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A parábola da panela

24 No dia 10 do décimo mês[a], no nono ano do cativeiro do rei Jeconias, veio até mim outra mensagem do Senhor. “Homem mortal, grava a data em que nos encontramos, porque hoje o rei da Babilónia sitiou Jerusalém. Agora expõe esta parábola a Israel, esse povo rebelde. Diz-lhes o que o Senhor Deus lhes manda comunicar: Põe uma panela com água no fogo, a ferver. Enche-a com pedaços de carne do lombo e da perna; emprega só carne de primeira qualidade. Alimenta bem o fogo debaixo da panela e deixa cozer tudo muito bem, até que a carne se desfaça.

Porque diz o Senhor Deus: Ai de Jerusalém, cidade de assassínios! És como uma panela já corroída pela ferrugem, pelo pecado. Por isso, tira para fora a carne, pedaço a pedaço, à toa; nenhum pedaço é melhor que outro. A sua maldade é evidente para toda a gente; sem pejo algum comete assassínios, deixando à vista o sangue das vítimas; nem lhe interessa minimamente fazer desaparecer os vestígios dos seus crimes. Por isso, também deixei todas essas marcas à luz do dia, para que fossem como que uma voz a clamar por mim contra ela, reclamando vingança.

Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai de Jerusalém, cidade sanguinária! Hei de atear ao máximo o fogo debaixo dela! 10 Amontoa bastante lenha; que o fogo esteja atiçado e a panela bem a ferver. A carne deverá ficar muito bem cozida; depois tira-a da panela e queima os ossos. 11 Em seguida, coloca a panela vazia sobre as brasas para queimar a ferrugem e a corrosão; no entanto, isso de nada servirá. 12 A ferrugem não desaparece assim, ainda que o fogo esteja a arder na sua máxima força. 13 A luxúria e a devassidão fazem parte da vossa impureza! Visto que pretendi purificar-vos, mas recusaram, fiquem então cobertos de imundície, até que a minha ira seja satisfeita, derramando sobre vocês toda a espécie de terrores!

14 Eu, o Senhor, o disse e cumprir-se-á: não voltarei atrás; não pouparei ninguém, nem desistirei dos meus intentos. Conforme o vosso comportamento, os vossos atos, assim serão julgados, diz o Senhor Deus.”

A morte da mulher de Ezequiel

15 De novo veio a mim a palavra do Senhor: 16 “Homem mortal, vou tirar-te a tua mulher, que é o teu encanto. Morrerá de repente, mas não deverás mostrar pesar algum. Não chores; não deixes que te corram as lágrimas. 17 Poderás lamentar-te, mas só em silêncio. Não deixes que haja gemidos à beira da sepultura. Não andes de cabeça destapada nem descalço; não aceites ofertas de comida que os amigos te possam trazer em sinal de simpatia.”

18 Disse estas palavras de manhã ao povo e pela tarde a minha mulher morreu. Na manhã seguinte, fiz tudo como o Senhor me disse.

19 Ouvi o povo que perguntava: “Mas o que é que isto tudo significa? O que pretendes tu dizer-nos com isso?”

20 Respondi-lhes: “O Senhor mandou-me 21 comunicar ao povo de Israel o seguinte: ‘Destruirei o meu belo e admirável santuário, a força da vossa nação. Os vossos filhos e filhas na Judeia serão mortos à espada. 22 Vocês comportar-se-ão então da mesma forma que eu; não cobrirão o vosso rosto em lamentos, nem comerão alimentos que vos sejam trazidos pelos amigos em sinal de simpatia. 23 Não poderão andar nem descalços nem de cabeça descoberta. Não gemerão nem chorarão. No entanto, hão de definhar de remorsos pelos vossos pecados, chorando às escondidas por todo o mal que praticaram. 24 Ezequiel é um sinal para vocês; hão de fazer o mesmo que ele fez. E quando vier esse tempo, então saberão que eu sou o Senhor Deus.’ ”

25 “Homem mortal, no dia em que eu tiver acabado de lhes tirar o templo, que é o seu orgulho, a alegria dos seus corações e glória na Terra, o grande prazer dos seus olhos, o maior desejo do seu coração e a presença feliz dos seus filhos e filhas, 26 nesse dia um refugiado de Jerusalém meter-se-á a caminho para vir à Babilónia contar-te o que aconteceu. 27 No dia em que chegar, far-se-á ouvir a tua voz e conversarás com ele. Serás assim um símbolo para este povo e saberão que eu sou o Senhor!”

Profecia contra Amon

25 A palavra do Senhor veio até mim novamente. “Homem mortal, vira-te na direção da terra de Amon e profetiza contra eles: Visto que se riram quando o meu templo foi destruído e se divertiram quando Israel foi arrasada e Judá levado em cativeiro, permitirei que os beduínos do deserto a oriente vos ocupem a terra. Levantarão acampamentos entre vocês e ali habitarão; alimentar-se-ão fartamente da vossa fruta e beberão da vossa produção de leite. Farei com que a cidade de Rabá se torne um pasto para os seus camelos e todo o país dos amonitas numa terra onde apenas pastem rebanhos de carneiros. Então dar-se-ão conta de que eu sou o Senhor. Porque assim diz o Senhor Deus: Visto que aplaudiram e festejaram com barulho e com vivas a destruição do meu povo, assim também deixarei cair pesadamente a minha mão sobre vocês, entregando-vos a muitos outros povos para que vos destruam. Farei com que desapareçam e deixem de ser uma nação para sempre. Liquidar-vos-ei e, então, hão de saber que eu sou o Senhor!”

Profecia contra Moabe

Diz o Senhor Deus: “Devido ao facto dos moabitas terem dito que Judá não vale mais do que qualquer outra nação, abrirei o flanco oriental de Moabe e farei açoitar todas aquelas povoações fronteiriças que são o orgulho da nação, Bete-Jesimote, Baal-Meom e até Quiriataim. 10 Deixarei que as tribos beduínas do lado oriental do deserto conquistem Moabe, juntamente com Amon, para que Moabe deixe de ser contada entre as nações. 11 É assim que executarei o meu julgamento sobre os moabitas. E saberão que eu sou o Senhor!”

Profecia contra Edom

12 Diz o Senhor Deus: “Como o povo de Edom pecou enormemente, vingando-se a si próprio do povo de Judá, 13 esmagarei Edom com o meu punho fechado e açoitarei tanto o povo como o gado e rebanhos. A espada tudo destruirá, desde Temã até Dedã. 14 E isto será feito pela mão do meu povo de Israel. Serão eles que executarão o meu castigo, afirma o Senhor Deus.”

Profecia contra os filisteus

15 Diz o Senhor Deus: “Visto que os filisteus atuaram contra Judá, vingando-se raivosamente por si próprios, e com um ódio desmedido buscaram destruí-los, 16 levantarei o meu punho ameaçador contra a terra dos filisteus e castigarei duramente os cretenses; destruirei completamente todos os que estão estabelecidos ao longo da costa marítima. 17 Executarei tremendas sentenças sobre eles, para os repreender por terem feito o que fizeram. E quando tudo isso acontecer, hão de ver que eu sou o Senhor!”

Profecia contra Tiro

26 Recebi mais uma mensagem do Senhor, no primeiro dia do mês, durante o décimo primeiro ano após o cativeiro do rei Jeconias. “Homem mortal, Tiro regozijou-se com a queda de Jerusalém, dizendo: ‘Ah! Ah! Acabou por ser assolada aquela que era a porta das nações! Fiquei seu herdeiro! A sua perdição é a minha riqueza!’ Por essa razão, diz assim o Senhor Deus: Estou contra ti, Tiro! Trarei contra ti nações como se fossem marés vivas contra a costa. Destruirão os muros da cidade, derrubarão as torres; darei cabo do seu solo; torná-la-ei numa penha descalvada. As suas terras no meio do mar ficarão desabitadas, um lugar solitário para os pescadores consertarem as redes. Sou eu quem o promete, diz o Senhor Deus! Tiro virá a ser uma presa para muitas nações. A guerra fará desaparecer a sua grande cidade no continente e todos se darão conta, enfim, de que eu sou o Senhor!

Diz o Senhor Deus: Trarei Nabucodonozor rei da Babilónia, o rei dos outros reis do norte, com cavalaria e carros de combate e todo o seu exército para atacar Tiro. Primeiro destruirá os teus subúrbios, depois a cidade em si, através dum cerco apertadíssimo e duma barreira de escudos sobre ela. Forçará as tuas muralhas com uma bateria de aríetes que as demolirão. 10 As casas estremecerão com o galope dos cavalos irrompendo pela cidade e com o estrépito dos carros atravessando as ruas e os cascos dos cavalos levantando nuvens de pó. 11 Todas as vias públicas estarão ocupadas com soldados, que degolarão os habitantes e demolirão os teus famosos e enormes pilares. 12 Saquearão todas as riquezas e ricas mercadorias; arrasarão as belas construções. Lindas vivendas ficarão em pó e atirarão todo esse entulho para o mar. 13 Farei com que não se ouça mais o eco de músicas e canções. 14 Não serás mais do que uma rocha nua, árida; um lugar solitário para a gente do mar pôr as redes a secar. Nunca mais te reedificarão. Fui eu o Senhor Deus quem o disse! 15 É a minha palavra! Toda aquela região estremecerá com o estrondo da tua queda. Os gritos dos feridos andarão no ar, à medida que a matança for avançando.

16 E todos os governadores dos portos deixarão os seus palácios, despirão os fatos principescos, tirarão as insígnias de autoridade, sentar-se-ão no chão, tremendo com aquilo a assistem. 17 E comporão uma lamentação com os seguintes dizeres:

‘Ó poderosa cidade marítima,
com o teu poder naval que aterrorizou
todos quantos vivem no interior,
como foi que desapareceste do mar?
18 Até as terras do outro lado do mar
estremeceram no dia da tua queda!
Ficaram estarrecidas ao receberem tal notícia.’

19 Diz o Senhor Deus: Tiro, tu serás arrasada e tornar-te-ás numa cidade deserta. Ficarás submersa sob as tremendas vagas. O mar te engolirá. 20 Far-te-ei descer ao mais profundo abismo, para aí ficares com aqueles que já lá estão há muito tempo. A tua cidade ficará em ruínas, morta como os corpos daqueles que foram enterrados e que, desde há muito, penetraram nas profundezas do mundo da morte. Nunca mais serás habitada nem te revestirão de beleza aqui, na terra dos vivos. 21 Dar-te-ei um fim horroroso; nunca mais te reencontrarão, diz o Senhor Deus!”

Lamentação sobre Tiro

27 Veio a mim a palavra do Senhor. “Homem mortal, dirige esta lamentação, em voz alta, a Tiro. Ó poderoso porto do mar, centro mundial de comércio, eis o que o Senhor Deus te diz: Clamas a toda a gente: ‘Sou a mais bela cidade do mundo!’ Na verdade, estendeste os teus limites para além do mar. Os teus arquitetos fizeram de ti uma glória. És como aqueles belos barcos da mais escolhida faia de Senir; trouxeram um cedro do Líbano para o teu mastro. Os teus remos são de carvalho de Basã, o convés é de pinho da costa do sul de Chipre, revestido do mais precioso mármore. As velas são do mais fino linho do Egito; as cobertas, no convés, esplendorosamente tingidas de escarlate e de púrpura de Elisá.

Os teus marinheiros vêm de Sídon e de Arvade; ó Tiro, os teus pilotos são uma gente muito sábia. Hábeis e velhos carpinteiros de Gebal encarregavam-se das reparações. Marinheiros, barcos e gentes de toda a Terra viam-se no teu porto, com mercadorias, para negociar contigo.

10 O teu exército incluía homens da Pérsia, de Lude e de Pute; era para ti uma honra teres os seus escudos e capacetes pendurados nas tuas paredes. 11 As sentinelas eram escolhidas entre a gente de Arvade e Heleque, e os vigias das torres eram de Gamade. Lá estão os seus escudos, alinhados e pendurados nas paredes, para dar mais brilho à tua glória.

12 De Társis vinha toda a espécie de mercadorias, para serem transacionadas nos teus mercados; prata, ferro, estanho e chumbo. 13 Negociantes da Grécia[b], de Tubal e de Meseque traziam escravos, e também vasos de bronze. 14 De Togarma vinham às tuas feiras com cavalos e com mulas.

15 Também de Dedã[c] vinham mercadores. Em muitas cidades costeiras tinhas o monopólio absoluto do comércio e pagavam-te com ébano e marfim. 16 Aram enviava mercadores para negociarem as tuas mercadorias. Traziam, para te vender, esmeraldas e tinta de púrpura, bordados, linho fino, coral e rubis. 17 Judá e a terra onde era antes o reino de Israel enviavam comerciantes com trigo de Minite e também com mel, azeite e bálsamo. 18 Vinham também de Damasco, com vinho de Helbom e com branca lã de Saar, negociar contigo. 19 Dan e Javã, da região de Uzal, trocaram pelos teus artigos ferro trabalhado, canela e cana-de-açúcar, 20 enquanto Dedã exibia caríssimos panos para selas.

21 Os árabes e os ricos príncipes mercadores de Quedar trouxeram-te cordeiros, carneiros e bodes. 22 Os negociantes de Sabá e Ramá vinham com toda a espécie de especiarias, com joalharia e ouro. 23 Gentes de Harã, Cané, Éden, Sabá, Assur e Quilmade eram marchantes nas tuas feiras. 24 Negociavam contigo toda a sorte de artigos, tecidos de azul, bordados, carpetes de cores preciosas, tudo muito bem embalado em baús de madeira de cedro, seguramente amarrados com cordas.

25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas; tinhas armazéns, para além do mar, cheios até ao teto! 26 Mas os teus governantes levaram o barco do governo para dentro dum furacão. O vosso poderoso navio anda à deriva, empurrado pelos fortes ventos orientais. 27 Afundar-te-ás no coração dos mares! Tudo se perderá! Tesouros, riquezas, marinheiros e pilotos, construtores navais, mercadores, militares e todo o povo! Tudo se afundará no mar no dia da vossa vasta ruína!

28 As povoações mais próximas estremecerão ao ouvirem os teus pilotos gritando de terror. 29 Os teus marinheiros que andavam fora, em viagem no mar, ao chegar a terra, 30 chorarão amargamente e atirarão pó sobre a cabeça, em sinal de desespero, e revolver-se-ão nas cinzas. 31 Raparão as cabeças, em sinal de luto, e vestir-se-ão com pano de saco, chorando em voz alta e com coração partido.

32 Isto é o que dirão ao lamentarem-se: ‘Onde é que no mundo houve uma cidade tão portentosa como esta cidade de Tiro, reduzida ao silêncio da morte, no meio dos mares? 33 As tuas mercadorias davam satisfação às necessidades de muitas nações. Reis das extremidades da Terra alegravam-se com as coisas que lhes mandavas. 34 Agora aí estás, jazendo morta no fundo do abismo. Todas as tuas mercadorias e toda a tua população pereceu contigo. 35 Todos os habitantes das terras ao longo da costa ficam a meditar no que te aconteceu, ainda meio incrédulos. Os seus reis estão arrepiados e desfiguram o rosto com apreensão. 36 Os homens de negócio das nações abanam a cabeça, constatando que tiveste um destino desgraçado e que nunca, nunca mais tornarás a ser o que foste!’ ”

Footnotes

  1. 24.1 Mês de Tebet. Entre a lua nova do mês de dezembro e o mês de janeiro.
  2. 27.13 Em hebraico, Javã. Primeira referência em Gn 10.2.
  3. 27.15 A LXX traduz por Rodes.

A parábola da panela

24 E veio a mim a palavra do Senhor, no nono ano, no décimo mês, aos dez do mês, dizendo: Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei de Babilônia se aproxima de Jerusalém neste mesmo dia. E usa de uma comparação para com a casa rebelde e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Põe a panela ao lume, e põe-na, e deita-lhe água dentro, e ajunta nela bons pedaços de carne, todos os bons pedaços, as pernas e as espáduas, e enche-a de ossos escolhidos. Pega no melhor do rebanho e queima também os ossos debaixo dela; fá-la ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos. Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Ai da cidade sanguinária, da panela que escuma, e cuja escuma não saiu dela! Tira dela pedaço a pedaço, e não caia sorte sobre ela. Porque o seu sangue está no meio dela; sobre uma penha descalvada o pôs e não o derramou sobre a terra, para o cobrir com pó; para fazer subir a indignação, para tomar vingança, eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não seja coberto. Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Ai da cidade sanguinária! Também eu farei uma grande fogueira. 10 Amontoa muita lenha, acende o fogo, consome a carne e tempera-a com especiarias, e ardam os ossos. 11 Então, a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela aqueça, e se queime a sua ferrugem, e se funda a sua imundícia no meio dela, e se consuma a sua escuma. 12 De vaidades se cansou; e não saiu dela a sua muita escuma; ao fogo irá a sua escuma. 13 Na tua imundícia está a infâmia, pois te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua imundícia, enquanto eu não fizer descansar sobre ti a minha indignação. 14 Eu, o Senhor disse: Será assim, e o farei; não tornarei atrás e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus caminhos e conforme os teus feitos, te julgarão, diz o Senhor Jeová.

Predição da ruína de Jerusalém

15 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 16 Filho do homem, eis que tirarei de ti o desejo dos teus olhos de um golpe, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. 17 Refreia o teu gemido; não tomarás luto por mortos; ata o teu turbante e coloca nos pés os teus sapatos; e não te rebuçarás e o pão dos homens não comerás.

18 E falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu ordem. 19 E o povo me disse: Não nos farás saber o que significam estas coisas que estás fazendo? 20 E eu lhes disse: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu profanarei o meu santuário, a glória da vossa fortaleza, o desejo dos vossos olhos e o regalo da vossa alma; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada. 22 E fareis como eu fiz; não vos rebuçareis e não comereis o pão dos homens. 23 E tereis na cabeça os vossos turbantes e os vossos sapatos, nos pés; não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas maldades e gemereis uns com os outros. 24 Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme tudo quanto fez, fareis; e, quando isso suceder, então, sabereis que eu sou o Senhor Jeová.

25 E, quanto a ti, filho do homem, não sucederá que, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, o desejo dos seus olhos, a saudade da sua alma e seus filhos e suas filhas, 26 nesse dia, virá ter contigo algum que escapar, para to fazer ouvir com os ouvidos? 27 Nesse dia, abrir-se-á a tua boca para com aquele que escapar; e falarás e por mais tempo não ficarás mudo; assim, virás a ser para eles um sinal maravilhoso, e saberão que eu sou o Senhor.

Profecia contra Amom

25 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dirige o rosto contra os filhos de Amom e profetiza contra eles. E dize aos filhos de Amom: Ouvi a palavra do Senhor Jeová: Assim diz o Senhor Jeová: Visto que tu disseste: Ah! Ah!, acerca do meu santuário, quando foi profanado; e acerca da terra de Israel, quando foi assolada; e acerca da casa de Judá, quando foi para o cativeiro; eis que te entregarei em possessão aos do Oriente, e estabelecerão os seus paços em ti e porão em ti as suas moradas; eles comerão os teus frutos e beberão o teu leite. E farei de Rabá uma estrebaria de camelos e dos filhos de Amom, um curral de ovelhas; e sabereis que eu sou o Senhor.

Porque assim diz o Senhor Jeová: Visto como bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e te alegraste de coração em toda a tua maldade contra a terra de Israel, eis que eu estenderei a mão contra ti, e te darei por despojo às nações, e te arrancarei dentre os povos, e te destruirei dentre as terras, e acabarei de todo contigo; e saberás que eu sou o Senhor.

Profecia contra Moabe

Assim diz o Senhor Jeová: Visto como dizem Moabe e Seir: Eis que a casa de Judá é como todas as nações; portanto, eis que eu abrirei o lado de Moabe desde as cidades, desde as suas cidades fora das fronteiras, a glória da terra, Bete-Jesimote, Baal-Meom e até Quiriataim; 10 até aos filhos do Oriente, à terra dos filhos de Amom, a qual entregarei em possessão, para que não haja memória dos filhos de Amom entre as nações. 11 Também executarei juízos em Moabe, e os moabitas saberão que eu sou o Senhor.

Profecia contra Edom

12 Assim diz o Senhor Jeová: Pois que Edom se houve vingativamente para com a casa de Judá, e se fizeram culpadíssimos, quando se vingaram dela, 13 portanto, assim diz o Senhor Jeová: Também estenderei a mão contra Edom, e arrancarei dele homens e animais; e o tornarei em deserto desde Temã, e até Dedã cairão à espada. 14 E exercerei a minha vingança sobre Edom, pela mão do meu povo de Israel; este fará em Edom segundo a minha ira e segundo o meu furor; e os edomitas conhecerão a minha vingança, diz o Senhor Jeová.

Profecia contra os filisteus

15 Assim diz o Senhor Jeová: Visto como os filisteus usaram de vingança e executaram vingança de coração com malícia, para destruírem com perpétua inimizade, 16 portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estendo a mão contra os filisteus, e arrancarei os quereteus, e destruirei o resto da costa do mar. 17 E executarei neles grandes vinganças, com castigos de furor, e saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver exercido a minha vingança sobre eles.

Profecia contra Tiro

26 E sucedeu, no undécimo ano, ao primeiro do mês, que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, visto como Tiro disse no tocante a Jerusalém: Ah! Ah! Está quebrada a porta dos povos; virou-se para mim; eu me encherei, agora que ela está assolada, portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações, como se o mar fizesse subir as suas ondas. Elas destruirão os muros de Tiro e derribarão as suas torres; e eu varrerei o seu pó e dela farei uma penha descalvada. No meio do mar, virá a ser um enxugadouro das redes; porque eu o anunciei, diz o Senhor Jeová; e ela servirá de despojo para as nações. E suas filhas, que estão no campo, serão mortas, à espada; e saberão que eu sou o Senhor.

Porque assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia, desde o Norte, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com cavaleiros, e companhias, e muito povo. As tuas filhas, no campo ele as matará à espada, e fará um baluarte contra ti, e fundará uma tranqueira contra ti, e levantará rodelas contra ti. E porá trabucos em frente de ti contra os teus muros e derribará as tuas torres com os seus machados. 10 Pela multidão de seus cavalos te cobrirá de pó; os teus muros tremerão com o estrondo dos cavaleiros, e das rodas, e dos carros, quando ele entrar pelas tuas portas, como pelas entradas de uma cidade em que se fez brecha. 11 Com as unhas dos seus cavalos pisará todas as tuas ruas; ao teu povo matará à espada, e as colunas da tua fortaleza cairão por terra. 12 E roubarão as tuas riquezas, e saquearão as tuas mercadorias, e derribarão os teus muros, e arrasarão as tuas casas preciosas; e as tuas pedras, e as tuas madeiras, e o teu pó lançarão no meio das águas. 13 E farei cessar o arruído das tuas cantigas, e o som das tuas harpas não se ouvirá mais. 14 E farei de ti uma penha descalvada; virás a ser um enxugadouro das redes, nunca mais serás edificada; porque eu, o Senhor, o falei, diz o Senhor Jeová.

15 Assim diz o Senhor Jeová a Tiro: Não tremerão as ilhas com o estrondo da tua queda, quando gemerem os traspassados, quando se fizer uma espantosa matança no meio de ti? 16 E todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, e tirarão de si os seus mantos, e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão, sobre a terra se assentarão e estremecerão a cada momento; e, por tua causa, pasmarão. 17 E levantarão uma lamentação sobre ti e te dirão: Como pereceste, ó bem-povoada e afamada cidade, que foste forte no mar; tu e os teus moradores, que atemorizaram a todos os teus visitantes! 18 Agora, estremecerão as ilhas no dia da tua queda; as ilhas, que estão no mar, turbar-se-ão com tua saída. 19 Porque assim diz o Senhor Jeová: Quando eu te tiver feito uma cidade assolada, como as cidades que se não habitam, quando fizer sobre ti um abismo, e as muitas águas te cobrirem, 20 então, te farei descer com os que descem à cova, ao povo antigo, e te deitarei nas mais baixas partes da terra, em lugares desertos antigos, com os que descem à cova, para que não sejas habitada; e estabelecerei a glória na terra dos viventes. 21 Farei de ti um grande espanto, e não serás mais; quando te buscarem, nunca mais serás achada, diz o Senhor Jeová.

A lamentação sobre Tiro

27 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Tu, pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro. E dize a Tiro, que habita nas estradas do mar e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Jeová: Ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. Fabricaram todos os teus conveses de faias de Senir; trouxeram cedros do Líbano para fazerem mastros para ti. Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; a companhia dos assírios fez os teus bancos de marfim das ilhas dos quiteus. Linho fino bordado do Egito era a tua cortina, para te servir de vela; azul e púrpura das ilhas de Elisá eram a tua cobertura. Os moradores de Sidom e de Arvade foram os teus remeiros; os teus sábios, ó Tiro, que se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. Os anciãos de Gebal e seus sábios foram em ti os que consertavam as tuas fendas; todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para tratarem dos teus negócios.

10 Os persas, e os lídios, e os de Pute eram, no teu exército, os teus soldados; escudos e capacetes penduraram em ti; eles fizeram a tua beleza. 11 Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas, sobre as tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; eles aperfeiçoavam a tua formosura.

12 Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda casta de fazenda; com prata, ferro, estanho e chumbo negociavam em tuas feiras. 13 Javã, Tubal e Meseque eram teus mercadores; com escravos e objetos de bronze fizeram negócios contigo. 14 Das casas de Togarma traziam às tuas feiras cavalos, e cavaleiros, e machos. 15 Os filhos de Dedã eram os teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da tua mão; dentes de marfim e madeira preta tornavam a dar-te em presente. 16 A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas obras; esmeralda, e púrpura, e obra bordada, e seda, e corais, e cristais traziam às tuas feiras. 17 Judá e a terra de Israel eram os teus mercadores; com o trigo de Minite, e confeitos, e mel, e azeite, e bálsamo fizeram negócios contigo. 18 Damasco negociava contigo, por causa da multidão das tuas obras, por causa da multidão de toda sorte de fazenda, com vinho de Helbom e lã branca. 19 Também Dã e Javã, o caminhante, traficavam nas tuas feiras; ferro polido, casca e cana aromática entravam no teu negócio. 20 Dedã negociava contigo com panos preciosos para carros. 21 Arábia e todos os príncipes de Quedar, eram eles os mercadores de tua mão, com cordeiros, e carneiros, e bodes; nessas coisas negociavam contigo. 22 Os mercadores de Sabá e Raamá, eram eles os teus mercadores; em todos os mais refinados aromas, e em toda pedra preciosa, e em ouro negociavam nas tuas feiras. 23 Harã, e Cane, e Éden, os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade negociavam contigo. 24 Estes eram teus mercadores em toda sorte de mercadorias, em fardos de jacinto e de bordados, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de cedro. 25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas, por causa do teu negócio; e te encheste e te glorificaste muito no meio dos mares. 26 Os teus remeiros te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no meio dos mares. 27 As tuas fazendas, as tuas feiras, o teu negócio, os teus marinheiros, os teus pilotos, os que consertavam as tuas fendas, os que faziam os teus negócios e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua congregação, que está no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia da tua queda. 28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. 29 E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios e na terra pararão. 30 E farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente, e lançarão pó sobre a cabeça, e na cinza se revolverão. 31 E se farão inteiramente calvos por tua causa, e se cingirão de panos de saco, e chorarão sobre ti com amargura de alma, com amarga lamentação. 32 E levantarão uma lamentação sobre ti no seu pranto e lamentarão sobre ti, dizendo: Quem foi como Tiro, como a que está reduzida ao silêncio no meio do mar? 33 Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão da tua fazenda e do teu negócio, enriqueceste os reis da terra. 34 No tempo em que foste quebrantada nos mares, nas profundezas das águas, caíram os teus negócios e toda a tua congregação no meio de ti. 35 Todos os moradores das ilhas foram cheios de espanto por tua causa; e os seus reis tremeram em grande maneira e foram perturbados no seu rosto. 36 Os mercadores dentre os povos assobiaram sobre ti; tu te tornaste em grande espanto, e nunca mais serás para sempre.