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A nossa habitação celestial

Sabemos bem que quando o nosso corpo, que é como que uma tenda onde vivemos, se desfizer, teremos no céu uma nova habitação e um corpo eterno, habitação essa preparada por Deus e não por homens. E é por isso que esperamos com ansiedade pelo dia em que seremos revestidos de corpos celestiais. Porque não seremos apenas espírito sem corpo. Com efeito, enquanto vivemos neste corpo terreno sentimo-nos oprimidos e carregados. Até gostaríamos de, sem ter que despir este revestimento atual que é o nosso corpo, passar a viver na nova habitação, de forma que o que é mortal fosse como que absorvido pela vida eterna. Foi Deus quem nos preparou um tal destino, dando-nos como garantia o seu Espírito Santo.

E assim estamos sempre de bom ânimo, embora sabendo que o tempo que passamos neste corpo material é tempo que deixamos de passar com o Senhor no céu. Estes sentimentos são o resultado de vivermos pela fé e não daquilo que vemos à nossa volta. E é com confiança que desejamos deixar este corpo e com satisfação enfrentamos a expectativa de habitar, enfim, com o Senhor. Por isso, o nosso alvo é agradar-lhe sempre, quer vivamos aqui neste corpo, quer tenhamos que o deixar para estar com Deus no céu. 10 Pois todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo; e aí cada um receberá segundo o que tiver feito de bem ou mal, enquanto viveu no corpo.

O ministério de reconciliação

11 Conscientes assim do temor solene que é devido ao Senhor, procuramos persuadir as pessoas. E Deus bem conhece os nossos corações; vocês também sabem qual a pureza das nossas intenções. 12 Não é que estejamos novamente a elogiarmo-nos a nós próprios; estamos apenas a dar-vos razões para estarem satisfeitos com as nossas vidas, e também para poderem responder aos que se apoiam mais em vantagens meramente exteriores do que numa vida interior consequente e verdadeira perante Deus. 13 Estaremos a dizer disparates? Se for assim, é para que Deus seja servido. E se estamos corretos no nosso entendimento, vocês são quem mais beneficiará. 14 O que quer que façamos ou sejamos é o resultado do amor de Cristo, que nos pressiona, levando-nos a concluir que se Cristo morreu por todos nós, logo todos morremos com ele. 15 E se ele morreu por todos é para que todos os que agora vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Cristo que por eles morreu e ressuscitou.

16 Por isso, agora não avaliamos mais as pessoas por aquilo que possam parecer do ponto de vista humano. Antigamente, eu pensava em Cristo como um simples ser humano. Mas agora já não é dessa forma que o conheço! 17 Se alguém está ligado a Cristo transforma-se numa nova criatura; as coisas antigas passaram; tudo nele se fez novo!

18 Tudo isso é obra de Deus que nos reconciliou consigo mesmo, através daquilo que Cristo fez por nós, e nos confiou a missão de anunciar essa mesma reconciliação. 19 Porque Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo, não mais considerando os pecados dos homens como razão de acusação contra eles. Eis pois a mensagem que pregamos. 20 Somos então como embaixadores de Cristo. E é como se Deus por nosso meio lançasse um apelo aos homens. Nós vos suplicamos então, da parte de Cristo, que se reconciliem com Deus! 21 Deus carregou todo o nosso pecado sobre Cristo, que estava isento de qualquer pecado, para que nele fôssemos revestidos da justiça de Deus.

Nós, cooperando portanto com Deus, vos exortamos a que não deixem que a sua graça vos seja anunciada em vão. Porque ele diz pela boca do profeta Isaías:

“Ouvi-te, em tempo oportuno,
e socorri-te no dia da salvação.”[a]

Pois agora é esse tempo oportuno, é agora o dia da salvação.

As dificuldades de Paulo

Assim sendo, procuramos viver de maneira que nunca ninguém se sinta chocado por causa da nossa conduta, de forma que a nossa atividade para Deus nunca venha a ser censurada. De facto, em tudo o que fazemos procuramos mostrar que somos servos de Deus, suportando tudo com muita paciência: as aflições, as necessidades, os sofrimentos. Fomos já açoitados, postos na prisão, enfrentámos multidões furiosas, sabemos o que é o trabalho esgotante, noites sem dormir, fome. Demonstrámos integridade nas nossas vidas, mostrámos conhecimento e demos provas de paciência. Temos sido bondosos, com uma afeição verdadeira inspirada pelo Espírito Santo. Proclamámos a palavra da verdade e o poder de Deus se tem manifestado; temos combatido com as armas ofensivas e defensivas da justiça. Permanecemos leais ao Senhor, quer os outros nos honrem ou nos desprezem, quer nos censurem ou nos elogiem. Somos verdadeiros, embora nos tratem como impostores. O mundo ignora-nos, mas Deus conhece-nos. Dizem que não poderemos continuar a viver por muito tempo, e eis que continuamos vivendo. É verdade que temos sido bastante maltratados, mas não morremos. 10 Temos sido entristecidos, mas nunca perdemos a alegria do Senhor. Somos pobres, mas enriquecemos os outros espiritualmente. Nada nos pertence, mas temos tudo.

11 Ó queridos coríntios, falámos agora convosco com toda a franqueza; abrimos o nosso coração. 12 E se, da vossa parte, os vossos sentimentos não correspondem aos nossos será certamente por culpa vossa. 13 Falo-vos como a verdadeiros filhos: abram-nos igualmente os corações.

Associações com incrédulos

14 Não se associem com os descrentes. Com efeito, como seria possível conciliar a justiça com a iniquidade? E que haverá de comum entre a luz e as trevas? 15 Que harmonia poderia haver entre Cristo e o Diabo? Que parte têm em comum um crente e um descrente? 16 Que aliança poderia estabelecer-se entre o templo de Deus e os ídolos? Porque vocês são o templo do Deus vivo. Tal como Deus disse:

“Neles habitarei e andarei no meio deles.
Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.”[b]

17 E foi por isso que também o Senhor lhes disse:

“Saiam do meio deles. Afastem-se.
Não tenham contactos com aquilo que eu repudio,
        e eu vos receberei.”[c]
18 “Serei para vocês um Pai,
e vocês serão para mim filhos e filhas,
        disse o Senhor Todo-Poderoso.”

Pois que temos tais promessas, meus queridos amigos, purifiquemo-nos de tudo o que é moralmente imundo e errado, tanto no domínio do nosso corpo como do nosso espírito, e procuremos aperfeiçoarmo-nos e santificarmo-nos, vivendo no temor de Deus.

Paulo contente com a igreja

Mais uma vez vos pedimos: Façam lugar para nós no vosso coração. Nunca prejudicámos ninguém. Nunca enganámos fosse quem fosse. E nunca explorámos ninguém vivendo à sua custa. Não estou a dizer isto para censurar alguém pois, como já vos disse, vocês estão nos nossos corações para a vida e para a morte. Temos grande confiança e orgulho em vocês. Encorajaram-nos e consolaram-nos muito e, apesar das provas, vocês têm-nos dado muita alegria.

Quando chegámos à Macedónia nem pudemos descansar. As dificuldades apareceram de todos os lados; à nossa volta, lutas de toda a espécie, e no íntimo, inquietação. Mas Deus, que consola os abatidos, revigorou-nos com a chegada de Tito. Foi uma alegria para nós a sua chegada, bem como a notícia que trouxe do encorajamento que recebeu quando esteve no vosso meio. Deu-me imensa satisfação saber como esperavam a minha visita, e verificar a vossa lealdade para comigo.

Já não estou arrependido de vos ter escrito aquela carta, embora tivesse chegado a estar ao ver como vos trouxe tristeza, ainda que momentânea. Estou mesmo contente por a ter enviado, não pela tristeza que vos causou, mas porque essa tristeza fez com que se arrependessem. Foi a espécie de tristeza que Deus espera que os seus filhos tenham. E assim podemos concluir que essa carta não vos foi prejudicial. 10 Porque Deus pode usar a tristeza nas nossas vidas para nos ajudar a desviar do pecado e a procurar salvação. Não temos que lamentar este tipo de tristeza. Contudo, a tristeza sem arrependimento é do género que provoca a morte.

11 Vejam então quanto bem não produziu esta tristeza enviada por Deus. Com quanto fervor e sinceridade repudiaram o pecado sobre o qual vos tinha escrito. Ficaram temerosos quanto ao que sucedera e ansiosos para que eu fosse ajudar-vos. Logo tomaram medidas para a resolução do problema e para o castigo daquele que pecara. Tudo fizeram para corrigir a situação. 12 Se vos escrevi não foi tanto por causa daquele que ofendeu, ou do que foi ofendido, mas para vos dar ocasião para, diante do Senhor, provarem quanto nos amam.

13 Mas além do consolo que a vossa atitude nos transmitiu, foi também o contentamento de Tito, pela simpatia com que o receberam e acalmaram as suas preocupações, que muito nos alegrou. 14 Antes de Tito partir, garanti-lhe a vossa boa receção, e falei-lhe mesmo no orgulho que sentia por vocês. Não tive pois razão para ficar desapontado. Provou-se assim que não só aquilo que mandei Tito dizer-vos era verdade, como também que era verdade aquilo que eu disse a Tito a vosso respeito. 15 Ele sente agora mais estima do que nunca por vocês, lembrando-se da forma pronta como o escutaram e receberam o que vos disse, com o maior interesse e solicitude. 16 Sinto-me bem feliz por poder agora ter plena confiança em vocês.

A chamada à generosidade

Agora quero contar-vos o que Deus na sua graça tem feito pelas igrejas da Macedónia. Ainda que tenham passado por muitas dificuldades e apertos, nunca perderam a sua abundante alegria espiritual. E apesar da extrema pobreza arranjaram maneira de se tornarem ricos em generosidade para com os outros. Eles deram não só aquilo que podiam, mas até muito mais, e voluntariamente; disso sou testemunha. Pediram-nos com muita insistência que com esse dinheiro pudessem participar da alegria de ajudar outros crentes. Ultrapassaram até todas as nossas expectativas. Porque primeiramente se consagraram a si mesmos ao Senhor e depois puseram-se à nossa disposição para fazer a vontade de Deus.

Isso encorajou-nos a pedir a Tito, que já antes tinha começado esta obra no vosso meio, animando-vos à beneficência, que vos visitasse e entusiasmasse a também completarem a vossa participação. Vocês que são tão ricos em tantos domínios: na fé, na exposição da palavra de Deus e no conhecimento das coisas espirituais, no entusiasmo e na dedicação para connosco, também o devem ser neste privilégio de contribuir com alegria. Não digo isto como uma espécie de imposição. Mas para que o exemplo dos outros vos dê ocasião de provarem que o vosso amor vai além das simples palavras.

Vocês conhecem o amor de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, tornou-se pobre por amor de vocês, a fim de que pela sua pobreza pudessem enriquecer.

10 Queria sugerir-vos que fossem até ao fim com o que começaram há um ano, pois foram não só os primeiros a propor essa ideia, mas também os primeiros a fazer alguma coisa nesse sentido. 11 Tendo, portanto, começado tão prontamente, é justo que vão até ao fim com a mesma alegria, dando tudo o que estiver nas vossas possibilidades. 12 Quando se dá de boa vontade, a quantidade tem menos importância. Porque no fundo, Deus quer que se dê o que se tem, não o que se não tem.

13 Não se trata, evidentemente, de levar outros a viver desafogados, para vocês passarem a ter necessidades. É antes uma questão de procurar tornar iguais as condições de vida de uns e outros. 14 Presentemente, o vosso nível de vida permite ajudá-los; noutra altura poderá ser o contrário, e assim haverá uma justa repartição. 15 Lembrem-se do que diz a Escritura sobre isto: “O que recolheu muito não teve demais e o que colheu pouco também nada lhe faltou.”[d]

Tito é enviado a Corinto

16 Estou muito grato a Deus porque deu a Tito o mesmo interesse e cuidado que eu tenho convosco. 17 Ele aceitou o meu pedido de vos visitar de novo e tomou logo a iniciativa de partir. 18 Com ele enviamos também outro irmão bem conhecido de todas as igrejas pela sua atividade como proclamador do evangelho. 19 Foi até escolhido pelas igrejas para me acompanhar na minha deslocação a Jerusalém, a fim de levar o resultado destas ofertas, as quais, ao mesmo tempo que servem para glorificar o Senhor, mostram a prontidão da vossa beneficência. 20 Indo assim acompanhado, procuro pôr-me ao abrigo de qualquer crítica quanto à maneira como nos responsabilizamos por esta importante soma. 21 Deus bem conhece a nossa honestidade, mas queremos que os outros tenham plena confiança em nós.

22 Estamos a enviar com eles um outro irmão que sabemos, por experiência, ser um cristão fervoroso. Desde que teve conhecimento da vossa prontidão em ajudar materialmente os cristãos, é com particular interesse que se prepara para essa viagem. 23 Portanto vão os três: Tito, como meu colaborador e companheiro, e os outros dois irmãos como apóstolos das igrejas daqui, como homens que honram o Senhor. 24 Portanto, demonstrem-lhes o vosso amor e provem a todas as igrejas que o nosso orgulho a vosso respeito tem razão de ser.

Na verdade, não preciso de escrever-vos acerca desta oferta para os crentes em Jerusalém. Bem sei como estão prontos a ajudar e foi com grande satisfação que disse aos crentes na Macedónia que desde o ano passado, os da Acaia, estão prontos a enviar uma oferta. E o vosso entusiasmo tem estimulado muitos outros. Mas envio estes irmãos, tal como disse, para que se tenha a certeza daquilo que afirmei a vosso respeito, que estão prontos e com a coleta feita. Seria grande a nossa deceção, e vossa também certamente, se alguns destes irmãos macedónios viessem comigo e verificassem que, afinal, nada tinham preparado, depois de tudo o que eu lhes disse. Por isso, achei necessário que estes três irmãos fossem à minha frente e tudo preparassem, de forma a estar já em mãos a contribuição que prometeram, a fim de que se veja que é uma oferta voluntária e não forçada.

Semear generosamente

Lembrem-se disto: o que semeia pouco, pouco também ceifará; o que semeia em abundância, em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração. Não como uma obrigação, porque Deus ama quem dá com alegria. Deus pode bem abençoar-vos de tal maneira que tendo sempre, aquilo que vos é preciso, possam ainda ajudar generosamente os outros. É como dizem as Escrituras:

“Repartiu liberalmente os seus bens com os necessitados.
A justiça que ele praticou terá efeitos que nunca mais passarão.”[e]

10 Porque Deus, que dá a semente para o lavrador plantar, e depois o fruto para se alimentar, também vos dará os meios para que a vossa sementeira se multiplique em frutos de justiça.

11 Sim, Deus vos dará muito para que possam dar muito, para que pela vossa liberalidade, posta em ação por nosso intermédio, sejam dados louvores de gratidão a Deus. 12 São assim dois os bons resultados da vossa generosidade: contribuir para a satisfação das necessidades dos crentes em Jerusalém e suscitar louvores a Deus. 13 Vocês darão glória a Deus através das vossas ofertas generosas. Porque a vossa generosidade para com eles prova que obedecem ao evangelho de Cristo. 14 E eles orarão por vocês com profunda afeição, por causa da graça maravilhosa de Deus mostrada por vosso intermédio.

15 Graças pois a Deus pela dádiva de seu Filho e que não há palavras que a possam descrever!

Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito.

Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé e não por vista.). Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. 10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.

O ministério da reconciliação

11 Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos. 12 Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração. 13 Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós. 14 Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16 Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. 17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

18 E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. 20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. 21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

A abnegação de Paulo em seu ministério

E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.); não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado.

Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem-conhecidos; como morrendo e eis que vivemos; como castigados e não mortos; 10 como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo.

Instante exortação à santidade

11 Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. 12 Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. 13 Ora, em recompensa disso (falo como a filhos), dilatai-vos também vós.

14 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? 15 E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? 16 E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17 Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; 18 e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.

Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.

A alegria de Paulo por causa da vinda de Tito e o bom efeito da sua primeira epístola

Recebei-nos em vossos corações; a ninguém agravamos, a ninguém corrompemos, de ninguém buscamos o nosso proveito. Não digo isso para vossa condenação; pois já, antes, tinha dito que estais em nossos corações para juntamente morrer e viver. Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação e transbordante de gozo em todas as nossas tribulações.

Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito; e não somente com a sua vinda, mas também pela consolação com que foi consolado de vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei. Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo; agora, folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. 10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 11 Porque quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio. 12 Portanto, ainda que vos tenha escrito, não foi por causa do que fez o agravo, nem por causa do que sofreu o agravo, mas para que o vosso grande cuidado por nós fosse manifesto diante de Deus. 13 Por isso, fomos consolados pela vossa consolação e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espírito foi recreado por vós todos. 14 Porque, se nalguma coisa me gloriei de vós para com ele, não fiquei envergonhado; mas, como vos dissemos tudo com verdade, também a nossa glória para com Tito se achou verdadeira. 15 E o seu entranhável afeto para convosco é mais abundante, lembrando-se da obediência de vós todos e de como o recebestes com temor e tremor. 16 Regozijo-me de em tudo poder confiar em vós.

A coleta para os cristãos pobres da Judeia

Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus; de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós. Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nessa graça.

Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade do vosso amor; porque sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis. 10 E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer. 11 Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. 12 Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem. 13 Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; 14 mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, 15 como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos.

16 Mas graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito; 17 pois ele aceitou a exortação e, muito diligente, partiu voluntariamente para vós. 18 E com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas. 19 E não só isso, mas foi também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nessa graça que por nós é ministrada para glória do mesmo Senhor e prontidão do vosso ânimo; 20 evitando isto: que alguém nos vitupere por essa abundância, que por nós é ministrada; 21 pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens. 22 Com eles, enviamos também outro nosso irmão, o qual, muitas vezes e em muitas coisas, já experimentamos ser diligente e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem. 23 Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo. 24 Portanto, mostrai para com eles, perante a face das igrejas, a prova do vosso amor e da nossa glória acerca de vós.

Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos, porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós, para com os macedônios, que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos. Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nessa parte; para que (como já disse) possais estar prontos, a fim de, se acaso os macedônios vierem comigo e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos, vós) deste firme fundamento de glória. Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que, primeiro, fossem ter convosco e preparassem de antemão a vossa bênção já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção e não como avareza.

E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.

10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça; 11 para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus. 12 Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus, 13 visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos, 14 e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. 15 Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.