51 Assim diz o Senhor:

“Vejam! Levantarei um vento destruidor
    contra a Babilônia,
contra o povo de Lebe-Camai[a].
Enviarei estrangeiros para a Babilônia
    a fim de peneirá-la como trigo
    e devastar a sua terra.
No dia de sua desgraça
    virão contra ela de todos os lados.
Que o arqueiro não arme o seu arco
    nem vista a sua armadura.
Não poupem os seus jovens guerreiros,
    destruam completamente
    o seu exército.
Eles cairão mortos na Babilônia[b],
    mortalmente feridos em suas ruas.
Israel e Judá não foram abandonadas
    como viúvas pelo seu Deus,
o Senhor dos Exércitos,
    embora a terra dos babilônios
    esteja cheia de culpa
    diante do Santo de Israel.

“Fujam da Babilônia!
    Cada um por si!
Não sejam destruídos
    por causa da iniqüidade dela.
É hora da vingança do Senhor;
ele lhe pagará o que ela merece.
A Babilônia era um cálice de ouro
    nas mãos do Senhor;
ela embriagou a terra toda.
As nações beberam o seu vinho;
por isso enlouqueceram.
A Babilônia caiu de repente
    e ficou arruinada.
Lamentem-se por ela!
Consigam bálsamo para a sua ferida;
talvez ela possa ser curada.

“‘Gostaríamos de ter curado Babilônia,
    mas ela não pode ser curada;
deixem-na
    e vamos, cada um para a sua própria terra,
pois o julgamento dela chega ao céu,
    eleva-se tão alto quanto as nuvens.

10 “‘O Senhor defendeu o nosso nome;
    venham, contemos em Sião o que
o Senhor, o nosso Deus, tem feito’.

11 “Afiem as flechas,
    peguem os escudos!
O Senhor incitou o espírito
    dos reis dos medos,
porque seu propósito
    é destruir a Babilônia.
O Senhor se vingará,
    se vingará de seu templo.
12 Ergam o sinal para atacar
    as muralhas da Babilônia!
Reforcem a guarda!
Posicionem as sentinelas!
Preparem uma emboscada!
O Senhor executará o seu plano,
o que ameaçou fazer
    contra os habitantes da Babilônia.
13 Você que vive junto a muitas águas
    e está rico de tesouros,
chegou o seu fim,
    a hora de você ser eliminado.
14 O Senhor dos Exércitos
    jurou por si mesmo:
Com certeza a encherei de homens,
    como um enxame de gafanhotos,
e eles gritarão triunfantes sobre você.

15 “Mas foi Deus quem fez a terra
    com o seu poder;
firmou o mundo com a sua sabedoria
    e estendeu os céus
com o seu entendimento.
16 Ao som do seu trovão,
    as águas no céu rugem;
ele faz com que as nuvens se levantem
    desde os confins da terra.
Ele faz relâmpagos para a chuva
    e faz sair o vento de seus depósitos.

17 “São todos eles estúpidos e ignorantes;
cada ourives é envergonhado
    pela imagem que esculpiu.
Suas imagens esculpidas
    são uma fraude,
elas não têm fôlego de vida.
18 Elas são inúteis,
    são objeto de zombaria.
Quando vier o julgamento delas,
    perecerão.
19 Aquele que é a Porção de Jacó
    não é como esses,
pois ele é quem forma todas as coisas,
    e Israel é a tribo de sua propriedade;
Senhor dos Exércitos
    é o seu nome.

20 “Você é o meu martelo,
    a minha arma de guerra.
Com você eu despedaço nações,
    com você eu destruo reinos,
21 com você despedaço
    cavalo e cavaleiro,
com você despedaço
    carro de guerra e cocheiro,
22 com você despedaço homem e mulher,
    com você despedaço velho e jovem,
com você despedaço rapaz e moça,
23 com você despedaço pastor e rebanho,
    com você despedaço lavrador e bois,
com você despedaço
    governadores e oficiais.

24 “Retribuirei à Babilônia e a todos os que vivem na Babilônia toda a maldade que fizeram em Sião diante dos olhos de vocês”, declara o Senhor.

25 “Estou contra você,
    ó montanha destruidora,
você que destrói a terra inteira”,
    declara o Senhor.
“Estenderei minha mão contra você,
eu a farei rolar dos penhascos,
e farei de você
    uma montanha calcinada.
26 Nenhuma pedra sua será cortada
    para servir de pedra angular,
    nem para um alicerce,
pois você estará arruinada para sempre”,
    declara o Senhor.

27 “Ergam um estandarte na terra!
    Toquem a trombeta entre as nações!
Preparem as nações
    para o combate contra ela;
convoquem contra ela estes reinos:
    Ararate, Mini e Asquenaz.
Nomeiem um comandante contra ela;
lancem os cavalos ao ataque
    como um enxame de gafanhotos.
28 Preparem as nações
    para o combate contra ela:
os reis dos medos, seus governadores
    e todos os seus oficiais,
e todos os países que governam.
29 A terra treme e se contorce de dor,
pois permanecem em pé
    os planos do Senhor
    contra a Babilônia:
desolar a terra da Babilônia
    para que fique desabitada.
30 Os guerreiros da Babilônia
    pararam de lutar;
permanecem em suas fortalezas.
A força deles acabou;
tornaram-se como mulheres.
As habitações dela estão incendiadas;
as trancas de suas portas
    estão quebradas.
31 Um emissário vai após outro,
e um mensageiro sai
    após outro mensageiro
para anunciar ao rei da Babilônia
    que sua cidade inteira foi capturada,
32 os vaus do rio foram tomados,
a vegetação dos pântanos foi incendiada,
    e os soldados ficaram aterrorizados.”

33 Assim diz o Senhor dos Exércitos,

Deus de Israel:

“A cidade[c] de Babilônia é como uma eira;
a época da colheita
    logo chegará para ela”.

34 “Nabucodonosor, rei da Babilônia,
    devorou-nos, lançou-nos em confusão,
fez de nós um jarro vazio.
Tal como uma serpente ele nos engoliu,
encheu seu estômago
    com nossas finas comidas
e então nos vomitou.
35 Que a violência
    cometida contra nossa carne[d]
    esteja sobre a Babilônia”,
dizem os habitantes de Sião.
“Que o nosso sangue esteja sobre
    aqueles que moram na Babilônia”,
diz Jerusalém.

36 Por isso, assim diz o Senhor:

“Vejam, defenderei a causa de vocês
    e os vingarei;
secarei o seu mar
    e esgotarei as suas fontes.
37 A Babilônia se tornará
    um amontoado de ruínas,
uma habitação de chacais,
objeto de pavor e de zombaria,
um lugar onde ninguém vive.
38 O seu povo todo
    ruge como leõezinhos,
rosnam como filhotes de leão.
39 Mas, enquanto estiverem excitados,
    prepararei um banquete para eles
e os deixarei bêbados,
    para que fiquem bem alegres
e, então, durmam e jamais acordem”,
    declara o Senhor.
40 “Eu os levarei como cordeiros
    para o matadouro,
como carneiros e bodes.

41 “Como Sesaque[e] será capturada!
    Como o orgulho de toda a terra será tomado!
Que horror a Babilônia
    será entre as nações!
42 O mar se levantará sobre a Babilônia;
    suas ondas agitadas a cobrirão.
43 Suas cidades serão arrasadas,
uma terra seca e deserta,
uma terra onde ninguém mora,
pela qual nenhum homem passa.
44 Castigarei Bel na Babilônia
    e o farei vomitar o que engoliu.
As nações não mais acorrerão a ele.
E a muralha da Babilônia cairá.

45 “Saia dela, meu povo!
Cada um salve a sua própria vida,
    da ardente ira do Senhor.
46 Não desanimem
    nem tenham medo
quando ouvirem rumores na terra;
um rumor chega este ano,
    outro no próximo,
rumor de violência na terra
    e de governante contra governante.
47 Portanto, certamente vêm os dias
    quando castigarei as imagens
    esculpidas da Babilônia;
toda a sua terra será envergonhada,
e todos os seus mortos jazerão
    caídos dentro dela.
48 Então o céu e a terra
    e tudo o que existe neles
gritarão de alegria
    por causa da Babilônia,
pois do norte destruidores a atacarão”,
    declara o Senhor.

49 “A Babilônia cairá
    por causa dos mortos de Israel,
assim como os mortos de toda a terra
    caíram por causa da Babilônia.
50 Vocês que escaparam da espada,
    saiam! Não permaneçam!
Lembrem-se do Senhor
    numa terra distante,
e pensem em Jerusalém.

51 “Vocês dirão: ‘Estamos envergonhados
    pois fomos insultados
e a vergonha cobre o nosso rosto,
porque estrangeiros penetraram
    nos lugares santos
    do templo do Senhor’.

52 “Portanto, certamente vêm os dias”,
    declara o Senhor,
“quando castigarei
    as suas imagens esculpidas,
e por toda a sua terra
    os feridos gemerão.
53 Mesmo que a Babilônia chegue ao céu
    e fortifique no alto a sua fortaleza,
enviarei destruidores contra ela”,
    declara o Senhor.

54 “Vem da Babilônia o som de um grito;
o som de grande destruição
    vem da terra dos babilônios.
55 O Senhor destruirá a Babilônia;
    ele silenciará o seu grande ruído.
Ondas de inimigos avançarão
    como grandes águas;
o rugir de suas vozes ressoará.
56 Um destruidor virá contra a Babilônia;
seus guerreiros serão capturados,
e seus arcos serão quebrados.
Pois o Senhor é um
    Deus de retribuição;
ele retribuirá plenamente.
57 Embebedarei os seus líderes
    e os seus sábios;
os seus governadores,
    os seus oficiais e os seus guerreiros.
Eles dormirão para sempre
    e jamais acordarão”,
declara o Rei,
    cujo nome é Senhor dos Exércitos.

58 Assim diz o Senhor dos Exércitos:

“A larga muralha da Babilônia
    será desmantelada
e suas altas portas serão incendiadas.
Os povos se exaurem por nada,
o trabalho das nações não passa
    de combustível para as chamas”.

59 Esta é a mensagem que Jeremias deu ao responsável pelo acampamento, Seraías, filho de Nerias, filho de Maaséias, quando ele foi à Babilônia com o rei Zedequias de Judá, no quarto ano do seu reinado. 60 Jeremias escreveu num rolo todas as desgraças que sobreviriam à Babilônia, tudo que fora registrado acerca da Babilônia. 61 Ele disse a Seraías: “Quando você chegar à Babilônia, tenha o cuidado de ler todas estas palavras em alta voz. 62 Então diga: Ó Senhor, disseste que destruirás este lugar, para que nem homem nem animal viva nele, pois ficará em ruínas para sempre. 63 Quando você terminar de ler este rolo, amarre nele uma pedra e atire-o no Eufrates. 64 Então diga: Assim Babilônia afundará para não mais se erguer, por causa da desgraça que trarei sobre ela. E seu povo cairá”.

Aqui terminam as palavras de Jeremias.

Footnotes

  1. 51.1 Lebe-Camai é um criptograma para Caldéia, isto é, a Babilônia.
  2. 51.4 Ou Caldéia; também nos versículos 24 e 35.
  3. 51.33 Hebraico: filha.
  4. 51.35 Ou feita a nós e a nossos filhos
  5. 51.41 Sesaque é um criptograma para Babilônia.

51 Assim diz o Senhor: Eis que levantarei um vento destruidor contra a Babilônia e contra os que habitam no coração dos que se levantam contra mim. E enviarei padejadores contra a Babilônia, que a padejarão e despojarão a sua terra, porque virão contra ela em redor no dia da calamidade. O flecheiro arme o seu arco contra aquele que arma o seu arco e contra o que presume da sua couraça; e não perdoeis a seus jovens; destruí a todo o seu exército. E mortos cairão na terra dos caldeus e atravessados pelas ruas. Porque Israel e Judá não foram abandonados pelo seu Deus, pelo Senhor dos Exércitos, ainda que a sua terra esteja cheia de culpas perante o Santo de Israel. Fugi do meio da Babilônia, e livre cada um a sua alma; não vos destruais a vós na sua maldade, porque este é o tempo da vingança do Senhor; ele lhe dará a sua recompensa.

A Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, as nações enlouqueceram. Num momento, caiu a Babilônia e ficou arruinada; gemei sobre ela, tomai bálsamo para a sua dor; porventura, sarará. Queríamos sarar a Babilônia, mas ela não sarou; deixai-a, e vá cada um para a sua terra, porque o seu juízo chegou até ao céu e se elevou até às mais altas nuvens. 10 O Senhor trouxe a nossa justiça à luz; vinde e contemos em Sião a obra do Senhor, nosso Deus. 11 Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos; o Senhor despertou o espírito dos reis da Média, porque o seu intento contra a Babilônia é para a destruir; pois esta é a vingança do Senhor, a vingança do seu templo. 12 Arvorai um estandarte sobre os muros de Babilônia, reforçai a guarda, colocai sentinelas e preparai as ciladas; porque o Senhor intentou e fez o que tinha dito acerca dos moradores da Babilônia. 13 Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza. 14 Jurou o Senhor dos Exércitos por si mesmo, dizendo: Certamente, te encherei de homens, como de pulgão, e eles cantarão com júbilo sobre ti.

15 Ele fez a terra com o seu poder, e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento. 16 Fazendo ele ouvir a sua voz, grande estrondo de águas nos céus, e sobem os vapores desde o fim da terra; faz os relâmpagos com a chuva e tira o vento dos seus tesouros. 17 Embruteceu-se todo homem e não tem ciência; envergonhou-se todo ourives de imagem de escultura, porque a sua imagem de fundição é mentira, e não espírito em nenhuma delas. 18 Vaidade são e obra de enganos; no tempo em que eu as visitar, perecerão. 19 Não é semelhante a estes a porção de Jacó, porque ele é o Criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; o Senhor dos Exércitos é o seu nome.

20 Tu és meu martelo e minhas armas de guerra; e contigo despedaçarei nações e contigo destruirei os reis; 21 e contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; e contigo despedaçarei o carro e o que vai nele; 22 e contigo despedaçarei o homem e a mulher; e contigo despedaçarei o velho e o moço; e contigo despedaçarei o jovem e a virgem; 23 e contigo despedaçarei o pastor e o seu rebanho; e contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois; e contigo despedaçarei os capitães e os magistrados. 24 E pagarei à Babilônia e a todos os moradores da Caldeia toda a maldade que fizeram em Sião, à vossa vista, diz o Senhor. 25 Diz o Senhor: Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, que destróis toda a terra; e estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de incêndio. 26 E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás numa assolação perpétua, diz o Senhor.

27 Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela e convocai contra ela os reinos de Ararate, Mini e Asquenaz; ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado. 28 Santificai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães, todos os seus magistrados e toda a terra do seu domínio. 29 Então, tremerá a terra e doer-se-á, porque cada um dos desígnios do Senhor está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma assolação, sem habitantes. 30 Os valentes de Babilônia cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres; incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos. 31 Um correio correrá ao encontro de outro correio, e um mensageiro, ao encontro de outro mensageiro, para anunciar ao rei da Babilônia que a sua cidade foi tomada de todos os lados. 32 E os vaus estão ocupados, e os canaviais, queimados; e os homens de guerra ficaram assombrados.

33 Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como uma eira no tempo da debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá. 34 Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou, encheu o seu ventre das minhas delicadezas e lançou-me fora. 35 A violência que se me fez a mim e à minha carne venha sobre a Babilônia, diga a moradora de Sião; e o meu sangue caia sobre os moradores da Caldeia, diga Jerusalém. 36 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que pleitearei a tua causa e te vingarei da vingança que se tomou contra ti; secarei o seu mar e farei que se esgote o seu manancial. 37 E Babilônia se tornará em montões, morada de dragões, espanto e assobio, sem um só habitante. 38 Juntamente, rugirão como filhos dos leões, bramarão como filhotes de leões. 39 Estando eles excitados, lhes darei a sua bebida e os embriagarei, para que andem saltando; mas dormirão um perpétuo sono e não acordarão, diz o Senhor. 40 Fá-los-ei descer como cordeiros ao matadouro, como carneiros com os bodes.

41 Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa a glória de toda a terra! Como se tornou Babilônia um espanto entre as nações! 42 O mar subiu sobre Babilônia, com a multidão das suas ondas se cobriu. 43 Tornaram-se as suas cidades em assolação, terra seca e deserta, terra em que ninguém habita, nem passa por ela filho de homem. 44 E visitarei a Bel na Babilônia e tirarei da sua boca o que ele tragou, e nunca mais concorrerão a ele as nações; também o muro de Babilônia caiu. 45 Saí do meio dela, ó povo meu, e livre cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do Senhor. 46 E não se enterneça o vosso coração, nem temais pelo rumor que se ouvir na terra; porque virá, num ano, um rumor, e depois, noutro ano, outro rumor; e haverá violência na terra, dominador contra dominador. 47 Portanto, eis que vêm dias em que visitarei as imagens de escultura da Babilônia, e toda a sua terra será envergonhada, e todos os seus traspassados cairão no meio dela. 48 E os céus e a terra, com tudo quanto neles há, jubilarão sobre a Babilônia, porque do Norte lhe virão os destruidores, diz o Senhor. 49 Como Babilônia fez cair os traspassados de Israel, assim em Babilônia cairão os traspassados de toda a terra.

50 Vós que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe, lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém ao vosso coração. 51 Direis: Envergonhados estamos, porque ouvimos opróbrio; vergonha cobriu o nosso rosto, porque vieram estrangeiros sobre os santuários da Casa do Senhor. 52 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que visitarei as suas imagens de escultura; e gemerá o traspassado em toda a sua terra. 53 Ainda que a Babilônia subisse aos céus, e ainda que fortificasse a altura da sua fortaleza, de mim viriam destruidores sobre ela, diz o Senhor.

54 O som de um clamor se ouve da Babilônia e de grande destruição, da terra dos caldeus; 55 porque o Senhor destrói Babilônia e fará perecer nela a sua grande voz; e as suas ondas bramirão como muitas águas; ouvir-se-á o arruído da sua voz. 56 Porque o destruidor vem sobre ela, sobre Babilônia, e os seus valentes serão presos; estão quebrados os seus arcos, porque o Senhor, Deus das recompensas, certamente, lhe retribuirá. 57 E embriagarei os seus príncipes, e os seus sábios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono perpétuo e não acordarão, diz o Rei cujo nome é o Senhor dos Exércitos. 58 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Os largos muros de Babilônia totalmente serão derribados, e as suas portas excelsas serão abrasadas pelo fogo; e trabalharão os povos em vão, e as nações serão para o fogo e cansar-se-ão.

59 A palavra que mandou Jeremias, o profeta, a Seraías, filho de Nerias, filho de Maaseias, indo ele com Zedequias, rei de Judá, à Babilônia, no ano quarto do seu reinado; e Seraías era um príncipe pacífico. 60 Escreveu, pois, Jeremias num livro todo o mal que havia de vir sobre a Babilônia; todas estas palavras que estavam escritas contra a Babilônia. 61 E disse Jeremias a Seraías: Em tu chegando a Babilônia, verás e lerás todas estas palavras. 62 E dirás: Senhor! Tu falaste a respeito deste lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele morador algum, desde o homem até ao animal, mas que se tornaria em perpétuas assolações. 63 E será que, acabando tu de ler este livro, o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates. 64 E dirás: Assim será afundada a Babilônia e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; eles se cansarão. Até aqui as palavras de Jeremias.

51 O SENHOR diz:
“Levantarei um vento destruidor
    contra a Babilônia e os habitantes de Lebe-Camai[a].
Enviarei estrangeiros contra a Babilônia
    que a lançarão ao ar até deixá-la vazia.
Quando chegar o dia do seu sofrimento,
    eles a atacarão por todas partes.
Que o arqueiro não arme seu arco,
    que não vista sua armadura.
Não perdoem a vida aos seus jovens,
    aniquilem completamente o seu exército.
Eles cairão mortos na terra dos babilônios
    e serão feridos pela lança nas ruas.
Porque embora Israel e Judá
    encheram de pecado seu país contra o Santo de Israel,
eles não foram abandonados pelo seu Deus,
    o SENHOR Todo-Poderoso”.

Jeremias diz: “Fujam da Babilônia!
    Salve-se quem puder!
    Não sejam mortos por causa do pecado dela.
É hora da vingança do SENHOR,
    ele lhe dará o que merece.
Nas mãos do SENHOR,
    a Babilônia era um cálice de ouro
    que embriagava todo o mundo.
As nações enlouqueceram
    porque beberam do seu vinho.
Mas a Babilônia cairá de repente
    e ficará despedaçada.
    Chorem por ela!
Tragam bálsamo para sua dor,
    talvez se cure”.

Os estrangeiros dizem: “Tentamos curá-la,
    mas não sarou.
Abandonemos a Babilônia
    e volte cada um para a sua terra.
    Deus, que está nos céus, vai decidir qual será o seu castigo.
    Ele vai decidir o que acontecerá com ela”.

10 O povo de Judá e Israel diz: “O SENHOR nos fez justiça.
    Vamos e contemos em Sião
    o que fez o SENHOR, nosso Deus”.

11 Jeremias diz: “Afiem as suas flechas,
    carreguem as suas armas.
O SENHOR despertou o espírito dos reis da Média
    porque tem o plano de destruir a Babilônia.
Esta é a vingança do SENHOR
    pelo que fizeram com o seu templo.
12 Levantem a bandeira de ataque contra os muros da Babilônia.
    Reforcem a guarda.
Ponham os sentinelas nos seus lugares.
    Preparem a emboscada.
O SENHOR fará o que disse e planejou
    contra os habitantes da Babilônia.
13 Babilônia, você habita junto às muitas águas.
    Você tem grandes tesouros, mas o seu fim chegou.
    Agora é o fim da sua existência.
14 O SENHOR Todo-Poderoso jurou por si mesmo:
‘O encherei de inimigos como gafanhotos,
    e cantarão vitória sobre você’.

15 “Deus foi quem fez a terra com o seu poder.
    Ele criou o mundo com a sua sabedoria.
    Ele estendeu os céus com a sua inteligência.
16 Quando ele fala, soa uma tempestade no céu
    e de todos os cantos da terra se levanta vapor.
Ele é quem envia os relâmpagos com a chuva
    e tira o vento dos seus depósitos.
17 Todo ser humano é tolo e ignorante de conhecimento.
    Deus faz que todo ourive se envergonhe do ídolo que faz.
Esses ídolos são uma fraude.
    Não há vida neles.
18 Eles não tem valor nenhum, são ridículos.
    Quando chegue a sua hora serão destruídos.
19 Mas o Deus de Jacó não é como esses ídolos.
    Ele é o Criador de todas as coisas.
Israel é a família que ele escolheu para que fosse o seu povo.
    Seu nome é o SENHOR Todo-Poderoso”.

20 O SENHOR diz: “Você é meu bastão, minha arma de guerra.
    Com você mato nações
    e destruo reinos.
21 Com você destruo cavalos e cavaleiros;
    despedaço cocheiros e carros de combate.
22 Com você destruo homens e mulheres;
    despedaço velhos e jovens,
    rapazes e moças.
23 Com você destruo pastores e rebanhos,
    lavradores e bois,
    chefes e governantes.
24 Mas diante de vocês mesmos, eu castigarei
    a Babilônia e todos os babilônios
por todo o mal que fizeram a Sião.
    É a decisão do SENHOR.

25 “Eu, o SENHOR, estou contra você,
    monte de destruição,
    contra você que é o destruidor de toda a terra.
Estenderei a minha mão contra você,
    farei que role pelas rochas,
    farei de você um monte queimado.
26 Ninguém usará nenhuma das suas pedras
    para ser usada como pedra principal
    ou pedra de alicerce,
porque ficará desolada para sempre,
    diz o SENHOR.

27 “Levantem no país a bandeira de atacar,
    toquem a trombeta entre as nações;
prepararem às nações
    para a guerra contra ela.
Convoquem contra ela
    as nações do Ararate, Mini e Asquenaz.
Nomeiem a um general para que a comande
    e avance os cavalos como praga de gafanhotos.
28 Convoquem as nações contra ela,
    os reis da Média,
os seus governadores e oficiais,
    e todo o território do seu império.
29 A terra treme e se estremece de angústia
    porque se cumprem os planos do SENHOR contra a Babilônia:
    fazer dela um deserto desolado.
30 Os guerreiros da Babilônia pararam de combater.
    Eles se escondem nas suas fortalezas.
Eles desfalecem.
    Eles ficaram como mulheres assustadas.
As suas casas foram incendiadas
    e as suas fechaduras, destruídas.
31 Corre um mensageiro trás outro
    para avisar ao rei da Babilônia
    que toda a cidade foi capturada.
32 Os passos dos rios foram ocupados.
    As fortalezas foram incendiadas.
    O pânico se propaga entre os soldados”.

33 O SENHOR Todo-Poderoso, o Deus de Israel, diz:

“A Babilônia é como uma eira no momento da debulha,
    pronta para ser pisada;
    e já está próximo o tempo de ser colhida”.

34 Isto é o que a cidade de Jerusalém diz:
“Nabucodonosor, o rei da Babilônia,
    me devorou e me confundiu,
    me deixou como um prato vazio.
Ele me engoliu como faz uma cobra:
    encheu o seu estômago com as minhas delícias,
    e depois me vomitou.
35 Que caia sobre a Babilônia
    a violência que tem feito comigo.
Os habitantes de Sião dirão:
    ‘Que se derrame meu sangue sobre a Babilônia’”.

36 Portanto, isto diz o SENHOR:
“Vou defender sua causa e a vingarei.
    Tornarei seu mar num deserto
    e secarei as suas nascentes.
37 A Babilônia ficará convertida num monte de ruínas,
    em covil de chacais,
em objeto de horror e de zombaria,
    em um lugar desabitado.

38 “Eles rugem como leões,
    e rosnam como filhotes de leão.
39 Quando fiquem com fome, farei para eles banquetes
    e farei que se embriaguem,
para que se divirtam,
    e então durmam um sono eterno
do qual não acordarão,
    diz o SENHOR.

40 “Vou fazer com que desçam ao matadouro
    como se fossem cordeiros, carneiros e bodes.

41 “Como foi tomada a Babilônia[b]!
    Como foi capturado o orgulho de toda a terra!
Como a Babilônia se tornou
    num objeto de horror entre as nações!
42 O mar subiu contra a Babilônia,
    as suas ondas a cubriram.
43 As suas cidades se tornaram
    em terra deserta, seca e árida.
Elas estão desabitadas
    e ninguém mais passa por ali.
44 Castigarei a Bel na Babilônia,
    farei que vomite o que engoliu.
Os rostos das pessoas de todas as nações
    não vão mais brilhar de alegria quando o vejam,
    e os muros da Babilônia cairão.

45 “Povo meu, saia dali,
    e que cada um salve sua vida
    da ira ardente do SENHOR.
46 Não se desanimem nem temam
    pelos boatos que se ouvem no país.
Ano trás ano surgirão boatos de violência na terra
    e de guerra entre governantes.
47 O dia se aproxima
    no qual castigarei os ídolos da Babilônia.
Toda ela será humilhada
    e todos eles cairão mortos no meio dela.
48 O céu e a terra, e tudo o que neles habita,
    gritarão de alegria sobre a Babilônia destruída.
Porque do norte virão contra ela os seus destruidores,
    diz o SENHOR.

49 “A Babilônia tem que cair
    pelas vítimas que causou a Israel,
assim como pelas vítimas
    que causou por toda a terra.
50 Vocês que escaparam do combate,
    corram, não fiquem ali.
Não importa o longe que estiverem, pensem no SENHOR
    e não esqueçam de Jerusalém”.

51 “Nós, as pessoas de Judá, nos sentimos envergonhados
    porque ouvimos os insultos.
Estamos cobertos de humilhação
    porque os estrangeiros entraram
    nos santos lugares do templo do SENHOR”.

52 O SENHOR diz:
“Portanto, se aproxima o dia,
    no qual castigarei os ídolos da Babilônia,
e por todo esse país se ouvirá
    o gemido dos seus feridos.
53 Ainda que a Babilônia suba até os céus
    para fortificar nas alturas as suas defesas,
até ali eu enviarei destruidores,
    diz o SENHOR.

54 “Nós podemos ouvir terríveis gritos vindo da Babilônia
    pela grande destruição do país dos babilônios.
55 Pois o SENHOR está destruindo a Babilônia
    e está acabando com seu barulho.
Os seus inimigos rugem como ondas poderosas,
    ressoa o estrondo da voz deles.
56 Chega um destruidor contra a Babilônia.
    Os seus guerreiros serão castigados,
    e os seus arcos serão destruídos.
Porque o SENHOR é um Deus
    que dá a cada qual o que merece.
57 Embriagarei os seus ministros,
    sábios, governadores,
    magistrados e militares.
Dormirão um sono eterno
    do qual não acordarão”.
É a decisão do Rei;
    seu nome é o SENHOR Todo-Poderoso.

58 Assim diz o SENHOR Todo-Poderoso:
“Os largos muros da Babilônia
    serão completamente derrubados,
    e as suas altas portas serão incendiadas.
Os povos trabalharam em vão
    e as nações se cansaram
    só para o que é devorado pelo fogo”.

Mensagem de Jeremias para a Babilônia

59 Esta é a mensagem que o profeta Jeremias deu a Seraías[c], filho de Nerias e neto de Maaseias. Isso aconteceu quando saiu com o rei Zedequias de Judá para a Babilônia, no quarto ano[d] do seu reinado. Seraías era o funcionário real encarregado dessa viagem. 60 Jeremias tinha escrito num rolo todo o sofrimento que cairia sobre a Babilônia. 61 Jeremias disse a Seraías:

—Quando você for para a Babilônia, tenha cuidado de ler a eles em voz alta toda esta mensagem. 62 Diga a eles: “O SENHOR disse que acabará com este lugar. Ninguém viverá mais aqui: nem homens nem animais. Este lugar ficará convertido num deserto para sempre”. 63 E quando tiver terminado de ler o rolo, amarre a ele uma pedra e lance-o ao rio Eufrates. 64 Então diga: “Assim se afundou a Babilônia e nunca mais se levantará da destruição que farei cair sobre ela”.

Aqui terminam as palavras de Jeremias.

Footnotes

  1. 51.1 Lebe-Camai Era uma senha secreta em idioma hebraico para se referir ao país dos babilônios.
  2. 51.41 Babilônia Literalmente, “Sesaque”, uma senha secreta em idioma hebraico para se referir à Babilônia.
  3. 51.59 Seraías Era irmão de Baruque, o secretário de Jeremias.
  4. 51.59 quarto ano Isso aconteceu entre os anos 594-593 a.C.