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Israel luta contra os restantes cananeus

(Js 15.15-19)

Após a morte de Josué, a nação de Israel consultou o Senhor para receber as suas instruções. “Qual será a tribo que deverá ir primeiro à guerra contra os cananeus?”, perguntaram.

A resposta do Senhor foi: “Judá. E dar-lhe-ei uma grande vitória.”

Os líderes da tribo de Judá, contudo, pediram auxílio à tribo de Simeão: “Venham connosco lutar contra o povo que está ainda na porção de terra que nos coube em sorte, e depois seremos nós a ajudar-vos a conquistar a vossa parte.” E assim o exército de Simeão foi com o de Judá.

Quando Judá subiu para lutar, o Senhor ajudou-os a derrotarem os cananeus e os perizeus, de tal forma que houve 10 000 baixas, da parte do inimigo, em Bezeque. Ali enfrentaram Adoni-Bezeque e, lutando contra ele, venceram os cananeus e perizeus. O rei Adoni-Bezeque conseguiu fugir, mas o exército de Israel capturou-o de seguida, e cortaram-lhe os dedos polegares dos pés e das mãos. “Fiz o mesmo a 70 reis que depois andavam a apanhar migalhas debaixo da minha mesa!”, dizia o rei Adoni-Bezeque. “Agora Deus pagou-me da mesma moeda.” Foi levado para Jerusalém e ali morreu.

Judá tinha conquistado Jerusalém e destruído a sua população, pondo fogo à cidade. Depois o exército de Judá combateu os cananeus na região das colinas, no Negueve e nas planícies costeiras. 10 Posteriormente, retomou a luta contra eles em Hebrom (antigamente chamada Quiriate-Arba), destruindo-lhes as cidades de Sesai, Aimã e Talmai. 11 Por último atacaram a cidade de Debir, antigamente chamada Quiriate-Sefer.

12 “Quem vai comandar o ataque contra Quiriate-Sefer?”, desafiou Calebe. “Quem a conquistar terá a minha filha Acsa como mulher!” 13 Foi Otniel, filho de Quenaz, irmão mais novo de Caleb, quem tomou a cidade, casando assim com Acsa.

14 Quando estavam para ir viver juntos para o seu novo lar, ele pediu-lhe insistentemente que pedisse ao pai mais terra. E foi ela própria que, vendo seu pai Calebe, desceu da montada em que ia para lhe falar no assunto. “Que pretendes?”, disse-lhe o pai ao vê-la aproximar-se.

15 “O que é que se passa?”, perguntou-lhe o pai. “Que pretendes?” “Dá-me outra doação! Porque a terra que já me deste é um deserto. Dá-me também fontes para ter água!” Então deu-lhe as fontes superiores e as das terras mais baixas.

16 Quando a tribo de Judá foi instalar-se no seu novo território, no deserto do Negueve, a sul de Arade, os descendentes do sogro de Moisés, membros do grupo dos queneus, acompanharam-na. Deixaram as suas casas em Jericó, a cidade das palmeiras, e passaram a viver juntos com a tribo de Judá.

17 Posteriormente, a tribo de Judá juntou-se à de Simeão, para combater os cananeus na cidade de Zefate, e destruíram a população. Assim, a cidade passou a ser chamada Horma (destruição). 18 O exército de Judá conquistou igualmente as cidades de Gaza, Asquelom e Ecrom, com as localidades da sua jurisdição.

19 O Senhor ajudou a tribo de Judá a exterminar o povo das colinas, ainda que tivessem falhado na tentativa de conquistar o povo do vale, que tinha carros de ferro. 20 A cidade de Hebrom foi dada a Calebe, conforme as instruções de Moisés. Assim, Calebe lançou fora os seus habitantes, que eram descendentes dos três filhos de Anaque. 21 A tribo de Benjamim não exterminou os jebuseus que viviam em Jerusalém; por isso, ainda lá vivem hoje misturados com os benjamitas.

22-23 Quanto à tribo de José, atacaram a cidade de Betel, anteriormente conhecida por Luz, e o Senhor esteve com eles. 24 Primeiro enviaram espias que capturaram um homem que vinha a sair da cidade. Propuseram-lhe poupar a vida dele e da sua família, se desse a conhecer a passagem através da muralha para entrar na cidade. 25 O homem concordou; mostrou-lhes como entrar lá dentro e eles massacraram a população toda, exceto este homem e a sua família. 26 Mais tarde, aquele homem foi para a terra dos hititas e edificou ali uma cidade, à qual chamou também Luz, como é ainda conhecida hoje.

27 A tribo de Manassés também não expulsou os povos que viviam em Bete-Seã, Taanaque, Dor, Ibleão e Megido, nem tão-pouco nos lugares circunvizinhos; e assim os cananeus continuaram a viver ali. 28 Anos mais tarde, quando os israelitas se tornaram mais fortes, puseram os cananeus a trabalhar como escravos, mas nunca os forçaram a deixar o território.

29 Aconteceu o mesmo, aliás, com os cananeus que viviam em Gezer; ainda lá estão habitando no meio da tribo de Efraim.

30 A tribo de Zebulão também não destruiu o povo de Quitrom nem de Naalol, mas fizeram-nos seus escravos.

31 A tribo de Aser também não expulsou os residentes de Aco, Sídon, Alabe, Aczibe, Helba, Afeca, nem de Reobe; 32 e assim os aseritas vivem ainda entre os cananeus, o povo indígena daquela terra.

33 O mesmo se deu com a tribo de Naftali que não pôs fora o povo de Bete-Semes nem de Bete-Anate; e essa gente continua a viver com eles como servos.

34 Quanto à tribo de Dan, os amorreus forçaram-nos a circunscreverem-se à região das colinas e não os deixaram descer para os vales. 35 Quando mais tarde os amorreus tentaram espalhar-se em Har-Heres, Aijalom e Saalabim, a tribo de José dominou-os e fez deles escravos. 36 A fronteira dos amorreus começa na subida de Acrabim, desde Sela para cima.

O anjo do Senhor em Boquim

Certo dia, o anjo do Senhor chegou a Boquim, vindo de Gilgal, e fez este anúncio ao povo de Israel: “Tirei-vos do Egito, trouxe-vos para esta terra que prometi aos vossos antepassados e garanti-vos que nunca quebraria a aliança que fiz convosco na condição de, da vossa parte, não fazerem qualquer espécie de tratado com os povos que vivem aqui; disse-vos que deveriam destruir os altares destas gentes. Porque não obedeceram? Agora, visto que quebraram a aliança feita comigo, esta deixou de ter efeito, e já não prometo destruir as nações que vivem nesta terra; pelo contrário, elas serão como espinhos na carne; os seus deuses tornar-se-ão uma armadilha fatal para vocês.”

O povo começou a lamentar-se e a chorar, quando o anjo do Senhor acabou de falar. Por isso, o nome daquele lugar ficou a chamar-se Boquim (eles choram). Então ofereceram sacrifícios ao Senhor.

Josué morre

Quando Josué finalmente licenciou os exércitos de Israel, cada tribo foi para os seus novos territórios e tomaram posse das terras que lhes tinham sido doadas. O povo permaneceu fiel ao Senhor durante o tempo de vida de Josué, e também enquanto viveram aqueles anciãos da sua geração que tinham visto os poderosos milagres feitos pelo Senhor a favor de Israel. Josué, o homem de Deus, morreu com a idade de 110 anos; foi enterrado no limite da sua propriedade em Timenate-Heres, nas colinas de Efraim, a norte do monte Gaás.

Desobediência e derrota

10 Contudo, essa geração acabou por morrer; veio depois outra que ignorou o Senhor e tudo o que tinha feito por Israel. 11 O povo de Israel fez o que era mau aos olhos do Senhor, incluindo a adoração aos ídolos de Baal. 12 Abandonaram o Senhor, o Deus dos seus antepassados, que os tinha arrancado do Egito e puseram-se a prestar adoração aos ídolos das nações vizinhas. Por isso, a ira do Senhor acendeu-se contra Israel. 13 Os israelitas afastaram-se do Senhor e puseram-se a adorar a Baal e os ídolos astarotes. 14 Isto fez com que o Senhor ardesse de ira contra Israel. Então entregou-os nas mãos de salteadores que roubaram as suas propriedades. Entregou-os nas mãos dos seus inimigos ao seu redor e eles já não foram capazes de lhes resistir.

15 Assim, sempre que a nação de Israel saía, o Senhor dificultava-lhes a ação. Tinha-os avisado disso mesmo; tinha-lhes até prometido que o faria. Mas quando o povo se encontrava em grande aperto, 16 o Senhor fazia levantarem-se juízes para os livrar dos inimigos. 17 Mesmo assim, Israel não quis ouvir esses juízes, pondo-se a adorar outros deuses. Bem depressa se desviaram da verdadeira fé dos seus pais, pois recusaram obedecer aos mandamentos do Senhor. 18 Cada juiz salvava o povo de Israel dos seus inimigos, enquanto vivia, porque o Senhor se apiedava com o clamor do povo sob o peso da opressão; e assim os ajudava enquanto o juiz vivia. 19 Mas quando este morria, deixavam de viver com justiça e faziam ainda pior do que os seus pais. Dirigiam novamente preces aos ídolos pagãos, lançando-se ao chão em atitudes de humilde adoração. Voltavam obstinadamente aos hábitos malvados das nações que se situavam à sua volta.

20 Então a ira do Senhor tornava a acender-se contra Israel e declarava: “Visto que este povo violou a aliança que fiz com os seus antecessores e não me obedeceu, 21 nunca mais expulsarei as nações que Josué deixou por conquistar quando morreu. 22 Pelo contrário, usarei estas nações para testar o meu povo, para me certificar se obedecem ao Senhor como fizeram os seus pais.” 23 Foi assim que o Senhor não expulsou os povos que não tinha entregado nas mãos de Josué, antes permitiu que lá permanecessem.

Os povos que Israel não expulsou

Segue-se uma lista dos povos que o Senhor deixou na terra para experimentar as novas gerações de Israel, que ainda não tinham passado pelas guerras de Canaã. Porque Deus pretendia dar oportunidade à juventude de Israel de pôr à prova a sua fé e a sua obediência, dominando os inimigos. São eles os filisteus, com cinco cidades, os cananeus, os sidónios e os heveus, que viviam nas montanhas do Líbano, desde o monte Baal-Hermon até à entrada de Hamate. Estes povos foram um teste para a nova geração de Israel, para ver se obedeceriam aos mandamentos que o Senhor lhes tinha dado através de Moisés.

E assim viveu Israel entre os cananeus, os hititas, os amorreus, os perizeus, os heveus e os jebuseus. Em vez de os destruir, o povo de Israel cruzou-se com eles através de casamentos. Os moços israelitas tomaram as raparigas deles como mulheres e vice-versa. E daí, até que Israel começasse a adorar também os seus deuses, foi um pequeno passo. Por isso, o povo de Israel fez o que era mau aos olhos do Senhor, porque esqueceu-se do Senhor, seu Deus, e puseram-se a oferecer adoração a Baal e aos postes ídolos de Achera.

Otniel

A ira do Senhor inflamou-se contra Israel e permitiu que o rei Cusã-Risataim da Mesopotâmia os vencesse na guerra. E ficaram sob o seu domínio durante oito anos. Mas quando Israel gritou ao Senhor por socorro, deu-lhes Otniel, filho de Quenaz, irmão mais novo de Calebe, que os salvou. 10 O Espírito do Senhor tomou posse dele e pôde assim reformar e limpar Israel, de tal forma que quando conduziu as forças militares de Israel contra Cusã-Risataim, rei de Aram, o Senhor ajudou Israel a vencê-lo duma forma absoluta.

11 Depois, durante os 40 anos que estiveram sob a chefia de Otniel, filho de Quenaz, houve paz na terra. 12 Quando Otniel faleceu, o povo de Israel começou de novo a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor deixou que o rei Eglom de Moabe os vencesse. 13 Tinham-se aliado a esse rei os exércitos dos amonitas e dos amalequitas. Essas forças derrotaram os israelitas e tomaram posse de Jericó, frequentemente chamada a cidade das palmeiras. 14 E durante 18 anos o povo de Israel esteve sujeito ao rei Eglom.

Eude

15 Mas quando clamaram ao Senhor, mandou-lhes um libertador, Eude, filho de Gera, benjamita, que era canhoto. Eude era o homem que devia levar o imposto anual de Israel à capital moabita. 16 Antes de encetar a viagem mandou fazer uma espada de dois gumes com meio metro de comprimento e escondeu-a na roupa que vestia, junto à coxa direita. 17 Depois de ter entregado o dinheiro ao rei Eglom, que era muito gordo, 18 foi-se embora. Já fora da cidade, junto das pedreiras de Gilgal, despediu os companheiros 19 e voltou sozinho ter com o rei. “Tenho uma mensagem secreta para ti”, disse-lhe.

O rei mandou imediatamente sair toda a gente que ali se encontrava, de forma a poder conversar em privado com ele. 20 Estavam numa sala fresca nos andares superiores. Eude avançou então e disse: “É uma mensagem de Deus!”

O rei levantou-se logo. 21 Eude, com a mão esquerda, puxou da espada que tinha escondida junto à perna direita e cravou-lha no ventre. 22 O próprio punho da espada ficou enterrado na gordura do corpo. 23 Eude deixou a espada, fechou as portas atrás de si e escapou-se por uma saída secundária.

24 Quando os servos do rei chegaram, viram as portas fechadas e esperaram, pensando que talvez estivesse na casa de banho. 25 Mas depois de passar algum tempo sem que o rei aparecesse, começaram a ficar preocupados e foram buscar uma chave. Ao abrirem a porta depararam-se com o seu senhor morto, estendido no chão.

26 Entretanto, chegando de novo às pedreiras, Eude fugiu em direção a Seirá. 27 Quando chegou às colinas de Efraim fez um apelo às armas, ao som de trombetas, e organizou um exército sob o seu próprio comando.

28 “Sigam-me!”, gritou. “Porque o Senhor entregou já os vossos inimigos, os moabitas, nas vossas mãos!” Inicialmente a sua ação consistiu em ocupar os baixios do Jordão, perto de Moabe, para evitar que os outros passassem por ali, atravessando o rio a pé. 29 Depois foram atacar os moabitas, matando aproximadamente uns 10 000 dos seus mais fortes e hábeis guerreiros, não deixando escapar ninguém. 30 E dessa maneira Moabe foi conquistado por Israel naquele mesmo dia. A terra ficou em paz durante os 80 anos seguintes.

Sangar

31 O juiz que veio a seguir a Eude foi Sangar, filho de Anate. Duma vez conseguiu matar 600 filisteus com uma vara de bois. Com esse golpe salvou Israel dum desastre.

A tentação de Jesus

(Mt 4.1-11; Mc 1.12-13)

Então Jesus, cheio do Espírito Santo, deixou o rio Jordão e foi impelido pelo Espírito para as terras áridas e desertas da Judeia, onde o Diabo o tentou durante quarenta dias. No decurso de todo este tempo, não comeu; por fim sentiu fome.

E o Diabo disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão.”

Mas Jesus respondeu-lhe: “Está escrito nas Escrituras:

‘Nem só de pão viverá o homem.’ ”[a]

Então o Diabo levou-o a um alto sítio e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo, e disse-lhe: “Dar-te-ei toda a autoridade sobre eles e a sua glória, porque, como me pertencem, posso dá-los a quem eu quiser. Será tudo teu se me adorares.”

Ao que Jesus retorquiu:

“ ‘Adorarás o Senhor teu Deus. Só a Ele servirás.’[b]

É assim que vem nas Escrituras.”

Então o Diabo levou-o até Jerusalém, ao telhado do templo e disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, salta! 10 Pois, segundo as Escrituras:

‘Deus dará ordens aos seus anjos para que te guardem a teu respeito.

11 Eles te susterão com as suas mãos,
para que não tropeces nas pedras do caminho.’ ”[c]

12 Jesus respondeu: “As Escrituras também dizem:

‘Não deves provocar o Senhor, teu Deus.’ ”[d]

13 Quando o Diabo pôs fim a todas estas tentações, deixou-o por algum tempo e foi embora.

Jesus rejeitado em Nazaré

(Mt 4.12-17; 13.54-58; Mc 1.14-15; 6.1-6)

14 Então Jesus voltou para a Galileia, cheio do poder do Espírito Santo, e em breve era conhecido em toda aquela região. 15 Ensinava nas sinagogas e todos o glorificavam.

16 Quando foi à aldeia de Nazaré, a terra da sua infância, dirigiu-se como de costume à sinagoga, no sábado, e levantou-se para ler as Escrituras. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías e abriu-o no lugar onde está escrito:

18 “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para levar boas novas aos pobres.
Enviou-me para anunciar a liberdade aos cativos
restituir a vista aos cegos,
pôr em liberdade os que estão oprimidos,
19 e para proclamar o tempo do favor de Deus.”[e]

20 Fechando o livro, tornou a dá-lo ao assistente e sentou-se, enquanto todos na sinagoga o miravam atentamente. 21 E começou por dizer: “Hoje se cumpriram estas Escrituras!”

22 Os que ali se achavam louvaram-no, admirados com as belas palavras que lhe saíam dos lábios. “Como pode ser isto?”, perguntavam. “Não é o filho de José?”

23 E ele disse mais: “Com certeza que me contarão aquele provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Como quem diz: ‘Porque não fazes aqui na tua própria cidade milagres iguais aos que fizeste em Cafarnaum?’ 24 É realmente como vos digo: nenhum profeta é aceite na sua própria terra. 25 Digo-vos com toda a verdade que havia muitas judias viúvas necessitadas em Israel, no tempo de Elias, porque havia três anos e meio que não chovia e a fome alastrava pela terra. 26 E Elias não foi enviado por Deus a socorrer nenhuma outra viúva, senão a Zarefate, na terra de Sídon. 27 E o profeta Eliseu apenas curou Naamã, o arameu, e não os muitos judeus leprosos que necessitavam de ajuda.”

28 Estas palavras provocaram a ira do auditório. 29 Levantando-se, atacaram Jesus, levando-o até à beira do monte, sobre o qual a cidade se erguia, a fim de o empurrarem para o precipício. 30 Ele, porém, atravessando pelo meio da multidão, deixou-os.

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