são os povos que o SENHOR deixou na terra para pôr à prova os israelitas que não participaram nas batalhas da conquista de Canaã. Ele fez isto para que os que nunca estiveram no campo de batalha aprendessem a guerrear. Ficaram os cinco chefes dos filisteus, todos os cananeus, o povo de Sidom e os heveus, que viviam nos montes do Líbano, desde o monte Baal-Hermom até Lebo-Hamate. Deus deixou que esses povos permanecessem na terra para testar os israelitas, para ver se obedeceriam aos seus mandamentos, que tinha lhes dado desde o tempo dos seus antepassados por meio de Moisés.

Os israelitas tiveram que viver no meio dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Os israelitas começaram a se casar com as filhas desses povos. Assim eles permitiram também que suas próprias filhas se casassem com os filhos daqueles povos. O povo de Israel também começou a adorar os deuses daqueles povos.

Otoniel, o primeiro líder

Os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Eles se esqueceram do SENHOR, seu Deus, e serviram os deuses Baal e Astarote. Portanto, o SENHOR irritou-se com Israel e permitiu que Cuchã-Risataim, o rei de Arã-Naaraim,[a] derrotasse o povo de Israel e os governasse. Os israelitas ficaram submetidos a este rei durante oito anos. Então o povo de Israel pediu ajuda ao SENHOR, e ele enviou um homem chamado Otoniel para salvá-los, e ele conseguiu libertar os israelitas. Ele era filho de Quenaz, que por sua vez era o irmão mais novo de Calebe. 10 O Espírito do SENHOR veio sobre Otoniel para que derrotasse Cuchã-Risataim. Otoniel saiu à batalha como líder de Israel, e o SENHOR lhe deu uma grande vitória sobre o rei de Arã. 11 Então a terra esteve em paz durante quarenta anos até a morte de Otoniel, filho de Quenaz.

O líder Eúde

12 Novamente os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Portanto, o SENHOR deu poder a Eglom, rei de Moabe, para que derrotasse os israelitas já que haviam feito o que não agradava ao SENHOR. 13 Eglom recebeu ajuda dos amonitas e dos amalequitas. Todos se uniram para atacar aos israelitas. Eglom e o seu exército derrotaram o povo de Israel e os obrigaram a sair da cidade das Palmeiras[b]. 14 Eglom, rei de Moabe, oprimiu o povo de Israel durante dezoito anos.

15 Os israelitas pediram ajuda do SENHOR e ele enviou um homem chamado Eúde para libertá-los. Eúde era filho de Gera, que pertencia à tribo de Benjamim. Eúde tinha sido enviado para combater com a sua mão esquerda. Os israelitas enviaram Eúde com um presente para Eglom, rei de Moabe. 16 Eúde havia feito uma espada que continha dois gumes e media meio metro[c] de comprimento. Ele a amarrou na sua perna direita e a escondeu debaixo de sua roupa.

17 Então Eúde levou o presente para Eglom, rei de Moabe, que era muito gordo. 18 Depois de dar o presente, Eúde mandou embora os homens que haviam ajudado no transporte da oferta, 19 mas quando chegou no local onde estavam as estátuas,[d] perto de Gilgal, voltou ao palácio do rei. Então Eúde disse ao rei Eglom:

—Sua Majestade, tenho uma mensagem secreta para o senhor.

O rei ordenou silêncio e pediu aos servos que se retirassem da sala. 20 O rei estava sentado sozinho em um lugar elevado para poder se refrescar. Então Eúde lhe disse:

—Tenho uma mensagem de Deus para o senhor.

Quando o rei se levantou do trono, ficou muito perto de Eúde. 21 Então Eúde, sem que o rei percebesse, moveu a sua mão esquerda para seu lado direito, onde tinha uma espada amarrada na sua coxa. Ele tirou a espada e a enfiou na barriga do rei, 22 enfiando-a tão fundo que foi até o cabo da espada. Eúde deixou a espada dentro da sua barriga e saíram todas as fezes do rei.

23 Eúde saiu da sala deixando ali o rei, depois de ter trancado as portas. 24 Depois de Eúde sair da sala principal, os servos voltaram, encontrando fechadas as portas da sala principal. Então disseram:

—Certamente o rei se fechou na sala privada para fazer suas necessidades.

25 Os servos esperaram por um tempo longo mas o rei não abria a porta. Finalmente os servos ficaram preocupados e foram pegar a chave para abrir a porta. Quando entraram, viram o seu rei caído no chão e morto.

26 Enquanto os servos esperavam que o rei saísse da sala, Eúde conseguiu escapar. Passou perto das estátuas e foi a um lugar chamado Seirá. 27 Quando Eúde chegou a Seirá, tocou a trombeta na região montanhosa de Efraim. Os israelitas ouviram a trombeta e desceram do monte juntamente com Eúde, que os guiava. 28 Eúde lhes disse:

—Sigam-me! O SENHOR nos ajudou a vencer os nossos inimigos, os moabitas.

Então os israelitas seguiram Eúde e foram com ele para tomar posse da passagem onde o povo podia atravessar com facilidade o rio Jordão para chegar à terra de Moabe. Eles não permitiram que ninguém atravessasse o rio Jordão. 29 Os israelitas mataram mais de 10.000 moabitas fortes e corajosos; nenhum escapou. 30 Desde esse dia o povo de Israel governou o povo de Moabe, e houve paz nessa terra durante oitenta anos.

O chefe Sangar

31 Depois de Eúde libertar os israelitas, outro homem veio para salvar Israel. Esse homem se chamava Sangar, filho de Anate[e]. Sangar matou seiscentos filisteus com uma vara para arrear bois.[f]

A juíza Débora

Depois da morte de Eúde, os israelitas voltaram a fazer o que não agradava ao SENHOR. Portanto, o SENHOR deixou que Jabim, um rei de Canaã, derrotasse Israel. Jabim governou numa cidade chamada Hazor. Sísera, comandante do exército do rei, morava numa região chamada Harosete-Hagoim. Sísera tinha novecentos carros de ferro, eles tinham sido muito cruéis com os israelitas durante vinte anos. Então os israelitas pediram ajuda ao SENHOR.

Débora era líder de Israel. Era profetisa e esposa de Lapidote. Débora sempre sentava-se debaixo de uma palmeira, conhecida como “Palmeira de Débora”, e os israelitas vinham a ela para que ela julgasse seus problemas. A palmeira de Débora ficava entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim. Débora mandou chamar um homem chamado Baraque, filho de Abinoão, que morava na cidade de Quedes, no território de Naftali. Débora disse a Baraque:

—O SENHOR, Deus de Israel, lhe ordena o seguinte: “Reúna 10.000 homens das tribos de Naftali e Zebulom, e leve-os ao monte Tabor. Eu farei com que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá até vocês. Farei com que Sísera vá com seu exército e seus carros até o rio Quisom[g] e aí ajudarei vocês a derrotá-los”.

Baraque disse a Débora:

—Se você for comigo, eu irei; mas se você não for comigo, eu não irei.

Débora respondeu:

—Claro que irei com você, mas por causa da sua atitude, não receberá a honra quando Sísera for derrotado. O SENHOR fará com que uma mulher derrote Sísera.

E Débora saiu com Baraque para a cidade de Quedes. 10 Estando em Quedes, Baraque reuniu as tribos de Zebulom e Naftali. Ao todo vieram 10.000 homens. Eles o acompanharam e Débora também ia com eles.

11 Héber, o queneu, tinha se afastado dos outros queneus, que eram como ele descendentes de Hobabe, o sogro[h] de Moisés, e tinha montado seu acampamento em Zaanim, perto de Quedes.

12 Pessoas informaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor. 13 Portanto, Sísera mandou juntar seus novecentos carros de ferro e todo seu exército. Todos marcharam desde Harosete-Hagoim até o rio Quisom.

14 Depois Débora disse a Baraque:

—Hoje é o dia que o SENHOR ajudará você a vencer Sísera. O SENHOR irá diante de você.

Então Baraque desceu o monte Tabor com seus 10.000 homens 15 e atacaram a Sísera. Durante a batalha, o SENHOR fez com que Sísera e o seu exército se assustassem e não soubessem o que fazer. Baraque e seus homens ganharam a batalha e Sísera saiu do carro e fugiu a pé. 16 Mas os homens de Baraque continuaram lutando contra o exército de Sísera. Eles perseguiram Sísera, o seu exército e os seus carros até Harosete-Hagoim. Os homens de Baraque mataram com o fio de espada todo o exército de Sísera. Não deixaram nenhum homem com vida.

17 Mas Sísera escapou a pé e foi a um lugar onde morava uma mulher chamada Jael, esposa de Héber, que pertencia ao grupo dos queneus. A família de Héber estava em paz com Jabim, rei de Hazor. 18 Jael viu que Sísera se aproximava e foi recebê-lo. Jael disse a Sísera:

—Senhor, entre na minha tenda e não tenha medo.

Então Sísera entrou, e Jael o cobriu com um tapete.

19 Sísera disse a Jael:

—Tenho sede, por favor dê-me água para beber.

Jael lhe deu um pouco de leite que tinha numa jarra de couro e depois o cobriu. 20 Sísera disse a Jael:

—Agora vá até a entrada e espere ali. Se vier alguém e lhe perguntar: “Há alguém aí dentro?”, diga que não.

21 Sísera estava tão cansado que acabou dormindo. Enquanto isso, Jael foi ver se conseguia uma estaca e um martelo, entrou sem fazer barulho e fincou a estaca na cabeça de Sísera. A estaca atravessou a cabeça dele e enterrou-se na terra. Assim foi como morreu Sísera.

22 Pouco tempo depois chegou Baraque procurando por Sísera. Jael saiu para recebê-lo e lhe disse:

—Entre e lhe mostrarei o homem que está buscando.

Então Baraque entrou e viu Sísera morto no chão, com a estaca atravessada em sua cabeça.

23 Nesse dia Deus derrotou a Jabim, rei de Canaã, e deu a vitória ao povo de Israel. 24 E depois disso, o povo de Israel atacou a Jabim com mais e mais força até que o destruiu.

A canção de Débora e Baraque

[i] Esta é a canção que Débora e Baraque, filho de Abinoão, cantaram nesse dia:

“Louvado seja o SENHOR
    porque os líderes de Israel declararam a guerra[j]
    e o povo esteve pronto para combater.

“Que escutem todos os reis,
    que prestem atenção todos os governantes.
Eu mesmo cantarei ao SENHOR,
    vou compor uma música para o SENHOR, o Deus de Israel.

“SENHOR, no passado o Senhor veio desde os montes de Seir[k],
    marchando desde a terra de Edom.
Quando o Senhor marchou a terra estremeceu,
    o céu se abalou e as nuvens derramaram toda sua chuva.
Os montes tremeram perante o SENHOR,
    o Deus do monte Sinai;
    perante o SENHOR, o Deus de Israel.

“Nos tempos de Sangar, filho de Anate[l],
    e nos tempos de Jael,
ninguém utilizava as estradas principais.
    Caravanas e viajantes tinham que usar as estradas laterais.
Não havia soldados até você chegar, Débora;
    até que viesse como mãe de Israel.[m]
Deus designou novos líderes
    para combater nas entradas das aldeias.[n]
Dos 40.000 soldados de Israel,
    nenhum pôde encontrar nem um escudo nem uma espada.
Meu coração está com os líderes de Israel
    e com aqueles que quiseram ir à batalha.
Louvado seja o SENHOR!

10 “Prestem atenção todos os que andam em jumentos brancos,
    os que andam sobre tapetes[o],
    os que andam a pé nas estradas.
11 Há barulho nas cisternas;
    ouve-se música de instrumentos.
O povo canta as vitórias do SENHOR;
    as vitórias ganhas em favor dos vilarejos de Israel.
O povo do SENHOR se fez presente
    nas entradas das cidades.

12 “Desperte, Débora, desperte!
    Desperte, desperte e cante a canção!
Levante-se, Baraque, filho de Abinoão!
    Vá e conquiste os seus inimigos, filho de Abinoão.

13 “Então os israelitas desceram
    para combater contra os poderosos.
O povo do SENHOR desceu por mim
    e combateram os guerreiros.
14 Os homens de Efraim vieram
    desde as montanhas de Amaleque[p].
    Eles vinham seguindo a Benjamim e sua tribo.
Vieram também comandantes da família de Maquir[q].
    Os líderes da tribo de Zebulom vieram com suas varas de bronze.
15 Os líderes de Issacar apoiaram Débora;
    a tribo de Issacar era fiel a Baraque.
    Todos marcharam a pé pelo vale.
Sim! Na tribo de Rúben
    havia muitos homens valentes.
16 Mas, por que permaneceram sentados nas trincheiras,
    olhando os pastores chamarem suas ovelhas?
Os homens valentes de Rúben pensaram muito sobre a batalha,
    mas permaneceram em suas casas ouvindo música.
17 O povo de Gileade se acomodou em seus campos,
    do outro lado do rio Jordão.
E vocês, os da tribo de Dã,
    por que permaneceram nos seus barcos?
O povo de Aser parou no litoral,
    junto aos portos.
18 Mas os homens da tribo de Zebulom e Naftali
    arriscaram suas vidas combatendo nas regiões montanhosas.

19 “Os reis de Canaã vieram para combater
    mas não levaram nenhum tesouro para casa.
Eles combateram na cidade de Taanaque,
    perto do rio Megido.
20 As estrelas combateram do céu,
    por seu caminho através de todo o céu,
    lutaram contra Sísera.
21 O rio Quisom, esse rio antigo,
    derrotou o exército de Sísera.
    Minha alma, marche com firmeza![r]
22 Seus cavalos afundaram-se
    e os cavalos valentes de Sísera não puderam sair da lama.
23 O anjo do SENHOR disse: ‘Que caia uma forte maldição
    sobre a cidade de Meroz e sobre seus habitantes
por não terem ajudado o SENHOR,
    ajudado os soldados do SENHOR!’

24 “Que Jael, a esposa de Héber, o queneu,
    seja bendita mais do que todas as mulheres.
25 Sísera pediu água; Jael lhe trouxe leite.
    Deu-lhe leite numa bacia digna de reis.
26 Com a sua mão esquerda Jael trouxe a estaca
    e com a sua mão direita, o martelo.
Bateu na cabeça de Sísera
    e com a estaca atravessou as têmporas dele.
27 Sísera caiu aos pés de Jael,
    e ali ficou.
Ali onde caiu, aos pés de Jael,
    ficou morto.

28 “A mãe de Sísera olha pela janela,
    olha chorando através da cortina.
‘Por que demora tanto o carro de Sísera?
    Por que não ouço seus carros?’

29 “Suas servas mais sábias responderam
    tentando convencê-la:
30 ‘Com certeza ganharam a batalha
    e estão pegando o despojo.
Devem estar repartindo o que ganharam!
    Cada soldado deve estar tomando para si uma ou duas mulheres.
Talvez Sísera tenha encontrado uma roupa colorida, ou talvez duas.
    Tecidos bordados para o pescoço do vencedor’.

31 “Que todos seus inimigos morram, ó SENHOR!
    E que todo povo que o ama seja tão forte como o sol do amanhecer!”

E houve paz nessa terra durante quarenta anos.

Os midianitas lutam contra Israel

Mais uma vez os israelitas fizeram o que não agradava ao SENHOR. Por isso durante sete anos o SENHOR permitiu que os midianitas oprimissem os israelitas.

Os midianitas trataram com crueldade os israelitas, por isso os israelitas tiveram que construir esconderijos nas montanhas. Escondiam suas provisões em cavernas e em passagens difíceis de se encontrar.

Footnotes

  1. 3.8 Arã-Naaraim Território localizado ao norte da Síria, no meio dos rios Tigre e Eufrates.
  2. 3.13 cidade das Palmeiras Refere-se a Jericó.
  3. 3.16 meio metro Literalmente, “um côvado”. Ver tabela de pesos e medidas.
  4. 3.19 estátuas Talvez eram estátuas de deuses ou animais que protegiam a entrada da cidade.
  5. 3.31 filho de Anate Ou “o grande soldado” (Anate era o nome da deusa cananeia da batalha), ou “o da cidade de Anate”.
  6. 3.31 vara para arrear bois Literalmente, “aguilhada”.
  7. 4.7 rio Quisom Um rio que ficava a dezesseis quilômetros de Tabor.
  8. 4.11 sogro Ou possivelmente, “genro”.
  9. 5.1 Este é um cântico muito antigo e algumas frases não rimam bem em seu idioma original.
  10. 5.2 líderes (…) guerra Literalmente, “os homens de Israel deixaram crescer o seu cabelo”. Geralmente os soldados dedicavam seu cabelo como oferta especial a Deus.
  11. 5.4 Seir Outro nome para a terra de Edom.
  12. 5.6 Sangar, filho de Anate Sangar foi um mercenário estrangeiro que ajudou os israelitas. Ver Jz 3.31.
  13. 5.7 até que viesse (…) de Israel Ou “Até você chegar, mãe de Israel” ou “até que você, Débora, fosse nomeada como mãe da nação de Israel”.
  14. 5.8 Deus designou (…) das aldeias Ou “Decidiram seguir outros deuses”. O hebraico não é claro.
  15. 5.10 tapetes Ou “tribunal”. O hebraico não é claro.
  16. 5.14 Amaleque Região onde habitou a família de Efraim. Ver Jz 12.15.
  17. 5.14 Maquir Esta família fazia parte da tribo de Manassés que habitou no território localizado ao leste do rio Jordão.
  18. 5.21 Minha alma, marche com firmeza! Podendo ter algumas alterações: “Com seus cavalos, marcham poderosos”.