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A iniquidade de Judá e seu castigo pelas mãos dos caldeus. A intercessão do profeta

O peso que viu o profeta Habacuque.

Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.

Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua grandeza. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos e mais perspicazes do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; sim, os seus cavaleiros virão de longe, voarão como águias que se apressam à comida. Eles todos virão com violência; o seu rosto buscará o oriente, e eles congregarão os cativos como areia. 10 E escarnecerão dos reis e dos príncipes farão zombarias; eles se rirão de todas as fortalezas, porque, amontoando terra, as tomarão. 11 Então, passarão como um vento, e pisarão, e se farão culpados, atribuindo este poder ao seu deus.

12 Não és tu desde sempre, ó Senhor, meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó Senhor, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar. 13 Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar; por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? 14 E farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe? 15 Ele a todos levanta com o anzol, e apanha-os com a sua rede, e os ajunta na sua rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija. 16 Por isso, sacrifica à sua rede e queima incenso à sua draga; porque, com elas, se engordou a sua porção, e se engrossou a sua comida. 17 Porventura, por isso, esvaziará a sua rede e não deixaria de matar os povos continuamente?

Esta é a mensagem que Deus revelou ao profeta Habacuque por meio de uma visão.

Primeira queixa de Habacuque

SENHOR, por que não me responde embora eu fique pedindo pela sua ajuda?
    Por quanto tempo será assim?
Até quando clamarei por causa da violência?
    O Senhor não faz nada para salvar os que sofrem.
Por que Senhor me faz ver tanta maldade e perversidade?
    Por que eu tenho que ver tanto roubo e violência?
    As pessoas discutem e brigam entre elas.
A lei não é mais cumprida
    e os juízes julgam de maneira injusta.
Nos tribunais, as pessoas más ganham das pessoas que são justas
    fazendo que a justiça perca seu valor.

Deus responde a Habacuque pela primeira vez

“Olhem para as nações
    e fiquem atônitos, fiquem admirados.
Pois eu vou fazer muito em breve
    algo que vocês jamais acreditarão,
    mesmo que tivesse alguém para lhes contar.
Porque eu estou trazendo os caldeus,
    essa gente cruel e impetuosa,
que vai por toda a terra
    tomando para si territórios que não lhe pertencem,
aterrorizando os demais
    e só respeitando as suas próprias leis.
Os seus cavalos são mais rápidos do que os leopardos
    e mais velozes do que os lobos noturnos.
Farei com que venham galopando desde lugares que ficam longe daqui.
    Serão tão rápidos como os abutres que se lançam para devorar a sua presa.
Todos eles trarão a violência
    e avançarão com rapidez
    em direção às suas vítimas.
Farão tantos prisioneiros
    como os grãos de areia.
10 Zombarão dos reis
    e farão piadas dos altos funcionários.
Zombarão de todas as cidades fortificadas.
    Farão rampas para escalar as suas muralhas
    e capturarão com facilidade essas cidades.
11 Em seguida, irão embora dali como o vento.
    Acreditam que a sua força é o deus deles”.

Segunda queixa de Habacuque

12 Ó SENHOR, meu santo Deus,
    o Senhor sempre existiu e nunca morrerá.
SENHOR, escolheu a Babilônia para fazer justiça?
    Rocha minha, criou a Babilônia para castigar Israel?
13 Os seus olhos são puros demais para olhar o mal.
    O Senhor seria incapaz de ficar vendo a maldade.
Então, por que não fica chateado ao ver esses traidores?
    Por que fica calado quando o mau destrói quem é menos mau?
14 O Senhor tem feito com que os seres humanos sejam parecidos com os peixes do mar,
    como criaturas sem liderança.
15 A Babilônia pega a todos com o seu anzol
    e os captura com a sua rede.
Ela pega a todos com a sua rede
    e se sente feliz por isso.
16 A Babilônia considera que a sua rede é uma deusa:
    oferece sacrifícios a ela e lhe queima incenso.
A Babilônia faz isso porque com a sua rede consegue comida
    abundante e substanciosa.
17 Será que a Babilônia seguirá massacrando as nações
    com a sua espada sem ter compaixão delas?

Esta é a mensagem que Deus, por meio de uma visão, deu a Habacuque.

A queixa de Habacuque

Ó Senhor Deus, até quando clamarei pedindo ajuda,
e tu não me atenderás?
Até quando gritarei: “Violência!”,
e tu não nos salvarás?
Por que me fazes ver tanta maldade?
Por que toleras a injustiça?
Estou cercado de destruição e violência;
há brigas e lutas por toda parte.
Por isso, ninguém obedece à lei,
e a justiça nunca vence.
Os maus levam vantagem sobre os bons,
e a justiça é torcida.

A resposta de Deus

O Senhor diz ao seu povo:
“Olhem as nações em volta de vocês
e fiquem admirados e assustados.
Pois o que vou fazer agora
é uma coisa em que vocês não acreditariam,
mesmo que alguém contasse.
Estou atiçando os babilônios,
aquele povo cruel e violento,
sempre pronto a marchar pelo mundo inteiro,
a fim de conquistar as terras dos outros.

“Eles espalham o medo e o terror
e fazem valer as suas próprias ordens e leis.
Os seus cavalos são mais rápidos do que os leopardos,
são mais ferozes do que os lobos do deserto.
Os seus cavaleiros avançam montados;
eles vêm correndo de longe,
rápidos como a águia
quando se joga sobre o animal
que ela está caçando.
Os soldados avançam,
ansiosos para conquistar;
conforme avançam, vão espalhando o terror.
Os seus prisioneiros são muitos;
são mais numerosos do que os grãos de areia da praia.
10 Os soldados babilônios zombam dos reis
e caçoam dos governadores.
Eles riem das fortalezas;
levantam uma rampa de ataque e as conquistam.
11 Depois, vão em frente, como o vento que passa;
eles não adoram outro deus senão a sua própria força.”

Habacuque se queixa de novo

12 Tu sempre exististe, ó Senhor.
Ó meu Santo Deus, tu és imortal.
Tu és o nosso protetor.
Ó Senhor, tu escolheste os babilônios
e lhes deste forças para nos castigar.
13 Mas como podes tolerar esses traidores, essa gente má?
Os teus olhos são puros demais para olhar o mal;
tu não suportas ver as pessoas cometendo maldades.
Como é, então, que ficas calado
quando esses malvados matam pessoas
que são melhores do que eles?
14 Por que tratas os seres humanos como se fossem peixes,
como se fossem animais que não têm chefe?

15 Pois os babilônios pegam outros povos
como os pescadores pegam peixes.
Com os seus anzóis e redes pegam os povos
e os arrastam para terra.
Aí se alegram e ficam contentes.
16 Oferecem sacrifícios às redes
e apresentam ofertas aos anzóis,
pois é por causa deles que os pescadores ficam ricos
e têm muito que comer.
17 Será que os babilônios nunca deixarão de lutar
e, sem dó nem piedade, continuarão a matar os povos?

Esta é a mensagem que o profeta Habacuque recebeu numa visão.

A queixa de Habacuque

Até quando, Senhor, terei de pedir socorro?

Tu, porém, não ouves.
Clamo: “Há violência por toda parte!”,
mas tu não vens salvar.
Terei de ver estas maldades para sempre?
Por que preciso assistir a tanta opressão?
Para qualquer lugar que olho,
vejo destruição e violência.
Estou cercado de pessoas
que discutem e brigam o tempo todo.
A lei está amortecida,
e não se faz justiça nos tribunais.
Os perversos são mais numerosos que os justos
e, com isso, a justiça é corrompida.

A resposta do Senhor

“Observem as nações ao redor;
olhem e admirem-se![a]
Pois faço algo em seus dias,
algo em que vocês não acreditariam
mesmo que alguém lhes contasse.
Estou levantando os babilônios,[b]
um povo cruel e violento.
Eles marcharão por todo o mundo
e conquistarão outras terras.
São conhecidos por sua crueldade
e decidem por si mesmos o que é certo.
Seus cavalos são mais velozes que leopardos[c]
e mais ferozes que lobos ao anoitecer.
Seus cavaleiros atacam, vindos de longe;
como águias, lançam-se sobre a presa para devorá-la.

“Todos eles vêm prontos para agir com violência;
seus exércitos avançam como o vento do deserto,
ajuntando prisioneiros como se fossem areia.
10 Zombam de reis e príncipes
e desprezam todas as suas fortalezas.
Constroem rampas de terra
contra seus muros e as conquistam.
11 Passam com rapidez, como o vento,
e desaparecem.
Sua culpa, porém, é grande,
pois têm como deus sua própria força.”

12 Ó Senhor, meu Deus, meu Santo, tu que és eterno
certamente não planejas nos exterminar!
Ó Senhor, nossa Rocha, enviaste os babilônios para nos disciplinar,
como castigo por nossos pecados.
13 Mas tu és puro e não suportas ver o mal e a opressão;
permanecerás indiferente diante desses traiçoeiros?
Ficarás calado enquanto os perversos
engolem os que são mais justos que eles?

14 Somos apenas peixes para ser apanhados e mortos?
Somos apenas seres do mar, que não têm quem os guie?
15 Seremos fisgados por seus anzóis
e pegos em suas redes enquanto eles se alegram e festejam?
16 Então eles oferecerão sacrifícios a suas redes
e queimarão incenso diante delas, dizendo:
“Essas redes nos enriqueceram!”.
17 Deixarás que permaneçam impunes?
Continuarão a destruir cruelmente as nações?

Footnotes

  1. 1.5 A Septuaginta traz Olhem, zombadores; / olhem, admirem-se e morram. Comparar com At 13.41.
  2. 1.6 Ou caldeus.
  3. 1.8 Ou guepardos.