Isaías 15-18
O Livro
Profecia contra Moabe
15 Eis a mensagem de Deus sobre Moabe: Numa só noite as tuas cidades de Ar e de Quir de Moabe serão destruídas. 2 O teu povo em Dibom vai-se lamentando; vão para os santuários pagãos lamentando-se pelo destino que Nebo e Medeba vão ter; rapam as cabeças de tristeza e cortam as barbas. 3 Andam vestidos de saco pelas ruas e de cada casa saem clamores de lamentações. 4 Os choros, nas cidades de Hesbom e de Eleale, até de longe se ouvem, até mesmo em Jaaz! Os mais valentes dos combatentes de Moabe gritam de terror.
5 O meu coração chora por causa de Moabe! O seu povo foge para Zoar e para Eglate-Selichia. Vão subindo a ladeira até Luite, a chorar, e os seus prantos ouvem-se por todo o caminho de Horonaim. 6 Até o ribeiro de Nimrim se tornou num sítio desolado; as suas verdes margens secaram; desapareceu toda a sua vegetação. 7 Os que fogem, desesperados, levam apenas o que podem transportar consigo e atravessam o ribeiro dos Salgueiros. 8 A terra toda de Moabe está em pranto, duma ponta à outra; as suas lamentações chegam até Eglaim, fazem-se ouvir até Beer-Elim. 9 A torrente que passa em Dibom ficará vermelha, por causa do sangue, mas isto não será tudo quanto a Dibom. Por fim, andarão leões atrás dos sobreviventes, daqueles que escaparam e ficaram na terra.
16 Enviem um cordeiro como tributo ao governante da terra de Sela, pelo deserto até ao monte Sião. 2 As mulheres de Moabe são deixadas nos baixios do rio Arnom como pássaros vagueando sem ninho. 3 Os embaixadores que acompanham a oferta a Jerusalém imploram conselho e ajuda: “Deem-nos um santuário! Protejam-nos! Não nos entreguem aos nossos inimigos! 4 Deixem que os nossos refugiados fiquem no vosso meio; escondam-nos dos nossos adversários!”
Deus vos recompensará pela vossa boa vontade para connosco. 5 Sendo assim, em bondade, estabelecer-se-á um trono de David para sempre. Sentar-se-á nele com lealdade e será um juiz preocupado com a retidão, e sempre pronto a fazer o que é justo.
6 Ouvimos falar da arrogância e soberba de Moabe. Com efeito, é espantoso como toda a sua arrogância, o seu ódio e toda a sua insolência se foram! 7 Agora Moabe inteira chora. Sim, Moabe, lamentar-te-ás, por causa dos bolos de passas de Quir-Haresete! 8 Também por causa das quintas de Hesbom e das vinhas de Sibma que foram abandonados. Os grandes senhores, os generais do inimigo, cortaram os melhores cachos de uvas e as suas armas se espalharam por toda aquela terra, até Jazer, lá no deserto, e até à beira-mar. 9 Por isso, gemo e me lamento por Jazer e pelas vinhas de Sibma. Derramo as minhas lágrimas, por causa de Hesbom e de Eleale, pois desapareceu a alegria dos teus frutos de verão e das tuas segas. 10 Foi-se o júbilo e a alegria dos campos férteis! Nunca mais se ouvirão as canções dos vinhateiros! Acabou-se aquela festa que era o pisar das uvas nos lagares! Fiz cessar toda aquela alegria! 11 Todas as minhas entranhas choram e se lamentam por Moabe. Estou profundamente triste, por causa de Quir-Haresete. 12 O povo de Moabe virá a fazer angustiosas rezas aos seus ídolos, no cimo das colinas, mas isso não lhes servirá para nada. Implorarão aos seus deuses nos templos dos seus ídolos e nenhum deles virá salvá-los.
13 Esta é a palavra que o Senhor outrora pronunciou contra Moabe. 14 Agora o Senhor confirma que dentro de três anos, infalivelmente, a glória de Moabe acabará. Serão bem poucos e fracos os que ficarão do seu povo.
Profecia contra Damasco
17 Esta é a mensagem de Deus para Damasco, capital de Aram: “Vejam como Damasco acabou! Já não é mais uma cidade! É praticamente um montão de ruínas! 2 As cidades de Aroer estão desertas. Só rebanhos se veem ali a pastar; os animais deitam-se sossegadamente, porque não há ninguém que os espante. 3 A força de Israel e o poder de Damasco terão fim e os que ficarem de Aram serão destruídos, porque como a glória de Israel desapareceu, a deles certamente também desaparecerá, declara o Senhor dos exércitos. 4 É verdade! A glória de Jacob tornar-se-á bem diminuta, quando a pobreza invadir a terra. 5 Tornar-se-á numa terra tão abandonada como os campos de trigo do vale de Refaim. 6 Muito poucos da sua gente serão poupados! Será como quando se sacodem as oliveiras e só fica nos ramos mais altos uma ou outra azeitona. Eis o que acontecerá com Damasco e com Israel, sacudidos e despojados, com exceção de alguns dos mais pobres que serão poupados!” Assim diz o Senhor, o Deus de Israel.
7 Então, por fim, pensarão em Deus, o seu Criador, e se voltarão para o Santo de Israel. 8 Não mais se dirigirão aos altares, pedindo socorro, nem adorarão mais aquilo que as suas próprias mãos fabricaram! Nunca mais prestarão culto às imagens de Achera e aos altares de incenso.
9 Naquele tempo as suas cidades fortificadas serão como as cumeadas abandonadas dos amorreus, que eles abandonaram por causa dos israelitas; haverá desolação. 10 E porque é que isto tudo se dará? Porque vocês abandonaram o Deus que vos salva, o rochedo que pode proteger-vos. Por isso, ainda que venham a plantar videiras importadas e de alta qualidade, 11 e mesmo que tenha tanta vitalidade que chegue a crescer na manhã em que a semearem, mesmo assim nunca chegarão a colhê-la; irão colher unicamente fardos de tribulação e dolorosos sofrimentos.
12 Reparem bem! Eis que se ouve o alvoroço de uma multidão de povos, como o rugir dos mares revoltosos. Este rugir das nações mais parece o agitar tempestuoso das grandes vagas do mar. 13 No entanto, ainda que venham bramando como as vagas do mar que se quebram com violência contra a costa, Deus os silenciará. Acabarão por fugir como a palha levada pelo vento, como o pó da terra levantado em turbilhão por um vendaval. 14 Ao anoitecer, Israel estará em pavor, mas pela manhã verá os seus inimigos mortos. Esta será a sorte dos que nos saqueiam e nos destroem.
Profecia contra Cuche
18 Ai da terra onde se ouve o zumbido dos gafanhotos, que fica para além dos rios de Cuche! 2 Terra que envia embaixadores em barcos de junco pelo Nilo abaixo! Velozes mensageiros voltarão para ti, ó forte e ilustre nação, temida em toda a parte, nação que conquista e destrói, cuja terra o rio divide. Esta é a mensagem que te é dirigida: 3 “Quando se levantar a bandeira sobre a montanha, que todo o mundo o saiba! Quando tocar a trombeta do ataque a Israel, que toda a gente preste atenção!” 4 Porque o Senhor disse-me o seguinte: “Estarei a olhar serenamente desde a minha morada, como o calor do Sol a meio do dia ou como a nuvem de orvalho no calor da ceifa.” 5 Antes que comecem o ataque, na altura em que os vossos planos estiverem a amadurecer como uvas na vinha, eu vos cortarei como uma tesoura de podar; cortarei os sarmentos e os ramos. 6 O vosso poderoso exército será deixado morto no campo, para as aves de rapina e animais selvagens. As aves de rapina terão o que comer durante todo o verão; todos os animais da terra terão ossos para roer o inverno inteiro.
7 Virá o tempo em que essa forte e poderosa nação, o terror de todos, de longe e de perto, essa nação de conquistas e destruição, cuja terra o rio divide, virá trazer ofertas ao Senhor dos exércitos, a Sião, o lugar onde ele pôs o seu nome.
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