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Salomão pede sabedoria

(2 Cr 1.1-12)

Salomão fez aliança com o Faraó, o rei do Egito, e casou com uma das suas filhas, trazendo-a para Jerusalém para viver na Cidade de David até que acabasse de construir o seu palácio, o templo e a muralha em volta da cidade. Naquele tempo o povo de Israel ainda apresentava sacrifícios em altares sobre as colinas, porque o templo para adorar o nome do Senhor ainda não fora construído. Salomão amava o Senhor e seguia todas as instruções do seu pai David. No entanto, continuava a sacrificar sobre as colinas e a oferecer incenso nesses lugares.

A colina mais importante onde havia um altar ficava em Gibeão. Salomão sacrificou ali um milhar de holocaustos. Nessa noite, o Senhor apareceu a Salomão num sonho e disse-lhe: “Pede-me o que quiseres e dar-te-ei!” Salomão respondeu: “Foste extremamente bondoso para com o teu servo David, meu pai, visto que ele foi honesto e fiel para contigo e obedeceu aos teus mandamentos. Confirmaste-lhe a tua bondade, dando-lhe um sucessor no trono.

Ó Senhor, meu Deus, fizeste-me rei em seu lugar, mas eu sou como uma criança que nada sabe da vida. Aqui estou, no meio do teu povo escolhido, uma nação tão grande cuja população quase nem se pode contar! Dá-me sabedoria para que possa conduzir bem o teu povo e saiba a diferença entre o que é justo e o que é errado. Pois quem seria capaz de governar uma tão grande nação como esta?”

10 A resposta de Salomão agradou muito ao Senhor, porque lhe pediu sabedoria. 11 Então replicou-lhe: “Visto teres pedido sabedoria para governar o meu povo e não uma longa vida, nem riquezas pessoais, nem sequer a derrota dos teus inimigos, 12 dar-te-ei o que me pediste! Terás uma mente mais sábia do que alguém antes ou depois de ti! 13 Dar-te-ei igualmente aquilo que não pediste: fortuna e honra. Ninguém no mundo será tão rico nem tão famoso como tu, durante toda a tua vida! 14 Terás uma longa vida se me seguires e obedeceres à minha palavra tal como fez o teu pai David.” 15 Salomão despertou e deu-se conta de que tinha tido um sonho.

Regressou a Jerusalém, apresentou-se diante da arca da aliança do Senhor e sacrificou holocaustos e ofertas de paz. Depois convidou toda a sua corte para um grande banquete.

A sabedoria de Salomão

16 Um dia, pediram-lhe uma audiência duas prostitutas que lhe apresentaram o seguinte caso: 17 “Senhor”, começou uma delas, “nós vivemos na mesma casa, só eu e ela e recentemente tive um bebé. 18 Três dias depois também ela deu à luz um filho, 19 mas o menino dela morreu durante a noite. Enquanto dormia, ao virar-se, deitou-se sobre ele e abafou-o. 20 A meio da noite ela levantou-se, pegou no meu bebé, porque eu estava a dormir, e pôs o outro ao meu lado, indo deitar-se com o meu. 21 De manhã, quando ia para dar de mamar ao meu filho, estava morto! No entanto, à medida que se fazia dia, certifiquei-me de que aquele não era o meu!”

22 A outra interrompeu-a: “Era sim, o teu filho. O vivo é que é o meu.” A outra retorquiu: “Não, o morto era o teu. O outro é o meu.”

E assim continuaram a discutir diante do rei. 23 Este disse por fim: “Vamos lá resumir a questão: ambas reclamam a criança viva e cada uma diz que o menino morto pertence à outra.

24 Sendo assim, tragam-me uma espada.” E trouxeram-lha. 25 Depois acrescentou: “Dividam o menino vivo em dois e deem uma parte a cada uma das mulheres!”

26 A mulher que era realmente a mãe do bebé disse logo ao rei: “Oh não, senhor! Dá-lhe a criança, mas não a mates!”, porque lhe tinha muito amor. A outra contudo limitou-se a responder: “Está bem, que não seja nem teu nem meu; dividam-no entre nós as duas!”

27 Perante isto o rei decidiu imediatamente: “Deem o bebé à mulher que quer que ele viva. Essa é sua verdadeira a mãe!”

28 Esta decisão do soberano depressa se espalhou por toda a nação e o respeito pelo rei aumentou imenso, porque toda a gente se deu conta da grande sabedoria que Deus lhe dera.

Os oficiais e governadores de Salomão

Salomão foi rei de todo o povo de Israel.

Esta é a lista dos homens que colaboravam com o rei na administração dos assuntos de Israel:

Azarias, filho de Zadoque, era o sumo sacerdote;

Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, exerciam as funções de secretários;

Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;

Benaia, filho de Jeoiada, era o comandante do exército;

Zadoque e Abiatar eram sacerdotes;

Azarias, filho de Natã, tinha as funções de administrador-geral;

Zabude, filho de Natã, era sacerdote e o seu conselheiro especial;

Aisar chefiava a casa real;

Adonirão, filho de Abda, superintendia sobre os trabalhos obrigatórios.

Havia ainda na corte de Salomão doze administradores, um por cada tribo, responsáveis pela tributação daquilo que a população devia fornecer para a casa real. Cada um administrava esse aprovisionamento durante um mês do ano.

São estes os seus nomes:

Bene-Hur cuja área de tributação era a região das colinas de Efraim;

Bene-Dequer que tinha a área de Macaz, Saalabim, Bete-Semes, Elom-Bete-Hanã;

10 Bene-Hesede com a área de Arubote, incluindo Socó e toda a terra de Hefer;

11 Ben-Abinadabe, que casou com a filha de Salomão, a princesa Tafate, era responsável pela área das serranias de Dor;

12 Baaná, filho de Ailude, era responsável por Taanaque, Megido, toda a Bete-Seã perto de Zaretã, abaixo de Jezreel e todo o território desde Bete-Seã até Abel-Meolá e até Jocmeão;

13 Bene-Geber cuja área era Ramote-Gileade, incluindo as povoações de Jair, filho de Manassés, que estão em Gileade; mais a região de Argobe em Basã, incluindo também sessenta cidades muradas com portões de bronze;

14 Ainadabe, filho de Ido, cuja área era Maanaim;

15 Aimaaz, que casou com a princesa Basemate, outra filha de Salomão, que tinha a área de Naftali;

16 Baaná, filho de Husai, cujas áreas eram Aser e Bealote;

17 Jeosafá, filho de Paruá, que tinha a área de Issacar;

18 Simei, filho de Ela, com a área de Benjamim;

19 Geber, filho de Uri, cuja área era Gileade, incluindo os territórios do rei Siom dos amorreus e do rei Ogue de Basã.

Havia depois um administrador que supervisionava todo este trabalho.

20 Israel e Judá nesse tempo eram uma nação tão numerosa como a areia da praia junto ao mar; todos comiam, bebiam e viviam felizes. 21 O rei Salomão governava um extenso território que ia desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, descendo até à fronteira com o Egito. Os povos destas áreas, que tinham sido conquistados, pagavam impostos a Salomão e estiveram-lhe sujeitos durante toda a sua vida.

22 A provisão alimentar para o palácio real era diariamente de 6600 litros de farinha e de 13 200 litros de cereais; 23 dez vacas cevadas e outras vinte trazidas dos pastos, cem ovelhas, além dos veados, gazelas, búfalos e aves de capoeira.

24 O seu domínio alargava-se a todos os reinos do oeste do rio Eufrates, desde Tifsa até Gaza. E havia paz em toda a terra. 25 Durante o tempo do reinado de Salomão, Israel e Judá, desde Dan até Berseba, viveram em paz e segurança; cada família possuía a sua própria casa com a sua videira e a sua figueira.

26 Salomão possuía ainda 40 000 cavalos, para os seus carros de combate e 12 000 cavaleiros. 27 Em cada mês, como se viu, os administradores forneciam a casa real de alimentos; 28 além de cevada e palha para as estrebarias reais.

A sabedoria de Salomão

29 Deus deu a Salomão grande sabedoria e inteligência, assim como conhecimento tão profundo como as areias nas praias do mar. 30 De facto, a sua sabedoria excedia a de qualquer sábio do Oriente, incluindo os do Egito. 31 Era mais sábio do que Etã, o ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, os filhos de Maol. A sua fama estendeu-se a todas as nações vizinhas. 32 Foi o autor de 3000 provérbios e escreveu 1005 cânticos. 33 Interessou-se muito pela natureza, pela vida dos animais quadrúpedes, das aves, dos répteis, dos peixes, assim como das plantas, desde os grandes cedros do Líbano até ao mais insignificante hissopo que cresce nas fendas dos muros. 34 De todos os países vinham pessoas para ouvir a sabedoria de Salomão. Todos os reis da terra mandaram-lhe embaixadores.

Aliança com o rei de Tiro

(2 Cr 2.1-18)

O rei Hirão de Tiro tinha sido sempre um grande admirador de David. Por isso, quando soube que Salomão, o filho de David, era o novo rei de Israel, enviou embaixadores para lhe apresentarem as suas felicitações e bons votos. Salomão respondeu-lhe com uma proposta sobre o templo que tinha a intenção de construir.

“O meu pai David não pôde construí-lo por causa das inúmeras guerras que se sucederam, até que por fim o Senhor, seu Deus, trouxe paz ao seu reinado. No entanto, o Senhor, meu Deus, deu-me agora descanso de todos os lados; não tenho inimigos externos nem rebeliões internas. Por isso, estou a planear construir um templo ao Senhor, meu Deus, de acordo com as instruções que deu ao meu pai quanto ao que eu deveria fazer. O Senhor disse-lhe: ‘Teu filho, que colocarei no teu trono, construir-me-á um templo.’

Portanto, peço-te que me dês apoio neste projeto. Envia os teus lenhadores às montanhas do Líbano para que cortem cedros para me mandares. Da minha parte, os meus homens trabalharão com os teus e pagarei o salário que exigires. Como sabes, ninguém em Israel sabe cortar tão bem madeira como vocês os sidónios!”

O material para o templo

Hirão ficou muito contente com a mensagem de Salomão: “Louvado seja o Senhor por ter dado a David um filho tão sábio para ser rei da grande nação de Israel!”

Depois mandou a resposta a Salomão:

“Recebi a tua mensagem e farei como me pediste quanto à madeira. Posso fornecer-te tanto cedro como cipreste. Os meus homens farão transportar os toros de madeira das montanhas do Líbano até ao Mediterrâneo, amarrando-os em jangadas. Estas serão conduzidas ao longo da costa até ao local que designares. Aí os toros serão descarregados e entregues aos teus cuidados. Pagar-me-ás com alimentos para a minha casa.”

10 Assim, Hirão forneceu a Salomão toda a madeira de cedro e de cipreste de que ele precisou. 11 Em retorno Salomão enviou-lhe um pagamento anual de 3250 toneladas de trigo para a sua casa e ainda 440 000 litros de azeite puro. 12 Desta forma, o Senhor deu a Salomão a sabedoria de que ele necessitava como lhe prometeu. Hirão e Salomão fizeram uma aliança formal de paz.

13 O rei recrutou 30 000 operários de todo o Israel. 14 Mandou-os para o Líbano, 10 000 por mês, de maneira que cada homem estava um mês no Líbano e dois em casa. Adonirão superintendeu a esse trabalho de exterior. 15 O rei tinha também 70 000 homens que trabalhavam como carregadores e 80 000 outros que trabalhavam nas montanhas, cortando pedra. 16 Além destes, tinha ainda 3300 capatazes. 17 Os canteiros na montanha prepararam e talharam grandes blocos de pedra, um trabalho que custou muito caro, para os alicerces do templo. 18 Homens de Gebal ajudaram os operários de Salomão e os de Hirão a cortar os toros de madeira e a preparar as pranchas, assim como a talhar as pedras para o templo.

Salomão casa com a filha de Faraó

E Salomão se aparentou com Faraó, rei do Egito, e tomou a filha de Faraó, e a trouxe à Cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a Casa do Senhor, e a muralha de Jerusalém em roda. Somente que o povo sacrificava sobre os altos, porque até àqueles dias ainda se não tinha edificado casa ao nome do Senhor.

E Salomão amava ao Senhor, andando nos estatutos de Davi, seu pai; somente que nos altos sacrificava e queimava incenso. E foi o rei a Gibeão para lá sacrificar, porque aquele era o alto grande; mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar. E em Gibeão apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos e disse-lhe Deus: Pede o que quiseres que te dê. E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia. Agora, pois, ó Senhor, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; e sou ainda menino pequeno, nem sei como sair, nem como entrar. E teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?

10 E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse esta coisa. 11 E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de juízo; 12 eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará. 13 E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. 14 E, se andares nos meus caminhos guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias. 15 E acordou Salomão, e eis que era sonho. E veio a Jerusalém, e pôs-se perante a arca do concerto do Senhor, e sacrificou holocaustos, e preparou sacrifícios pacíficos, e fez um banquete a todos os seus servos.

Salomão julga a causa de duas mulheres

16 Então, vieram duas mulheres prostitutas ao rei e se puseram perante ele. 17 E disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, morando com ela naquela casa. 18 E sucedeu que, ao terceiro dia depois do meu parto, também esta mulher teve um filho; estávamos juntas, estranho nenhum estava conosco na casa, senão nós ambas naquela casa. 19 E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele. 20 E levantou-se à meia-noite, e me tirou a meu filho do meu lado, dormindo a tua serva, e o deitou no seu seio, e a seu filho morto deitou no meu seio. 21 E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando pela manhã para ele, eis que não era o filho que eu havia tido. 22 Então, disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho, o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho, o vivo. Assim falaram perante o rei.

23 Então, disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho, o morto; e esta outra diz: Não, por certo; o morto é teu filho, e meu filho, o vivo. 24 Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei. 25 E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo: e dai metade a uma e metade a outra. 26 Mas a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei (porque o seu coração se lhe enterneceu por seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o antes. 27 Então, respondeu o rei e disse: Dai a esta o menino vivo e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe. 28 E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.

Os príncipes de Salomão e a grandeza do seu reino

Assim, foi Salomão rei sobre todo o Israel. E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, sacerdote; Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Josafá, filho de Ailude, chanceler; Benaia, filho de Joiada, era comandante do exército; Zadoque e Abiatar eram sacerdotes. E Azarias, filho de Natã, estava sobre os provedores; e Zabude, filho de Natã, oficial-mor, amigo do rei; e Aisar, mordomo; Adonirão, filho de Abda, sobre o tributo.

E tinha Salomão doze provedores sobre todo o Israel, que proviam ao rei e à sua casa; e cada um tinha a prover um mês no ano. E estes são os seus nomes: Ben-Hur, nas montanhas de Efraim; Ben-Dequer, em Macaz, e em Saalabim, e em Bete-Semes, e em Elom, e em Bete-Hanã; 10 Ben-Hesede, em Arubote; também este tinha a Socó e a toda a terra de Héfer; 11 Ben-Abinadabe, em todo o termo de Dor; tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher; 12 Baaná, filho de Ailude, tinha a Taanaque, e a Megido, e a toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jezreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá, até dalém de Jocmeão. 13 O filho de Geber, em Ramote-Gileade; tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha o termo de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de cobre; 14 Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim; 15 Aimaás, em Naftali; também este tomou a Basemate, filha de Salomão, por mulher; 16 Baaná, filho de Husai, em Aser e em Bealote; 17 Josafá, filho de Parua, em Issacar; 18 Simei, filho de Elá, em Benjamim; 19 Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Seom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; e só uma guarnição havia naquela terra.

20 Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, como a areia que está ao pé do mar em multidão, comendo, e bebendo, e alegrando-se. 21 E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. 22 Era, pois, o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha; 23 dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e as aves cevadas. 24 Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio Eufrates, de Tifsa até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio; e tinha paz de todas as bandas em roda dele. 25 Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão. 26 Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros e doze mil cavaleiros. 27 Proviam, pois, estes provedores, cada um no seu mês, ao rei Salomão e a todos quantos se chegavam à mesa do rei Salomão: coisa nenhuma deixavam faltar. 28 E traziam a cevada e a palha para os cavalos e para os ginetes, para o lugar onde estava cada um, segundo o seu cargo.

A sabedoria de Salomão

29 E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. 30 E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. 31 E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor. 32 E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. 33 Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. 34 E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.

Salomão faz aliança com Hirão, rei de Tiro

E enviou Hirão, rei de Tiro, os seus servos a Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei em lugar de seu pai), porquanto Hirão sempre tinha amado a Davi. Então, Salomão enviou a Hirão, dizendo: Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome do Senhor, seu Deus, por causa da guerra com que o cercaram, até que o Senhor os pôs debaixo das plantas dos pés. Porém agora o Senhor, meu Deus, me tem dado descanso de todos os lados; adversário não há, nem algum mal encontro. E eis que eu intento edificar uma casa ao nome do Senhor, meu Deus, como falou o Senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono, esse edificará uma casa ao meu nome. Dá ordem, pois, agora, que do Líbano me cortem cedros, e os meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei o salário dos teus servos, conforme tudo o que disseres; porque bem sabes tu que entre nós ninguém há que saiba cortar a madeira como os sidônios.

E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito se alegrou e disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filho sábio sobre este tão grande povo. E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda a tua vontade acerca dos cedros e acerca das faias. Os meus servos os levarão desde o Líbano até ao mar, e eu os farei conduzir em jangadas pelo mar até ao lugar que me designares e ali os desamarrarei; e tu os tomarás; tu também farás a minha vontade, dando sustento à minha casa. 10 Assim, deu Hirão a Salomão madeira de cedros e madeira de faias, conforme toda a sua vontade. 11 E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido; isso dava Salomão a Hirão de ano em ano. 12 Deu, pois, o Senhor a Salomão sabedoria como lhe tinha dito; e houve paz entre Hirão e Salomão, e ambos fizeram aliança.

Os preparativos para edificar o templo

13 E o rei Salomão fez subir leva de gente dentre todo o Israel, e foi a leva de gente trinta mil homens. 14 E os enviou ao Líbano, cada mês dez mil por sua vez; um mês estavam no Líbano, e dois meses, cada um em sua casa; e Adonirão estava sobre a leva de gente. 15 Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas e oitenta mil que cortavam nas montanhas. 16 Afora os chefes dos oficiais de Salomão, os quais estavam sobre aquela obra, três mil e trezentos, que davam as ordens ao povo que fazia aquela obra. 17 E mandou o rei que trouxessem pedras grandes e pedras preciosas, pedras lavradas, para fundarem a casa. 18 E as lavravam os edificadores de Salomão, e os de Hirão, e os gebalitas; e preparavam a madeira e as pedras para edificar a casa.

A autoridade de Jesus em questão

(Mt 21.23-27; Mc 11.27-33)

20 Num daqueles dias em que Jesus estava a ensinar o povo e a pregar o evangelho no templo, foi interrogado pelos principais sacerdotes, pelos especialistas na Lei e pelos anciãos. Estes perguntavam-lhe: “Diz-nos com que autoridade fazes essas coisas. Quem te deu tal autoridade?”

Em resposta, Jesus retorquiu-lhes: “Também eu tenho uma pergunta para vos fazer. Ora digam-me: O batismo de João é de inspiração celeste ou humana?”

Eles discutiram o caso entre si. “Se dissermos que é de inspiração celeste, ele perguntará: ‘Então porque não acreditaram nele?’ Mas se dissermos que é de inspiração humana, todo o povo nos apedrejará, pois está convencido de que ele era um profeta.” Por fim, responderam: “Não sabemos!”

Jesus disse: “Então também não respondo à vossa pergunta!”

A parábola dos rendeiros

(Mt 21.33-46; Mc 12.1-12)

E começou a contar ao povo a seguinte parábola: “Um homem plantou uma vinha, arrendou-a a uns lavradores e partiu em viagem por longo tempo. 10 Na época devida, enviou um dos seus servos ir receber a sua parte da colheita da vinha. Os rendeiros, porém, espancaram-no e mandaram-no embora de mãos vazias. 11 Então enviou outro, mas espancaram-no e trataram-no mal; espancado e insultado, viu-se expulso sem nada receber. 12 Enviou ainda um terceiro homem; eles feriram-no e escorraçaram-no.

13 Dizia o dono da vinha: ‘Que farei agora? Vou enviar o meu filho querido; certamente hão de respeitá-lo.’

14 Mas quando os lavradores viram o filho, disseram: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa!’ 15 Arrastaram-no para fora da vinha e mataram-no. Que fará o dono da vinha? 16 Digo-vos que virá e matará os lavradores e arrendará a vinha a outros.”

“Esses homens nunca fariam uma coisas dessas!”, protestaram os ouvintes.

17 Jesus olhou-os e respondeu: “Então que quererão dizer as Escrituras ao afirmarem o sequinte?

‘A pedra que os construtores rejeitaram
veio a tornar-se a pedra fundamental do edifício!’[a]

18 Quem tropeçar nessa pedra será feito em pedaços e aqueles sobre quem ela cair serão esmagados.”

19 Os especialistas na Lei e os principais sacerdotes procuraram prendê-lo nesse preciso momento, pois perceberam que aquela parábola se referia a eles. Mas tinham medo do povo.

O pagamento de impostos

(Mt 22.15-22; Mc 12.13-17)

20 Assim, mantinham-no sob vigilância. Acharam preferível levá-lo a dizer alguma coisa que servisse para se queixarem ao governador romano e fosse motivo para o prender. Enviaram pois delegados que se fingiam justos: 21 “Mestre, sabemos que ensinas com honestidade e que dizes a verdade sem temer o que os outros pensam, antes ensinas com fidelidade os caminhos de Deus. Ora explica-nos: 22 estará certo ou não pagarmos impostos a César?”

23 Vendo a sua astúcia, disse: 24 “Mostrem-me uma moeda. De quem é esta figura aqui? E a quem se refere a inscrição que está por baixo?” Responderam: “De César.”

25 Jesus disse-lhes: “Sendo assim, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” 26 Falhou assim aquela tentativa de o fazer tropeçar diante do povo. Maravilhados com a sua resposta, conservaram-se silenciosos.

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Footnotes

  1. 20.17 Sl 118.22.

O batismo de João(A)

20 E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos e falaram-lhe, dizendo: Dize-nos: com que autoridade fazes essas coisas? Ou quem é que te deu esta autoridade? E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: dizei-me, pois: o batismo de João era do céu ou dos homens? E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que o não crestes? E, se dissermos: dos homens, todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta. E responderam que não sabiam de onde era. E Jesus lhes disse: Tampouco vos direi com que autoridade faço isto.

A parábola dos lavradores maus(B)

E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo. 10 E, no devido tempo, mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no vazio. 11 E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este e afrontando-o, mandaram-no vazio. 12 E tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram. 13 E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez, vendo-o, o respeitem. 14 Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa. 15 E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha? 16 Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isso, disseram: Não seja assim! 17 Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra que os edificadores reprovaram, essa foi feita cabeça da esquina. 18 Qualquer que cair sobre aquela pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair será feito em pó.

A questão do tributo(C)

19 E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão dele naquela mesma hora; mas temeram o povo, porque entenderam que contra eles dissera esta parábola. 20 E, trazendo-o debaixo de olho, mandaram espias que se fingiam de justos, para o apanharem em alguma palavra e o entregarem à jurisdição e poder do governador. 21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. 22 É-nos lícito dar tributo a César ou não? 23 E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais? 24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César. 25 Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. 26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.

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