Add parallel Print Page Options

51 Diz o Senhor: “Suscitarei um destruidor contra a Babilónia, contra toda a terra dos caldeus, que será arruinada. Virão padejadores que a padejarão e a mandarão para bem longe; levantar-se-ão de toda a parte, nesse tempo de calamidade para ela. Os atiradores alvejarão certeiramente os frecheiros da Babilónia e perfurarão até as suas couraças. Nem os seus jovens serão poupados; todo o seu exército será liquidado. Cairão degolados na terra dos caldeus, fulminados no meio das suas ruas. Porque o Senhor dos exércitos não abandonou Israel e Judá. Continua a ser o seu Deus e a terra da Caldeia está cheia de pecado contra o Santo de Israel.”

Fujam da Babilónia! Salvem-se! Não se deixem apanhar! Se se deixarem ficar, serão destruídos quando o Senhor tomar vingança dos pecados da Babilónia. Babilónia foi como uma taça de ouro nas mãos do Senhor, uma taça pela qual fez beber toda a Terra, tornando-a louca. Mas agora, repentinamente, a Babilónia também caiu. Chorem por ela! Deem-lhe consolação, deem-lhe remédios, talvez se cure! Ajudá-la-íamos se pudéssemos, mas agora já ninguém a pode salvar. Deixem-na! Abandonem-na e voltem para a vossa terra, porque os seus pecados se têm acumulado até ao céu!

10 O Senhor vingou-nos! Venham, declaremos em Sião tudo o que o Senhor, nosso Deus, tem feito!

11 Limpem as armas! Preparem a vossa defesa! Porque o Senhor despertou o espírito dos reis dos medos para marcharem sobre a Babilónia para a destruir. Este é o castigo daqueles que ultrajaram o seu povo e profanaram o seu templo. 12 Prepara-te para a defesa, Babilónia! Põe muitas sentinelas a vigiar sobre as muralhas! Preparem emboscadas! O Senhor fará tudo o que prometeu contra a Babilónia. 13 Para ti, que és um grande porto de comércio intenso entre as nações, chegou o teu fim; foi cortado o fio da tua vida. 14 O Senhor dos exércitos deu a sua palavra, jurou pelo seu próprio nome: “As tuas cidades se encherão de inimigos, como campos cobertos por uma praga de gafanhotos, e subirão até aos céus os seus gritos de vitória.”

15 Deus fez a Terra pelo seu poder e sabedoria;
estendeu os céus segundo o seu conhecimento.
16 É a sua voz que ecoa no meio do trovão,
por entre as nuvens duma tempestade.
Faz o vapor de água erguer-se sobre a Terra;
manda os relâmpagos e traz a chuva;
faz soprar o vento dos seus recantos.

17 O homem tornou-se estúpido, não tem sabedoria.
O ourives é ludibriado pelas imagens que fabrica;
fica envergonhado porque tem consciência disso;
não há nelas o mais pequeno sopro de vida.
18 São coisas sem valor algum, inutilidades!
Serão desfeitas quando Deus vier para destruí-las.
19 Mas o Deus de Jacob não é como estes ídolos!
Porque foi ele quem fez tudo o que existe.
Israel é a sua nação, a sua herança,
Senhor dos exércitos é o seu nome.

20 “Babilónia, tu és o meu martelo, a minha arma de guerra. Vou usar-te para desfazer as nações em pedaços e para destruir muitos reinos. 21 Contigo esmagarei muitos batalhões de soldados, destruindo tanto o cavalo como o seu cavaleiro, tanto o carro de combate como o seu condutor. 22 Sim, velhos e novos, rapazes e raparigas, 23 pastores e rebanhos, fazendeiros e bois, oficiais do exército e magistrados. 24 Recompensarei a Babilónia, sob os vossos olhos, por todo o mal que fizeram ao meu povo, diz o Senhor.

25 Eu sou contra ti, ó montanha poderosa, a Babilónia, a destruidora da Terra! Levantarei a minha mão e atirar-te-ei das alturas a que subiste, abandonar-te-ei como um monte incendiado. 26 Tornar-te-ás desolada para sempre; nem as tuas pedras serão usadas por mais ninguém para a construção de edifícios. Serás completamente riscada do mapa!

27 Mandem avisos de mobilização a muitas nações para virem fazer guerra à Babilónia. Toquem o sinal de convocação para a batalha; formem os exércitos de Ararat, Mini e Asquenaz. Nomeiem um general e tragam manadas de cavalos como pragas de gafanhotos! 28 Tragam contra ela os exércitos dos reis dos medos e todos os seus generais, e ainda os exércitos de todos os países que governam.

29 A Babilónia treme e torce-se com dores, porque tudo o que o Senhor planeou contra ela se está a cumprir rigorosamente. A Babilónia será deixada desolada, sem vivalma. 30 Os seus poderosos guerreiros já não combatem; deixam-se ficar nas suas tendas no acampamento; foi-se toda a coragem; tornaram-se como mulheres. Os invasores queimaram as casas e até os portões das entradas da cidade deitaram abaixo. 31 Mensageiros de toda a parte têm vindo a correr para dizer ao rei que tudo se perdeu! 32 Todas as estradas de fuga estão bloqueadas; as fortificações foram incendiadas e o exército em peso entrou em pânico.”

33 Porque o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, diz: “A Babilónia é como o trigo numa eira; dentro de muito pouco tempo começará a ser malhada!”

34 Nabucodonozor, o rei da Babilónia, explorou-nos; reduziu-nos a nada; tirou-nos toda a força e energia; engoliu-nos como se fosse um monstro; encheu o ventre com os nossos bens; expulsou-nos da nossa própria terra! 35 O povo de Sião exclama ainda: “Que a Babilónia seja castigada pela sua violência contra nós e nossos filhos!” Clama Jerusalém: “Que o nosso sangue caia sobre os moradores da Caldeia!”

36 O Senhor respondeu-lhes: “Serei o vosso advogado; defenderei a vossa causa, vingar-vos-ei. Farei secar o seu rio e esgotarem-se as suas fontes. 37 A Babilónia tornar-se-á num montão de ruínas, habitada somente por chacais, uma horrível terra de se ver, incrível mesmo, sem que lá viva uma só pessoa. 38 Os homens da Babilónia rugem como leões, os seus urros são como os dos filhotes de leão. 39 Pois agora, enquanto eles ainda jazem, cozendo as suas bebedeiras, prepararei uma espécie diferente de festa para eles; farei com que se embriaguem e fiquem eufóricos, acabando por adormecer, para nunca mais acordarem, diz o Senhor. 40 Vou trazê-los como cordeiros para o matadouro, como carneiros e bodes.

41 Como pôde a cidade da Babilónia[a] ser tomada, a grande Babilónia admirada por toda a Terra! O mundo nem quer acreditar no que vê; custa-lhe crer que a Babilónia tenha caído! 42 O mar levantou-se até à Babilónia e esta foi coberta pelas vagas. 43 As suas cidades jazem em ruínas, são um deserto seco e árido onde ninguém vive ou passa. 44 Darei a paga a Bel, o deus da Babilónia, e tirarei da sua boca o que tragou. Não mais virão povos para adorá-lo, pois as paredes da cidade terão sido derrubadas.

45 Ó meu povo, foge da Babilónia, salvem a vida da cólera tremenda do Senhor! 46 Não entres em pânico, quando ouvires os primeiros rumores das forças que se aproximam. Esses ruídos tornar-se-ão mais distintos de ano para ano, porque se vão chegando cada vez mais. Depois haverá uma guerra civil em que os governadores do reino se levantarão uns contra os outros. 47 O tempo terá chegado, quando castigar em pleno esta grande cidade e todos os seus ídolos; os seus mortos jazerão estendidos pelas ruas. 48 Os céus e a Terra se alegrarão, porque virão do norte exércitos destruidores contra a Babilónia, diz o Senhor.

49 Eis que a Babilónia cairá por causa dos assassinatos que cometeu contra Israel e devido aos massacres que empreendeu contra muitos povos em toda Terra. 50 Vão-se embora, vocês que escaparam à espada! Não fiquem aí a olhar! Fujam enquanto podem fazê-lo! Pensem no Senhor e lembrem-se de Jerusalém, lá longe!”

51 Estamos envergonhados por causa do templo do Senhor ter sido profanado pelos estrangeiros vindos da Babilónia.

52 “Sim, diz o Senhor, chegou o tempo da destruição dos ídolos da Babilónia! Por toda a Terra se ouvirão os gemidos dos feridos! 53 Ainda que a Babilónia pretenda atingir o céu, ainda que a sua força aumente desmesuradamente, ela morrerá”, diz o Senhor.

54 Escutem! Prestem atenção ao grande clamor resultante da destruição da Babilónia, a terra governada pelos caldeus! 55 Porque o Senhor está a destruir a Babilónia, cuja voz altiva se vai calando, à medida que as ondas de violência se quebram. 56 Exércitos exterminadores virão para assassinar os seus homens mais fortes; as próprias armas se quebrarão nas suas mãos, pois o Senhor Deus dá-lhes o castigo; a Babilónia está a receber aquilo que muito bem merece.

57 “Os seus nobres ficarão como que embriagados, assim como os sábios, os legisladores, os generais e os seus militares mais valentes. Adormecerão, para não mais acordar! Assim diz o Rei, cujo nome é Senhor dos exércitos. 58 Porque as largas e fortes muralhas da Babilónia serão abatidas até ao chão e as suas enormes portas queimadas; foi em vão que ali trabalharam construtores vindos de muitas terras; o seu trabalho será destruído pelo fogo!”

59 Foi durante o quarto ano do reinado de Zedequias que esta mensagem veio a Jeremias, para que a desse a Seraías, filho de Nerias, neto de Maaseias, respeitante à captura de Seraías e ao seu exílio para a Babilónia com Zedequias, rei de Judá. (Seraías era comandante de batalhão no exército de Zedequias.) 60 Jeremias escreveu todas estas terríveis coisas que Deus planeou contra a Babilónia, todas estas palavras que aqui estão acima, 61 e deu o rolo a Seraías dizendo-lhe: “Quando fores para a Babilónia, lê tudo isto que escrevi. 62 E dirás: ‘Senhor, tu disseste que irás destruir a Babilónia, de tal forma que não ficará uma criatura humana viva aqui e será abandonada para sempre!’ 63 Depois, quando tiveres acabado de ler todo o rolo, ata-o a uma pedra e lança-o no rio Eufrates. 64 E dirás: ‘Assim será afundada a Babilónia, de tal forma que nunca mais emergerá com vida, por causa de todo o mal que Deus trará sobre ela!’ ”

Aqui terminam as mensagens de Jeremias.

Footnotes

  1. 51.41 No texto hebraico, Chechac.

51 Assim diz o Senhor: Eis que levantarei um vento destruidor contra a Babilônia e contra os que habitam no coração dos que se levantam contra mim. E enviarei padejadores contra a Babilônia, que a padejarão e despojarão a sua terra, porque virão contra ela em redor no dia da calamidade. O flecheiro arme o seu arco contra aquele que arma o seu arco e contra o que presume da sua couraça; e não perdoeis a seus jovens; destruí a todo o seu exército. E mortos cairão na terra dos caldeus e atravessados pelas ruas. Porque Israel e Judá não foram abandonados pelo seu Deus, pelo Senhor dos Exércitos, ainda que a sua terra esteja cheia de culpas perante o Santo de Israel. Fugi do meio da Babilônia, e livre cada um a sua alma; não vos destruais a vós na sua maldade, porque este é o tempo da vingança do Senhor; ele lhe dará a sua recompensa.

A Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, as nações enlouqueceram. Num momento, caiu a Babilônia e ficou arruinada; gemei sobre ela, tomai bálsamo para a sua dor; porventura, sarará. Queríamos sarar a Babilônia, mas ela não sarou; deixai-a, e vá cada um para a sua terra, porque o seu juízo chegou até ao céu e se elevou até às mais altas nuvens. 10 O Senhor trouxe a nossa justiça à luz; vinde e contemos em Sião a obra do Senhor, nosso Deus. 11 Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos; o Senhor despertou o espírito dos reis da Média, porque o seu intento contra a Babilônia é para a destruir; pois esta é a vingança do Senhor, a vingança do seu templo. 12 Arvorai um estandarte sobre os muros de Babilônia, reforçai a guarda, colocai sentinelas e preparai as ciladas; porque o Senhor intentou e fez o que tinha dito acerca dos moradores da Babilônia. 13 Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza. 14 Jurou o Senhor dos Exércitos por si mesmo, dizendo: Certamente, te encherei de homens, como de pulgão, e eles cantarão com júbilo sobre ti.

15 Ele fez a terra com o seu poder, e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento. 16 Fazendo ele ouvir a sua voz, grande estrondo de águas nos céus, e sobem os vapores desde o fim da terra; faz os relâmpagos com a chuva e tira o vento dos seus tesouros. 17 Embruteceu-se todo homem e não tem ciência; envergonhou-se todo ourives de imagem de escultura, porque a sua imagem de fundição é mentira, e não espírito em nenhuma delas. 18 Vaidade são e obra de enganos; no tempo em que eu as visitar, perecerão. 19 Não é semelhante a estes a porção de Jacó, porque ele é o Criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; o Senhor dos Exércitos é o seu nome.

20 Tu és meu martelo e minhas armas de guerra; e contigo despedaçarei nações e contigo destruirei os reis; 21 e contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; e contigo despedaçarei o carro e o que vai nele; 22 e contigo despedaçarei o homem e a mulher; e contigo despedaçarei o velho e o moço; e contigo despedaçarei o jovem e a virgem; 23 e contigo despedaçarei o pastor e o seu rebanho; e contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois; e contigo despedaçarei os capitães e os magistrados. 24 E pagarei à Babilônia e a todos os moradores da Caldeia toda a maldade que fizeram em Sião, à vossa vista, diz o Senhor. 25 Diz o Senhor: Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, que destróis toda a terra; e estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de incêndio. 26 E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás numa assolação perpétua, diz o Senhor.

27 Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela e convocai contra ela os reinos de Ararate, Mini e Asquenaz; ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado. 28 Santificai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães, todos os seus magistrados e toda a terra do seu domínio. 29 Então, tremerá a terra e doer-se-á, porque cada um dos desígnios do Senhor está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma assolação, sem habitantes. 30 Os valentes de Babilônia cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres; incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos. 31 Um correio correrá ao encontro de outro correio, e um mensageiro, ao encontro de outro mensageiro, para anunciar ao rei da Babilônia que a sua cidade foi tomada de todos os lados. 32 E os vaus estão ocupados, e os canaviais, queimados; e os homens de guerra ficaram assombrados.

33 Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como uma eira no tempo da debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá. 34 Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou, encheu o seu ventre das minhas delicadezas e lançou-me fora. 35 A violência que se me fez a mim e à minha carne venha sobre a Babilônia, diga a moradora de Sião; e o meu sangue caia sobre os moradores da Caldeia, diga Jerusalém. 36 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que pleitearei a tua causa e te vingarei da vingança que se tomou contra ti; secarei o seu mar e farei que se esgote o seu manancial. 37 E Babilônia se tornará em montões, morada de dragões, espanto e assobio, sem um só habitante. 38 Juntamente, rugirão como filhos dos leões, bramarão como filhotes de leões. 39 Estando eles excitados, lhes darei a sua bebida e os embriagarei, para que andem saltando; mas dormirão um perpétuo sono e não acordarão, diz o Senhor. 40 Fá-los-ei descer como cordeiros ao matadouro, como carneiros com os bodes.

41 Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa a glória de toda a terra! Como se tornou Babilônia um espanto entre as nações! 42 O mar subiu sobre Babilônia, com a multidão das suas ondas se cobriu. 43 Tornaram-se as suas cidades em assolação, terra seca e deserta, terra em que ninguém habita, nem passa por ela filho de homem. 44 E visitarei a Bel na Babilônia e tirarei da sua boca o que ele tragou, e nunca mais concorrerão a ele as nações; também o muro de Babilônia caiu. 45 Saí do meio dela, ó povo meu, e livre cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do Senhor. 46 E não se enterneça o vosso coração, nem temais pelo rumor que se ouvir na terra; porque virá, num ano, um rumor, e depois, noutro ano, outro rumor; e haverá violência na terra, dominador contra dominador. 47 Portanto, eis que vêm dias em que visitarei as imagens de escultura da Babilônia, e toda a sua terra será envergonhada, e todos os seus traspassados cairão no meio dela. 48 E os céus e a terra, com tudo quanto neles há, jubilarão sobre a Babilônia, porque do Norte lhe virão os destruidores, diz o Senhor. 49 Como Babilônia fez cair os traspassados de Israel, assim em Babilônia cairão os traspassados de toda a terra.

50 Vós que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe, lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém ao vosso coração. 51 Direis: Envergonhados estamos, porque ouvimos opróbrio; vergonha cobriu o nosso rosto, porque vieram estrangeiros sobre os santuários da Casa do Senhor. 52 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que visitarei as suas imagens de escultura; e gemerá o traspassado em toda a sua terra. 53 Ainda que a Babilônia subisse aos céus, e ainda que fortificasse a altura da sua fortaleza, de mim viriam destruidores sobre ela, diz o Senhor.

54 O som de um clamor se ouve da Babilônia e de grande destruição, da terra dos caldeus; 55 porque o Senhor destrói Babilônia e fará perecer nela a sua grande voz; e as suas ondas bramirão como muitas águas; ouvir-se-á o arruído da sua voz. 56 Porque o destruidor vem sobre ela, sobre Babilônia, e os seus valentes serão presos; estão quebrados os seus arcos, porque o Senhor, Deus das recompensas, certamente, lhe retribuirá. 57 E embriagarei os seus príncipes, e os seus sábios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono perpétuo e não acordarão, diz o Rei cujo nome é o Senhor dos Exércitos. 58 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Os largos muros de Babilônia totalmente serão derribados, e as suas portas excelsas serão abrasadas pelo fogo; e trabalharão os povos em vão, e as nações serão para o fogo e cansar-se-ão.

59 A palavra que mandou Jeremias, o profeta, a Seraías, filho de Nerias, filho de Maaseias, indo ele com Zedequias, rei de Judá, à Babilônia, no ano quarto do seu reinado; e Seraías era um príncipe pacífico. 60 Escreveu, pois, Jeremias num livro todo o mal que havia de vir sobre a Babilônia; todas estas palavras que estavam escritas contra a Babilônia. 61 E disse Jeremias a Seraías: Em tu chegando a Babilônia, verás e lerás todas estas palavras. 62 E dirás: Senhor! Tu falaste a respeito deste lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele morador algum, desde o homem até ao animal, mas que se tornaria em perpétuas assolações. 63 E será que, acabando tu de ler este livro, o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates. 64 E dirás: Assim será afundada a Babilônia e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; eles se cansarão. Até aqui as palavras de Jeremias.

51 O SENHOR diz:
“Levantarei um vento destruidor
    contra a Babilônia e os habitantes de Lebe-Camai[a].
Enviarei estrangeiros contra a Babilônia
    que a lançarão ao ar até deixá-la vazia.
Quando chegar o dia do seu sofrimento,
    eles a atacarão por todas partes.
Que o arqueiro não arme seu arco,
    que não vista sua armadura.
Não perdoem a vida aos seus jovens,
    aniquilem completamente o seu exército.
Eles cairão mortos na terra dos babilônios
    e serão feridos pela lança nas ruas.
Porque embora Israel e Judá
    encheram de pecado seu país contra o Santo de Israel,
eles não foram abandonados pelo seu Deus,
    o SENHOR Todo-Poderoso”.

Jeremias diz: “Fujam da Babilônia!
    Salve-se quem puder!
    Não sejam mortos por causa do pecado dela.
É hora da vingança do SENHOR,
    ele lhe dará o que merece.
Nas mãos do SENHOR,
    a Babilônia era um cálice de ouro
    que embriagava todo o mundo.
As nações enlouqueceram
    porque beberam do seu vinho.
Mas a Babilônia cairá de repente
    e ficará despedaçada.
    Chorem por ela!
Tragam bálsamo para sua dor,
    talvez se cure”.

Os estrangeiros dizem: “Tentamos curá-la,
    mas não sarou.
Abandonemos a Babilônia
    e volte cada um para a sua terra.
    Deus, que está nos céus, vai decidir qual será o seu castigo.
    Ele vai decidir o que acontecerá com ela”.

10 O povo de Judá e Israel diz: “O SENHOR nos fez justiça.
    Vamos e contemos em Sião
    o que fez o SENHOR, nosso Deus”.

11 Jeremias diz: “Afiem as suas flechas,
    carreguem as suas armas.
O SENHOR despertou o espírito dos reis da Média
    porque tem o plano de destruir a Babilônia.
Esta é a vingança do SENHOR
    pelo que fizeram com o seu templo.
12 Levantem a bandeira de ataque contra os muros da Babilônia.
    Reforcem a guarda.
Ponham os sentinelas nos seus lugares.
    Preparem a emboscada.
O SENHOR fará o que disse e planejou
    contra os habitantes da Babilônia.
13 Babilônia, você habita junto às muitas águas.
    Você tem grandes tesouros, mas o seu fim chegou.
    Agora é o fim da sua existência.
14 O SENHOR Todo-Poderoso jurou por si mesmo:
‘O encherei de inimigos como gafanhotos,
    e cantarão vitória sobre você’.

15 “Deus foi quem fez a terra com o seu poder.
    Ele criou o mundo com a sua sabedoria.
    Ele estendeu os céus com a sua inteligência.
16 Quando ele fala, soa uma tempestade no céu
    e de todos os cantos da terra se levanta vapor.
Ele é quem envia os relâmpagos com a chuva
    e tira o vento dos seus depósitos.
17 Todo ser humano é tolo e ignorante de conhecimento.
    Deus faz que todo ourive se envergonhe do ídolo que faz.
Esses ídolos são uma fraude.
    Não há vida neles.
18 Eles não tem valor nenhum, são ridículos.
    Quando chegue a sua hora serão destruídos.
19 Mas o Deus de Jacó não é como esses ídolos.
    Ele é o Criador de todas as coisas.
Israel é a família que ele escolheu para que fosse o seu povo.
    Seu nome é o SENHOR Todo-Poderoso”.

20 O SENHOR diz: “Você é meu bastão, minha arma de guerra.
    Com você mato nações
    e destruo reinos.
21 Com você destruo cavalos e cavaleiros;
    despedaço cocheiros e carros de combate.
22 Com você destruo homens e mulheres;
    despedaço velhos e jovens,
    rapazes e moças.
23 Com você destruo pastores e rebanhos,
    lavradores e bois,
    chefes e governantes.
24 Mas diante de vocês mesmos, eu castigarei
    a Babilônia e todos os babilônios
por todo o mal que fizeram a Sião.
    É a decisão do SENHOR.

25 “Eu, o SENHOR, estou contra você,
    monte de destruição,
    contra você que é o destruidor de toda a terra.
Estenderei a minha mão contra você,
    farei que role pelas rochas,
    farei de você um monte queimado.
26 Ninguém usará nenhuma das suas pedras
    para ser usada como pedra principal
    ou pedra de alicerce,
porque ficará desolada para sempre,
    diz o SENHOR.

27 “Levantem no país a bandeira de atacar,
    toquem a trombeta entre as nações;
prepararem às nações
    para a guerra contra ela.
Convoquem contra ela
    as nações do Ararate, Mini e Asquenaz.
Nomeiem a um general para que a comande
    e avance os cavalos como praga de gafanhotos.
28 Convoquem as nações contra ela,
    os reis da Média,
os seus governadores e oficiais,
    e todo o território do seu império.
29 A terra treme e se estremece de angústia
    porque se cumprem os planos do SENHOR contra a Babilônia:
    fazer dela um deserto desolado.
30 Os guerreiros da Babilônia pararam de combater.
    Eles se escondem nas suas fortalezas.
Eles desfalecem.
    Eles ficaram como mulheres assustadas.
As suas casas foram incendiadas
    e as suas fechaduras, destruídas.
31 Corre um mensageiro trás outro
    para avisar ao rei da Babilônia
    que toda a cidade foi capturada.
32 Os passos dos rios foram ocupados.
    As fortalezas foram incendiadas.
    O pânico se propaga entre os soldados”.

33 O SENHOR Todo-Poderoso, o Deus de Israel, diz:

“A Babilônia é como uma eira no momento da debulha,
    pronta para ser pisada;
    e já está próximo o tempo de ser colhida”.

34 Isto é o que a cidade de Jerusalém diz:
“Nabucodonosor, o rei da Babilônia,
    me devorou e me confundiu,
    me deixou como um prato vazio.
Ele me engoliu como faz uma cobra:
    encheu o seu estômago com as minhas delícias,
    e depois me vomitou.
35 Que caia sobre a Babilônia
    a violência que tem feito comigo.
Os habitantes de Sião dirão:
    ‘Que se derrame meu sangue sobre a Babilônia’”.

36 Portanto, isto diz o SENHOR:
“Vou defender sua causa e a vingarei.
    Tornarei seu mar num deserto
    e secarei as suas nascentes.
37 A Babilônia ficará convertida num monte de ruínas,
    em covil de chacais,
em objeto de horror e de zombaria,
    em um lugar desabitado.

38 “Eles rugem como leões,
    e rosnam como filhotes de leão.
39 Quando fiquem com fome, farei para eles banquetes
    e farei que se embriaguem,
para que se divirtam,
    e então durmam um sono eterno
do qual não acordarão,
    diz o SENHOR.

40 “Vou fazer com que desçam ao matadouro
    como se fossem cordeiros, carneiros e bodes.

41 “Como foi tomada a Babilônia[b]!
    Como foi capturado o orgulho de toda a terra!
Como a Babilônia se tornou
    num objeto de horror entre as nações!
42 O mar subiu contra a Babilônia,
    as suas ondas a cubriram.
43 As suas cidades se tornaram
    em terra deserta, seca e árida.
Elas estão desabitadas
    e ninguém mais passa por ali.
44 Castigarei a Bel na Babilônia,
    farei que vomite o que engoliu.
Os rostos das pessoas de todas as nações
    não vão mais brilhar de alegria quando o vejam,
    e os muros da Babilônia cairão.

45 “Povo meu, saia dali,
    e que cada um salve sua vida
    da ira ardente do SENHOR.
46 Não se desanimem nem temam
    pelos boatos que se ouvem no país.
Ano trás ano surgirão boatos de violência na terra
    e de guerra entre governantes.
47 O dia se aproxima
    no qual castigarei os ídolos da Babilônia.
Toda ela será humilhada
    e todos eles cairão mortos no meio dela.
48 O céu e a terra, e tudo o que neles habita,
    gritarão de alegria sobre a Babilônia destruída.
Porque do norte virão contra ela os seus destruidores,
    diz o SENHOR.

49 “A Babilônia tem que cair
    pelas vítimas que causou a Israel,
assim como pelas vítimas
    que causou por toda a terra.
50 Vocês que escaparam do combate,
    corram, não fiquem ali.
Não importa o longe que estiverem, pensem no SENHOR
    e não esqueçam de Jerusalém”.

51 “Nós, as pessoas de Judá, nos sentimos envergonhados
    porque ouvimos os insultos.
Estamos cobertos de humilhação
    porque os estrangeiros entraram
    nos santos lugares do templo do SENHOR”.

52 O SENHOR diz:
“Portanto, se aproxima o dia,
    no qual castigarei os ídolos da Babilônia,
e por todo esse país se ouvirá
    o gemido dos seus feridos.
53 Ainda que a Babilônia suba até os céus
    para fortificar nas alturas as suas defesas,
até ali eu enviarei destruidores,
    diz o SENHOR.

54 “Nós podemos ouvir terríveis gritos vindo da Babilônia
    pela grande destruição do país dos babilônios.
55 Pois o SENHOR está destruindo a Babilônia
    e está acabando com seu barulho.
Os seus inimigos rugem como ondas poderosas,
    ressoa o estrondo da voz deles.
56 Chega um destruidor contra a Babilônia.
    Os seus guerreiros serão castigados,
    e os seus arcos serão destruídos.
Porque o SENHOR é um Deus
    que dá a cada qual o que merece.
57 Embriagarei os seus ministros,
    sábios, governadores,
    magistrados e militares.
Dormirão um sono eterno
    do qual não acordarão”.
É a decisão do Rei;
    seu nome é o SENHOR Todo-Poderoso.

58 Assim diz o SENHOR Todo-Poderoso:
“Os largos muros da Babilônia
    serão completamente derrubados,
    e as suas altas portas serão incendiadas.
Os povos trabalharam em vão
    e as nações se cansaram
    só para o que é devorado pelo fogo”.

Mensagem de Jeremias para a Babilônia

59 Esta é a mensagem que o profeta Jeremias deu a Seraías[c], filho de Nerias e neto de Maaseias. Isso aconteceu quando saiu com o rei Zedequias de Judá para a Babilônia, no quarto ano[d] do seu reinado. Seraías era o funcionário real encarregado dessa viagem. 60 Jeremias tinha escrito num rolo todo o sofrimento que cairia sobre a Babilônia. 61 Jeremias disse a Seraías:

—Quando você for para a Babilônia, tenha cuidado de ler a eles em voz alta toda esta mensagem. 62 Diga a eles: “O SENHOR disse que acabará com este lugar. Ninguém viverá mais aqui: nem homens nem animais. Este lugar ficará convertido num deserto para sempre”. 63 E quando tiver terminado de ler o rolo, amarre a ele uma pedra e lance-o ao rio Eufrates. 64 Então diga: “Assim se afundou a Babilônia e nunca mais se levantará da destruição que farei cair sobre ela”.

Aqui terminam as palavras de Jeremias.

Footnotes

  1. 51.1 Lebe-Camai Era uma senha secreta em idioma hebraico para se referir ao país dos babilônios.
  2. 51.41 Babilônia Literalmente, “Sesaque”, uma senha secreta em idioma hebraico para se referir à Babilônia.
  3. 51.59 Seraías Era irmão de Baruque, o secretário de Jeremias.
  4. 51.59 quarto ano Isso aconteceu entre os anos 594-593 a.C.