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A primeira viagem missionária de Paulo (13.1—14.28)

Barnabé e Saulo começam o seu trabalho

13 Na igreja de Antioquia havia os seguintes profetas e mestres: Barnabé; Simeão, chamado “o Negro”; Lúcio, de Cirene; Manaém, que havia sido criado junto com o governador Herodes; e Saulo. Certa vez, quando eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse:

— Separem para mim Barnabé e Saulo a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os tenho chamado.

Então eles jejuaram, e oraram, e puseram as mãos sobre Barnabé e Saulo. E os enviaram na sua missão.

Em Chipre

Barnabé e Saulo, tendo sido enviados pelo Espírito Santo, foram até a cidade de Selêucia e dali embarcaram para a ilha de Chipre. Quando chegaram à cidade de Salamina, começaram a anunciar a palavra de Deus nas sinagogas. E eles tinham João Marcos para ajudá-los no trabalho missionário. Eles atravessaram toda a ilha, chegando até a cidade de Pafos.

Ali encontraram um judeu que era mágico e falso profeta, chamado Barjesus. Ele era amigo de Sérgio Paulo, o governador da ilha, que era um homem muito inteligente. O Governador mandou chamar Barnabé e Saulo, pois queria ouvir a palavra de Deus. Mas o mágico Elimas (este é o nome dele em grego) era contra os apóstolos. Ele não queria que o Governador aceitasse a fé cristã. Então Saulo, também conhecido como Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para Elimas 10 e disse:

— Filho do Diabo! Inimigo de tudo o que é bom! Homem mau e mentiroso! Por que é que você não para de torcer o verdadeiro ensinamento do Senhor? 11 Agora escute! O Senhor vai castigá-lo. Você ficará cego e não verá a luz do sol por algum tempo.

No mesmo instante Elimas sentiu uma nuvem escura cobrir os seus olhos e ele começou a se virar para todos os lados, procurando alguém que o guiasse pela mão. 12 Quando o Governador viu isso, creu e ficou muito admirado com os ensinamentos a respeito do Senhor Jesus.

Em Antioquia da Pisídia

13 Paulo e os seus companheiros navegaram da cidade de Pafos até Perge, uma cidade da província da Panfília. Porém João Marcos os deixou e voltou para Jerusalém. 14 Eles continuaram a viagem, indo de Perge até a cidade de Antioquia, no distrito da Pisídia. No sábado entraram na sinagoga e sentaram-se. 15 Depois da leitura da Lei de Moisés e dos livros dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer a eles:

— Irmãos, se vocês têm alguma palavra para animar o povo, podem falar agora.

16 Então Paulo se levantou, fez um sinal com a mão, pedindo silêncio, e começou a dizer:

— Homens de Israel e todos vocês não judeus que temem a Deus, escutem! 17 O Deus do povo de Israel escolheu os nossos antepassados quando moravam na terra do Egito e fez deles um grande povo. Ele os tirou de lá com grande poder 18 e, no deserto, aguentou aquela gente durante quarenta anos. 19 Ele destruiu sete povos na terra de Canaã, e o povo de Israel se tornou dono das terras deles. 20 Tudo isso levou uns quatrocentos e cinquenta anos.

— Depois disso Deus lhes deu juízes, até o tempo de Samuel. 21 Quando o povo pediu um rei, ele lhes deu Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, para ser rei deles durante quarenta anos. 22 Depois que tirou Saul, Deus pôs Davi como rei e disse isto a respeito dele: “Encontrei em Davi, filho de Jessé, o tipo de pessoa que eu quero e que vai fazer tudo o que eu desejo.” 23 Um dos descendentes de Davi foi Jesus, a quem Deus pôs como Salvador de Israel, como havia prometido. 24 Antes da vinda de Jesus, João Batista anunciou a sua mensagem a todo o povo de Israel, dizendo que eles deviam se arrepender e ser batizados. 25 Mas, quando João estava terminando a sua missão, disse ao povo: “Quem é que vocês pensam que eu sou? Eu não sou aquele que vocês estão esperando. Mas escutem! Ele vem depois de mim, porém eu não mereço a honra de tirar as sandálias dos pés dele.”

26 Paulo continuou:

— Meus irmãos, descendentes de Abraão, e também vocês não judeus que temem a Deus, escutem! Essa mensagem de salvação foi mandada para todos nós. 27 De fato, os moradores de Jerusalém e os seus líderes não entenderam que Jesus é o Salvador. E também não compreenderam as palavras dos livros dos Profetas, que são lidos todos os sábados. Mesmo assim, ao condenarem Jesus, eles estavam cumprindo essas profecias. 28 E, embora não encontrassem nenhuma razão para condená-lo à morte, pediram a Pilatos que mandasse matá-lo. 29 Depois de fazerem tudo o que as Escrituras Sagradas falam a respeito dele, eles o tiraram da cruz e o puseram num túmulo. 30 Mas Deus o ressuscitou, 31 e durante muitos dias ele apareceu às pessoas que o tinham acompanhado da Galileia até Jerusalém. Agora essas pessoas são testemunhas que falam a respeito de Jesus ao povo de Israel.

32 — E nós estamos aqui para trazer o evangelho a vocês. 33 Deus fez agora para nós o que havia prometido aos nossos antepassados: ele ressuscitou Jesus, como está escrito no Salmo número dois:

“Você é o meu Filho;
hoje eu me tornei o seu Pai.”

34 — E foi isto o que Deus disse a respeito da ressurreição de Jesus, afirmando que ele nunca seria destruído pela morte:

“Eu vou dar a vocês as bênçãos
    sagradas e certas
que prometi a Davi.”

35 E em outra parte das Escrituras lemos também:

“Tu não deixarás que o teu dedicado servo
    apodreça na sepultura.”

36 E Paulo disse ainda:

— Na verdade, Davi, no seu tempo, cumpriu os planos de Deus. Depois morreu, foi sepultado ao lado dos seus antepassados e apodreceu na sepultura. 37 Mas isso não aconteceu com aquele que Deus ressuscitou. 38-39 Meus irmãos, todos vocês precisam saber com certeza que é por meio de Jesus que a mensagem do perdão de pecados é anunciada a vocês. Precisam saber também que quem crê é libertado de todos os pecados dos quais a Lei de Moisés não pode livrar. 40 Portanto, tenham cuidado para que não aconteça o que os profetas disseram:

41 “Prestem atenção,
    vocês que zombam de Deus!
Fiquem espantados e morram.
Pois o que vou fazer agora é uma coisa
    em que vocês não acreditariam,
mesmo que alguém explicasse.”

42 Quando Paulo e Barnabé estavam saindo da reunião, as pessoas pediram com insistência que eles voltassem no sábado seguinte a fim de falarem sobre o mesmo assunto. 43 Depois da reunião, muitos judeus e outras pessoas convertidas ao Judaísmo acompanharam Paulo e Barnabé, que falavam com eles e animavam todos para que continuassem firmes na graça de Deus.

44 No sábado seguinte quase todos os moradores da cidade foram ouvir a palavra do Senhor. 45 Quando os judeus viram aquela multidão, ficaram com muita inveja. Então começaram a dizer o contrário do que Paulo dizia e o insultaram. 46 Porém Paulo e Barnabé falaram com mais coragem ainda. Eles disseram:

— Era necessário que a palavra de Deus fosse anunciada primeiro a vocês que são judeus. Mas, como vocês não querem aceitá-la e acham que não merecem receber a vida eterna, então agora nós vamos anunciar a palavra aos não judeus. 47 Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o seu povo:

“Eu coloquei você como luz
    para os outros povos,
a fim de que você leve a salvação
    ao mundo inteiro.”

48 Quando os não judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna.

49 A palavra do Senhor se espalhou por toda aquela região. 50 Mas os judeus atiçaram as mulheres não judias da alta sociedade convertidas ao Judaísmo e também os homens mais importantes da cidade. E começaram a perseguir Paulo e Barnabé e os expulsaram daquela região. 51 Então os apóstolos sacudiram a poeira das suas sandálias, em sinal de protesto contra eles, e foram para a cidade de Icônio. 52 E os cristãos de Antioquia continuaram muito alegres e cheios do Espírito Santo.

Em Icônio

14 A mesma coisa aconteceu na cidade de Icônio. Paulo e Barnabé entraram na sinagoga e falaram de tal maneira, que muitos judeus e não judeus creram. Mas os judeus que não creram atiçaram os não judeus contra os cristãos. Os apóstolos ficaram muito tempo em Icônio, falando com coragem a respeito do Senhor Jesus. E o Senhor mostrava que a mensagem deles sobre a sua graça era verdadeira, pois ele dava a eles o poder de fazer milagres e maravilhas. Os moradores da cidade estavam divididos: alguns apoiavam os judeus, e outros eram a favor dos apóstolos.

Então os não judeus e os judeus, juntos com os seus chefes, resolveram maltratar os apóstolos e matá-los a pedradas. Quando Paulo e Barnabé souberam disso, fugiram para Listra e Derbe, cidades do distrito da Licaônia, e para as regiões vizinhas. E ali anunciaram o evangelho.

Em Listra e Derbe

Na cidade de Listra havia um homem que estava sempre sentado porque era aleijado dos pés. Ele havia nascido aleijado e nunca tinha andado. Esse homem ouviu as palavras de Paulo, e Paulo viu que ele cria que podia ser curado. Então olhou firmemente para ele 10 e disse em voz alta:

— Levante-se e fique de pé!

O homem pulou de pé e começou a andar. 11 Quando o povo viu o que Paulo havia feito, começou a gritar na sua própria língua:

— Os deuses tomaram a forma de homens e desceram até nós!

12 Eles deram o nome de Júpiter a Barnabé e o de Mercúrio a Paulo, porque era Paulo quem falava. 13 O templo de Júpiter ficava na entrada da cidade, e o sacerdote desse deus trouxe bois e coroas de flores para o portão da cidade. Ele e o povo queriam matar os animais numa cerimônia religiosa e oferecê-los em sacrifício a Barnabé e a Paulo. 14 Quando os dois apóstolos souberam disso, rasgaram as suas roupas, correram para o meio da multidão e gritaram:

15 — Amigos, por que vocês estão fazendo isso? Nós somos apenas seres humanos, como vocês. Estamos aqui anunciando o evangelho a vocês para que abandonem essas coisas que não servem para nada. Convertam-se ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que existe neles. 16 No passado Deus deixou que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos. 17 Mas Deus sempre mostra quem ele é por meio das coisas boas que faz: é ele quem manda as chuvas do céu e as colheitas no tempo certo; é ele quem dá também alimento para vocês e enche o coração de vocês de alegria.

18 Mesmo depois de terem dito isso, os apóstolos tiveram muita dificuldade para evitar que o povo matasse os animais em sacrifício a eles. 19 Alguns judeus que tinham vindo das cidades de Antioquia e de Icônio conseguiram o apoio da multidão, apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, porque pensavam que ele tinha morrido. 20 Mas, quando os cristãos se ajuntaram em volta dele, ele se levantou e entrou na cidade de novo. E no dia seguinte Paulo e Barnabé partiram para a cidade de Derbe.

A volta para Antioquia da Síria

21 Paulo e Barnabé anunciaram o evangelho em Derbe, e muitos moradores daquela cidade se tornaram seguidores de Jesus. Depois voltaram para as cidades de Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. 22 Eles animavam os cristãos e lhes davam coragem para ficarem firmes na fé. E também ensinavam que era preciso passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus. 23 Em cada igreja os apóstolos escolhiam presbíteros. Eles oravam, jejuavam e entregavam os presbíteros à proteção do Senhor, em quem estes haviam crido.

24 Então Paulo e Barnabé atravessaram o distrito da Pisídia e chegaram até a província da Panfília. 25 Anunciaram a palavra em Perge e depois foram para o porto de Atália. 26 Dali foram de navio para Antioquia da Síria, onde eles haviam sido entregues aos cuidados de Deus, para o trabalho que agora estavam terminando. 27 Quando chegaram lá, reuniram as pessoas da igreja e contaram tudo o que Deus havia feito por meio deles. E contaram como ele tinha aberto o caminho para que os não judeus também cressem. 28 E ficaram muito tempo ali com os seguidores de Jesus.

A reunião em Jerusalém

15 Alguns homens foram da região da Judeia para a cidade de Antioquia e começaram a ensinar aos irmãos que eles não poderiam ser salvos se não fossem circuncidados, como manda a Lei de Moisés.

Paulo e Barnabé não concordaram e tiveram uma discussão muito forte com eles a respeito disso. Aí foi resolvido que Paulo e Barnabé e mais alguns irmãos fossem para Jerusalém, a fim de estudar esse assunto com os apóstolos e os presbíteros da igreja. Então a igreja de Antioquia mandou que eles fossem. Eles passaram pelas regiões da Fenícia e da Samaria, contando como os não judeus estavam se convertendo a Deus. E todos os irmãos ficaram muito alegres com essa notícia. Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e lhes contaram tudo o que Deus havia feito por meio deles. Mas alguns membros do partido dos fariseus que também haviam crido se levantaram e disseram:

— Os não judeus têm de ser circuncidados e têm de obedecer à Lei de Moisés.

Então os apóstolos e os presbíteros se reuniram para estudar o assunto. Depois de muita discussão, Pedro se levantou e disse:

— Meus irmãos, vocês sabem que há muito tempo Deus me escolheu entre vocês para anunciar o evangelho aos não judeus a fim de que eles pudessem ouvir e crer. E Deus, que conhece o coração de todos, mostrou que aceita os não judeus, pois deu o Espírito Santo também a eles, assim como tinha dado a nós. Deus não fez nenhuma diferença entre nós e eles; ele perdoou os pecados deles porque eles creram. 10 Então por que é que vocês estão querendo pôr Deus à prova, colocando uma carga nas costas dos que agora estão crendo? E essa carga nem nós nem os nossos antepassados pudemos carregar. 11 Pelo contrário, por meio da graça do Senhor Jesus, nós, judeus, cremos e somos salvos do mesmo modo que os não judeus.

12 Então todos os que estavam ali ficaram calados e escutaram Barnabé e Paulo contarem todos os milagres e maravilhas que Deus tinha feito por meio deles entre os não judeus. 13 Quando eles terminaram de falar, Tiago disse:

— Meus irmãos, escutem! 14 Simão acabou de explicar como Deus primeiro mostrou o seu cuidado pelos não judeus, escolhendo do meio deles um povo que seria dele. 15 As palavras dos profetas estão bem de acordo com isso, pois as Escrituras Sagradas dizem:

16 “Depois disso eu voltarei
    — diz o Senhor —
e construirei de novo o reino de Davi,
que é como uma casa que caiu.
Juntarei de novo os pedaços dela
e tornarei a levantá-la.
17 Assim todas as outras pessoas,
todos os outros povos que eu chamei
    para serem meus,
vão procurar conhecer o Senhor.
Assim diz o Senhor,
18 que anunciou essas coisas
    desde os tempos antigos.”

19 E Tiago continuou:

— A minha opinião é esta: eu acho que não devemos atrapalhar os não judeus que estão se convertendo a Deus. 20 Penso que devemos escrever a eles uma carta, dizendo que não comam a carne de animais que foram oferecidos em sacrifício aos ídolos, que não pratiquem imoralidade sexual, que não comam a carne de nenhum animal que tenha sido estrangulado e que não comam sangue. 21 Pois, desde os tempos antigos, a Lei de Moisés tem sido lida todos os sábados nas sinagogas, e as suas palavras são anunciadas em todas as cidades.

A carta para os não judeus

22 Então os apóstolos e os presbíteros, com o apoio de toda a igreja, resolveram escolher entre eles alguns homens e mandá-los para Antioquia com Paulo e Barnabé. Os escolhidos foram Judas, chamado Barsabás, e Silas. Esses dois homens eram muito respeitados pelos membros da igreja. 23 E mandaram por eles a seguinte carta:

“Nós, os apóstolos e os presbíteros, irmãos de vocês, mandamos saudações aos nossos irmãos não judeus que vivem em Antioquia e na província da Síria e na região da Cilícia.

24 “Soubemos que alguns do nosso grupo foram até aí e disseram coisas que criaram problemas para vocês. Porém não foi com a nossa autorização que eles fizeram isso. 25 Portanto, nós todos resolvemos, sem nenhum voto contra, escolher alguns homens e mandá-los a vocês. Eles vão com os nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, 26 que têm arriscado a sua vida a serviço do nosso Senhor Jesus Cristo. 27 Estamos enviando, então, Judas e Silas para falarem pessoalmente com vocês sobre estas coisas que estamos escrevendo. 28 Porque o Espírito Santo e nós mesmos resolvemos não pôr nenhuma carga sobre vocês, a não ser estas proibições que são, de fato, necessárias: 29 não comam a carne de nenhum animal que tenha sido oferecido em sacrifício aos ídolos; não comam o sangue nem a carne de nenhum animal que tenha sido estrangulado; e não pratiquem imoralidade sexual. Vocês agirão muito bem se não fizerem essas coisas. Saúde a todos!”

30 Então mandaram que os quatro partissem, e eles foram para Antioquia. Lá reuniram os cristãos e entregaram a carta. 31 Quando estes a leram, ficaram muito alegres com as palavras de ânimo que havia nela. 32 Judas e Silas, que eram profetas, falaram muito com os irmãos, dando-lhes assim ânimo e força. 33 Eles passaram algum tempo ali, e depois os irmãos, fazendo votos de boa viagem, os mandaram de volta para aqueles que os tinham enviado. 34 [Porém Silas achou melhor ficar ali.]

35 Mas Paulo e Barnabé ficaram algum tempo em Antioquia. Eles e muitos outros cristãos ensinavam e anunciavam a palavra do Senhor.

A segunda viagem missionária de Paulo (15.36—18.22)

Paulo e Barnabé se separam

36 Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé:

— Vamos voltar e visitar os irmãos em todas as cidades onde já anunciamos a palavra do Senhor. Vamos ver se eles estão bem.

37 Barnabé queria levar João Marcos. 38 Porém Paulo não queria, pois Marcos não tinha ficado com eles até o fim da primeira viagem missionária, mas os havia deixado na província da Panfília. 39 Por isso eles tiveram uma discussão tão forte, que se separaram. Barnabé levou João Marcos consigo e embarcou para a ilha de Chipre, 40 enquanto que Paulo escolheu Silas e seguiu viagem, depois que os irmãos o entregaram aos cuidados do Senhor.

41 E Paulo atravessou a província da Síria e a região da Cilícia, dando força às igrejas.

Timóteo acompanha Paulo e Silas

16 Paulo chegou às cidades de Derbe e Listra. Em Listra morava um cristão chamado Timóteo. A mãe dele, uma cristã, era da raça dos judeus, mas o pai dele não era judeu. Todos os irmãos que moravam em Listra e Icônio falavam bem de Timóteo. Paulo quis levá-lo consigo e por isso o circuncidou, pois todos os judeus que moravam naqueles lugares sabiam que o pai de Timóteo não era judeu. Nas cidades por onde passavam, eles diziam aos cristãos quais as decisões que tinham sido tomadas pelos apóstolos e pelos presbíteros da igreja de Jerusalém e aconselhavam que eles obedecessem a essas decisões. Assim as igrejas ficavam mais fortes na fé, e o número de cristãos aumentava cada dia mais.

A visão que Paulo teve em Trôade

Como o Espírito Santo não deixou que anunciassem a palavra na província da Ásia, eles atravessaram a região da Frígia-Galácia. Quando chegaram perto do distrito da Mísia, tentaram ir para a província da Bitínia, mas o Espírito de Jesus não deixou. Então atravessaram a Mísia e chegaram à cidade de Trôade. Naquela noite Paulo teve uma visão. Ele viu um homem da província da Macedônia, que estava de pé e lhe pedia: “Venha para a Macedônia e nos ajude!” 10 Logo depois dessa visão, nós resolvemos partir logo para a Macedônia, pois estávamos certos de que Deus nos havia chamado para anunciar o evangelho ao povo dali.

Em Filipos: a conversão de Lídia

11 Nós embarcamos em Trôade e fomos diretamente para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte chegamos ao porto de Neápolis. 12 Dali fomos a Filipos, que é uma cidade do primeiro distrito da província da Macedônia e também colônia romana, onde ficamos vários dias. 13 No sábado saímos da cidade e fomos para a beira do rio, pois pensávamos que ali devia haver um lugar de oração para os judeus. Sentamos e começamos a conversar com as mulheres que estavam reunidas lá. 14 Uma daquelas mulheres que estavam nos ouvindo era Lídia, uma vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira. Ela adorava a Deus, e o Senhor abriu a mente dela para que compreendesse o que Paulo dizia. 15 Ela e as pessoas da sua casa foram batizadas. Depois Lídia nos convidou, dizendo:

— Venham ficar na minha casa, se é que vocês acham que, de fato, eu creio no Senhor.

Assim ela nos convenceu a ficar na casa dela.

Na cadeia de Filipos

16 Certo dia, quando estávamos indo para o lugar de oração, veio ao nosso encontro uma escrava. Essa moça estava dominada por um espírito mau que adivinhava o futuro, e os seus donos ganhavam muito dinheiro com as adivinhações que ela fazia. 17 A moça começou a nos seguir, gritando assim:

— Estes homens são servos do Deus Altíssimo e anunciam como vocês podem ser salvos!

18 Ela fez isso muitos dias. Por fim Paulo se aborreceu, virou-se para ela e ordenou ao espírito:

— Pelo poder do nome de Jesus Cristo, eu mando que você saia desta moça!

E, no mesmo instante, o espírito saiu. 19 Quando os donos da moça viram que não iam poder mais ganhar dinheiro com as adivinhações dela, agarraram Paulo e Silas e os arrastaram até a praça pública, diante das autoridades. 20 Eles os apresentaram a essas autoridades romanas e disseram:

— Estes homens são judeus e estão provocando desordem na nossa cidade. 21 Estão ensinando costumes que são contra a nossa lei. Nós, que somos romanos, não podemos aceitar esses costumes.

22 Aí uma multidão se ajuntou para atacar Paulo e Silas. As autoridades mandaram que tirassem as roupas deles e os surrassem com varas. 23 Depois de baterem muito neles, as autoridades jogaram os dois na cadeia e deram ordem ao carcereiro para guardá-los com toda a segurança. 24 Depois de receber essa ordem, o carcereiro os jogou numa cela que ficava no fundo da cadeia e prendeu os pés deles entre dois blocos de madeira.

25 Mais ou menos à meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus, e os outros presos escutavam. 26 De repente, o chão tremeu tanto, que abalou os alicerces da cadeia. Naquele instante todas as portas se abriram, e as correntes que prendiam os presos se arrebentaram. 27 Aí o carcereiro acordou. Quando viu que os portões da cadeia estavam abertos, pensou que os prisioneiros tinham fugido. Então puxou a espada e ia se matar, 28 mas Paulo gritou bem alto:

— Não faça isso! Todos nós estamos aqui!

29 Aí o carcereiro pediu que lhe trouxessem uma luz, entrou depressa na cela e se ajoelhou, tremendo, aos pés de Paulo e Silas. 30 Depois levou os dois para fora e perguntou:

— Senhores, o que devo fazer para ser salvo?

31 Eles responderam:

— Creia no Senhor Jesus e você será salvo — você e as pessoas da sua casa.

32 Então eles anunciaram a palavra do Senhor ao carcereiro e a todas as pessoas da casa dele. 33 Naquela mesma hora da noite, o carcereiro começou a cuidar deles, lavando os ferimentos da surra que haviam levado. Logo depois ele e todas as pessoas da sua casa foram batizados. 34 Em seguida ele levou Paulo e Silas para a sua casa e lhes deu comida. O carcereiro e as pessoas da sua casa ficaram cheios de alegria porque agora criam em Deus.

35 Quando amanheceu, as autoridades romanas mandaram alguns policiais com a seguinte ordem para o carcereiro: “Solte esses homens.” 36 Então o carcereiro disse a Paulo:

— As autoridades mandaram soltá-los. Podem ir embora em paz.

37 Mas Paulo disse aos policiais:

— Eu e Silas somos cidadãos romanos e, mesmo assim, sem termos sido julgados, fomos surrados em público. E depois nos jogaram na cadeia. E agora querem nos mandar embora assim em segredo? Isso não! Que as próprias autoridades romanas venham aqui e nos soltem!

38 Os policiais foram contar às autoridades romanas o que Paulo tinha dito. Quando as autoridades souberam que Paulo e Silas eram cidadãos romanos, ficaram com medo 39 e foram lhes pedir desculpas. Então os tiraram da prisão e pediram que fossem embora da cidade. 40 Paulo e Silas saíram da cadeia e foram para a casa de Lídia. Ali encontraram-se com os irmãos, animaram a todos e depois foram embora.